Arquivo de Roger Federer - Fair Play

laver-1.jpg?fit=1140%2C570&ssl=1
André Dias PereiraSetembro 30, 20223min0

O Resto do Mundo conquistou, pela primeira vez, o título da Laver Cup, mas o grande destaque foi Federer. O tenista suíço despediu-se dos courts, num jogo de duplas emotivo e simbólico ao lado de Rafael Nadal.

Sem jogar em 2022, Federer foi adiando o seu regresso até à confirmação que ninguém queria escutar. A Laver Cup seria a sua última participação em torneios profissionais. E, como seria de esperar, as homenagens sucederam-se umas atrás das outras.

A mais emotiva foi a de Nadal. O tenista espanhol não conteve as lágrimas, enquanto segurava a mão do rival em uma imagem que correu o mundo. Afinal, “uma parte” de si foi com o suíço, disse, numa clara alusão à rivalidade e à forma como os dois se desafiaram e trabalharam para serem melhores ao longo das últimas duas décadas.

A despedida de Federer quase que ofuscou a primeira vitória (13-8) de sempre do Resto do Mundo na competição. E equipa europeia era constituída por uma constelação histórica: Federer, Nadal, Djokovic, Murray, Casper Ruud e Berretini. Entraram ainda Tsitsipas e Cameron Norris. Por outro lado, o Resto do Mundo era composto por Felix Aliassim, Taylor Fritz, Diego Swartchzman, De Minaur, Francis Tiafoe, Jack Sock e Tommy Paul.

E apesar de a Laver Cup ter um cariz forte de exibição, ela é levada muito a sério por jogadores. E a Europa investiu muito, sobretudo em Djokovic, para equilibrar um torneio que o Resto do Mundo quis ganhar desde o início. E a Europa até começou bem. Com Casper Ruud a vencer Jack Sock (6-4, 5-7 e 10-7), confirmando a grande temporada que fez. Tsitsipas deu boa sequência derrotando Diego Schwartzman, por 6-2 e 6-1. Só que De Minaur, ainda no primeiro dia, reduziu a desvantagem para 7-5, 3-6 e 7-10.

A última dança de Federer

O primeiro dia de torneio ficou marcado pelo último jogo de Federer. Ao lado de Nadal, numa dupla simbólica, os europeus perderam para a dupla Sock e Tiafoe (4-6, 7-6 e 11-9). Mas isso acabou por ser secundário. A estrondosa salva de palmas do público e lágrimas de Federer homeagearam uma carreira lendária que chegou ao fim. No segundo dia, os europeus aumentaram a vantagem, com vitórias de Berretini sobre Aliassime (7-6, 4-6 e 10-7), de Djokovic diante Tiafou (6-1 e 6-3), e da dupla Berretini e Djokovic contra De Minaur e Sock (7-5 e 6-2). O único triunfo do Resto do Mundo no dia pertenceu a Fritz sobre Norrie (6-1, 4-6 e 10-8).

A grande reviravolta deu-se no último dia. O Resto do Mundo dominou completamente com o um registo 100% vitorioso. E até Aliassime levou a melhor sobre Djokovic (6-3 e 7-6), depois de Sock e Aliassime vencer Murray e Berretini em duplas. Por isso, tudo ficou em cima da mesa na partida ente Tsitsipas e Tiafoe. O grego ainda venceu o primeiro set por 6-1 mas o norte americano virou para 7-6 e 10-8.

Foi a primeira vitória do Resto Mundo, e muito celebrada. De uma forma ou de outra, este é um torneio que parece ter chegado para ficar. No próximo ano, já sem Federer, mas ainda com muitos argumentos para continuar a ser interessante e envolver o público.

nadal.jpg?fit=1200%2C675&ssl=1
André Dias PereiraFevereiro 5, 20224min0

Vinte e uma vezes Rafael Nadal. O espanhol tornou-se o primeiro tenista a conquistar 21 Majors. Aconteceu no domingo, em Melbourne, na Austrália. Nem Quentin Tarantino escreveria um desfecho tão épico e improvável quanto foi a final do Australian Open e o feito do espanhol.

Entre o Big-3, Nadal era o único que poderia chegar já aos 21 Majors. Porque Federer continua a recuperar de lesão e porque Djokovic foi deportado em virtude de não cumprir os regulamentos sanitários do país. Mas isso não tornava a tarefa do espanhol mais fácil. Tal como o rival suíço, o maiorquino também atravessou um longo calvário de lesões. Foram mais de 6 meses de paragem. Nadal ainda participou em torneios de pares para ganhar ritmo, mas a sua condição física preocupava.

