A “Agenda” do Rugby Português em 2022: O caminho para o Mundial

Francisco IsaacJaneiro 3, 20225min0

A “Agenda” do Rugby Português em 2022: O caminho para o Mundial

Francisco IsaacJaneiro 3, 20225min0
5 jogos decisivos que podem voltar a oferecer o sonho de estar num Mundial de Rugby a Portugal. Fica a saber a agenda de 2022 dos "Lobos"

Novo ano significa reinício de actividade desportiva a todos os níveis, e o rugby português joga uma “cartada” fulcral já a partir de Fevereiro, com o regresso do Rugby Europe Championship, competição que vai ditar ou não se os “Lobos” vão estar no próximo Mundial de Rugby. Mas que datas serão as mais importantes? Quais é que vão estar imbuídas numa cor mais decisiva? Olhemos então para esta Agenda e fiquemos já com tudo anotado.

A situação actual da Seleção Nacional “A” no Rugby Europe Championship é bastante positiva, ocupando o 3° lugar da classificação a par com a Roménia, ambos 14 pontos, sendo que estes adversários do leste europeu têm vantagem (para já) no confronto directo, enquanto a Espanha segue perto com 12 pontos. Ou seja, com 5 jogos por se jogar, Portugal tem de forçosamente garantir, no mínimo, vitórias nos dois jogos em casa, isto frente aos Países Baixos e Rússia (poderá ser um conjunto completamente diferente quando se apresentarem no Jamor no dia 19 de Março, isto devido à reformulação total da equipa técnica), e não podem se dar vacilos com a Roménia e/ou Espanha, de modo a garantir o apuramento directo como Europe2. Contudo, caso se registe uma derrota contra os Leones ou Carvalhos – perder ambos ditaria o fim do sonho, a não ser que Portugal derrotasse a Geórgia em Tbilisi no jogo de abertura da segunda volta da competição -, a calculadora entra em exercício e a caça ao ponto de bónus e pontos fará a diferença quando forem somados os números.

Fevereiro pode tanto ser o início do sonho ou do desassossego, surgindo a 12 de Fevereiro o encontro frente à Roménia, isto depois de ter jogado ante a Geórgia, e ainda ter de se jogar contra os Países Baixos no fim do mês (o cenário credível são a conquista de 6 pontos, 5 à conta dos neerlandeses e um defensivo na visita aos Lelos). Em caso de vitória sem ponto de bónus, e encaixando aqui o cenário credível atrás proposto, os homens de Patrice Lagisquet podem sair do segundo mês do ano com um total de 24 pontos, e que poderá até ter um fosso de 10 para com a Roménia desde que estes percam com a Rússia e não somem qualquer ponto defensivo nesse embate ou frente a Portugal, significando um segundo lugar solidificado quando faltam apenas dois jogos: viagem até Espanha (possivelmente jogado em Madrid) e recepção à Rússia. Cenário idílico era os vizinhos espanhóis chegarem a este super dérbi ibérico com uma derrota contra a Rússia (será jogado em Sochi), vitória frente aos Países Baixos e empate Roménia, de modo que mesmo que consigam vergar Portugal, não tenham a possibilidade de ultrapassar na classificação e assim manter tudo em aberto para a última jornada.

E o cenário credível ou realístico? Esse está carregado de dúvidas e interrogações, pois a Rússia poder ter feito uma mudança profunda até Fevereiro, sendo portanto outra equipa (lembrar que agora é Dick Muir o seleccionador, apoiado por Os Du Randt, ambos referências dos Springboks enquanto jogadores) e apresentar outra dimensão técnica e mental ao ponto de destabilizar a Espanha, o que seria uma boa notícia a curto-prazo para as hostes lusas, mas problemática caso os russos ganhem balanço nesta segunda volta a ponto de acreditar no sonho de estar no próximo Mundial. Tirando os Países Baixos da equação, o Espanha-Roménia de 27 de Fevereiro será 75% decisivo para o estabelecer de quem está mais fadado para a luta pelo 2° lugar, e neste momento são os de Leste a terem um ligeiro favoritismo muito por conta da extraordinária qualidade defensiva apresentada em 2021, apesar dos Leones possuírem uma destreza ofensiva de grande classe, e terem uma avançada confiante nas fases-estáticas e móvel no jogo aberto.

Pode Portugal chegar a Março já com o 2° ou 3° lugar “fechado”? Realisticamente, não, já que teria de ganhar os três jogos de Fevereiro com dois pontos de bónus, ou seja, 14 pontos que significariam um total de 28, esperando que surja um desastre nos seus adversários directos. No fim de contas, Portugal precisa de fazer 14 pontos nesta segunda volta (mínimo), garantir uma vitória frente à Roménia de modo a cancelar a vantagem deste seu adversário no confronto directo, e, também, somar 4 pontos ante a Espanha pondo fim a esta luta total, esperando que a Rússia não faça mais do que 17 pontos em 2022, garantido assim a classificação directa para o Campeonato do Mundo de 2023. Caso caia para 3° segue-se a repescagem, que virá na forma de uma liguilha a quatro disputada no fim deste ano com um adversário da Ásia (possivelmente Hong Kong), África (Quénia, Namíbia, Zimbabwe ou Gana) e Américas (Chile ou Estados Unidos da América), com só o primeiro classificado a receber o direito de estar em França em 2023.

Para simplificar, colocamos o seguinte quadro com a receita do credível e idealístico em jogo, num cenário que a selecção portuguesa de rugby terminaria com 29 pontos, assegurando o 2º lugar devido à derrota da Roménia frente a Espanha, Rússia e Geórgia.

Em suma, o caminho está montado e agora é esperar pelos primeiros passos de modo a perceber qual o futuro dos “Lobos” em 2022, sendo que caso emigrem para o tal torneio de repescagem, faremos a actualização num futuro artigo, dando a nota de que tal playoff será realizado em Novembro deste ano numa única localização.


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