Max Verstappen é candidato ao título
Em agosto, no rescaldo do Grande Prémio na Hungria, Max Verstappen afirmou que não iria vencer mais nenhuma corrida em 2025. Pois bem, enganou-nos – e talvez também se tenha enganado.
A ida a Budapeste foi precisamente antes da pausa de verão Max acabara de terminar em nono lugar, por isso, até podemos presumir que aquelas palavras eram mais emocionais do que deveriam ser, mas a verdade é que depois das férias de verão, o neerlandês e a Red Bull entraram noutra forma. Em cinco provas desse o fim das férias, ganhou três e terminou as outras em P2. E o melhor? é que só perdeu pontos para um dos McLaren por uma vez, para Piastri, nos Países Baixos. Recuperou cerca de 60 pontos para o líder do campeonato e está a 40 do australiano. Nota: ainda há 141 pontos em jogo.
Prova da recuperação do piloto neerlandês é também os melhores resultados que Yuki Tsunoda tem obtido. Neste mesmo período, o nipónico conquistou 18 dos 28 pontos que leva na temporada. É, por isso, um facto que o RB21 é melhor do que era em março, no primeiro Grande Prémio da temporada.
Começam também a ser notórios os problemas no seio da McLaren, quer pelo mau ambiente existente entre pilotos e estrutura e entre os próprios pilotos, exacerbados pelos incidentes que envolveram os dois pilotos, quer pelas reações aos mesmos que não agradaram a Norris e a Piastri. Aliás, diria que Piastri tem muitas mais razões de queixa da equipa do que o britânico. Lembremo-nos das alegadas “papaya rules”, que raramente favorecem o líder do campeonato, mas favorecem o britânico.
Tudo cria ruído à volta da equipa, que distrai os pilotos do mais importante: a pista. Verstappen é completamente alheio a isso e, pela primeira vez nesta temporada admitiu que está na luta pelo título. Também eu admitiria se tivesse ganho 23 pontos ao líder num fim de semana.
Temos também visto Ferrari e Mercedes metidas no meio da luta destes três. Em Austin, Leclerc dificultou a tarefa a Norris e Hamilton ficou à frente de Piastri. Em Singapura, Russell venceu; em Baku até Lawson ficou à frente dos dois McLaren. A equipa de Woking não vence desde os Países Baixos e parece surgir um problema, a próxima pista (México) não deverá favorecer o MCL35. Nem Las Vegas deverá trazer um fator extra aos papaias – ainda não foram ao pódio -, restando apenas Brasil, Qatar e Abu Dhabi para equilibrar as forças. E a questão é exatamente essa, o equilíbrio de forças de que a McLaren não esperava e de que não está a lidar de todo. Sabemos todos perfeitamente de que em carros equilibrados, o piloto faz muita diferença e que, portanto, Max leva a melhor em relação a todo o grid.
A cinco Grandes Prémios do final, temos o campeonato relançado como não seria de esperar de todo no rescaldo dos testes de fevereiro, em que a McLaren era largamente mais forte. Termino a minha reflexão com uma pergunta: deve a McLaren favorecer Piastri para tentar garantir que vence o Mundial de Pilotos?