Além disso, outros contestantes ao título pareciam mais mais posicionados à conquista do primeiro Major do ano.  Como Zverev, Tstitsipas ou, sobretudo, Medvedev. E o russo teve título na mão. Quando, na final, chegou a estar com 2 sets de vantagem poucos acreditariam na recuperação de Nadal. Porque o espanhol já não tem o fulgor de antes (são já 35 anos), porque já vinha de uma longa batalha com Sahapovalov, mas sobretudo porque Medvedev é muito forte mentalmente.

Só que o russo cometeu um pecado capital que se paga caro contra adversários como Nadal. Não “matou” o jogo à entrada do terceiro “set“, permitindo, gradualmente, a recuperação de Rafa. E há três coisas que em Nadal, nunca podem ser negligenciadas, mesmo quando tecnicamente o seu jogo não resulta. A sua raça, capacidade de sacrifício, força mental e lutar até ao fim. Nadal acredita em cada ponto como se fosse o último e na vitória quando mais ninguém acredita. E foi assim que resgatou o jogo para um triunfo de 2-6, 6-7, 6-4, 6-4 e 7-5.

Quem acaba carreira com mais Majors?

Foi a segunda vez que Rafael Nadal venceu o Australian Open. A primeira havia sido em outra final memorável, contra Roger Federer, em 2009. À época, vivia-se o auge da era “Fedal”, com os dois jogadores a dominarem completamente a cena do ténis. Djokovic estava ainda em ascensão. Essa final ficou marcada pelas lágrimas de Federer, após derrota, por não conseguir igualar Pete Sampras com 14 troféus.

De então para cá algumas coisas mudaram. Federer e Nadal envelheceram bem e têm sabido manter-se no topo. Só que Djokovic tem feito uma década absolutamente arrasadora e à entrada para 2022, os três somavam, juntos, 60 Grand Slams (20 para cada um). O espanhol conseguiu agora adiantar-se, em Melbourne em relação aos rivais, nesta corrida a três. E continua a ser o grande favorito para Roland Garros, onde somou 13 dos seus 21 Majors.

O espanhol reconhece que 21 Grand Slam não serão suficientes para se tornar o maior campeão de sempre. Também por isso Nadal continua a treinar-se e a motivar-se com novos objetivos. E isso explica que logo após a vitória sobre Medvedev tenha ido fazer bicicleta e retomado os treinos.

Fora do Australian Open por não estar vacinado, Djokovic vive momentos difíceis. O seu posicionamento anti-vacina já lhe custou vários dissabores e Paris já anunciou que não aceitará jogadores que não estejam vacinados. O quanto isso impacta a carreira e o momento de Nolan? Bom, por enquanto pode ser barrado de outros torneios. E caso fique de fora do Masters 1000 Miami e Indian Wells, poderá mesmo perder a liderança mundial.

Que Federer vai regressar?

De acordo com o biógrafo Daniel Muksh, após o triunfo de Nadal em Melbourne o sérvio terá decidido vacinar-se. Caso venha a confirmar-se a sua participação em Roland Garros, será interessante continuar acompanhar a rivalidade com o espanhol. Por um lado, o sérvio é o campeão em título e quer igualar o Nadal com o máximo de Majors, e por outro lado, o maiorquino quer recuperar o título perdido e aumentar a sua lenda em Paris e em Majors.

Há ainda Federer. O suíço não está fora destas contas mas parece mais distante. Aos 40 anos e afastado dos courts desde 2021, só deverá voltar em Wimbledon. A pergunta que se coloca é que Federer teremos por essa altura? Poucos acreditam que o helvético tenha condições para disputar o título nos maiores torneios. A situação mais provável é que regresse para ser competitivo q.b. para seguir até, quem sabe, aos quartos de final de grandes provas, e arrecadar alguns títulos em torneios menores, em uma espécie de tourné de despedida.

djokovic.png?fit=709%2C356&ssl=1
André Dias PereiraAgosto 30, 20213min0

A grande interrogação do US Open, que arrancou esta segunda-feira, dia 30, é saber quem pode travar Novak Djokovic. O número um mundial é o grande favorito à conquista do torneio nova-iorquino. E não é para menos. Sem Nadal, Thiem (lesionados) e Federer (sujeito a nova operação), o sérvio surge como o grande favorito.

Em caso de vitória, Djokovic consegue dois feitos importantes: tornar-se o primeiro jogador a ganhar 21 Majors e vencer os 4 Grand Slam no mesmo ano, algo que nenhum tenista conseguiu desde Rod Laver.

