Arquivo de Ténis - Página 15 de 23 - Fair Play

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André Dias PereiraAbril 8, 20193min0

Está à porta mais uma temporada de terra batida. E a pergunta que se impõe, outra vez, é se alguém pode superar Rafael Nadal neste piso. Desde que se tornou profissional o espanhol tem detido a hegemonia nesta fase da temporada. E não é à toa que é apelidado de rei da terra batida. Dos seus 17 Major, 11 foram conquistados em Paris. Nunca, antes dele, um jogador havia vencido 11 torneios de terra batida. Na temporada passada o maiorquino conquistou esse número em três provas: Monte Carlo, Barcelona e Roland Garros.

Para se perceber melhor a importância que a temporada de terra batida tem para Nadal, na época passada 63% dos seus pontos foram conquistadas neste piso. O espanhol terá de gerir 4680 pontos alcançados em 2018. É, por isso, visto como o grande favorito para vencer todos os torneios em que participa. Apesar de as lesões condicionarem o seu jogo El Toro Miura prepara as suas temporadas precisamente para atingir o pico de forma nesta fase da temporada. É também a oportunidade para alcançar o 18º Grand Slam e encurtar distâncias para Federer (20) nesse capítulo.

Mas não se pense que será um passeio. Até porque Novak Djokovic é o atual líder mundial e o sérvio mantém constância exibicional independentemente do tipo de piso. No confronto direto, a vantagem pertence a Djokovic (27-25) mas nas duas vezes que ambos se encontraram na final de Roland Garros, a vitória foi para o espanhol. O único triunfo de Djokovic em Paris s aconteceu em 2016 contra Andy Murray. Diga-se, também, que se o sérvio ganhar completará pela segunda vez o carreer Grand Slam de forma consecutiva.

A temporada de terra batida de 2018 foi para Djokovic esquecer. O sérvio encontrava-se a recuperar forma após longa paragem por lesão e foi afastado nas meias-finais de Roma e quartos de final de Roland Garros. Depois disso, emplacou Major atrás de Major, regressando à condição de número 1 mundial. Este ano tem tudo para ser diferente e tudo indica que a diferença para Nadal na terra batida está mais curta.

Zverev e Thiem à espreita

Se Nadal e Djokovic são os grandes favoritos a ganhar os principais torneios, Alexander Zverev e Dominic Thiem são, porventura, dois dos mais proeminentes jogadores neste piso. O alemão é aquele jogador de quem sempre se espera muito mas que nem sempre corresponde à expectativa. A idade joga a seu favor. Para o bem e para o mal. Aos 21 anos é número 3 mundial, já conquistou nada menos que 10 títulos ATP, entre eles três Master 1000. O piso de terra batida é o seu preferencial e, não por acaso, teve a sua melhor prestação de Major, em Roland Garros. O alemão vai jogar o torneio de Marraquexe como cabeça de série e direito a Wild Card. Na primeira ronda jogará com o uzbeque Denis Istomin.

Quem também pode surpreender é Dominic Thiem. O austríaco já venceu oito títulos em terra batida e, na temporada passada, jogou um autêntico clássico com Nadal em Roland Garros. De resto, Thiem é o único jogador, nos últimos dois anos, a vencer o espanhol na terra batida. Aconteceu em Roma (2017) e Madrid (2018). Será que não há duas sem três?

Entretanto, há ainda Roger Federer. Depois de um interregno estratégico de dois anos, o suíço volta a jogar a temporada de terra batida. Dificilmente veremos o helvético a jogar pelo título de Paris, contudo, Federer quer aproveitar cada torneio para se tornar o maior campeão de sempre de torneios ATP. Jimmy Connors é maior campeão, com 109 títulos e Federer tem 101. Conseguirá reduzir essa distância na terra batida?

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André Dias PereiraAbril 1, 20191min0

Roger Federer conquistou, este domingo, em Miami, o 101º título da sua carreira. O suíço não deu hipósteses a John Isner (6-1 e 6-4), nono do ranking ATP. Com este resultado, o helvético sobe, a partir desta segunda-feira, ao quarto lugar do ranking, ultrapassando Dominic Thiem. Além disso, fica apenas a oito títulos de igular Jimmy Connors como maior campeão de torneios ATP.

A final de Miami juntou na casa dos trinta anos. De um lado, Roger Federer, 37 anos, parece continuar firme no top-10. Este triunfo junta-se ao já alcançado este ano Dubai. Se vencer Grand Slam parece já difícil para o suíço, ultrapassar Jimmy Connors como maior campeão de Major parece ser o objetivo. E para isso, Federer voltará a jogar a temporada de terra batida.

