3 Destaques da 2ª jornada do Rugby Europe Trophy Feminino 22/23

Francisco IsaacFevereiro 7, 20235min0

3 Destaques da 2ª jornada do Rugby Europe Trophy Feminino 22/23

Francisco IsaacFevereiro 7, 20235min0
Portugal solidifica o 1º lugar no Rugby Europe Trophy 2022/2023 com uma exibição de gala como explica Francisco Isaac

Portugal somou uma 2ª vitória neste Rugby Europe Trophy 2022/2023, derrotando a Finlândia sem dificuldades no CAR Jamor, o que garantiu às “Lobas” solidificar na 1ª posição desta segunda divisão de selecções da Rugby Europe, esperando agora por Março, altura em que se irá jogar o penúltimo encontro da competição frente à Chéquia. Mas antes de chegar a esse ponto, é altura de vermos os principais destaques deste último jogo!

MVP: MARIANA MARQUES

Numa exibição em que as “lobas” não concederam qualquer ensaio, marcando sete e em que o domínio territorial e de posse de bola foi avassalador, não é fácil optar por só um MVP quando várias atletas se destacaram a um nível alto neste encontro para o Rugby Europe Trophy, caso de Daniela Correia, Sara Moreira, Inês Spínola (o que tem crescido nos últimos dois anos é só explicável devido ao trabalho extra que a atleta faz), Inês Marques ou Beatriz Oliveira. Desta longa lista, o nome escolhido acaba por ser outro, com Mariana Marques a receber a distinção não só pelos hattrick conseguido, como pela quantidade extraordinária de quebras-de-linha, placadores batidos, placagens efectivas e segurança imposta na linha-defensiva portuguesa.

A atleta que joga actualmente nas Valkyries Normandie RC (liga Élite 2 francesa), conquistou uns alucinantes 150 metros, furando, com relativa facilidade, a defesa finlandesa, acelerando e carregando a oval para dentro do meio-campo adversário, no qual foi sempre bem acompanhada pela sua equipa, com destaque para Beatriz Oliveira e Daniela Correia, com a abertura e defesa a chegarem rapidamente para criarem uma linha-de-passe viável e rápida. Mariana Marques tem sido um destaque constante desde que Portugal voltou ao calendário internacional de rugby de XV, e este hattrick é só mais uma prova do enorme talento que a atleta, e a sua equipa, possuem.

PONTO ALTO: BRILHANTISMO EM TODOS OS PARÂMETROS

Ensaios para todos os gostos, desde mauls falsos que geraram passes inesperados, até rápidas recuperações de bola no ruck para se seguir um sprint imparável de qualquer uma das atletas de Portugal, sem falar do excelente jogo ao pé que levou a três ensaios das “Lobas” com Inês Spínola ou Mariana Santos a corresponderem geralmente bem a estas solicitações – algumas das quais criadas pelas próprias pontas. A sintonia da equipa comandada por João Moura foi geral e de enorme qualidade, com todos os sectores a conseguirem se interligarem da melhor forma, especialmente nos momentos de maior pressão, seja na hora de atacar e aproveitar oportunidades, ou de cerrar fileiras e defender, como aconteceu aos 14 minutos de jogo, sendo aí o único um dos únicos momentos em que a Finlândia esteve perto da área-de-validação portuguesa.

Sim, há um ou outro pormenor a limar, mas no global foi uma exibição de gala de Portugal, que continua a sedimentar a sua posição dentro do rugby feminino europeu, estando neste momento atrás de Espanha, Países Baixos e Suécia, no que concerne às competições da Rugby Europe. Destaque também para o facto das “Lobas” terem interceptado duas introduções finlandesas no alinhamento, e controlou a formação-ordenada do princípio ao fim, ditando bem os ritmos de jogo através do seu pack de avançados.

Excelente prestação neste 2º jogo para o Rugby Europe Trophy.

PONTO A MELHORAR: MANTER A INTENSIDADE MESMO COM LARGA VANTAGEM

Portugal conquistou uma larga vantagem ainda durante a primeira-parte, chegando ao resultado final quando o relógio batia os 70′, tendo sido durante os 50-70 o período de menor eficácia no ataque, muito por mérito da Finlândia que tentou baixar a velocidade de jogo através de fases mais lentas e de fechar a sua equipa. As “Lobas” podiam ter marcado mais pontos? Podiam, e mereciam ter colhido um resultado ainda mais dilatado especialmente pelos processos desenvolvidos, com o público presente no CAR Jamor a ter tido oportunidade de ver um conjunto bem sincronizado e de ideias excelentemente bem definidas.

Não se deram falhas de placagem gritantes, a nível disciplinar a equipa foi exemplar na maior parte do tempo e respondeu sempre da melhor forma quando a equipa de arbitragem ajuizou alguma penalidade contra, somando-se ainda uma estabilidade fiável na posse de bola e inteligência no recorrer ao jogo ao pé (só dois pontapés foram problemáticos, um deles à passagem do 10º minuto de jogo).

Ou seja, foi uma exibição de franca alta qualidade, perante um adversário que ofereceu só alguma resistência nas fases-estáticas e dentro dos 22.

ESTATÍSTICAS DE JOGO

Ensaios: Mariana Marques (7′, 45′ e 62′), Inês Spínola (23′), Mariana Santos (30′), Sara Moreira (34′) e Adelina Costa (70′)
Conversões: Isabel Ozório 2 e 2
Turnovers: Inês Marques – 2
Quebras-de-linha: Mariana Marques – 5


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