Fórmula 1 2023: A temporada até ao momento pt.2
Analisadas as cinco primeiras classificadas da Fórmula 1 2023, surge o momento de descortinar as restantes equipas do pelotão. Da Alpine que aspira a aproximação à McLaren, à AlphaTauri que procura estabilidade e competitividade. O relato daquilo que se passou, na primeira fase da temporada, com as equipas menos faladas da Fórmula 1.
Alpine
Embarcaram em 2024 com dois pilotos da casa. Esteban Ocon (que já ocupara um dos lugares da equipa) e Pierre Gasly (o escolhido para colmatar a saída de Fernando Alonso). A rivalidade entre os pilotos da Alpine é conhecida e perdura desde o tempo dos Karts. Contudo, este não tem sido o maior problema da Alpine esta temporada. As recorrentes trocas diretivas ameaçam a competitividade da equipa e prometem criar instabilidade.
Otmar Szafnauer teve no Grande Prémio da Bélgica, pelo menos por enquanto, o seu último momento ao serviço da Alpine. Fruto da revolução interna da marca francesa Otmar foi afastado do cargo de chefe de equipa juntamente com Alan Pérmane (Diretor Desportivo) e Pat Fry (Técnico executivo). De saída da Alpine, o agora ex chefe de equipa, teceu duras críticas às altas esfias da equipa: “Querem sucesso instantâneo, mas não é assim que funciona”. Bruno Famin foi o escolhido para liderar a equipa, temporariamente.
Desportivamente a Alpine iniciou a temporada com o objetivo de se aproximar à McLaren. Se é verdade que nas primeiras corridas foi mais competitiva, rapidamente foi ultrapassada pela McLaren. As últimas corridas antes da pausa de verão foram desastrosas. Recorde-se do Grande Prémio da Hungria, onde os dois pilotos ficaram afastados da prova na primeira curva.
Tiveram o ponto alto da temporada o pódio conquistado no Mônaco por Ocon. O terceiro lugar no Mónaco chegou a ser considerado um ponto de viragem na competitividade da Alpine, mas essa evolução não se confirmou.
Williams
A Williams de James Vowles tem sido uma das surpresas do campeonato. O engenheiro que trocou a Mercedes pela Williams, para assumir a liderança da equipa tem conseguido “arrumar a casa” e colocado a equipa num caminho ascendente, novamente.
Como habitual, a temporada começou sufocante para os homens da Williams. A construção do carro acabou bem perto dos testes de pré-temporada, o que perturbou os trabalhos da equipa no derradeiro momento para preparar a época. Todavia, com o decorrer das várias corridas a equipa foi evoluindo e contou com um fantástico Alex Albon que está a maximizar o potencial do carro, até ao último segundo. Também Sargeant tem vindo a acumular bons momentos, ainda que, esteja substancialmente à quem do esperado, um vez que ainda não conquistou qualquer ponto esta temporada.
Mais do que quais queres bons resultados, que possam ter valido os onze pontos conquistados, o momento alto da temporada da Williams foi a contratação de James Vowles. O britânico está a conseguir reconstruir o “gigante adormecido” que se perspetiva vir a acordar a médio-longo prazo.
Haas
A equipa de Günther Steiner ocupa o oitavo posto do campeonato de construtores com onze pontos conquistados, à semelhança da Williams. A Haas Ferrari apostou no regresso de Nico Hülkenberg à fórmula 1, naquela que está a ser a primeira temporada do germânico ao serviço dos americanos.
Dos onze pontos totalizados pela equipa, Hülkenberg conquistou nove, isto é, a esmagadora maioria. A superioridade do alemão, quando comparado com Magnussen é clara e evidência o bom regresso de Nico. Na semana do Grande Prémio nos Países Baixos a Haas confirmou a renovação contratual com Hülkenberg e Magnussen para 2024.
Ao nível da performance a Haas tem tido os seus melhores momentos em qualificação. Tal como a Ferrari, a marca americana tem dificuldades em manter uma igualdade de performance entre qualificação e corrida.
O ponto alto da temporada foi protagonizado por Nico Hülkenberg no Grande Prémio da Áustria. O piloto alemão conseguiu qualificar-se em quarto e acabar em sexto a corrida sprint.
Alfa Romeo
A época de 2023 não está a ser positiva para a Alfa Romeo. A saída de Frédéric Vasseur para a Ferrari aparenta ter perturbado a equipa que já vive com o pensamento em 2026, altura em que a Sauber passará a ser propriedade da Audi.
A equipa soma nove pontos à chegada a Zandvoort, menos quarenta e dois pontos que na época passada. A pontuação analisa pragmaticamente o momento da Sauber Alfa Romeo. A falta de competitividade tem sido uma constante nas hostilidades da Sauber esta temporada.
Bottas e Zhou têm feito os possíveis para amealhar o maior número de pontos possíveis, mas a vida não está fácil para os pilotos da Alfa Romeo.
O momento alto da equipa foi no Grande Prémio do Bahrein onde conquistou quatro pontos, resultado do oitavo lugar de Bottas.
Alpha Tauri
Com a saída de Gasly para a Alpine Nyck de Vries foi o escolhido para substituir o francês. O neerlandês conquistou a atenção de equipas e pilotos, depois dos pontos conquistados na sua corrida de estreia pela Williams em 2022. Contudo, a estreia a efetivo na Alpha Tauri não foi a esperada para De Vries. O piloto acabou despedido antes da pausa de verão, tendo sido substituído por Ricciardo apartir do Grande Prémio da Hungria.
Com Nyck De Vries a passar por dificuldades de adaptação, face a um carro muito pouco competitivo, Yuki Tsunoda foi o salvador da pátria para a “equipa b” da Red Bull. Conquistou os três pontos da Alpha Tauri, até ao momento, não tendo feito melhor que a décima posição.
O ano não está a ser positivo para a marca italiana que vê em Daniel Ricciardo e em Mekies (engenheiro recém-contratado à Ferrari) uma esperança para tornar a sorrir.
É difícil eleger um momento positivo entre as más performances da equipa esta temporada.