Do outro lado, John Isner, 33 anos, em busca ainda do primeiro título do ano. O norte-americano, com 14 títulos na carreira, defendia a vitória alcançada o ano passado.

O mais velho a vencer em Miami

Para chegar à final, Isner deixou para trás Lorenzo Sonaga (7-6, 7-6), Alberto Ramos Viñolas (7-5, 7-6), Kyle Edmund (7-6, 7-6), Roberto Bautista Agut (7-6, 7-6), e, nas meias-finais, a sensação Felix Auger-Aliassime (7-6, 7-6).

Com este triunfo, Roger Federer aumenta o seu registo como tenista mais velho a ganhar o Masters 1000 Miami. O recorde já lhe pertencia, com vitória aos 35 anos de idade. Esta foi, de resto, a quarta vez que o suíço venceu este torneio. Os anteriores foram: 2005, 2006 e 2017.

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André Dias PereiraMarço 18, 20192min0

Dominic Thiem conquistou, este domingo, a mais importante vitória da sua carreira. O austríaco surpreendeu Roger Federer (3-6, 6-3 e 7-5) na final de Indian Wells, sucedendo a Del Potro. E não fez por menos. Thiem conseguiu uma vitória  de virada contra Federer, que perseguia o 101º título da carreira.

O suíço entrou a pressionar muito, conseguiu quebrar o serviço a Thiem para fechar o jogo em 6-3. Só que, aos poucos, o austríaco foi-se reencontrando e foi equilibrando a partida, consumando a reviravolta que lhe garantiu o título.

Apesar de já ter vencido Federer, Nadal e Djokovic anteriormente, uma vitória como esta eleva o austríaco a outro patamar. Não só porque ascende ao 4º lugar do ranking, mas porque reforça a sua confiança e lhe garante maior estatuto. Há muito, de resto, que o austríaco perseguia uma vitória importante.  No último US Open, Thiem fez um dos melhores jogos da sua carreira contra Nadal, mas acabou afastado pelo espanhol nos quartos de final.

O título coroa uma grande semana de Thiem. Deixou para trás jogadores como Jordan Thompson, Ivo Karlovic, Gael Monfils e Milos Raonic. Já Federer eliminou John Isner, Peter Gojowczyk, Stan Wawrinka, Kyle Edmund e Herbert Hurkacz.

Thiem olha para Roland Garros

Este é o 12º troféu da carreira de Thiem. Desde 2015 que o austríaco vem colecionado títulos e a galgar posições no ranking. Este foi o primeiro de 2019. Aliás, nos 19 torneios ATP realizados esta temporada todos tiveram campeões diferentes. Federer venceu em Doha. Contudo, o suíço cai agora para quinto no ranking ATP.

Dominic Thiem tem, na terra batida, o seu piso preferencial. Agora como número 4 mundial e com um Masters 1000 sobre Federer, será interessante acompanhar o que poderá fazer em Roland Garros.

André Dias PereiraMarço 12, 20192min0

Ainda não foi desta. Alexander Zverev voltou a desiludir e caiu na estreia de Indian Wells. É certo que o alemão tem toda uma carreira pela frente, mas a sua condição de número 3 mundial gera sempre expetativa em seu redor. Até porque nos últimos três anos colecionou nada menos do que 10 títulos.

Zverev parece, contudo, talhado para falhar nos grandes momentos. Tem sido assim em Grand Slam e também em Indian Wells. Desta vez foi superado por Jean-Lennard Struff. O número 55 do mundo venceu por 6-3 e 6-1. O alemão mostrou estar fora de forma, sobretudo no primeiro set. Permitiu que Struff quebrasse o seu serviço e chegasse ao 4-2. No segundo set foi ainda mais desastroso. Struff começou logo por quebrar o serviço e fechou o jogo em 6-1.

Para Struff este é um momento importante. É a primeira vez que o alemão vence três jogos seguidos em um Masters 1000. Até aqui tinha o registo de uma vitória e três derrotas. Para além de Zverev, em 2016 Struff eliminou Stan Wawrinka, então no top-10.

O alemão vai agora defrontar o canadiano Milos Raonic nos quartos de final.

Karlovic, o eterno

Também apurado para os quartos de final está Gael Monfils. O francês, que eliminou Albert Ramos Vinolas (6-0. 6-3), deverá jogar com Novak Djokovic. O sérvio é o grande favorito a repetir as vitórias de 2008, 2011, 2014, 2015 e 2016. Para atingir os quartos de final terá que vencer Philip Kohlschreiber. Interessante será também acompanhar o duelo entre Roger Federer e Stan Wawrinka. Federer está no mesmo lado da chave de Nadal e, se chegarem lá, poderão defrontar-se nas meias-finais. Para isso o espanhol terá de levar de vencido o argentino Diego Schwartzman.

