3 pontos do SR 2020 R2: Sharks arrasam em terras kiwis

Francisco IsaacFevereiro 8, 20206min0

3 pontos do SR 2020 R2: Sharks arrasam em terras kiwis

Francisco IsaacFevereiro 8, 20206min0
E continua o instinto de grande predador destes Sharks, que prometem ser uma força reconhecida desta edição do Super Rugby! 3 pontos da 2ª jornada da competição do Hemisfério Sul

Warren Gatland à 2ª semana do Super Rugby manteve o seu estatuto de “génio” ao derrotar os Crusaders, naquele que foi o blockbuster desta jornada! Os pontos mais importantes da maior competição do Hemisfério Sul de clubes!

THE FASSI-TAMBWE-MAPIMPI CONNECTION!

Os Sharks entraram com tudo nesta temporada, pulverizando a defesa dos Highlanders por completo, somando uma vitória por 42-20 neste tour por terras neozelandesas. Três segredos proporcionaram este resultado à formação de Durban: conquista sucessiva da linha-de-vantagem onde Sikhumbuzo Notshe foi imperial (3 quebras-de-linha para o nº8 que jogava nos Stormers até esta época), proporcionando uma alimentação contínua de jogo contínuo; aproveitamento efectivo das fases-estáticas, com alguns dos ensaios dos Sharks a nascerem a partir de alinhamentos dentro dos últimos 30 metros; e um três-de-trás de grande impacto, encontrando e aproveitando o espaço com um poder de explosão e velocidade que vergou por completo a defesa dos Highlanders (Mitch Hunt a abertura foi um erro de casting, especialmente no que toca ao processo defensivo) onde Aphelele Fassi (2 ensaios, 1 assistência, 110 metros conquistados, 4 quebras-de-linha e 7 defesas batidos para o defesa de 22 anos), Madosh Tambwe (como é que os Lions permitiram a saída do ponta) e Makazole Mapimpi foram espectaculares.

A equipa sul-africana dizimou consecutivamente a formação neozelandesa de Otago, que apresentaram uma percentagem de 77% em termos de eficácia na placagem, um número bem preocupante para o elenco de Aaron Mauger neste primeiro jogo da época. Já os Sharks foram superiores nos detalhes defensivos, impelindo e bem a maior parte das oportunidades de ensaio dos Highlanders, apesar de Jona Nareki ter se mostrado em grande neste encontro com uma série de tackle busts e sprints imponentes que deram ainda algum alento aos neozelandeses mas que no final serviria de pouco.

Os Sharks já têm 9 pontos neste arranque de temporada e os objectivos de chegarem novamente aos playoff continuam a ganhar forma, ficando claro que são uma das equipas de maior categoria na conferência sul-africana desta temporada.

NOAH LOLESIO… RECORDEM O NOME!

Bernard Foley está no Japão, cenário que se aplica igualmente a Quade Cooper, assim como Christian Lealiifano, o que abre uma corrida desenfreada e recheada de dúvida ao lugar de médio-de-abertura aos Wallabies… quem é que vão ser as opções de Dave Rennie para o lugar 10 da Austrália? Bem, para os lados de Canberra há um newcomer a chamar a atenção de tudo e todos, tanto pelos seus apontamentos técnicos mas especialmente pela compreensão que detém do jogo e a forma como dá “cor” à estratégia de jogo dos Brumbies… falamos de Noah Lolesio. O abertura/centro de 21 anos foi um dos reforços dos Brumbies para esta temporada e do nada não só garantiu um lugar no plantel, como conquistou o direito de ser titular tendo sido um dos responsáveis pelas duas vitórias de início de época que colocam este elenco no topo da conferência australiana.

Com mais duas assistências somadas neste jogo frente aos Rebels (outra derrota categórica da equipa de Melbourne, que nem com Dane Haylett-Petty em topo de forma nunca foram ameaça para os Brumbies), Lolesio ditou a lei em diferentes aspectos, seja no dar consistência e profundidade ao ataque, no gerir a posse de bola dentro do seu meio-campo equilibrando entre uma estratégia de risco e uma manobra mais paciente e de criar ansiedade ao adversário por recuperar a oval, passando ainda pelos pequenos detalhes técnicos que inventam espaço para chegar à área de validação.

