3 Destaques da 3ª jornada do Rugby Europe Trophy Feminino 22/23

Portugal está com um pé e meio no próximo Women’s Rugby Europe Championship, depois de ter contundentemente derrotado a Chéquia no CAR Jamor por 51-00, conquistando uma terceira vitória consecutiva neste Rugby Europe Trophy de 2023, analisada ao pormenor neste artigo.

MVP: MATILDE GOES

Irrequieta, impossível de ser parada no primeiro contacto e uma das principais portadoras de bola nesta vitória “gorda” frente à Chéquia, a ponta Matilde Goes merece amplo destaque pela estupenda exibição registada nesta 3ª jornada do Rugby Europe Trophy. A atleta do SL Benfica pode ter somado mais de cem metros, conseguindo seis quebras-de-linha, batendo dez defesas pelo caminho (um par de hand-offs de categoria), dois ensaios e uma assistência, traduzindo-se numa das melhores prestações de um jogo que só teve um sentido: a área de ensaio da Chéquia.

Um dos detalhes mais interessantes notados na prestação da jovem três-quartos foi a forma como impôs uma possante aceleração quando chegava à linha de contacto, mantendo as pernas a trabalhar, o que forçou uma série de roturas defensivas na defesa contrária, com as atletas checas a terem grandes dificuldades parar amparar estas entradas no contacto. Inserida num três-de-trás letal e eficiente, Matilde Goes soube agradecer da melhor forma os passes que foi recebendo por parte das suas colegas, e o facto de ter estado envolvida em quatro dos oito ensaios marcados, é demonstrativo do quão importante foi neste encontro para o Rugby Europe Trophy.

PONTO ALTO: BOLA VIVA EQUIVALE A DOMÍNIO TERRITORIAL

A selecção portuguesa feminina soube manter a oval em alta rotação, esboçando uma série de offloads e passes no contacto que foram abrindo as brechas suficientes na defesa da Chéquia, que nunca teve capacidade para amparar os diversos golpes criados pelas “Lobas”. A genialidade técnica das atletas portuguesas e a virtude saber escolher os melhores momentos para ludibriar as adversárias desta 3ª ronda foi decisiva para os números finais registados, com ensaios para todos os gostos, como a finta de passe magistral de Leonor Amaral, ou a sucessão de pops e offloads no segundo ensaio de Matilde Goes, sendo a melhor prova da qualidade individual e colectiva que este colectivo português detém neste momento.

As fases estáticas estiveram, também, irrepreensíveis, dominando-as por completo frente a um adversário fisicamente (supostamente) mais forte/pesado, com a avançada portuguesa a ganhar sempre a frente no contacto, um sinal importante para o futuro. Por fim, a disciplina nunca foi um problema, tendo as comandadas de João Moura mostrado um foco constante do primeiro ao último minuto.

PONTO A MELHORAR: NADA A ASSINALAR

Uns passes errados, uma mão-cheia de erros no controlo de bola, e um par de pontapés que podiam ter recebido melhor direcção, este foi o somatório de pontos negativos da exibição de Portugal, o que significa… uma prestação de excelência. É difícil apresentar pontos ou críticas negativas perante uma equipa que até este momento marcou 161 pontos e apenas sofreu 5, demonstrando estar um ou dois patamares acima dos seus adversários deste Rugby Europe Trophy 2023, tanto do ponto vista físico, técnico, táctico ou mental.

ESTATÍSTICAS DE JOGO

Ensaios: Inês Spínola (22′), Leonor Amaral (30′), Ana Freire (35′), Isabel Ozorio (47′), Matilde Goes (60′ e 71′) e Daniela Correia (77′)
Conversões: Daniela Correia – 5
Penalidades. Daniela Correia – 1
Turnovers: Vários – 1
Quebras-de-linha: Matilde Goes – 5

Foto de Destaque de Luís Cabelo Fotografia por Federação Portuguesa de Rugby