Nota de destaque também para Ivo Karlovic. Perto de completar 40 anos continua em alto nível.  Já eliminou Mathew Ebden, Borna Coric e Prajnesh Gunneswaren. Agora, prepara-se para jogar com o favorito Dominic Thiem.

Já de fora da competição está Stefanos Tsitsipas. O grego caiu na ronda inaugural perante Felix Auger Aliassime. O vice-campeão do Rio Open ganhou por 6-4 e 6-2. Tsitsipas acabou por acusar o desgaste físico, apontando o dedo à quantidade de jogos realizados esta temporada.

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André Dias PereiraMarço 4, 20193min0

Roger Federer é quase uma unânimidade no desporto em geral e no ténis em particular. Numa era com Nadal e Djokovic ninguém pode colocar as mãos no fogo sobre quem terminará a carreira com mais Major, contudo, poucos se atrevem a dizer que o suíço não é hoje o maior da história.

Este final de semana, Federer voltou a fazer mais história. Ao vencer Stefanos Tsitsipas (duplo 6-4) na final do ATP Dubai, o suíço conquistou o 100º título da sua carreira. “Vale muito o sacrifício. É um sonho se tornando realidade para mim (chegar onde cheguei). Eu estou feliz que estou saudável, que tenho uma equipa maravilhosa, uma família maravilhosa, tenho que agradecer muito a eles”, explicou Federer.

Mas aos 37 anos pode ainda erguer mais Grand Slam? Pode, mas é improvável. Djokovic, líder mundial, parece hoje num nível que dificilmente o suíço poderá contrariar. Nos últimos dois anos, um dos segredos do helvético tem sido a forma como gere a temporada e os torneios. Abdicando da temporada de terra batida, Federer surge no segundo semestre do ano mais forte. Em 2017 somou sete títulos, entre eles Wimbledon e Australian Open. O ano passado venceu Melbourne pela sexta vez. Foi o seu 20º Grand Slam. Um registo impressionante para o jogador mais velho de sempre a vencer um Major. Só que esse período de novo domínio e onde voltou a ser número 1 mundial, correspondeu também à recuperação de Nadal e Djokovic. E quando o sérvio voltou às vitórias e à condição de líder do ranking, não tem tido havido para mais ninguém.

Apesar de ser hoje quatro do mundo, Federer diz que o mais importante é continuar competitivo, sobretudo contra Djokovic e Nadal. Só que isso não tem acontecido. Nolan tem não apenas dominado os Majors, como emplacado vitórias sucessivas sobre o suíço. E mesmo diante a nova geração a sua hegemonia é contrariada. No Australian Open caiu precisamente para Tsitsitas nos oitavos de final.

À espreita de Jimmy Connors

Aos 37 anos e com uma carreira tão vitoriosa há poucos objetivos por alcançar. E se aumentar o seu legado em Grand Slams parece improvável, há uma meta importante que Federer persegue em 2019. Alcançar Jimmy Connors como o maior campeão de torneios ATP. Connors conquistou nada menos que 109 troféus. Federer soma agora 100. “Eu não estou aqui para conseguir todos os recordes, eu acho que o que Jimmy (Connors) fez foi incrível e precisa ser lembrado”, explicou.

Certo é que este ano Federer vai voltar a jogar a época de terra batida. E mesmo não sendo um favorito a vencer Roland Garros, tem chances de jogar mais torneios e se aproximar do norte-americano. E por mais que Federer continue a dizer que essa meta não é prioritária, a forma como organiza o seu calendário de torneios diz o contrário.

Federer, diz o próprio, jogará enquanto se sentir competitivo e a família o permitir. Mas se ao registo de maior campeão de Grand Slam e maior tempo como líder mundial, juntar o registo de maior campeão de torneios ATP, será ainda mais incontestado como líder mundial. Mesmo que Nadal ou Djokovic o possam igualar ou ultrapassar como maior vencedor de Major.

André Dias PereiraFevereiro 27, 20193min0

Sobre Helen Wills, tenistas famosos como Don Budge, Jack Kramer ou Harry Hopman, disseram que foi a maior tenista feminina da história. Eram outros tempos. De uma forma ou de outra os feitos da norte americana são lendários

Ao todo, Helen Moody foi número um mundial por nove anos (1927-33, e 1935 e 1938), conquistando 19 títulos. Ela foi também a primeira tenista a tornar-se estrela mundial. Privou com a realeza, estrelas de cinema, entre outras celebridades.