Vale a pena verem e reverem o offload do abertura aos 1:10 dos highlights, naquilo que realmente define o que é o Super Rugby e o rugby no Hemisfério Sul. O único pormenor negativo da sua exibição vai para o factor defensivo… a placagem foi boa em diversos momentos, mas em dois ensaios dos Rebels ficou exposto e acabou por ser um a menos na linha defensiva.

Outros destaques vão para Pete Samu, um dos responsáveis pela conquista de metros consecutiva e excelente envolvimento em todos os aspectos do jogo, Dane Haylett-Petty, Irae Simone e o “gigantesco” Solomone Kata, ponta que promete lutar por um lugar na selecção australiana já em 2020. Brumbies em alta, Rebels em baixa… tudo igual, certo?

Ah! E Lolesio sabe fazer drops… um pormenor de alto interesse!

GATLAND 1 RAZOR 0

Era o jogo mais esperado deste início de época, aquele que colocava os Chiefs de Warren Gatland contra os Crusaders de Scott Robertson, numa luta entre dois dos treinadores mais titulados do Mundo do Rugby dos últimos dez anos. Warren Gatland apresentou quase a sua melhor equipa – Nathan Harris não será mais opção por uma lesão sofrida no ombro e Luke Jacobson ainda não teve clean bill para voltar à competição – enquanto os tricampeões do Super Rugby apresentaram algumas novidades, como David Havili na posição de nº10 (efectuou uma grande exibição a nível do set-piece) e Sevu Reece de novo no XV titular, proporcionando um espectáculo imenso para o Super Rugby.

Igualmente como tinha acontecido na 1ª jornada, os Chiefs resgataram a vitória na 2ª parte depois de oferecerem algumas penalidades ao adversário, permitindo o avanço territorial dos Crusaders que desta vez não foram tão fortes no contra-ataque como de costume. Nos segundos 40 minutos, a ligação de Cruden-Lienert-Brown-DMAC aumentou de velocidade e foi expondo as raras falhas defensivas dos Crusaders, especialmente no que toca à defesa do breakdown (muito discutível algumas das decisões do árbitro do encontro, que permitia o acesso à oval no chão quando o defesa estava claramente com as pernas a tocar o solo ou em contacto com o corpo do adversário) e à reposição rápida após uma placagem a recuar.

Com Damian McKenzie a ostentar o estilo do costume e os Chiefs a evocarem o espectáculo de offloading e apoio dinâmico dinâmico – quem diz que Warren Gatland não gosta de rugby com bola na mão, então tem de rever o que sabe sobre o treinador -, o resultado passou de 08-12 para 25-15 de forma merecida e justificada. Scott Robertson sabe perfeitamente que a sua equipa não mostrou todos os seus melhores atributos, mas ficou ciente de que Warren Gatland sabe perfeitamente como ganhar jogos a doer no Super Rugby, existindo agora mais um “tubarão” na luta pelo título da competição.

OS JOGADORES-PORMENORES DA SEMANA

Melhor Chutador: Curwin Bosch (Sharks) – 17 pontos (90% eficácia, 4 conversões e 3 penalidades);
Melhor Placador: Tom Christie (Crusaders) – 20 placagens (100% eficácia) e 2 turnovers;
Melhor Marcador de Ensaios: Tanielu Tele’a – 3 ensaios;
Melhor Marcador de Pontos: Curwin Bosch (Sharks) – 17 pontos (90% eficácia, 4 conversões e 3 penalidades);
O Rei das Quebras-de-Linha: Sevu Reece (Crusaders) – 4 quebras-de-linha;
O MVP do Fair Play: Aphele Fassi (Sharks) – inacreditável prestação do defesa que está a começar a ganhar adeptos neste início de época…vejam o pormenor aos 3:29!


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