3 Destaques da 4ª jornada do Rugby Europe Trophy Feminino 22/23

Francisco IsaacAbril 15, 20235min0

3 Destaques da 4ª jornada do Rugby Europe Trophy Feminino 22/23

Francisco IsaacAbril 15, 20235min0
Portugal somou mais uma vitória no seu último jogo deste Rugby Europe Trophy 2022/2023 e fecha em glória a campanha

20 pontos em 20 possíveis, Portugal sobe ao principal escalão do rugby feminino da Rugby Europe, depois de derrotar a Alemanha por 20-05 em Hürth, fechando a campanha no Rugby Europe Trophy Feminino de 202/2023 com 100% de vitórias e um registo imaculado em todas as frentes.

MVP: LEONOR AMARAL

A decisão da MVP da tarde não foi de fácil escolha, uma vez que Ana Freire logrou marcar dois ensaios, em que um deles demonstrou manha para sair a jogar do ruck surpreendendo toda as jogadoras adversárias, e Marta Magalhães, a pilar, esteve em alta evidência na formação-ordenada e no se envolver positivamente no ataque. A decisão acabou por recair em Leonor Amaral, com a formação da selecção nacional a ser uma das responsáveis para destoar o nó que veio da 1ª primeira metade do encontro, energizando as suas companheiras a irem busca da velocidade e confiar no jogo à mão como solução para desbloquear uma Alemanha compacta e fisicamente forte.

Boa estabilidade no colocar a oval nas formações-ordenadas e no sair do ruck, comunicando as ordens ideias para que a sua avançada garantisse as plataformas de ataque, ou mantivesse uma postura agressiva na defesa junto ao ruck, num jogo em que não foi forçada a recorrer em demasia ao jogo ao pé.

Mesmo que alguns passes não tenham sido coroados por uma qualidade extremamente alta, a verdade é que a nº9 foi um fio-condutor essencial para garantir esta 4ª vitória das “Lobas” no Rugby Europe Trophy, fechando a campanha da melhor forma possível!

PONTO ALTO: RESPIRAR FUNDO E REFOCAR NO MOMENTO-CHAVE

Sim, verdade que os primeiros 40 minutos não foram dos melhores da temporada, com diversos erros a surgirem, seja na combinação de unidades, no ligar da bola entre fases ou no não cometer infrações com bola, o que acabou por arrastar um 0-0 para o intervalo, oferecendo uma ligeira centelha de esperança à Alemanha, que sonhava garantir uma 3ª vitória na temporada. Nas equipas que não possuem uma preparação mental tão forte ou desenvolvida, o facto de não estar a fazer valer a superioridade territorial e técnica em pontos pode ser uma “ponte” para o desnorte total, e levar a um resultado mais amargo… contudo, não foi o que aconteceu com as comandadas de João Moura, como se viu pela segunda-parte.

Após o regresso dos balneários, as “Lobas” lideradas por Daniela Correia (belo jogo da defesa, com um mão-cheia de pormenores técnicos deliciosos e que removeram quatro adversárias da sua frente) entraram em campo e simplesmente tornaram o total controlo em pontos, conseguindo “facilmente” cruzar a linha-de-ensaio por quatro vezes, e acabar com todas as dúvidas, fazendo valer de três princípios que têm sido mantras desta vitoriosa selecção portuguesa: velocidade, bola-viva e apoio. São elementos basilares de qualquer equipa que pretenda ganhar e atingir outro patamar, e nestes segundos 40 minutos ficou bem visível a diferença entre Portugal e Alemanha, com as atletas das Quinas a imporem um jogo à mão eloquente, entre offloads e passes no contacto, abrindo falhas e espaços por onde passar pela defesa germânica.

Outro ponto extremamente positivo passou pela formação-ordenada, com a selecção nacional feminina a novamente a ditar as regras e a empurrar o bloco contrário para trás, mostrando que esta fase-estática é um dos caminhos para chegar a território mais avançado.

PONTO A MELHORAR: ALINHAMENTO A LIMAR

Como já dissemos no ponto anterior, os erros cometidos com a oval em mãos acabou por adiar a vitória para a segunda parte deste encontro, e foi talvez a falha mais gritante no jogo de encerramento da campanha 100% gloriosa de Portugal no Rugby Europe Trophy 2022/2023. Os alinhamentos também se mostraram algo instáveis em determinados momentos, fruto também da boa disputa oferecida pela Alemanha no “ar”, o que será uma importante aprendizagem para o capítulo que segue, pois Suécia, Países Baixos e Espanha são largamente superiores nas fases-estáticas, fazendo do alinhamento uma “arma” para valer o seu controlo no jogo ou domínio no placard.

A disciplina pecou, mas após uma ida aos balneários acabou por estancar, com as atletas nacionais a imporem um foco mais claro e sem qualquer tipo de soluços.

ESTATÍSTICAS DE JOGO

Ensaios: Ana Freire (47′ e 63′), Matilde Goes (56′) e Sara Moreira (75′)
Turnovers: Maria Costa – 2
Quebras-de-linha: Daniela Correia – 2


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