15 grandes Talentos do basquetebol feminino nacional (Parte III)

José AndradeSetembro 22, 202110min0

15 grandes Talentos do basquetebol feminino nacional (Parte III)

José AndradeSetembro 22, 202110min0
Os últimos 5 talentos do basquetebol nacional com destaque para as "americanas" Beatriz Jordão ou Maria Carvalho. Fica a saber mais sobre as nossas atletas

Para esta semana, o final da nossa lista de 15 grandes jogadoras do nosso basquetebol com idade igual ou inferior a 23 anos. Numa imensa lista de craques, foi muito complicado escolher apenas 15, foram muitas as que ficaram de fora, mas é garantido que vão ser elogiadas ao longo de toda a época. Por tudo isto, venham daí que vamos falar e ficar a conhecer melhor os últimos 5 nomes da nossa lista aqui no Fair Play, desta vez com alguns nomes que brilham lá fora.

Leonor Serralheiro – GDESSA

Começamos por uma base de 23 anos, um mega talento do basquetebol nacional, que curiosamente ganhou o “bichinho” através do filme “Space Jam”, foi aí que Leonor Serralheiro descobriu a sua paixão pelo basquetebol, ela que começou no GDESSA muito nova e que até hoje não conheceu outras cores como jogadora. Um outro dado curioso, é que é colega da sua irmã Beatriz, as manas Serralheiro são duas das craques maiores da Liga Skoiy, mas quando falamos de Leonor Serralheiro além da muita qualidade que salta à vista em cada jogo, um dos outros destaques é a resiliência, isto porque apesar da idade já teve duas lesões graves e em cada uma delas não só as superou como ainda voltou mais forte e mais jogadora.

Uma base que cedo deu nas vistas, que chegou à equipa principal muito jovem, mas que sempre se destacou por uma base que atira, constrói e se movimenta com excelência, que ainda se destaca pelo passe e por jogar bem dos dois lados do campo, isto para além da grande capacidade de sacrifício como se foi vendo sempre ao longo da carreira.

A atleta barreirense é uma das figuras do GDESSA, desde cedo é vista como uma referência, bastando para isso recuar às sub-16 onde foi MVP do campeonato regional de Setúbal e vice-campeã nacional de sub-16 e sub-19. Leonor Serralheiro é já um dos maiores nomes da Liga Skoiy e vai ser com toda a certeza um dos nomes mais falados durante a época. 6.7 pontos, 44.1% de lançamentos de campo, 28.8% na linha de três pontos, 3.7 ressaltos, 3.2 assistências e 2.0 roubos de bola foram estas as médias por jogo base na última temporada, bem reveladoras da qualidade da jogadora do GDESSA.

Leonor Serralheiro – GDESSA

Marta Vargas – Rhode Island Rams

Para a nossa segunda jogadora desta semana, vamos dar um salto até aos Estados Unidos da América, para falar de Marta Vargas, uma base que pode jogar a extremo e que tem vindo a encantar todos em Rhode Island. A base começou muito cedo a dar nas vistas, tendo dado os primeiros passos na Escola Secundaria de Vergílio Ferreira, dando o salto para o SL Benfica, onde aos 12 anos já brilhava e se destacava a nível nacional, pela maturidade, capacidade técnica e porque jogava já como se tivesse o dobro da idade que tinha.

Por essa qualidade e maturidade chegou mesmo à equipa principal do SL Benfica aos 16 anos e também não demorou a captar as atenções de universidades, tanto pelas exibições nas águias, como pelas prestações nas seleções jovens de Portugal, onde brilhou muito desde também muito cedo. A jogadora natural da Amadora, destaca-se pela alta intensidade, pela capacidade de lançar bem de todo o lado, dai o ser uma boa lançadora de três pontos e a prova disso está que em todos os jogos da última temporada. É ainda uma base que dá muitas garantias no ataque, uma jogadora capaz de criar, mas que se destaca principalmente na altura de meter as bolas no cesto, assumindo quando outras colegas não conseguem e sem tremer a Marta atira a contar.

Muito cedo se olhou para Marta Vargas como uma futura estrela da seleção nacional, nem sempre teve sorte e a prova disso a lesão que a afastou mais de um ano (de 2019 a 2020), mas até nesse momento se viu a capacidade de superação e trabalho de Marta Vargas. Um enorme talento, que tem vindo a crescer e a melhorar muito o seu jogo e que no fim da sua estadia nos Estados Unidos da América vai de certeza dar o salto para uma boa liga de basquetebol. 9.4 pontos, 35.6% de lançamentos de campo, 32.0% de lançamentos da linha de três pontos, 1.8 ressaltos e 2.0 de assistências, foram estas as médias por jogo da Marta na última temporada que comprovam a qualidade da nossa jogadora.

Marta Martins – SL Benfica

Continuamos com uma base, neste caso de 20 anos e que já foi mencionada na nossa segunda parte, que é Marta Martins, ribatejana e um dos maiores talentos do basquetebol nacional. Apesar da idade, foi uma das peças mais importantes das conquistas na última temporada do SL Benfica. Desde muito cedo a dar nas vistas, aqui tal como a Mariana Silva uma jogadora que tive a honra de ver jogar desde os primeiros anos. A base ribatejana fez formação no Rio Maior Basket, no Santarém Basket e depois mudou-se para o SL Benfica, onde terminou o percurso formativo e chegou a sênior.

A base sempre se destacou pela raça e entrega, duas características que se foram evidenciando cada vez mais ao longo dos anos, sendo também uma jogadora ofensivamente muito versátil, capaz de desempenhar várias funções e todas elas de forma irrepreensível, lutadora, que batalha e que dá garantias nos ressaltos, defendendo com qualidade, somando ainda a visão de jogo que foi aprimorando ao longo dos anos, mas que sempre foi mostrando desde muito cedo.

