3 Destaques da 3ª Jornada do Rugby Europe Championship 2022

Francisco IsaacFevereiro 26, 20225min0

3 Destaques da 3ª Jornada do Rugby Europe Championship 2022

Francisco IsaacFevereiro 26, 20225min0
Vitória e mais 5 pontos para Portugal, que assim conquista a sua primeira vitória neste Rugby Europe Championship e ainda pode sonhar com o Mundial

Portugal não cometeu erros na recepção aos Países Baixos e garantiu 5 preciosos pontos na luta por um lugar no próximo Campeonato do Mundo, com os comandados de Patrice Lagisquet a registarem um 59-03, sem que o adversário tenha tido oportunidade de ter a oval dentro dos últimos 15 metros, nesta 3ª ronda do Rugby Europe Championship.

O MVP: PEDRO BETTENCOURT

Retorno à titularidade para Pedro Bettencourt, que agraciou os espectadores no Complexo Desportivo das Caldas-da-Rainha com uma estrondosa exibição que ajudou aos “Lobos” garantir uma vitória esmagadora na recepção aos Países Baixos, nesta 3ª ronda do Rugby Europe Championship 2022. O centro que tem dado cartas ao serviço do Oyonnax nos últimos dois anos, mereceu a confiança de Patrice Lagisquet, e, ao seu jeito, correspondeu da melhor forma possível com dois ensaios, uma assistência, cinco quebras-de-linha, sete defesas-batidos (três tackle-busts pelo meio), quatro placagens e dois offloads, enchendo assim os 3/4’s de Portugal com uma execução de alta qualidade, completando alguns dos melhores movimentos de Portugal neste encontro.

A clarividência na hora de escolher a melhor zona por onde atacar e infligir dano, a maneira como conseguiu quase sempre forçar um recuo à defesa neerlandesa, que raramente soube como paralisar as entradas do centro, e ainda a capacidade de abrir espaços sucessivamente a cada arrancada, apresentaram-se como alguns dos principais elementos da prestação de excelência do atleta formado no CDUP, podendo ser um tónico importante para os próximos encontros deste Rugby Europe Championship.

A calma, inteligência e agressividade em cada movimento com e sem bola (as unidades das linhas atrasadas de Portugal foram criando sucessivas linhas de corrida que enganaram os seus adversários constantemente), ofereceram outra versatilidade ao ataque luso, sem esquecer a eficácia total na defesa, o que acabou por colocá-lo como o melhor jogador em campo, entre os vários destaques.

PONTO ALTO: ATAQUE SEMPRE EM RODEPIO E A CRIAR

Sim, o leitor poderá dizer que o adversário deste encontro eram os Países Baixos, uma selecção que está decididamente alguns níveis abaixo das suas restantes adversárias deste Rugby Europe Championship, e que esse elemento poderá tirar algum do brilhantismo da exibição portuguesa. Porém, seria errado apagar ou desmerecer a excelente prestação dos homens de Patrice Lagisquet, pois foram constantemente superiores ao adversário, nunca permitindo estes sequer entrar dentro dos 22 metros com a oval controlada, tendo Portugal tido a primazia do ataque do princípio ao fim, concluindo quase 10 ensaios entre as diversas combinações de ataque, com Jerónimo Portela, Pedro Bettencourt, João Bello, Raffaele Storti (entrou do banco a mil e foi uma dor-de-cabeça constante para os neerlandeses, atingindo o seu 6º ensaio frente a este adversário em dois anos) a descortinarem ou a aproveitarem espaços para lucrar pontos a favor de Portugal.

Imprevisibilidade, diversas opções a surgir quer dentro ou fora do portador de bola, linhas-de-ataque em falso que agarravam o adversário neerlandês e abriam espaços entre a linha de defesa destes, e uma qualidade imensa na criação de jogadas, impuseram total domínio português no encontro, transformando o seu controlo de bola em pontos e um caminho claro em direcção à conquista dos 5 pontos. A entrada dos suplentes não tirou qualquer volatalidade e energia ao elenco português, muito pelo contrário, já que Raffaele Storti, João Dias, Nuno Mascarenhas ou José Lima continuaram a manter os níveis de aceleração e dinamismo no seu ponto mais alto até ao encerramento deste encontro.

PONTO A MELHORAR: NADA A APONTAR

Dificilmente poderá ser apontado algo a melhorar à seleção portuguesa depois de uma vitória tão incontestável como esta, em que os “Lobos” só cometeram 7 penalidades ao longo do encontro, tendo perdido apenas duas formações-ordenadas (nenhuma de introdução sua) não por recuo da sua avançada mas por tempos de encaixe errados, e ainda só um alinhamento que não chegou ao destino final, com estes pormenores a demonstrar como não houve uma falta sistemática em qualquer dos parâmetros de jogo. Portugal sabia como explorar as fragilidades dos Países Baixos desde o apito inicial, acelerando a oval quando era necessário, controlando as operações com uma falsa lentidão quando era assim preciso, e foi construindo o resultado com qualidade e certeza, com o 23 convocado a corresponder ao que se pedia.

Ou seja, e em suma, o conjunto nacional luso foi praticamente irrepreensível em todos os espectros do jogo e estratégia, foi capaz de realizar 6 turnovers no breakdown, em que três deles levaram a ensaio, com o último de Dany Antunes a ter começado nesse ponto de recuperação da oval, e assumiu-se como força dominante até ao término final deste embate da 3a ronda do Rugby Europe Championship.

ALGUNS DADOS

Melhor marcador de pontos: Dany Antunes – 19 pontos
Melhor marcador de ensaios: Pedro Bettencourt e Rafael Simões- 2


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