3 destaques da 1ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacSetembro 11, 20225min0

3 destaques da 1ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacSetembro 11, 20225min0
Está de volta a Super Cup 2022, e os Lusitanos entraram a ganhar no primeiro encontro da fase-de-grupos. Fica a saber como foi neste artigo

Início morno para os Lusitanos XV, vice-campeões em título da Super Cup, que na visita à formação neerlandesa do Delta, acabou por sair com a vitória por uma margem de sete pontos (26-19), tendo passado por alguns calafrios na segunda-parte, isto num encontro em que poderia ter resolvido as dúvidas do resultado ainda nos primeiros 40 minutos, e estes são os três destaques desta 1ª jornada.

MVP: MANUEL CARDOSO PINTO EM BRASA

Dos quatro ensaios marcados por Portugal, o defesa português esteve envolvido directamente em dois, com um a ser da sua autoria (o primeiro do encontro, na sequência de uma excelente movimentação dos Lusitanos), assistindo Pedro Lucas para os seus cinco pontos, e tendo estado ainda na jogada que acabou por resultar no bis de Francisco Rosa no recinto Amersfoort nos Países Baixos. Mas e se retirarmos os ensaios da equação, o defesa da Agronomia Rugby realmente fez a diferença? Sem dúvida, já que a maioria das situações de maior perigo ofensivo resultaram de investidas de Manuel Cardoso Pinto, somando seis quebras-de-linha e doze defesas batidos ao longo de 80 minutos, com só João Vieira a conseguir estar na peugada do nº15 português nestes pormenores estatísticos, por assim dizer.

Sempre que a oval ia de encontro às mãos do internacional português, seguiam-se boas combinações ofensivas, colocando a defesa contrária em sobressalto, e que só não teve um impacto maior devido à falta de acerto no último passe ou entrada no contacto, um factor partilhado pela maioria das unidades que surgiam soltos na linha-de-ataque. A defender nem tudo correu bem, e pode estar associado a um dos três ensaios consentidos pelos Lusitanos, contudo, o impacto que teve no dar uma dimensão mais ameaçadora ao ataque e contra-ataque da franquia portuguesa foi essencial para garantir 4 pontos importantes neste arranque da Super Cup 2022.

PONTO EM ALTA: VONTADE DE CRIAR E ENVOLVIMENTO GERAL

No que toca à prestação a defender, pouco se pode dizer da exibição dos Lusitanos, já que passaram a maior parte do encontro com a oval em seu poder, tendo sofrido dois dos três ensaios em momentos de contra-ataque, onde ficou mais exposto o erro individual do que colectivo. Já no ataque ou na construção de fases, os Lusitanos mostraram novamente uma vontade de expandir o seu jogo, de constante procura de soluções quer no exterior ou interior, inventando espaços para provocar falhas sucessivas do Delta, com estes a conseguir resolver ou, melhor, atenuar esse impacto devido a uma boa defesa em cima dos últimos cinco metros. Houve vontade de criar, “inventar” e de apresentar aquele lado mais criativo sobejamente reconhecido a esta nova era do rugby português, e que quando correu bem acabou por colocar o seu adversário nesta primeira jornada da Super Cup de rastos, faltando só acertar melhor o passe e definir com outra confiança o breakdown para obter um resultado mais dilatado.

Lembrar que Jerónimo Portela ficou de fora à última da hora por lesão, e que Nuno Sousa Guedes, Vasco Ribeiro, Tomás Appleton, não foram convocados por motivos de lesão/ausência forçada, tirando alguma margem e fluidez às linhas-atrasadas dos Lusitanos, com isto a forçar a João Bello entrar no papel de centro, uma posição muito pouco usual para o atleta do CDUP (jogou assim até ao escalão sub-18), o que em determinado momento do encontro acabou por significar um acumular de erros na condução do ataque.

PONTO A REVER: ALINHAMENTOS PECARAM E DESATENÇÕES OFERECERAM SUSTO

Começando pelo alinhamento: sim, não há dúvidas que o critério da equipa de arbitragem foi, em algumas situações, discutível, e que Duarte Diniz e os pods de salto acabaram excessivamente penalizados, porém, os jogadores dos Lusitanos perderam tempo a tentar convencer o árbitro e assistentes que não havia nada de errado nas introduções, acabando isto por afectar os jogadores em certos momentos, alguns deles em partes do terreno críticas.

De qualquer forma, mesmo tendo perdido dois lançamentos nos últimos 5 metros próprios, a verdade é que os homens de Luís Pissarra e João Mirra foram buscar a oval ao breakdown, mostrando aqueles nervos de aço quando a intensidade do jogo estava a subir a um ponto complicado, reequilibrando os pratos da balança. Mas estas pequenas desatenções, que se podem somar as falhas que originaram o 1º e 2º ensaio da equipa do Delta, não podem surgir dessa forma, especialmente frente aos Castilla y León Iberians, que facilmente aproveitarão para construir um resultado mais dilatado e que vai acarretar outras consequências no caminho para chegar novamente à final. Não há dúvidas que os Lusitanos foram largamente a equipa que mereceu ganhar nos Países Baixos nesta primeira jornada, todavia, dar espaço para um adversário como o Delta sonhar, e sentir que podia obter um resultado histórico é imperativo não acontecer nas próximas jornadas.

NÚMEROS E DADOS DO JOGO

Pontuador máximo: Pedro Lucas – 11 pontos (1 ensaio e 3 conversões);
MVP: Manuel Cardoso Pinto – 100 metros, 6 quebras-de-linha e 12 defesas batidos;
Chutador: Pedro Lucas – 6 pontos (3 conversões e uma falhada);
Turnovers: Vários – 1;
Detalhe: João Vieira conseguiu cair no chão e levantar-se rapidamente em três situações, ganhando no processo quase 40 metros de terreno;


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