Fórmula 1 2024: o que se passou até agora pt.2
Depois de olharmos para as três equipas primeira classificadas no mundial de construtores da Fórmula 1 2024, é altura de vermos quem está do 4º lugar para baixo, começando pelos comeback boys, a Mercedes!
4º Mercedes – 266 pontos
Na NBA existe um prémio para o jogador que mais evoluiu ao longo da temporada. Se este prémio se aplicasse a uma equipa de F1, este ano, a vencedora seria a Mercedes. A equipa de Brackley passou de uma travessia do deserto, pois no início da temporada o monolugar germânico não passava do quarto carro da grelha, a uma grande distancia dos carros da frente. Ora, uma mudança de filosofia de ‘zeropod’ – isto é, o carro tinha muito estreito, com as laterais muito reduzidas –, para um carro largo, um dos mais largos na grelha, aliás. Os resultados não foram imediatos, mas assim que as evoluções ao longo da temporada foram chegando, os resultados apareceram e hoje a Mercedes é uma equipa que luta por vitórias. E podemos contar com este W15 para ganhar mais até ao final do ano.
Lewis Hamilton é o flecha de prata melhor classificado. O heptacampeão do mundo tem 150 pontos e, desde o GP do Canadá, não ficou nenhuma vez abaixo do quarto posto, Além disso, Hamilton já leva quatro pódios e duas vitórias – em Silverstone e Spa -, além de um pódio na sprint da China, nesta que é a sua ‘tour’ de despedida das cores da Mercedes.
George Russell também já deu motivos de festa à equipa de Toto Wolff. Venceu na Áustria e acrescentou um pódio em Montréal. Mas nem só de festa está a ser feita a temporada do piloto de 26 anos. Já viu uma vitória em Spa ser-lhe retirada por o seu carro não cumprir o peso mínimo regulamentado, assim como viu uma possibilidade de vitória em Silverstone fugir-lhe das mãos, devido a uma falha hidráulica no seu monoposto. Russell conquistou até agora 116 pontos.
5º Aston Martin – 73 pontos
A Aston Martin joga no seu próprio campeonato, demasiado longe de ter o quarto carro, e algo longe do sexto carro, a escuderia britânica luta geralmente pelo 9º e 10º lugar em condições normais, mas que, fruto de algumas incidências envolvendo outros pilotos, podem até ficar melhor classificados. Tal aconteceu na Arábia Saudita com o quinto lugar de Alonso e o sexto no Japão com o mesmo, ou com os sexto e sétimo dos dois pilotos no Canadá. Ao contrário da temporada transata, a equipa de Silverstone ainda não conquistou nenhum pódio – por esta altura, em 2023, Alonso já havia conquistado seis pódios – e chegou mesmo a ter várias corridas em que ambos os pilotos ficaram fora dos pontos.
O principal problema da equipa prende-se com a gravíssima falta de velocidade de ponta, não por culpa da sua unidade motriz da Mercedes, mas por haver demasiado arrasto. Mike Krack, team principal da equipa, admitiu que não estão na direção certa e que precisam de entrar nos eixos rapidamente. A esta altura, o objetivo é manter o quinto lugar no campeonato e evoluir o carro da melhor maneira para ficarem mais próximos da frente.
Alonso é o piloto melhor classificado com 49 pontos, tendo o seu melhor resultado sido, como já foi referido, um quinto lugar na Arábia Saudita. Lance Stroll colecionou 24 pontos. O seu melhor resultado foi um sexto lugar na Austrália.
6º Visa Cash App Racing Bulls – 34 pontos
Que bela temporada está a fazer a Racing Bulls. Ao leme de Laurent Mékies, a equipa B da Red Bull está a ter o seu melhor ano desde 2021, quando ficou em 6º com 142 pontos. Dificilmente chegará a essa marca, mas é bastante provável que consigam atingir os 50 pontos. Muito pela excelente forma que Yuki Tsunoda vem apresentando desde o Bahrein, aspirando o lugar de Checo Pérez na equipa principal – e que está a merecer, diga-se. Tsunoda é o piloto com mais pontos na equipa, com 22 pontos, pontuou em sete corridas e o seu melhor resulta foi o sétimo lugar na Austrália e Miami. Pontou ainda numa sprint, na pista da Flórida. Daniel Ricciardo, pelo contrário, não tem mantido a consistência do piloto nipónico, no entanto, demonstrou uns poucos bons momentos, como o quarto lugar na sprint de Miami. Tem 12 pontos e o melhor resultado ao domingo foi o oitavo lugar no Canadá.
