Arquivo de Diego Schwartzman - Fair Play

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André Dias PereiraSetembro 30, 20223min0

O Resto do Mundo conquistou, pela primeira vez, o título da Laver Cup, mas o grande destaque foi Federer. O tenista suíço despediu-se dos courts, num jogo de duplas emotivo e simbólico ao lado de Rafael Nadal.

Sem jogar em 2022, Federer foi adiando o seu regresso até à confirmação que ninguém queria escutar. A Laver Cup seria a sua última participação em torneios profissionais. E, como seria de esperar, as homenagens sucederam-se umas atrás das outras.

A mais emotiva foi a de Nadal. O tenista espanhol não conteve as lágrimas, enquanto segurava a mão do rival em uma imagem que correu o mundo. Afinal, “uma parte” de si foi com o suíço, disse, numa clara alusão à rivalidade e à forma como os dois se desafiaram e trabalharam para serem melhores ao longo das últimas duas décadas.

A despedida de Federer quase que ofuscou a primeira vitória (13-8) de sempre do Resto do Mundo na competição. E equipa europeia era constituída por uma constelação histórica: Federer, Nadal, Djokovic, Murray, Casper Ruud e Berretini. Entraram ainda Tsitsipas e Cameron Norris. Por outro lado, o Resto do Mundo era composto por Felix Aliassim, Taylor Fritz, Diego Swartchzman, De Minaur, Francis Tiafoe, Jack Sock e Tommy Paul.

E apesar de a Laver Cup ter um cariz forte de exibição, ela é levada muito a sério por jogadores. E a Europa investiu muito, sobretudo em Djokovic, para equilibrar um torneio que o Resto do Mundo quis ganhar desde o início. E a Europa até começou bem. Com Casper Ruud a vencer Jack Sock (6-4, 5-7 e 10-7), confirmando a grande temporada que fez. Tsitsipas deu boa sequência derrotando Diego Schwartzman, por 6-2 e 6-1. Só que De Minaur, ainda no primeiro dia, reduziu a desvantagem para 7-5, 3-6 e 7-10.

A última dança de Federer

O primeiro dia de torneio ficou marcado pelo último jogo de Federer. Ao lado de Nadal, numa dupla simbólica, os europeus perderam para a dupla Sock e Tiafoe (4-6, 7-6 e 11-9). Mas isso acabou por ser secundário. A estrondosa salva de palmas do público e lágrimas de Federer homeagearam uma carreira lendária que chegou ao fim. No segundo dia, os europeus aumentaram a vantagem, com vitórias de Berretini sobre Aliassime (7-6, 4-6 e 10-7), de Djokovic diante Tiafou (6-1 e 6-3), e da dupla Berretini e Djokovic contra De Minaur e Sock (7-5 e 6-2). O único triunfo do Resto do Mundo no dia pertenceu a Fritz sobre Norrie (6-1, 4-6 e 10-8).

A grande reviravolta deu-se no último dia. O Resto do Mundo dominou completamente com o um registo 100% vitorioso. E até Aliassime levou a melhor sobre Djokovic (6-3 e 7-6), depois de Sock e Aliassime vencer Murray e Berretini em duplas. Por isso, tudo ficou em cima da mesa na partida ente Tsitsipas e Tiafoe. O grego ainda venceu o primeiro set por 6-1 mas o norte americano virou para 7-6 e 10-8.

Foi a primeira vitória do Resto Mundo, e muito celebrada. De uma forma ou de outra, este é um torneio que parece ter chegado para ficar. No próximo ano, já sem Federer, mas ainda com muitos argumentos para continuar a ser interessante e envolver o público.

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André Dias PereiraFevereiro 22, 20223min0

Carlos Alcaraz tem apenas 18 anos mas já não nenhum estranho no circuito ATP. O espanhol venceu o Rio Open este domingo e tornou-se o mais jovem de sempre a ganhar um torneio ATP 500.  Este é o segundo título da carreira de Alcaraz. O primeiro troféu aconteceu no ATP 250 de Umag, na Turquia, o ano passado, ainda com 16 anos de idade.