E há razões para acreditar que Nolan se apresentará ao mais alto nível. A principal das quais é a que, desde as olimpíadas, o sérvio abdicou dos torneios de Tóquio e Cincinatti para se preparar para o US Open. Isso quer dizer que Djokovic se deverá apresentar no seu auge físico, técnico e mental.

É verdade que o líder do ranking mundial saiu feio na fotografia dos jogos de Tóquio, mas a história do sérvio mostra-nos que é nestes momentos que ele se supera. É através dos pontos baixos que Djokovic responde com o seu melhor ténis. Um bom exemplo foi o Australian Open deste ano.

O contra poder do US Open

Mas sem Nadal, Federer e Thiem, quem pode travar o sérvio? Bem, a verdade é que as ausências de jogadores históricos tem feito emergir finalmente novos talentos. Sobretudo Zverev, Tsitsipas e Medvedev. Os três encontram-se, provavelmente, no seu auge de carreira. E a tendência é continuar a melhorar. O alemão, por exemplo, tem melhorado muito o seu saque. Não por acaso, eliminou Djokovic nas meias finais dos Jogos Olímpicos. Medvedev, número 2 do mundo, tem jogado o fino do ténis. Só este ano já ganhou em Marselha, Maiorca e o ATP 1000 do Canadá. É bem verdade que não tem um estilo elegante, mas é extremamente eficiente e tem uma ambição e força mental como poucos.

Tsitsipas também é uma boa aposta para alcançar, pelo menos, as quartos de final Em Roland Garros, por exemplo, empurrou Djokovic para um jogo de cinco sets. Será interessante acompanhar o primeiro jogo da ronda inaugural contra Andy Murray. Apesar do estatuto do britânico, o grego encontra-se hoje em outro patamar e é amplamente favorito. Caso avance, Tsitsipas poderá enfrentar Cameron Norris, Ugo Humbert ou Cristian Garin.

Há ainda Andrey Rublev. O número sete do mundo procura ainda ser consistente. Este ano ganhou o torneio de Roterdão mas mostrou ter condições para vencer qualquer um.

Entrada tranquila de Djokovic

Se olharmos para o ranking mundial, pela primeira vez desde 2005, apenas um jogador do Big-3, Djokovic, está no top 3. Isso diz-nos que, aos poucos, o ténis se vai renovando. Mesmo tendo em conta a longevidade de Federer, Nadal e Djokovic.

Se olharmos para a chave do torneio, percebemos que o sérvio não deverá ter problemas nos primeiros jogos. A começar com o dinamarquês Rune. Mais à frente poderá jogar com Nishikori. O japonês tem-se mostrado este ano bem regular e consistente mas longe dos melhores tempos. Caso dê a lógica, apenas nas meias finais o sérvio poderá defrontar Zverev. Caso o faça será a reedição das semi-finais de Tóquio. O ouro olímpico então conquistado pelo alemão mostra a boa fase em que se encontra. Aliás, este pode ser também o momento chave para o alemão conquistar o seu primeiro Major. Apontado como um dos mais promissores tenistas do circuito, a verdade é que o alemão tem falhado nos momentos chave. Veremos, pois, se os Jogos de Tóquio foram o virar de ficha ou uma exceção que confirma a regra. Certo é que olhando para o ténis de Zverev, o alemão está muito mais sólido e com um saque que já se tornou uma arma. Veremos se é o suficiente.

3165386-64863168-2560-1440.jpg?fit=1200%2C675&ssl=1
André Dias PereiraJulho 26, 20214min0

A resposta à pergunta do título é controversa e divide opiniões no mundo do ténis. Sobretudo entre os fãs. E, por certo, a pergunta está na cabeça de Roger Federer. Prestes a completar 40 anos de idade, ainda faz sentido o multicampeão suíço jogar ao mais alto nível?

Há alguns anos que se vem questionando até quando Roger Federer vai continuar no circuito. O helvético sempre respondeu que quando a família pedir para sair ou não sentir que pode ser competitivo, sobretudo contra Nadal e Djokovic, sairá pela próprio pé.

Após ser igualado em número de Majors pelo espanhol e pelo sérvio (20), poucos apostam hoje que Federer possa ainda ganhar mais algum Grand Slam. Mas isso talvez nem seja o mais importante. Em Wimbledon caiu nos quartos de final. Pior do que a derrota, foi a forma como ela aconteceu. O desaire por 6-3, 7-6 e 6-0, para Hubert Hurzkacz, foi seu o pior resultado dos últimos 19 anos no All England Club. Para quem se habituou a ganhar e chegar a tantas finais, derrotas como esta pesam na imagem do tenista.