7º Haas – 27 pontos
Também uma belíssima temporada está a fazer a Haas. A equipa norte-americana, que em janeiro deste ano, demitiu Guenther Steiner das funções de team principal e promoveu o japonês Ayao Komatsu a essa mesma função, por isso, a equipa sediada em Banbury encaminha-se para a sua melhor época desde 2018.
Komatsu introduziu uma série de mudanças de filosofia que parecem estar a ter um impacto positivo, tais como deixar de lado a cultura de culpar os outros. Algo também importante foi maximizar o que tem, isto é, melhorar o carro dentro daquilo que os recursos financeiros disponibilizam.
Nico Hulkenberg é o piloto com melhor classificação na equipa, tendo acumulado 22 pontos. Os seus melhores resultados foram dois sextos lugares consecutivos na Áustria e Grã-Bretanha. Kevin Magnussen, de saída da equipa e possivelmente da F1, apenas conquistou cinco pontos. O seu melhor resultado foi um oitavo lugar no Red Bull Ring.
8º Alpine – 11 pontos
O que dizer da Alpine? Tudo mal naquela equipa. Carro mal construído, motor pessimamente construído e nada fiável. Pelo menos, as evoluções já apresentadas conseguiram trazer alguma competitividade ao carro que inicialmente era o pior. Aliás, no início da temporada, havia a graça de que o A524 tinha a competitividade de um carro de F2. Para piorar a situação, a instabilidade interna no seio da equipa parece ser o principal fator para isto que se vê da equipa de Enstone. Ainda recentemente, Bruno Famin deixou o posto de team principal para dar lugar a Oliver Oakes, responsável máximo da Hitech. Existe ainda uma ameaça de greve por parte dos funcionários da fábrica, caso a equipa decida abandonar os motores Renault para apostar na unidade motriz da Mercedes. Ou seja, temos uma equipa a desmoronar-se muito rapidamente.
Pierre Gasly foi o piloto que conquistou mais pontos, com seis. Conseguiu por duas vezes chegar ao nono lugar, em Montréal e Catalunha. Ocon, em pé de guerra com a equipa e de saída da mesma conquistou cinco pontos, sendo o nono lugar em Spa o seu melhor resultado
9º Williams – 4 pontos
A Williams está a ter graves dores de crescimento em 2024, tudo causado pela aposta para este ano, que implicou construir um monolugar do absoluto zero, algo que a equipa não fazia há largos anos. Por isso, não é de surpreender a baixa pontuação em comparação com o ano passado. Os quatro pontos foram conquistados por Alex Albon, com dois nonos lugares nas ruas de Monte Carlo e em Silverstone. Logan Sargeant, de saída já anunciada, está a zeros, e diria que o seu foco já está completamente desviado para a IndyCar em 2025.
10º Sauber – 0 pontos
Que não haja dúvidas, a Sauber já só pensa na Audi a partir de 2025. No entanto, é triste de ver um nome presente na F1 há cerca de três décadas desaparecer pela porta dos fundos. No início da temporada o C44 parecia ser um carro com uma boa base de trabalho, mas a falta de desenvolvimento levou a equipa ao estado em que está: constantemente nos últimos lugares da classificação. Ainda assim, Guanyu Zhou conseguiu extrair um 11º lugar no Bahrein. Valtteri Bottas, por sua vez, conseguiu dois 13º lugares no Mónaco e Canadá
A temporada de F1 retoma no fim de semana de 23 a 25 de agosto, em Zandvoort, para o GP dos Países Baixos.
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