Desde vez, o espanhol levou a melhor sobre o Diego Schwartzman, por 6-4 e 6-2. O argentino venceu o torneio em 2018 e era terceiro cabeça de série. Por esse motivo era o favorito ao título. Em caso de vitória seria o primeiro tenista da história do Rio Open a vencer o troféu por duas vezes.

Alcaraz não apenas não deixou como foi muito superior. Ainda assim, o primeiro set foi bem jogado, longo, até o espanhol quebrar o serviço do rival e fechar em 6-4. No segundo set, veio a supremacia do espanhol, que chegou a uma vantagem de 5-1. Em apenas 1h26 minutos, Alcaraz sagrou-se campeão.

Antes da final, havia deixado para trás Jaume Munar, Federico Delbonis, Metteo Berretini e Fabio Fognini.

Com este triunfo, Alcaraz sobe do 29º lugar para o 20º, alcançando pela primeira vez o top-20 mundial. Até aqui, o mais jovem jogador a ganhar um ATP 500 era Jannick Sinner, com 19 anos e 11 meses.

Este é apenas mais um passo na meteórica ascensão de Carlos Alcaraz no circuito. Ele foi também o mais jovem jogador, desde Michael Chang e Pete Sampras, a alcançar os oitavos de final do US Open e o primeiro, desde 1973, a vencer um top-3. Foi ainda o primeiro tenista nascido em 2003 a vencer um jogo Challanger.

Mas o que este título pode representar? Bom, primeiro que Alcaraz parece estar a consolidar-se. Não é expectável que possa intrometer-se em títulos de maior relevância, contudo, em um bom dia pode eliminar qualquer um e começar a avançar para fases mais avançadas de majors.

Irmãos Cerundolo, o futuro da Argentina

Como vem sendo tradição, o Rio Open voltou a ter forte presença espanhola e argentina. Para além dos finalistas há ainda a destacar a prestação de Francisco Cerundolo. O argentino alançou as meias-finais caindo para o compatriota Schwartzman (7-6 e 6-3). Cerundolo é um nome que pode marcar o futuro do ténis albiceleste. Não apenas Francisco, mas também o seu irmão Juan Manuel, de 20 anos. Eles são os primeiros irmãos argentinos a alcançarem o top-100 mundial. Juan Manuel também jogou o Rio Open, mas caiu perante o italiano Fabio Fognini. No mais, o italiano, finalista vencido em 2015, acabou eliminado nas meias finais perante o campeão Alcaraz.

Outro candidato ao título era Matteo Berretini. O italiano ressentiu-se do clima nesta que foi a sua segunda participação no Rio de Janeiro. Ainda assim, é um nome também a ter em conta esta temporada. Número 6 mundial, Berretini tem evoluído muito nos últimos anos, somando já 5 títulos, dois alcançados o ano passado. Mas talvez mais relevante, foi ter jogado, também em 2021, a final de Wimbledon e do Masters de Madrid. Será, por certo, interessante acompanhar o seu desempenho em 2022.

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André Dias PereiraJaneiro 25, 20213min0

O ano de 2020 fica para a história, não só do ténis mas do desporto em geral, como o mais desafiador para todas as organizações. O arranque da época de 2021 não promete, pelo menos para já, ser diferente. Para enquanto, o Australian Open foi adiado para 8 de fevereiro e a ATP Cup encurtada para o período entre 1 e 5 do mesmo mês. É ainda cedo para se falar em outras competições mas é possível que o clima de incerteza continue a ser feito mês a mês. Isso certamente, também tem impacto na preparação da temporada e rendimento dentro dos courts.

São vários os questionamentos que se fazem nesta altura da temporada. Agora, em 2021, mais ainda. O principal é saber se o big-3 ainda continuará a dominar a cena do ténis. Ou se é possível termos novas figuras no topo da hierarquia. Por ora, Novak Djokovic e Rafael Nadal são as únicas certezas num ano incerto. O sérvio e o espanhol ocupam ainda as duas primeiras posições com Dominic Thiem a espreitar de perto, no terceiro posto.