O seu último Grand Slam conquistado foi o Australian Open, em 2018. No ano seguinte foi finalista vencido em Wimbledon. Os quatro títulos conquistados em 2019 (Basileia, Halle, Miami e Dubai) foram, aliás, os seus últimos desde então. Recorde-se também que Federer esteve afastado um ano a recuperar de duas cirurgias ao joelho direito.

Talvez o suíço já não esteja no auge da sua capacidade para voltar a ser a máquina vencedora que habituou os fãs, mas é imprudente e injusto dizer que já não é competitivo. Antes pelo contrário. Não há memória de outro tenista na história que apresente a performance de Federer nesta idade.

US Open e o futuro de Federer

A verdade é que a poucos dias de fazer 40 anos (8 de agosto) Federer segue firme no top-10 mundial, como número 9. E chegar aos quartos de final de um Grand Slam continua a ser um registo muito bom para qualquer tenista. Conforme referido antes, talvez o seu passado vitorioso pese quando vimos Fed cair antes das fases decisivas. E aí entra outra pergunta: Qual vai ser a última imagem de Federer antes de se aposentar?

Por enquanto, o suíço deixa em aberto todas as possibilidades. Após perder em Wimbledon, reconheceu que “é momento de pensar”, não prometendo voltar ao All England Club, embora gostasse de o fazer.

Talvez o US Open possa ser chave para responder a isso. Caso o joelho de Federer responda bem, ele consiga ser competitivo, mesmo não chegando às meias-finais, pode acontecer que o suíço permaneça no circuito nos próximos anos. Caso haja uma nova derrota vexatória, como em Wimbledon, ou o joelho não esteja bem, é possível que estejamos a ver os últimos momentos do helvético nos courts. Ou, pelo menos, em Majors. Isto porque, até pela idade e menor vigor físico, jogar a 5 sets pode ser já demasiado exigente. Mas jogar Masters a três sets, em momentos estratégicos do ano pode configurar-se como alternativa.

Jimmy Connors ainda pode ser atingido

Provavelmente Federer terminará a carreira sem ser o jogador com mais Grand Slam. Contudo, está apenas a 7 títulos ATP de igualar Jimmy Connors como maior campeão do circuito da história. Talvez seja esse o mais acessível e derradeiro recorde que o multicampeão suíço pode ainda almejar.

Após uma temporada e meia marcada pela pandemia e algumas incertezas, os fãs pedem ainda que Fed faça uma última temporada completa de despedida. A grande quantidade de patrocínios associados ao suíço também tem dado força à sua continuidade, embora dinheiro não seja, há muito tempo, problema para ele.

Certo é que o dia da despedida dos courts estará cada vez mais próximo. E quando isso acontecer ficará um vazio para todos: fãs de ténis e desporto no geral, jogadores, treinadores e ATP. Enfim, será o fim de uma era para que outra nasça. E há tanto a acontecer no ténis…

djokovic.jpg?fit=680%2C453&ssl=1
André Dias PereiraJulho 14, 20215min0

A edição de 2021 do torneio de Wimbledon chegou ao fim. Aqui elencamos os destaques e as desilusões de um torneio que consagrou Djokovic, fez ressurgir Shapovalov e teve um surpreendente Hubert Hurkacz.

Esta foi, aliás, uma edição que começa a traduzir alguns ventos de mudança no circuito. O vencedor ainda foi o incontestado Novak Djokovic. Na final com Berrettini, Nolan levou a melhor por 7-6,6-4, 6-4 e 6-3. No mais, em 62 dos últimos 65 Majors pelo menos um tenista do Big-3 chegou à final. Contudo, o sérvio foi o único desse restrito grupo a jogar as meias-finais.

É verdade que Nadal ficou fora do torneio por opção. Para preservar a sua condição física, o espanhol também não jogará os Jogos Olímpicos. Mas o campeoníssimo Roger Federer caiu nos quartos de final perante a sensação Hubert Hurkacz. O suíço perdeu por 6-3, 7-6 e 6-0. Esta foi a primeira vez que Federer ficou a zero em um set, em 119 jogos em Wimbledon. Djokovic, Nadal e Federer somam agora 20 Grand Slam cada. Mas começa a ser difícil imaginar que Federer, 40 anos, possa voltar a erguer um novo Major. Por enquanto, tal como o espanhol, estará fora das olímpiadas, mas neste caso por lesão.

