Juan Quintero: há recuperação e salvação para o Mago no Dragão?
“Muitos clubes já me contactaram pelo Juan Fernando, da Colômbia como de outras Ligas. Mas uma coisa é certa, o FC Porto não o volta a emprestar. Só o deixará sair se for para uma transferência definitiva”
Esta foram as declarações do empresário de Juan Quintero em finais de Outubro quando questionado sobre a situação do médio-ofensivo para o mercado de Janeiro. O colombiano que voltou a sorrir na sua terra natal, recebeu assim uma mensagem importante em relação ao seu futuro.
O empresário foi ainda mais longe ao dizer que,
“Outra possibilidade que se está a ponderar é o Juan Fernando voltar ao Porto. Tudo ficará mais claro no próximo mês. Ainda assim, para mim o Quintero tem todas as condições para jogar na Europa.”.
Com isto abre-se uma “luz” para o fantasista sul-americano que em certos momentos deliciou as bancadas do Dragão, com uma série de pormenores de altíssima classe, que motivaram elogios rasgados dos adeptos e, até, de treinadores. Quintero deixou grandes saudades no Porto, uma vez que foi dos poucos jogadores a apresentar uma certa magia com a redonda nos pés.
Mas o seu carácter mais temperamental, o seu fraco profissionalismo e a débil concentração que apresentava, motivou a sua saída do FC Porto, naquilo que foi uma redoma de empréstimos atrás de empréstimos. Depois de dois anos a jogar pelo FC Porto onde somou 62 jogos, 6 golos e 15 assistências (bem melhor que vários jogadores que passaram e ficaram largas épocas no FC Porto), o colombiano passou pelas mãos dos franceses dos Rennes e nesta última época pelo DIM da Colômbia.
Ficou o belo registo naquelas duas épocas, onde desbloqueava jogos com pormenores fantásticos… recordamos um deles contra o Setúbal.
Em França surgiu muito brevemente, realizando apenas 14 jogos, algo muito “curto” para uma época inteira. Os dragões que esperavam poder rentabilizar o passe de Quintero ou voltar a tê-lo na equipa de uma forma perene, optaram por libertá-lo e emprestá-lo ao DIM.
No Independiente da Colômbia, Quintero voltou a redescobrir-se, atingindo um excelente nível exibicional com 16 golos e 10 assistências em 36 jogos, algo que só se viu na primeira época de azul-e-branco. Juan Quintero regressou aos grandes palcos, decidindo bem nos jogos em que actuou, gozando de um estatuto especial em Medellín.
O próprio admitiu que sente que tem grandes possibilidades em regressar à Invicta, como manifestou em Maio de 2017,
“No momento certo será tomada uma decisão, mas é muito difícil que fique aqui até Dezembro. Quando tiver de ser, darei a notícia. No Porto tenho as portas abertas”
Este sentimento deverá ser mútuo uma vez que no Dragão a situação financeira não é boa o suficiente para ir ao mercado recrutar novos activos, com Wendell a ser uma carta quase fora do baralho, assim como Ruben Ribeiro e outros. A verdade é esta, o FC Porto já não tem a capacidade para gastar euros de uma forma exuberante, é uma época de contenção e de “cintos” apertados algo já analisado pelo Fair Play anteriormente.
Ou seja, a situação é a favorável para o regresso do nº10, uma vez que não há nenhum jogador com o seu valor a um preço tão baixo como o de Quintero. Vendê-lo é um erro tremendo porque, e isto é importante de frisar, o FC Porto não tem margem para discutir preços altos. Quintero é um jogador que até passou quase 8 meses sem jogar, voltou para a sua Pátria e agora parece estar bem… mas até quando? E como?
Conhecido o perfil de treinador de Sérgio Conceição pelos adeptos do FC Porto, recuperar jogadores é consigo, uma vez que o conseguiu com Marega, Aboubakar, Reyes, Sérgio Oliveira ou Hernâni. O caso da dupla africana de avançados é o mais conhecido, com ambos a marcarem 35 golos no total, na presente temporada. O timoneiro do FC Porto é um homem que, pelos vistos, é dotado de uma boa comunicação, convencendo os jogadores a ficar no seu plantel e a servir o FC Porto mais uma vez.
Quintero está mais adulto, apesar dos seus 24 anos, e pode trazer algo que por vezes falta ao meio-campo azul-e-branco: magia, fantasia, toque de bola, desequilíbrios, velocidade e leitura de jogo. Não era um problema no momento de defender, já que também sabia meter o pé quando era necessário, apetrechando bem o seu jogo no meio-campo.
Faltava-lhe alguma velocidade e “pulmão”, algo que tem de trabalhar a fim de garantir um papel importante em equipas europeias. Mas com Conceição, bem utilizado pode render bons lances no ataque, fazendo “girar” a equipa adversária ao seu gosto. O requinte com que joga com a bola, a capacidade em levantar a cabeça e pôr a bola no momento X.
A questão com Quintero é a mesma que a de Óliver: responsabilidade, intensidade e dedicação. O espanhol que tem um bom toque de bola e que consegue ser um génio em certos momentos, é, também, um sério problema na hora de defender, não demonstrando grande conhecimento do posicionamento táctico na hora de ter que descer para o seu meio-campo defensivo. Este pormenor erradicou-o do onze titular e do banco, muito também pela fraca “cabeça” que aparenta.
Quintero sofre do último problema: uma cabeça débil, que por vezes quebra quando confrontado com uma situação mais complicada. Foi assim com Julen Lopetegui e não há promessas que não vá ser assim com Sérgio Conceição, em caso de retorno efectivo ao plantel do clube da Invicta.
O meio-campo se jogar em 442 dificilmente vai chamar por Quintero no onze titular… em caso de um 433, a saída de Sérgio Oliveira pode acontecer, dando a hipótese de Quintero deambular pelo meio-campo, criando boas linhas de passe, mexendo com a actividade ofensiva do FC Porto, dando aquilo que Herrera não consegue no último terço: profundidade.
Todavia, até no 442 pode surgir como Joker, colocando como falso extremo ou segundo–avançado, aproveitando o toque de bola, a velocidade de execução e o seu excentricismo no ataque.
De qualquer das formas, Sérgio Conceição tem em Quintero uma solução boa para o banco, pelo menos, já que oferece armas importantes no assalto ao ataque adversário. Como Marega ou Aboubakar, o colombiano não vai custar nada ao FC Porto e pode dar uma adição muito curiosa a uma equipa que está na mó de cima, mas que não pode de forma alguma abrandar agora em Janeiro.
Será Quintero um reforço para a segunda metade da época? Os próximos dias/semanas serão decisivas para o colombiano e para o FC Porto.
Este detalhe pelo DIM ficou na retina dos adeptos… ora veja