A recuperar de 2 cirurgias Roger Federer está afastado do Australian Open e deste início de temporada. Aos 39 anos ainda não dá para descartar do suíço, mas é pouco crível que possa voltar a liderar o ranking. Com 20 títulos Major é o recordista do circuito. Há muito que já não se apresenta como o maior favorito a ganhar um Grand Slam mas não seria totalmente surpreendente se ainda ganhasse mais 1 até se aposentar. Com 19 Majors, Nadal pode igualar ou até ultrapassar esse registo em 2021. É, outra vez, um dos principais candidatos a ganhar o Australian Open e, sobretudo, a vencer Roland Garros.

A força mental de Djokovic levada ao limite

Mas há, também, Djokovic. O sérvio tem-se apresentado, nos últimos anos, como o mais regular. Contudo, a sua resiliência e força mental será testada como nunca antes. Após os eventos da Adria Cup, que culminaram na infeção de vários tenistas e staff, o sérvio tem sido alvo de duras críticas. Mais, o sua impopularidade tem crescido . Se, em outras ocasiões, Nolan se tem valido disso para fortalecer o seu jogo, o Masters Final mostrou um lado do sérvio poucas vezes visto: desatento, de cabeça quente e a cometer demasiados erros não forçados.

Dominic Thiem, Daniil Medvedev têm sido, nos últimos dois anos, os grandes desafiantes ao big-3. O austríaco é já número 3 mundial, a morder os calcanhares a Rafael Nadal. Thiem é também tido como o sucessor do espanhol no reinado da terra batida. Em 2020 venceu ainda o US Open, o seu primeiro Major. É um dos mais consistentes do circuito e candidato a ganhar qualquer Grand Slam. O ano passado foi ainda finalista vencido em Melbourne.

Entretanto, o russo foi o campeão do Masters Final em sua segunda participação. Medvedev viveu o período incrível em 2020. Para além dos triunfos do ATP Finals e ATP Paris, ganhou 4 títulos em 2019 e 3 em 2018. Outros tenistas, como Tstsipas, Rublev, Zverev ou Schwartzman deverão também se manter no topo da cena do ténis mundial, causando sensação aqui e ali.

Mas, outra vez, tudo dependerá da evolução e impacto da pandemia no circuito que, por agora, mantém ainda o público fora dos courts.

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André Dias PereiraNovembro 10, 20202min0

Daniil Medeved, 24 anos de idade, é por esta altura uma certeza no circuito ATP. O russo soma oito títulos ATP, o mais recente dos quais em Paris, no domingo. Diante Alexander Zvderev, Medvedev venceu de virada: 6-7, 6-4 e 6-2.

Foi uma semana especial para o russo. Não apenas porque venceu o primeiro título da temporada, mas pela forma em que se apresentou. O russo superou ladversários como De Minaur (5-7, 6-2 e 6-2), Diego Schawrtzman (6-3 e 6-1) e  Milos Raonic (6-4 e 7-6), mostrando que se pode intrometer nos próximos tempos na disputa pelo número 1 do mundo.

Para já, contudo, esse é um cenário ainda remoto. Todavia, com este título, Medvedev sobe a número 5 mundial ultrapassando o suíço Roger Federer. Apesar de este ter sido o primeiro título de 2020, o russo atingiu as meias-finais no último US Open, perdendo para Dominic Thiem. Em 2019, recorde-se, o russo foi finalista vencido diante Rafael Nadal. Mais recentemente, em Roland Garros, não esteve tão bem, caindo na primeira ronda.

O triunfo de Paris acaba por ser mais um passo na carreira de Medvedev que vai ganhando cada vez mais confiança. Que o diga Zverev, reconhecendo, após sofrer o empate em sets, que iria perder o encontro. Apesar de ter sido vice-campeão, o alemão também se deve orgulhar do seu percurso em Paris. Para trás, deixou jogadores como o favorito Rafael Nadal (6-4 e 7-5) e Stan Wawrinka (6-3 e 7-6).

