Arquivo de Ténis - Página 23 de 23 - Fair Play

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André Dias PereiraNovembro 27, 20172min0

A selecção francesa conquistou, este domingo, pela décima vez a Taça Davis, a mais importante competição colectiva de ténis. Lucas Pouille foi o herói gaulês ao vencer Steve Darcis (6-3, 6-1 e 6-0) no quinto e decisivo jogo frente à Bélgica.

Esta é a décima vez que França vence a competição. A cidade de Lille, onde decorreu a final, viu, contudo, quebrar-se um enguiço.  Depois de perder as finais de 2002, 2010 e 2014, em França começava a criar-se a ideia de uma espécie de maldição. “Queríamos muito este título e conseguimos depois de 16 anos”, disse Lucas Pouille.

A final com a Bélgica foi bem disputada. Na abertura da final, David Goffin (7) abriu vantagem para a Bélgica. Para isso derrotou precisamente Pouille (18) por 7-5, 6-3 e 6-1). Só que Tsonga empatou para a França, ganhando a Steve Darcis:6-3, 6-2 e 6-1.

Os gauleses conseguiram virar o resultado para 2-1, depois da vitória da dupla Richard Gasquet e Pierre-Hughes Herbert sobre Ruben Bemelmans e Joris De Loore, pelos parciais 6-1, 3-6, 7-6 (7/2) e 6-4. Só que a Bélgica tem David Goffin. E quem quem tem Goffin tem muito. O belga não cedeu à pressão do momento e superou Jo-Wilfred Tsonga: 7-6(5), 6-3 e 6-2.

A decisão ficou nas mãos de Lucas Pouille e Steve Darcis, com o francês a mostrar que é dos mais promissores tenistas franceses.

França igual Grã Bertanha

Há 16 anos que França não vencia a Taça Davis. Depois de perder para a Rússia (2002) em Paris, para a Sérvia (2010) em Belgrado, e para a Suíça (2014) precisamente em Lille, “vencer em casa, perante os amigos e família tem um significado especial”, comentou Lucas Pouille.

Com este título, França iguala a Grã Bertanha com dez títulos na terceira posição entre os maiores vencedores. Os EUA lideram com 32 vitórias e depois vem a Austrália, com 28. Os franceses sucedem à Argentina e acentuam o domínio europeu na competição e modalidade este século. A Austrália (2003), os EUA (2007) e a Argentina(2017) foram os únicos a quebrar a hegemonia.

 

Lucas Pouille conquista assim o ponto decisivo para o título de França

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André Dias PereiraNovembro 20, 20173min0

Não nos equivoquemos, Rafael Nadal foi o rei de 2017. A prová-lo estão os seis títulos alcançados desde Janeiro – entre eles Roland Garros e US Open – e a liderança mundial. Mas foi o búlgaro Grigor Dimitrov a vencer o torneio dos Mestres, que terminou este domingo, numa final improvável contra David Goffin.

O ATP Finals de 2017, sabia-se, ia ser jogado por figuras secundárias face aos últimos anos. Com Djokovic, Murray e Wawrinka a recuperarem de lesões, Nadal e Federer surgiam como os nomes maiores. Só que logo no primeiro jogo (e derrota) contra David Goffin – 7-6 (5), 6-7 (4) e 6-4 – Rafael Nadal ressentiu-se de dores no joelho e desistiu da competição. Para o seu lugar entrou o também espanhol Pablo Cerreño Busta, número 10 mundial e vencedor do torneio do Estoril este ano.

As portas pareciam abertas para Roger Federer, vencedor do Australian Open e Wimbledon, para além de outros cinco torneios. O suíço começou bem a prova, vencendo os três jogos da fase de grupos: Jack Sock (6-4 e 7-6), Marin Cilic (6-7, 6-4 e 6-1) e Alexander Zverev (7-6, 5-7 e 6-1). Só que nas meias-finais, perdeu para o David Goffin (6-2, 3-6 e 4-6). Foi, provavelmente, a vitória mais importante da carreira do belga, número oito mundial. Goffin tornou-se o terceiro tenista a derrotar Nadal e Federer na mesma prova. Esta foi, aliás, uma semana de sonho para o belga. A sua história na competição resumia-se a um jogo contra Novak Djokovic, como suplente, em 2016. De resto, em seis encontros contra o suíço, o melhor que conseguira tinha sido vencer…dois sets.

