3 Destaques da 2ª Jornada do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacFevereiro 11, 20235min0

3 Destaques da 2ª Jornada do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacFevereiro 11, 20235min0
Portugal segue 100% vitorioso no Rugby Europe Championship, com uma exibição sem erros frente à Polónia em Varsóvia

Portugal já garantiu a presença nas meias-finais do Men’s Rugby Europe Championship 2023 graças a uma estupenda vitória frente à Polónia, ficando agora por decidir quem termina em 1º lugar deste grupo B da competição. Mas antes de esperarmos pela 3ª ronda deste torneio, fica a saber os nossos destaques deste encontro.

O MVP: RODRIGO MARTA

Recorde batido, Rodrigo Marta é o maior marcador de ensaios da selecção nacional masculina sénior de Portugal desde que temos registos oficiais. O ponta português marcou um poker nesta visita à Polónia, atingindo a marca de 25 ensaios, sendo neste momento o melhor marcador de ensaios da competição, com 5 a par de Vincent Pinto. Para além disso, o atleta ex-Belenenses Rugby ainda somou cinco quebras-de-linha, bateu treze defesas (novo máximo da competição), conquistou 110 metros de terreno, e cumpriu em todos os capítulos impondo outra prestação estrondeante numa tarde em que diversos outros jogadores portugueses também realizaram prestações do mesmo nível, como Mike Tadjer (outra belíssima prestação por Portugal, a todos os capítulos), Nicolás Martins, Jerónimo Portela, José Lima (decididamente a parelha de centros dos “Lobos” é uma das razões pelo qual os ensaios continuam a surgir em grande torrente) ou Martim Belo.

Voltando a Rodrigo Marta, a versatilidade que apresenta à ponta oferece toda outra letalidade ao ataque dos “Lobos”, que sobe ainda mais de tom quando conjugado com Vincent Pinto (ou mesmo com Raffaele Storti ou Manuel C. Pinto) e Simão Bento (ou Nuno Sousa Guedes), acelerando processos, garantindo um aproveitamento mais claro das oportunidades, sendo que este três-de-trás foi responsável por 9 ensaios (8 marcados e mais uma assistência), 7 quebras-de-linha, 22 defesas batidos, 3 offloads e 240 metros de terreno conquistado. Minimamente sensacional, e indicativo da abordagem ofensiva de Portugal.

PONTO ALTO: ATAQUE SEMPRE NA MUDANÇA MAIS ALTA

No título está o ataque, mas comecemos pela contrarresposta ou, melhor, a capacidade para responder ao ataque adversário conseguindo recuperar a oval rapidamente no breakdown ou contacto para depois montar ainda mais velozmente linhas-de-passe e chegar à área-de-validação. Portugal somou sete turnovers, forçou doze erros polacos nas fases-estáticas (total domínio na formação-ordenada) e impediu que surgisse qualquer ensaio ou oportunidade nessa linha do outro lado, com isto a resultar em total domínio das dinâmicas de jogo. Depois toda a harmonia e sincronia na estratégia ofensiva portuguesa foi sensacional, forçando constantes erros e problemas na defesa contrária, com Samuel Marques e Jerónimo Portela a criarem um elo de criação sempre uno e consistente, com o apoio aos portadores de bola a serem velozes na sua aproximação, garantindo um constante avanço no terreno de jogo.

Sem ter de voltar a falar do três-de-trás, é importante ressalvar o como Tomás Appleton e José Lima têm sido fulcrais no dar forma e injectar fisicalidade no jogo ao largo, retirando daí os elementos necessários para que os “Lobos” tenham melhores e mais condições para fazer uso da posse de bola, fomentando oportunidades que valem autênticos ensaios, ou que levam a esse fim. Tudo faz sentido, todos cumprem nos seus papéis, há um à vontade enorme entre unidades e uma clara consciência de como e quando devem surgir nos diferentes sectores do jogo.

PONTO A MELHORAR: NADA A APONTAR

Afinar e garantir que as fases sejam mais “limpas” talvez foi o único problema de Portugal nesta visita à Polónia, mas, como contra a Bélgica, é difícil de reunir um número de erros maior, quando a diferença de qualidade entre ambos os lados ficou bem explicita no resultado final: foram 11 ensaios contra zero do adversário, 9 penalidades para 17, poucos erros de handling e sem mais nenhum registo negativo nesta viagem até Gdynia. Patrice Lagisquet terá ficado mais satisfeito com a prestação desta segunda jornada do Rugby Europe Championship, com os “Lobos” a mostrarem melhor clarividência na hora de construir fases, de arriscar e sair com a oval no jogo corrido, de procurar o jogo ao pé curto quando a defesa contrária sobe em demasia, e de garantir uma excelente resposta na placagem ou breakdown. Decididamente o tipo de prestação que a equipa técnica portuguesa procura garantir a cada nova jornada e jogo, lembrando que a Polónia é um adversário de um nível abaixo, sendo importante frisar a seriedade com os “Lobos” encararam este encontro.

DADOS ESTATÍSTICOS

Melhor marcador de pontos: Rodrigo Marta e Vincent Pinto com 20;
Melhor marcador de ensaios: Rodrigo Marta e Vincent Pinto com 4;
Mais quebras-de-linha: Rodrigo Marta com 5;
Mais defesas batidos: Rodrigo Marta com 13;
Melhor placador: José Madeira com 12 (nenhuma falhada);
Mais turnovers: Vários com 1;


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