O Masters de Paris é o penúltimo torneio importante do calendário de ténis. A partir de domingo terá início o ATP Finals, competição que reúne os oito melhores do mundo na temporada. Medvedev e Zverev estarão lá, assim como Rafael Nadal, Novak Djokovic, Dominic Thiem, Stefanos Tsitsipas, Andrey Rublev e Diego Schwartzman.

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André Dias PereiraOutubro 13, 20204min0

Um rei nunca perde a sua coroa, diz o ditado popular. Em vésperas da final de Roland Garros, Goran Ivanisevic disse que Nadal não teria chances contra o Novak Djokovic. O resultado não apenas desmentiu categoricamente o campeão Wimbledon de 2001, como mostrou que ninguém está perto de Nadal, quando se fala em terra batida.

Nadal alcançou este domingo uma das suas maiores vitórias na carreira. No conteúdo e na forma. Pela maneira como foi conseguida e por tudo o que representou. O resultado de 6-0, 6-2 e 7-5 só foi possível devido a uma exibição de excelência do maiorquino. Porventura, uma das melhores de sua carreira, ao ponto de, perto do final do segundo set, ter apenas 1 erro não forçado.

O espanhol era, de resto, o grande favorito a vencer o torneio dos mosqueteiros. Ainda assim, tinha desafios acrescidos. Depois de seis meses parado, o espanhol chegou a França com apenas 3 jogos realizados no período pós pandemia. Para trás ficou também a eliminação por Diego Schwartzman no torneio de Roma. No mais, Nadal reajustou as contas com o argentino nas meias-finais de Roland Garros: 6-3. 6-3 e 7-6. Diga-se, contudo, que Schwartzman fez um grande torneio, atingindo pela primeira vez esta fase de um Grand Slam. Para trás, tinha deixado outro favorito: Dominic Thiem: 7-6 (7-1), 5-7, 6-7 (6-8), 7-6 (7-5) e 6-2. Com isso, o argentino está agora em oitavo lugar no ranking ATP.

Até então o caminho de Nadal tinha sido tranquilo, com vitórias sobre Egor Garasimov, Mckenzie McDonald, Stefano Travaglia, Sebastian Korda e Jannic Sinner. Ao longo do torneio, Nadal não perdeu qualquer set.

Quando se fala em terra batida ninguém na história é maior que Rafa Nadal. O triunfo sobre Djokovic foi o 100 na carreira do maiorquino, em Paris. Ele é, inegavelmente, o maior nome da competição. Com este título são já 13 em Roland Garros. Para se ter noção da diferença do espanhol para os outros, Bjorn Borg, com seis vitórias, é o segundo maior vencedor.

Nadal iguala Federer

O triunfo deste domingo coloca Rafa Nadal lado a lado com Roger Federer com 20 Grand Slam. O suíço não perdeu tempo em parabenizar o espanhol, o seu grande rival, lembrando que foi precisamente essa rivalidade que puxou pelos dois e também pelos outros adversários. Agora, os dois compartilham o recorde de Majors. A pergunta que se coloca é quem terminará a carreira com mais triunfos. O favorito é Nadal, porque é mais novo e porque não é expectável que alguém o possa vencer, em condições normais, em Roland Garros. A recuperar de uma lesão, Federer não jogará mais até final da temporada. Aos 39 anos, é difícil acreditar que possa vencer muito mais Majors, embora o suíço sempre pareça surpreender e chegar a decisões. E depois há ainda Djokovic. Aos 33 anos, tem tudo para continuar a emplacar Majors na relva e piso rápido.

Muito dependerá, claro, de como se organizará o ténis pós-pandemia. Em Paris, o sérvio foi competente, apesar de alguns sobressaltos com Tsitsipas, nas meias-finais (6-3, 6-2. 5-7, 4-6 e 6-1) e Carreño Busta, nos quartos de final: 4-6 6-2 6-3 6-4.

