É preciso crescer mais, para chegarem ao mundial Longboard, mas como?

Palex FerreiraNovembro 16, 20224min0

É preciso crescer mais, para chegarem ao mundial Longboard, mas como?

Palex FerreiraNovembro 16, 20224min0
O longboard sofre de dores de crescimento e Palex Ferreira olha para a situação actual da modalidade, que precisa de mais investimento e ideias

O Circuito Mundial de Longboard existe e atualmente apenas tem meia dúzia de etapas, sendo que três ou quatro estão destinadas a quem já se qualificou. Com a Europa a ter tido direito a uma etapa única ( e ainda bem), realizada em Newquay – Inglaterra e cuja prestação portuguesa até foi bem positiva, com o Frederico “Fred” Carrilho 4º na final, o Filipe “Lipe” Ferreira, António Dantas nas meias finais, o João Dantas que era o único que ainda estava qualificado no Mundial que ficou nos 1/4 Final, com o talentoso longboarder de Salinas Nico “Dora” Garcia a levantar o título (e a qualificar-se) , não esquecendo o brilhante vice-campeonato da Filha do Lufi, a Raquel Bento, na categoria feminina.

Mas só houve uma etapa, porque razão(?), num continente como a Europa, onde inúmeras provas de todos os desportos acontecem amiúde, sejam eventos de Longboard para qualificar europeus para integrarem o palco principal da modalidade, onde grande parte dos atletas tiveram que pagar as suas próprias deslocações para irem competir àquele nível, portaram-se bem mas não serviu de muito, porque não existe mais.

Porque não existem mais etapas na Europa?

A Europa essa que no passado tinha 3 ou 4 etapas de Longboard, o famoso e saudoso circuito EPSA (European Professional Surfing Association), depois o ETL (European tour of Longboard), agora é World Surf League, mas no Velho Continente só tivemos a presença de uma única etapa.

Será justo, dizer a estes jovens atletas que não vão conseguir lá chegar, porque não há mais eventos, e mais hipóteses, é isso?

Em Portugal e um pouco pelo mundo fora, muitas marcas investem no surf, ou pelo menos aproveitam-se dele para fins publicitários, mas competições não há!

Temos vindo a observar que em eventos de puro prazer e lazer, onde é apenas uma prova de convívio, e social hub onde aparecem sempre muita gente, compreende-se porque não sendo competição é ir curtir e não sonhar com outras possibilidades que seria ir competir para um título mundial, ou ficar nos tops mundiais.

O que é que falta ainda para haver mais investimento nas modalidades, e nos seus intervenientes, para pelo menos chegar ao nível do de surf de pranchinha que está no caminho certo, também obviamente por serem muitos mais praticantes. (não sei se é assim, mas é o que me parece a mim, logo opinião pessoal)?

Foto: Arquivo pessoal

Devemos criar mais grupos de trabalho, que procurem melhorar o trabalho até aqui feito, quer pela FPS (Federação Portuguesa de Surf), Clubes regionais, entre outros, como a Associação de Surf da Costa da Caparica que fez em parceria com uma marca a LUFI a etapa do Circuito nacional de Longboard na Costa – ainda o caso da Idden que fez de tudo para levar uma etapa ao norte, ao Marcelo Martins que faz a de Leça da Palmeira e no próximo fim de semana de 26 e 27 de Novembro o Surfing Clube de Portugal que vai realizar a última etapa do ano na praia de São Pedro do Estoril.

Mas falta mais, falta muito mais, é preciso criar mais infraestruturas, sejam elas privadas ou públicas, para permitir termos mais modalidades pelo mundo fora, a competirem contra os melhores atletas mundiais.

Falta ir à procura de marcas que tenham interesse nisso, não uma ou duas, mas dezenas, ainda falta muito trabalho a ser feito, por vezes “pro bono”,  mas não falta vontade de se plantar essas sementes, para que o futuro seja possível dizer que os nomes de muitos dos “nossos” atletas, serão atletas profissionais da modalidade “x”, e temos cá tanto talento que merece que esse trabalho seja feito.

Era só isso que tinha para dizer hoje, espero que contribua para alguma semente renascer, do trabalho investido de nomes como Lufi, Necas, Cebola, entre tantos outros que já produziram tantos eventos grandes e internacionais, mas esses já não voltam.

Agora é preciso procurar sangue novo para se criar de novo essa necessidade de trazer os melhores atletas do mundo cá, falo dos de Longboard claro, que os de surf e bodyboard já cá vêm com regularidade todos os anos, porque criaram equipas para trazer o WCT de Peniche, os WQS, Special Events, Big Wave Nazaré e os Challenger Series, o mundial de Bodyboard na Praia Grande, então para quem quiser apostar nisso temos know-how de sobra, do que é preciso, de quanto é preciso.

Só é preciso meter as mãos ao trabalho, e de malta que esteja pronta para isso!

Bora mas é que já se faz tarde!!! Longboard está na hora de despertar!


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