Australian Open: agora é a doer
Não se pode dizer que o Australian Open, que arranca este final de semana, seja o evento que marca o início da temporada 2024. Até porque o ATP Brisbane já terminou e o ATP Adelaide está a acontecer, jogando-se a final este sábado, entre Jack Draper e Jiri Lehecka. Mas é seguro dizer que todos os torneios que antecedem o primeiro grand slam do ano são tubos de ensaio para e major event. É a partir dele que se mede em que ponto de forma cada jogador se encontra e o que esperar para o resto do ano.
Por enquanto, é também seguro dizer que o torneio de Melbourne não vai contar, por enquanto, com aquela que se esperava ser a grande história do ano. O retorno de Nadal aos grandes palcos. O maiorquino regressou ao ténis após longa paragem por lesão no torneio de Brisbane, que servia justamente para entender em que fase se encontrava. E o espanhol até teve boas prestações mas caiu nos quartos de final contra Jordan Thompson (5-7, 7-6 e 6-3), tendo-se lesionado. O torneio foi ganho por Dimitrov em final contra Holger Rune (7-6, 6-4). Mas o que mais ficou deste torneio foi nova lesão de El Toro Miura.
O maiorquino não jogará o Australian Open, mas ao que tudo indica deverá jogar a temporada de terra batida, que arranca em Abril, onde pretende voltar a ganhar Roland Garros. A acontecer, muitos são os que apontam que isso pode representar um ponto final de carreira em alta. Certo é que o espanhol promete, para já, regressar a Austrália em 2025.
De acordo com o relatório médico, trata-se de uma lesão muscular não relacionada com a do quadril que afastou o espanhol praticamente toda a época de 2023. É bem provável, aliás, que ainda em Março Nadal faça um jogo de treino com o compatriota Carlos Alcaraz.
Sem Nadal nem Federer só antes de 1999
Este será o primeiro Australian Open desde 1999 que não vai contar nem com o lesionado Rafael Nadal, nem com o aposentado Roger Federer. Para se ter noção do domínio do big-3 ao longo dos últimos 23 anos, 18 edições foram ganhas por Federer, Nadal ou Djokovic. E desde Wawrinka, em 2014, que mais ninguém se intromete entre os vencedores. Isto, porém, não quer dizer que Novak Djokovic tenha via aberta para alcançar o 25 Grande Slam.
O sérvio é o grande favorito ao torneio. Não apenas porque é o seu maior e atual campeão, mas porque provou em 2023 ser ainda o jogador mais dominante do circuito, pese embora a intromissão de Alcaraz.
O espanhol é um dos principais rivais de Djokovic e como cresceu em 2023 em outros pisos que não a terra batida. Alcaraz é não apenas um candidato ao títulos mas também a número um do mundo. E isso pode acontecer em Austrália caso Djokovic seja eliminado antes do espanhol. A campanha de Nolan arranca este domingo com Dino `Prizmic, 178 do mundo. No mesmo dia, Alcaraz joga com o experiente Richard Gasquet, 78 do mundo.
Djokovic é único jogador do top-10 com mais de 30 anos. Depois, o mais velho é Daniil Medveded, também um forte candidato ao título. Interessante será acompanhar Jannik Sinner, que não é visto desde que derrotou Novak Djokovic a caminho da vitória na Taça Davis. O italiano é um dos mais promissores jogadores para 2024, depois de um intermitente 2023. Há ainda Rune, Tsitsipas, entre outros, como Kyrgios ou Zverev que em um bom dia podem sempre derrotar qualquer um.
O Australian Open joga-se até 28 de Janeiro.