Iga Swiatek, o meteoro polaco

Se entre os homens, Nadal continua a fazer história, entre as mulheres há um novo nome na parada. Iga Swiatek tornou-se a primeira polaca a vencer um Major. Aos 19 anos de idade, surgiu em Roland Garros longe dos holofotes, fora do top-50. A verdade, porém, que o seu percurso foi um verdadeiro conto de fadas. Foi eliminando favorita atrás de favorita, incluindo Simona Halep, sem perder qualquer set.

Em 2018, a polaca tinha se sagrado campeã de Roland Garros em juniores. Longe de imaginar que sê-lo-ia nos seniores tão pouco tempo depois. E a verdade é que precisou pouco mais de 1h20 para vencer na final Sofia Kenin, vencedora do Australian Open, por 6-4 e 6-1.

Swiatek ascende agora ao 17 lugar do ranking WTA. Este foi o seu primeiro grande título, apesar de ter vencido outros sete torneios ITF. Antes dela, apenas os duplistas  Wojciech Fibak  (Austrália,1978) e Łukasz Kubot (Austrália, 2014 e Wimbledon, 2017) eram os jogadores polacos com títulos nos quatro principais torneios do mundo.

A jovem polaca também se tornou apenas a ´sétima tenista a ganhar sem ceder qualquer set. Em sete partidas ela cedeu apenas 28 jogos às adversárias, entre elas Markéta Vondroušová (vice-campeã em 2019), a canadiana Eugenie Bouchard (semifinalista em 2014) e a cabeça de série, Simona Halep (campeã em 2018).

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André Dias PereiraMaio 20, 20193min0

Rafael Nadal conquistou, este domingo, em Roma, o seu primeiro título do ano na terra batida. A hegemonia do espanhol tem vindo a ser interrogada nas últimas semanas. Djokovic, venceu em Madrid, Thiem em Barcelona e Fognini em Monte Carlo. Torneios esses habitualmente que o maiorquino tem vindo a vencer. De resto, foi a primeira vez na carreira que Nadal chegou a Maio sem títulos. As limitações físicas de El Toro Miura também têm condicionado as suas exibições e gerado interrogações sobre se pode estar a perder o domínio na terra batida.

Só que, este domingo, Nadal deu uma resposta cabal. Contra, nada menos, que Novak Djokovic, o número dois do mundo ganhou por 6-4, 4-6, 6-1. Em 54 jogos entre os dois tenistas, pela primeira vez houve lugar a um ‘pneu’. Nadal precisou de 2h25 para vencer pela nona vez o torneio da cidade eterna. Uma espécie de vingança pelo que aconteceu no Autralian Open, quando o sérvio atropelou o espanhol na final (6-3, 6-2 e 6-3).

“Ganhar um título é importante, mas o mais importante para mim é sentir-me saudável e que estou a melhorar. Estou muito feliz pela vitória e por ter jogado bem”, reconheceu Nadal.

A vitória de Nadal volta a adiantar o espanhol no número de vitórias em Masters 1000. Antes desta final, os dois somavam o mesmo número de triunfos (33). Este é, aliás, o 81º título da carreira de Nadal.

A confirmação de Tsitsipas e o retorno de Del Potro

O torneio de Roma representa um grande balão de oxigénio na confiança de Rafa Nadal para atacar Roland Garros. E se este torneio foi um teste, o espanhol passou com distinção. Em quatro dos cinco jogos disputados, aplicou um ‘pneu’ (Jeremy Chardy, Nikoloz Basilahvili, Verdasco e Djokovic). O único que não levou o ‘0’ foi Tsitsipas, nas meias finais (6-3, 6-4). O grego volta a fazer um bom torneio e mostrar a sua boa fase, depois de vencer o Estoril Open. É certo que beneficiou da desistência de Roger Federer nos quartos de final, mas a sua consistência ao longo da época mostra que é preciso contar mesmo com ele.