Novak Djokovic

O campeão. O tenista sérvio venceu Matteo Berritini (6-7, 6-4, 6-4 e 6-3) e soma agora 20 Majors, seis dos quais em Wimbledon. Djokovic chegou à final tendo apenas cedido um set. Foi na ronda inaugural diante Jack Draper (4-6, 6-1, 6-2 e 6-2). Depois, porém, levou a melhor de forma imaculada sobre Denis Kudla, Cristian Garin, Marton Fucsovic e Denis Shapovalov. Tudo leva a crer que o sérvio se torne o maior campeão de Majors, superando Nadal e Federer. Atualmente já o tenista com maior semanas de número 1 mundial e maior campeão de Masters 1000.

Matteo Berrettini

O italiano é o grande nome do ténis italiano da atualidade. Vencedor de 5 títulos ATP, Berretini, 25 anos, conseguiu, talvez, o seu maior feito na carreira alcançando pela primeira vez a final de um Grand Slam. No final do jogo, foi o próprio quem reconheceu o momento histórico que viveu só de chegar até ali. Atualmente na nona posição do ranking, Berretti, todavia, um nome em crescendo no circuito que já provou poder incomodar qualquer um. Em Wimbledon, diga-se, deixou para trás nomes como Guido Pella, Botic Van de Zandschulp, Aljaz Bedene, Ilya Ivashka, Felix Augur-Aliasime e Hurbert Hurkacz. É inequívoco, todavia que 2021 está a ser o melhor de sua carreira. Para além de ganhar os torneios de Londres e Belgrado, foi também finalista vencido em Madrid e agora Wimbledon.

Hubert Hurkacz

Que torneio. Que ano. O polaco, 24 anos, já ganhou 3 torneios na carreira, dois deles este ano: Miami e Delray Beach. Os mais atentos já sabiam ao que vinha, sobretudo depois de uma conquista de um Masters 1000. E a verdade, todavia, é que Hurkacz não desapontou chegando às meias-finais, deixando para trás nada menos do que Daniil Medvedev e Roger Federer. Acabou por cair na meia-final perante Berrettini (6-3, 6-0, 6-7 e 6-4).  Ainda assim, mostrou um jogo bastante versátil e solidez defensiva, o que aliado a um bom momento de forma, o tornou num dos nomes grandes deste torneio e que vale a pena acompanhar no futuro. Para já subiu a número 11 do ranking ATP.

Denis Shapovalov

Com uma carreira de altos e baixos, o canadiano mostrou em Wimbledon que ainda pode aspirar a grandes feitos. É um dos mais talentosos jogadores do circuito mas, ainda assim, ganhou apenas um torneio na carreira. Aconteceu em Estocolmo, em 2019. Em Wimbledon chegou às meias-finais, perdendo para Djokovic (7-6, 7-5, 7-5). Mas o canadiano pode levar boas ilações do torneio dos Cavalheiros. “Agora sei a que nível posso jogar”, reconheceu Shapovalov, depois de deixar para trás Kohlschereiber, Andujar, Murray, Bautista Agut e Khachanov.

Daniil Medvedev

O russo era apontado como um dos candidatos ao título, porque é o número 2 mundial e também porque já mostrou capacidade para ser competitivo em todos os pisos, tendo no bolso, entre outros, o título de Australian Open (2021) e o Masters Final (2020), para além de ter sido finalista vencido no US Open (2020). A verdade, porém, é que o russo não passou dos oitavos de final, caindo perante Hubert Hurkacz (2-6, 7-6, 3-6, 6-3 e 6-3). Com esta derrota, Djokovic garantiu, logo ali, a continuidade como número 1 do mundo após Wimbledon.

Alexander Zverev

Ainda não foi desta. Tal como Shapovalov, a carreira de Zverev tem sido de altos e baixos. E apesar de mais vencedora – 15 títulos, dois dos quais este ano (Madrid e Acapulco) – a verdade, porém, é que continua aquém do seu talento e projeção. Outra vez, o alemão não passou dos oitavos de final, perdendo para o talentoso Felix-Auger Alissime (6-4, 7-6, 3-6, 3-6 e 7-4). Os seus principais resultados em Grand Slam continuam a ser as meias-finais do Australian Open (2020) e Roland Garros (2021).

Andrey Rublev

O número 7 do mundo foi uma sombra em Wimbledon. Tal como o seu compatriota Medvedev ou o alemão Zverev, Rublev também não chegou, sequer, aos quartos de final. Foi afastado por Marton Fucsovic (6-3, 4-6, 4-6, 6-0 e 6-3). Depois de um ano de 2020 com 5 títulos, o russo atravessa uma fase menos boa. Para já, este ano ganhou o torneio de Roterdão. Aos 23 anos, porém, tem tudo para continuar a evoluir e a médio prazo entrar, quem sabe, num top-5.

O campeão Djokovic


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS