Apreciação da temporada de 2023 da F1 – Parte 1
No passado mês de novembro, chegou ao fim a 74ª temporada do Campeonato do Mundo de F1. Chegou a hora de passarmos à análise de uma época que pouca emoção nos ofereceu, mas que, ainda assim, teve os seus momentos memoráveis.
No Campeonato de Construtores, o título foi ganho pela Red Bull Racing. A equipa austríaca conseguiu o impressionante marco de 860 pontos, chegando, assim, ao 6º título de construtores. No segundo lugar, aliás, num longínquo segundo lugar, ficou a Mercedes, com 409 pontos. Duas vezes os pontos dos alemães não seriam suficientes para destronar a equipa das bebidas energéticas. O pódio ficou completo pela Scuderia Ferrari, que conquistou 406 pontos. Foi a 48ª vez que a equipa transalpina terminou uma temporada de Fórmula 1 no pódio.
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No Campeonato de Pilotos, o título foi conquistado por Max Verstappen. O neerlandês alcançou o terceiro título da sua carreira e de forma consecutiva. 575 pontos foi a marca que nenhum piloto conseguiu bater. A prata foi para Sérgio Pérez que, com 285 pontos, conquistou o melhor resultado geral na carreira. Por fim, o bronze foi para Lewis Hamilton. O Heptacampeão do Mundo conquistou 234 pontos.
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1º: Red Bull – 860p
Max Verstappen queria conquistar o Tri e a Red Bull deu-lhe as asas. O RB19. Mas que carro que o génio Adrian Newey e o seu departamento técnico construíram. Verstappen conquistou 19 vitórias – um novo máximo numa só temporada – e ainda acrescentou quatro vitórias em Sprints, além das 12 “poles positions”. Sergio “Checo” Pérez também teve as suas conquistas: duas vitórias e ainda outras duas nas sprints, além de duas “poles position”. No total, a equipa sediada em Milton Keynes contabilizou 21 vitórias em 22 possíveis, 14 “poles position”, 30 pódios e 5 vitórias em sprints. Números nunca antes registados nos mais de 70 anos de história da F1.
Verstappen atingiu um nível nunca visto na F1. Claro, já houve anos dominantes por parte de pilotos. Hamilton, Vettel, Schumacher, Mansell, Senna, Prost, entre outros, dominaram, mas jamais ao nível do “Leão Neerlandês”. Poucas seriam as dúvidas de que o piloto de 26 anos tornar-se-ia o campeão de 2023, mas estaríamos longe de imaginar que bateria recordes.
Quanto a Pérez, esta temporada teve um sabor agridoce. Numa fase inicial, o mexicano sonhou em lutar pelo campeonato. Duas vitórias e dois segundos lugares nas primeiras 4 provas aumentaram as expectativas do piloto, no entanto, uma série de maus resultados no Mónaco, Catalunha e Montreal, afetaram-no psicologicamente e nunca mais conseguiu recuperar a forma inicial.
2º: Mercedes – 409p
Bem, mais um ano em que a construtora alemã não conseguiu estar ao nível das temporadas de glória entre 2014 e 2021. Os 6 pódios de Lewis Hamilton salvaram, de um certo modo, um segundo lugar no campeonato. Naturalmente que os dois pódios de George Russell ajudaram, mas este ano, o jovem piloto britânico viu-se a cometer erros inimagináveis para um piloto que se diz ter potencial de campeão do mundo. E de forma consecutiva. Tais maus resultados apenas lhe renderam a 8ª posição no campeonato de pilotos com 175 pontos. Hamilton, como já fora mencionado, conquistou 234 pontos e terminou em terceiro.
3º: Ferrari – 406p
Scuderia Ferrari… O que dizer da maior equipa da história do automobilismo? A equipa de Maranello teve mais um ano aquém das expectativas. A fantástica vitória de Sainz em Singapura não ofuscou mais um ano repleto de trapalhadas por parte da equipa de Fred Vasseur. Leclerc conquistou 5 “poles position”, no entanto, devido a tal desequilíbrio do SF-23, nunca conseguiu converter o excelente desempenho de uma volta de sábado, nos mais de 300km de domingo. Apenas conseguiu 3 terceiros lugares e 3 segundos lugares, terminando a temporada em 5º lugar com 206 pontos.
No caso de Sainz, a temporada pode resumir-se a muita falta de sorte: erros estratégicos (que também prejudicaram Leclerc), problemas com a fiabilidade dos motores e Las Vegas, no qual atingiu o pico da falta de sorte. Recordando o evento, Sainz passou por cima de uma tampa de saneamento, bateu com o fundo do carro, destruindo tanto a tampa, como o fundo e a unidade motriz do seu carro. Ainda assim, além da vitória, o espanhol conquistou mais dois terceiros postos e terminou a temporada em 7º lugar, com 200 pontos.
4º: McLaren – 302p
Tal como a Ferrari, o que dizer da “papaia”, todavia, num bom sentido. A equipa de Zak Brown viu-se nos últimos lugares do pelotão no Bahrain e na Arábia Saudita e conseguiu dar uma volta de 180º, conseguindo mesmo vencer uma sprint através de Oscar Piastri, no Qatar. Esta foi a única vitória, mas os pódios juntaram-se à conta, maioritariamente, pelas mãos de Lando Norris.
Norris conquistou 7 pódios (6 segundos lugares e 1 terceiro) e ainda conseguiu mais dois em sprints (1 segundo lugar e outro terceiro lugar). Terminou a temporada em 6º lugar com 205 pontos. Foi a melhor temporada da carreira do piloto de 24 anos
Piastri venceu e convenceu. Por muito que a sua vitória na sprint não fique registada como uma vitória oficial, não deixa de ser impressionante tê-la conquistado no seu ano de “rookie”. Para acrescentar à vitória, mais dois pódios (1 terceiro lugar e outro segundo lugar), além de mais um pódio na sprint do GP da Bélgica. Terminou a sua primeira temporada na F1 em 9º lugar, com 97 pontos.