Destaque também para Diego Schwartzman. O argentino atingiu as meias-finais, deixando para trás Kei Nishikori, Matteo Berrettini, Albert Ramos Vinolas e Yoshihito Nishioka.

Outro nome que não pode ser ignorado, sobretudo na terra batida, é Juan Martin del Potro. O argentino parece estar mesmo de volta, após (mais uma) longa paragem por lesão. Foi afastado nos quartos de final, por Djokovic, mas vendeu cara a derrota: 4-6, 7-6, 6-4. Casper Ruud e David Goffin foram as vítimas do argentino neste torneio.

André Dias PereiraFevereiro 25, 20193min0

Laslo Djere inscreveu, este domingo, o seu nome na lista de vencedores ATP. O sérvio, 23 anos de idade, conquistou, no Rio de Janeiro, o seu primeiro título. E bem se pode dizer que foi uma final de esperança para a modalidade. Do outro lado estava Felix Auger-Aliassime. O canadiano tem sido, por assim dizer, a grande sensação do ATP. Aos 18 anos de idade tornou-se o mais jovem jogador a jogar uma final ATP. O sérvio acabou por levar a melhor em dois sets, por 6-3 e 7-5.

Mas não se pense que a precocidade de Aliassime ofuscou Laslo Djere. O sérvio tornou-se apenas o segundo tenista do seu país a conquistar um torneio ATP-500. No final, não conseguiu travar a emoção que sentia e abriu o coração. Djere dedicou a vitória aos pais falecidos vítimas de cancro.

Djere começou por surpreender ao eliminar o favorito Dominic Thiem por duplo 6-3. Seguiu-se uma vitória sobre o japonês Taro Daniel (6-4 e 6-2). Nos quartos de final venceu o norueguês Casper Ruud (6-4 e 7-5). Nas meias-finais beneficiou da lesão de Aljaz Bedene para atingir a inédita final.

Do outro lado, Felix Auger-Aliassime afastou os favoritos Fábio Fognini (6-2 e 6-3) e Pablo Cuevas (6-3, 3-6, 6-3).

O Rio Open teve as suas primeiras edições em 1989 e 1990, ambas vencidas pelo brasileiro Luiz Mattar. Depois teve um interregno até 2014. E desde então nunca um campeão se repetiu. Diego Schwartzman e Dominic Thiem, respetivamente, vencedores das últimas duas edições, caíram logo na ronda inaugural. Já Cuevas foi afastado nas meias-finais.

O futuro passa por Djere e Aliassime.

Laslo Djere cumpre a sua terceira temporada como profissional. E, gradualmente, tem vindo a progredir no circuito. Esta vitória no Rio de Janeiro é o seu melhor registo, que lhe vale uma grande subida no ranking. À entrada para a prova era 90º mundial e a partir desta segunda-feira é 37º.

No seu percurso destaque para os quartos de final em Umag, em 2018, e as meias-finais em Budapeste, em 2017. Ainda o ano passado conquistou, no US Open, a primeira vitória em um Grand Slam. A vítima foi o argentino Leonard Mayer.

Felix Auger-Aliassime, 18 anos de idade, mostrou no Brasil que também pode ser levado em conta no futuro. O canadiano viveu uma semana de sonho. Chegar a uma final de um torneio ATP no segundo ano de profissional não é para todos. Mas para os mais atentos Aliassime não é um nome totalmente desconhecido. O ano passado tornou-se o primeiro tenista nascido em 2000 a vencer um jogo em Indian Wells. Em Chengdu também atingiu os quartos de final.

É provável que, no futuro, ainda vamos ouvir falar muitos nestes dois jogadores. De uma forma ou de outra, só o facto de terem atingido a final do Rio Open já é motivo para festejar e ser optimista para o que aí vem.