Dimitrov será nº3 do mundo

Na final, contudo, acabou por ser surpreendido por Grigor Dimitrov. O búlgaro, que também se estreou na final, precisou de três sets (7-5, 4-6 e 6-3) para se tornar o mestre dos mestres de 2017. Dimitrov vai agora subir ao terceiro lugar da hierarquia mundial. Tornou-se também no primeiro estreante a vencer a competição, desde o espanhol Alex Corrtetja, em 1998.

Para chegar à final, Dimitrov precisou também de vencer Goffin na fase de grupos (6-0 e 6-2), para além de Cerraño Busta (6-1 e 6-1) e Dominic Thiem (6-3, 5-7 e 7-5). Nas meias-finais, levou a melhor sobre o norte-americano Jack Sock (4-6, 6-0 e 6-3), carimbando assim a sua primeira final da prova.

O triunfo no ATP Finals foi o culminar do melhor ano desportivo de Dimitrov. Ele venceu também em Cincinnati e alcançou as meias-finais do Open de Austrália. Aos 26 anos, o búlgaro parece estar a descolar da imagem de playboy e eterna promessa do ténis mundial. Para já acaba o ano como número 3 mundial. Poderá chegar a número 1 em 2018, ou vencer algum Grand Slam?

A vitória de Grigor Dimitrov no ATP Finals

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André Dias PereiraNovembro 5, 20173min0

O ano de 2017 está a ser um ano de sombras e luz para Jo-Wilfred Tsonga. O tenista francês, número 15 do ranking ATP, tem tido participações discretas nos principais torneios do circuito, contudo, acumula já quatro títulos (Roterdão, Marselha, Lyon e Antuérpia) nesta temporada, o que corresponde ao melhor registo desde que começou a carreira profissional.

No passado dia 22, em Antuérpia, Jo-Wilfred Tsonga venceu o seu terceiro torneio ATP-250. O francês levou a melhor sobre o argentino Diego Schwartzman (6-3 e 7-5). Esta não foi uma vitória qualquer. Tsonga conseguiu pela primeira vez na carreira vencer quatro torneios em um ano. O melhor que conseguira anteriormente foi em 2009, ao ganhar em Toquio, Marselha e Joanesburgo. Ao todo, já disputou 27 finais, vencendo 16.

Antigo número 5 mundial, Tsonga ocupa, aos 32 anos de idade, o 15º lugar do ranking mundial. O ano até nem começou mal, com triunfos em Roterdão, Marselha e Lyon no primeiro semestre de 2017. Na Holanda o francês venceu o belga David Goffin (4-6, 6-4 e 6-1), colocando um ponto final no jejum de títulos que durava desde Metz, em 2015. Mas teve que atravessar o caminho das pedras, deixando para trás os favoritos Marin Cilic e Thomas Berdych. Em Marselha, sete dias depois, voltou a mostrar o bom momento, ganhando a final diante o compatriota Lucas Pouille, por duplo 6-4. Foi o seu terceiro triunfo em Marselha, o que representa um recorde na prova.

A sombra de Tsonga

O ano corria favorável a Tsonga (regresso ao top-10 mundial) mas lesões e o nascimento do seu primeiro filho mantiveram o francês fora de alguns torneios. Depois, a derrota perante Fabio Fognini, em Indian Wells, a desistência do Masters de Miami, a derrota na primeira ronda de Monte Carlo perante Adrian Mannarino, bem como as desistências nos torneios de Madrid e Roma foram fortes revés para o gaulês.

A retoma voltou em Lyon. Tsonga venceu Thomas Berdych (7-6 (7-2) e 7-5), naquela que foi a sua quinta vitória sobre o checo.

Apesar das vitórias, nos Grand Slam o francês não conseguiu o mesmo brilhantismo. Na Austrália, caiu nos quartos de final diante o favorito Stan Wawrinka. Pior, em Roland Garros foi surpreendido na segunda ronda pela argentino Renzo Olivo Em Wimbledon, Sam Querrey levou a melhor sobre o francês nos 16 avos de final. E no US Open, também foi afastado na segunda ronda pela estrela em ascensão Denis Shapovalov.

Num ano de altos e baixos para Tsonga, 2017 certamente terá um sabor agri-doce. Os quatro títulos conquistados não foram suficientes para garantir uma posição de disputar o ATP Finals. Com a eliminação, esta semana, em Paris, a corrida a Londres ficou completamente afastada.

