Reconhecimento a quem merece ser Reconhecido – Inês Faustino

José AndradeSetembro 19, 20237min0

Reconhecimento a quem merece ser Reconhecido – Inês Faustino

José AndradeSetembro 19, 20237min0
Voltamos ao espaço de Reconhecimento a quem merece ser Reconhecido no basquetebol nacional, desta vez José Andrade traz-nos Inês Faustino

Hoje voltamos ao nosso espaço de Reconhecimento a quem merece ser Reconhecido para falar de uma das estrelas do basquetebol nacional, Inês Faustino. Ela é um dos maiores nomes do basquetebol nacional, figura de destaque na Liga Betclic Feminina e por isso acompanhem-nos e fiquem a saber mais sobre Inês Faustino.

O começo de Inês Faustino no basquetebol recua aos seus 11 anos naquela que foi a sua casa por muitos anos, o Esgueira, clube onde iniciou a sua carreira, onde se formou como jogadora, conquistou o seu primeiro título e onde mais do que isso se formou como ser humano. Começou no basquetebol um pouco “empurrada” pelo seu pai, que a levou para o mundo da bola laranja por achar que a sua filha tinha as costas tortas, como tal o basquetebol foi a solução ideal para tratar de tudo e a verdade é que as costas de Inês Faustino não são tortas e a paixão pela bola laranja acabou por conquistar a base aveirense de uma forma arrebatadora.

A verdade é que era o futebol que chamava mais por si, quando entrou no basquetebol foi de forma um pouco contrariada uma vez que o que chamava por ela era o mundo do futebol. Como já referido, começa no Esgueira onde faz a sua formação e onde cedo dá nas vistas, caso mais flagrante quando em Cadetes vence o Campeonato Nacional em 2008 conquistando ainda o prêmio de MVP e deixando já bem à vista de todos o grande fenómeno que estava a surgir no basquetebol nacional.

Durante os seus anos de formação no Esgueira foi-se cimentando como um dos maiores valores em Portugal, destacando-se cada vez mais chegando assim o convite para o Centro Nacional de Treinos Colégio Calvão, não muito longe da sua casa, mas um passo que dizia bem do que Inês Faustino já ia demonstrando pelos campos fora do basquetebol nacional, um passo importante na sua formação. Inês Faustino chega ainda jovem à equipa principal do Esgueira, sendo aos 16 anos a principal base da equipa que na altura atuava na Liga Feminina e já um dos grandes destaques do basket luso.

Depois de Calvão surge ainda a passagem pelo CAR – Centro Alto Rendimento do Jamor, numa altura em que as mudanças de clube começaram a surgir na vida de Inês Faustino, primeiro com a ida para o AD Vagos onde foi determinante em algumas das melhores temporadas da equipa aveirense com destaque para a Taça de Portugal que em 2012 venceram com a base a ser uma das maiores estrelas. O protagonismo a nível nacional era muito, nesta altura já contava com presenças nas Seleções Nacionais jovens brilhando em Campeonatos da Europa e em muitos momentos pelos conjuntos das quinas. Nesta altura, já contava com uma bagagem cheia de experiências e provas dadas ao mais alto nível, mesmo sendo ainda muito jovem e em 2013-2014 acrescentou mais uma quando se mudou para o Algés. O projeto Lisboeta era ambicioso, contava com algumas das melhores jogadoras nacionais e por isso de forma natural Inês Faustino foi aposta, chegando para assumir um lugar de grande destaque continuando assim a ganhar espaço entre os rostos mais conhecidos do basquetebol português.

Ao serviço do Sporting CP conquistou o CN 1ª Divisão, brilhou e passou por um dos momentos mais complicados da sua carreira quando sofreu uma lesão no ombro que a retirou por algum tempo da competição, quando regressou foi fundamental para o Sporting garantir a manutenção, mas pouco depois e de forma abruta e inesperada, a equipa de Alvalade terminou com o basquetebol feminino.

Após todos estes momentos, Inês Faustino rumou aos Açores onde foi aposta do União Sportiva, estando uma temporada no conjunto insular antes de regressar a Aveiro e mais concretamente ao AD Vagos para fazer mais uma temporada numa equipa onde já tinha passado 4 temporadas. Conquistou a brilhar e a espalhar a sua magia passando depois pelo Carnide e Boa Viagem, antes de na temporada passada ter regressado à Liga para representar o Quinta dos Lombos onde conquistou uma Taça de Portugal de forma brilhante e onde sem surpresas se assumiu como uma das estrelas do nosso basquetebol.

Em Algés afirmou-se ainda mais como uma das melhores jogadoras nacionais, vencendo logo à chegada a Supertaça e sendo determinante na equipa Lisboeta. O brilho era cada vez maior, já era uma figura monumental do nosso basquetebol e depois de tanto se destacar pela nossa liga chegando com isso à Seleção Nacional de Seniores, em 2015 surge a oportunidade de rumar a Espanha onde esteve no Celta de Vigo, realizando assim um dos seus sonhos, jogar lá fora. A experiência trouxe muitos ensinamentos à nossa craque aveirense que em 2015 regressa a Portugal para ser o rosto do projeto Sportinguista que surgia com ambições no desporto nacional.

A atleta é um exemplo, um daqueles nomes que é conhecido pelo seu enorme talento que a coloca num patamar de excelência no basquetebol, mas muito pela sua capacidade de trabalho. Já aos 16 anos brilhava na liga e trabalhava como poucas, com o passar dos anos e o amadurecimento ainda maior de Inês Faustino, esse lado trabalhador foi ficando ainda proeminente, sendo sempre um dos traços que mais impressionou todos os que foram acompanhando o seu percurso, levando a que fosse sempre uma das melhores independente de onde jogasse, cimentou o seu estatuto com muito suor e algumas lagrimas, mas é desde cedo uma das estrelas do basquetebol de Portugal e um dos exemplos que mais deve ser seguido.

Uma lenda real de carne e osso que merece todo o destaque e reconhecimento, com ou sem títulos, seja em campeonato ou divisão for, Inês Faustino é uma das craques maiores do mundo da bola laranja que tanto nos apaixona, uma das maiores de sempre com muito ainda por conquistar e alguém que mostra a todos como se deve trabalhar, é sobre tudo isto que falámos daquela que foi a nossa escolha para Figura do Reconhecimento a quem merece ser Reconhecido


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