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André Dias PereiraSetembro 24, 20184min0

Não foi exatamente uma surpresa, mas a Europa experimentou dificuldades acrescidas para conquistar, este domingo, pela segunda vez a Laver Cup. A segunda edição do torneio inter-continental, pensado por Roger Federer, voltou a confirmar a ideia de que o Velho Continente continua a liderar o ténis planetário. Não apenas em termos individuais – sete jogadores do top-10 do ranking ATP são europeus, bem como todo o top-3 – como em termos colectivos – desde 2000 só por três vezes um país não europeu venceu a Taça Davis.

Ainda assim, este ano se a Europa confirmou ser mais forte individualmente – e isso valeu-lhe o título – mas em duplas, a equipa Mundo não deu hipóteses. E por isso os europeus precisaram de sofrer para revalidar o triunfo de 2017, quase sofrendo uma reviravolta. No final, o triunfo de Alexander Zverev sobre Kevind Anderson (6-7, 7-5 e 10-7) selou a vitória europeia por 13-8.

Mas vamos por partes. A equipa europeia chegou a Chicago como uma autêntica constelação. Roger Federer, Novak Djokovic, Alexander Zverev, David Goffin, Grigor Dimitrov e Kyle Edmund. Mesmo sem Rafa Nadal, Marin Cilic e Dominic Thiem (presentes na edição de 2017) a Europa tinha quatro jogadores top-10. A equipa mundial tinha Kevin Anderson e John Isner. Mesmo com a desistência de última hora de Del Potro, a equipa Mundo também impunha respeito. Para além de Anderson e Isner, havia Diego Scwartzman, Jack Sock, Nick Kyrgios e Frances Tiafoe. As lendas Jonh McEnroe e Bjorn Borg lideraram, respectivamente, as equipas Mundo e Europa.

Tal como o ano passado, o primeiro jogo de duplas era o momento mais aguardado. A isso se deve os nomes no court. Se em 2017 Federer fez uma dupla de sonho com Rafa Nadal, este ano o suíço jogou ao lado de Novak Djokovic. Só que a força de uma dupla é mais do que a soma da qualidade individual. E, diga-se, Novak Djokovic raramente joga nesse vertente do ténis. Apesar de algumas jogadas bonitas, a dupla Anderson e Sock impôs-se: 6-7, 6-3 e 10-6.

Por esta altura, a equipa Europa liderava por 3-1 em partidas. Dimitrov vencera Tiafoe no jogo inaugural (6-1, 6-4) e Kyle Edmund venceu Jack Sock (6-4, 5-7, 10-6). Depois, foi a vez de David Goffin se impor a Diego Scwartzman (6-4, 4-6, 11-9).

No segundo dia de competição, Alexander Zverev e Roger Federer aumentaram a vantagem europeia. O alemão venceu John Isner (3-6, 7-6, 10-7) e o suíço ganhou a Nick Kyrgios (6-3, 6-2).

O triunfo europeu parecia inexorável, contudo, a equipa Mundo começou a recuperar. Primeiro, com Anderson a ganhar sobre Djokovic (7-6, 5-7, 10-6). Depois, outra vez em duplas, Sock e Kyrgios levaram a melhor sobre Goffin e Dimitrov (6-3, 6-4).

Pelo segundo ano, a Europa levou a melhor sobre a equipa Mundo (Foto: Laver Cup)

Lavers Cup: bons jogos num evento pensado para o entretenimento

No arranque do terceiro dia, a equipa Mundo colocou-se, pela primeira vez, em vantagem na prova (8-7). A dupla Isner e Sock, mais rotinada, ganhou (4-6, 7-6 e 11-9) a uma dupla que, no futuro, poderá ser vista como uma passagem de testemunho: Federer e Zverev.

Só que ainda faltavam os jogos individuais de Federer e Zverev. O suíço venceu de forma consistente John Isner (6-7, 7-6, 10-7) e Zverev consolidou o triunfo europeu sobre Anderson.