A vitória de Jo-Wilfred Tsonga em Antuérpia:

André Dias PereiraOutubro 13, 20173min0

Sim, foi Rafael Nadal que venceu o torneio de Pequim. Foi a primeira vez que o espanhol o fez desde 2005. Sim, foi o sexto título de El Toro Miura em 2017. Mas este texto não é sobre o número 1 do mundo. É sobre Alexandr Zverev, o outro herói de Pequim, que garantiu o bilhete no Masters Final. Para Zverev, o futuro é agora.

Dizem que dos fracos e derrotados não reza a história. Alexander Zverev está aí para provar o contrário. Ok, o nome maior do torneio de Pequim, que terminou no passado domingo, foi Rafael Nadal. Outra vez Nadal. Pela segunda vez na China, pela sexta vez esta temporada. Também não foi o segundo classificado. Esse foi Nick Kyrgios, o australiano errante que é capaz de vencer a qualquer um – perdeu pela primeira vez contra Nadal (3-2), está empatado em jogos com Federer (2-2) e lidera diante Djokovic (2-0) – mas também perder com qualquer um.

Este texto é sobre Alexander Zverev, o miúdo que aos 20 anos já se fez graúdo e que em 2017 é, a par de Rafael Nadal e Roger Federer, o jogador que mais troféus venceu: Montpellier, Munique, Roma, Washington e Canadá.

O alemão era um dos destaques do torneio de Pequim, que terminou com a vitória de Rafael Nadal sobre Nick Kyrgios – 6-2 e 6-1, naquele que foi o 75º título da carreira do espanhol – mas acabou por cair nas meias-finais perante o australiano (6-3 e 7-5). Contudo, o alemão conseguiu o seu principal objetivo e carimbou o passaporte para o Masters Final, onde já estão Rafael Nadal e Roger Federer.

A temporada de 2017 está a ser mais do que um sonho para Zverev. É a concretização de uma profecia, sobretudo de quem o acompanha desde cedo. O desporto e o ténis estão-lhe no ADN. Filho de uma família de tenistas, o seu pai foi profissional na Rússia e é o seu treinador, e a sua mãe, treinadora. O irmão, Mischa Zverev, é 27º do ranking mundial. Fluente em russo, alemão e inglês, Alexander praticou três desportos em criança, mas optou por se dedicar mais ao ténis. O seu talento precoce levou-o a número 1 do mundo em juniores, vencendo um torneio Future e o Australian Open.

A sua maturidade, segurança e confiança levaram-no a ascender ao profissionalismo, em 2014, onde tem registado uma ascensão meteórica. Nesse ano tornou-se o mais jovem tenista (17 anos) desde Marin Cilic a atingir as meias-finais do torneio de Hamburgo. Agora, com 20 anos, e cinco torneios ATP arrecadados só em 2017  – para além de ter ganho em S.Peterburgo, em 2016 – alcançou o terceiro lugar do ranking mundial, sendo apenas superado pelas lendas Rafael Nadal e Roger Federer.

Rendidos ao talento

O espanhol e número 1 do mundo não tem dúvidas. “É um jogador fantástico, tem todos os golpes. Tudo para ser uma grande estrela do circuito”. Um dos seus trunfos é a capacidade fazer “ases”. Só para se ter uma ideia, em 2016 Sacha, como é conhecido entre os seus fãs, fez 355, contra 349 de Jo-Wilfred Tsonga e 239 de Novak Djokovic.

Colegas, treinadores, analistas e fãs do ténis não têm dúvidas que Alexander Zverev é o rosto da nova geração, com capacidade de atingir a liderança do ranking mundial. E bem se pode dizer que aos 20 anos e como número 3 mundial, o futuro é agora. Mas agora é ainda o tempo dos intemporais Roger Federer e Rafael Nadal. A questão que sobra é, até quando?

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André Dias PereiraSetembro 18, 20173min0

Aconteça o que acontecer até ao final do ano, Rafa Nadal é a grande figura do ténis e uma das maiores do desporto em 2017. Num US Open com muitas baixas e percalços de percurso, a superestrela espanhola continuou a brilhar mais alto.

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André Dias PereiraAgosto 20, 20173min0

Rafael Nadal voltará a ser, esta segunda-feira, número um do mundo, três anos depois de ter perdido a coroa de rei do ténis mundial. A desistência de Roger Federer do torneio de Cincinnati, por motivo de lesão, deixou o espanhol sozinho na luta pelo trono do ténis, a poucos dias do arranque do US Open.


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