Marta Martins sempre teve muita atenção em cima, olhada como uma das pérolas do basquetebol português, e que sempre foi correspondendo, mostrando mais do que todos esperavam e de época para época o crescimento e desenvolvimento desta atleta do SL Benfica é absolutamente incrível. 5.3 pontos, 47.6% em lançamentos de campo, 26.8% na linha de três pontos, 2.1 ressaltos, 3.5 assistências e 0.8 de roubos de bola, estas foram as médias da Marta Martins na última época, uma jogadora que cresceu muito e se soube sacrificar muito pelo coletivo.

Marta Martins – SL Benfica

Maria Carvalho – Utah Valley Wolverines

Para a nossa penúltima jogadora, mais uma base e neste caso que joga fora, isto porque a Maria Carvalho vai para a terceira época fora de Portugal, ela que é uma das estrelas em Utah e que depois de fazer história na época passada quando esta universidade chegou pela primeira vez à fase final, ao torneio NCAA tendo mesmo conseguido fazer parte da equipa da conferência. Falando de Maria Carvalho, começou a jogar em 2011, fez formação no SL Benfica, logo aqui era notório o seu talento e a ambição, isto porque ela fazia nesta altura mais de 100 km para treinar, mas depois de ter estado no clube da Luz, esteve no CAR (Centro de alto Rendimento) no Jamor por dois anos e depois mudou-se para Aveiro, onde jogou e brilhou muito no Vagos. Jogadora que desde muito cedo se mostrou ao mundo do basquetebol, como uma atleta diferenciada e feita para os melhores campeonatos.

Aquilo que podemos ver nos Estados Unidos, é de ser uma jogadora que trabalha muito, que não tem medo de pegar na bola seja em que circunstância for e que depois se destaca pelos pormenores técnicos deliciosos. Desde cedo também sempre se revelou muito ambiciosa, o sonho dela é a WNBA, mas a certeza que temos, é que Maria Carvalho vai estar entre as melhores do mundo.

É uma atleta que agrada a todos, capaz de liderar, que pega no jogo, quanto mais a bola lhe passar pelas mãos melhor para a equipa, pulsada por uma uma técnica de lançamento muito apurada, que atira muito bem da linha de três pontos, que tem uma leitura de jogo muito acima da média, sendo uma craque. Pondera cada decisão de carreira muito bem, evoluí de jogo para jogo e que, acima de tudo, tem muito talento. 12.9 pontos, 36.8% de lançamentos de campo, 30.3% de lançamentos da linha de três pontos, 5.1 nos ressaltos, 3.3 assistências e 1.6 de roubos de bola, foram estas as médias de Maria Carvalho nesta última temporada histórica, números que refletem a excelente época da nossa portuguesa e a qualidade e capacidade da lisboeta.

Beatriz Jordão – Iowa State Cyclones

Para terminar a nossa lista, vamos falar sobre Beatriz Jordão, uma poste de 22 anos que também está emigrada e que desde muito cedo se espera que atinja grandes feitos. Beatriz Jordão, natural dos Matos do Carriço em Pombal, começou por se destacar cedo pela altura, isto porque aos 11 anos a Beatriz já tinha 1,79 cm, mas era pelo que conseguia fazer com a bola que merecia atenção, já tão cedo ia além de uma poste alta e forte fisicamente. Beatriz Jordão iniciou o seu percurso no Basquete Clube de Pombal, tendo aos 12 anos sido convocada para as seleções sub-15 e, durante um ano, mudou-se para o Núcleo do Desporto Amador de Pombal (NDAP), onde venceu a Taça e o Campeonato nacional.

Depois de alguns anos surgiu o Centro de Alto Rendimento do Jamor, a equipa do CPN (Clube de Propaganda da Natação) para seguir para a última equipa no nosso país, o Quinta dos Lombos, equipa onde se destacou em alta. Títulos, exibições desde muito nova que enchiam os olhos de todos, sucesso nas diversas equipas e nas seleções e um talento que estava à vista de todos, tudo isso leva a que a Beatriz Jordão tenha dado salto para os Estados Unidos da América onde já vai para o seu quarto ano, três em South Florida Bulls e esta temporada que vai começar em Iowa.

Jogadora alta, mas que se destaca por muito mais, é uma excelente ressaltadora, defende muito bem, é uma atleta com um footwork de muita qualidade e que ofensivamente oferece muito, isto porque não se limita a usar o físico, pois detém qualidade com a bola nas mãos. Tem vindo a melhorar muito no tiro, mesmo no lançamento tem sofrido uma evolução absurda e a juntar a isso tem vindo a crescer ainda mais no aspeto defensivo, uma poste cada vez mais forte e que dá muitas garantias ao dominar nas tabelas.

A temporada passada não foi a melhor, pois perdeu algum espaço, mas mesmo assim registou, 2.7 pontos, 47.3% de lançamentos de campo e 3.3 de ressaltos de médias por jogo, ela que este ano vai ser das peças mais importantes em Iowa e vai com toda a certeza acabar a temporada com ótimos números. Estaremos cá para falar muito mais de Beatriz Jordão, ela que como todas as jogadoras que falámos aqui tem tudo para chegar às melhores ligas do mundo.

Chegou ao fim a nossa lista, foram 15 nomes de imensa qualidade que abordámos aqui, todas elas com muitas provas dadas, com muito potencial e todas elas já sendo o presente, são o futuro do basquetebol nacional e internacional. Acompanhem basquetebol feminino, não deixem de ver estas enormes atletas e espero que tenham gostado.


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