No final do dia pode dizer-se que a Laver Cup é uma celebração do ténis. Reúne alguns dos maiores protagonistas mundiais, que mostraram, amiúde, levar a sério os seus jogos, contudo, sem o cariz do ATP Finals, ou a chancela ITF, que garante pontos. Os detalhes e a organização mostram que é, acima de tudo, uma competição pensada para o público, o seu entretenimento, e mais uma forma de promover, e gerar receitas, com uma modalidade que vive, porventura, os seus anos dourados.

A forma como os jogadores no banco reagem ao que se passa no court, vibrando ou brincando, e a possibilidade de juntar na mesma equipa lendas como Federer e Djokovic, são gatilhos que envolvem o público e os fans. E com imagens que ficam para a posteridade. Como aquela, em 2017, em que Federer e Nadal correm para os braços um do outro para festejar a vitória.

Resta saber como a Lavers Cup resiste à prova do tempo e à capacidade de ir conseguindo reunir os melhores de cada continente, de forma a manter este torneio de exibição apelativo para o público e comercialmente atrativo.

A Laver Cup de 2018 fica marcada pela reunião entre Roger Federer e Novak Djokovic

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André Dias PereiraFevereiro 26, 20182min0

Diego Schwartzman conquistou este domingo, no Rio de Janeiro, o seu primeiro troféu ATP 500 e o segundo da carreira. Mais importante, o título catapultou-o para o 18º lugar do ranking a partir desta segunda-feira.

Com uma sólida exibição frente Fernando Verdasco (6-2 e 6-3) Diego Schwartzman consolidou uma semana de sonho no Rio de Janeiro. O espanhol tentava conquistar o seu primeiro título de singulares desde Bucareste, em 2016. Os dois finalistas eram improváveis candidatos à vitória final no início da prova. Com nomes como Dominic Thiem, Marin Cilic ou Pablo Cerraño Busta, parecia díficil que Schwartzman alcançasse a tão desejada glória.

Cilic foi o primeiro a cair, nos oitavos-de-final para Gael Monfils (6-3 e 7-6). O francês cairia na ronda seguinte perante Diego Schwartzman (6-3 e 6-4) enquanto Thiem foi derrotado, também nos quartos de final, perante Fernando Verdasco (6-4 e 6-0). Nas meias-finais, o espanhol levou a melhor sobre Fabio Fognini (6-1 e 7-5) e Schwartzman diante o surpreendente Nicolas Jarry (7-5 e 6-2). O chileno, que era 94º do mundo, vai dar um salto para a 73ª posição. Jarry deixou para trás favoritos como Pablo Cuevas ou Alber Ramos Viñolas.

“Eu senti-me muito cómodo a semana toda. Consegui aproveitar os momentos em que os adversários não jogaram tão bem. Quero desfrutar do meu primeiro ATP 500”, disse o argentino, que atravessa um bom momento. Na semana passada foi semi-finalista em Buenos Aires.

De Istambul ao Rio de Janeiro

O primeiro título de Diego Schwartzman aconteceu em 2016, em Istambul (ATP 250), frente a Grigor Dimitrov. No Rio de Janeiro tinha sido eliminado anteriormente por Dominic Thiem, duas vezes, e Federico Delbonis. Agora, chegou a glória. No seu pensamento está, por certo, quando há 12 anos a sua família vendia pulseiras para patrocinar as suas viagens como juvenil. O brasileiro Gustavo Kuerten, do qual recebeu o troféu, era então uma referência. “Foi incrível, nunca imaginei receber um troféu do Guga no Rio, é a realização de um sonho. Ele tem sempre esse sorriso tão grande, que é típico do Brasil”, disse.

A carreira de Schwartzman tem vindo a crescer. Entre Istambul, em 2016, e Rio de Janeiro, em 2018, chegou aos quartos de final do US Open em 2017. Agora segue-se Acapulco onde começará a jogar com…Fernando Verdasco. O espanhol, de resto, não saiu do Brasil de mãos a abanar. Venceu o torneio de pares com David Marrero e vai subir 13 posições (27º) no ranking ATP, esta segunda-feira.


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