Nascida em 1905, em Centerville, próximo de São Francisco (EUA), começou por tomar contato com ténis aos 8 anos. Foi quando o pai, um físico, lhe ofereceu uma raquete de ténis. Começou a praticar e a ver jogos de algumas referências da época: May Sutton, Bill Johnson ou Maurice McLoughin. Foi já em 1919 que entrou no Clube de Ténis de Berkeley, como junior. O contato com a tetra-campeã do US Championships (prova que antecedeu o US Open), Hazel Hotchkiss Wightman, foi determinante. Foi aí que desenvolveu o seu jogo de pés, o serviço e entendimento táctico.

O seu ciclo vitorioso começou em 1921. Diante Helen Becker venceu o campeonato da Califórnia, em singulares e pares. Ainda nesse ano, e com apenas 17 de idade, tornou-se a mais jovem, à época, a conquistar o US Girls Championship. Um prenúncio para o que viria.

A partir de 1924, Moody ganhou notoriedade nacional e global. Não apenas revalidou o título do US Open – vencido pela primeira vez no ano anterior – como conquistou também o ouro olímpico, em Paris. Tanto em singulares como em pares.

O seu domínio nos courts traduziam-se em números. Entre 1919 e 1938, conquistou 398 vitórias contra 35 derrotas. Helen teve ainda 158 vitórias sem perder um único set. Dos 24 Major em que participou, venceu sete vezes o US Open, oito Wimbledon e quatro Roland Garros.

De ‘Poker Face’ a ‘Rainha Helen’

Em 1924, Kitty Godfree impôs a única derrota da norte-americana em Wimbledon. Helen Wills era uma pessoa introvertida e que raramente mostrava emoções no court. Godfree disse mesmo que Wills era tão reservada e com uma auto-estima tão baixa que parecia estranha. Talvez por isso tenha ganho a alcunha de “Little Miss Poker Face”. Contudo, à medida que a sua popularidade crescia, ganhou outras alcunhas como “Rainha Helen”, ou “Imperatriz Helen”.

A sua popularidade extravasava os EUA. Em 1926, na única vez que jogou com hexa-campeã de Wimbledon, Suzanne Lenglen, os preços inflacionaram e o recinto esgotou. Até as janelas das casas em volta do recinto, em Cannes, tinham adeptos. A francesa acabaria por vencer.

A rivalidade entre ambas tornou-se lendária. Mas Elizabeth Ryan, que jogou contra as duas, considera Helen melhor. Por ter mais recursos, dominar todo o tipo de pancadas e saber quando usá-las. “Ela jogava bem com as duas mãos, tinha um óptimo serviço e um instinto matador”, disse George Lott, vencedor de 12 Major.

Também inesquecível foi a “batalha de sexos”, contra Phil Neer, número 8 do ranking dos EUA. Helen acabaria por vencer por 6-3 e 6-4, num dos raros jogos singulares entre jogadores de sexos opostos.

Helen Wills também impôs tendência na forma como se vestia, optando por saias mais curtas que o habitual. Em São Francisco tem um busto em sua homenagem. Morreu, com 92 anos, em 1998

André Dias PereiraFevereiro 25, 20193min0

Laslo Djere inscreveu, este domingo, o seu nome na lista de vencedores ATP. O sérvio, 23 anos de idade, conquistou, no Rio de Janeiro, o seu primeiro título. E bem se pode dizer que foi uma final de esperança para a modalidade. Do outro lado estava Felix Auger-Aliassime. O canadiano tem sido, por assim dizer, a grande sensação do ATP. Aos 18 anos de idade tornou-se o mais jovem jogador a jogar uma final ATP. O sérvio acabou por levar a melhor em dois sets, por 6-3 e 7-5.

Mas não se pense que a precocidade de Aliassime ofuscou Laslo Djere. O sérvio tornou-se apenas o segundo tenista do seu país a conquistar um torneio ATP-500. No final, não conseguiu travar a emoção que sentia e abriu o coração. Djere dedicou a vitória aos pais falecidos vítimas de cancro.

Djere começou por surpreender ao eliminar o favorito Dominic Thiem por duplo 6-3. Seguiu-se uma vitória sobre o japonês Taro Daniel (6-4 e 6-2). Nos quartos de final venceu o norueguês Casper Ruud (6-4 e 7-5). Nas meias-finais beneficiou da lesão de Aljaz Bedene para atingir a inédita final.

Do outro lado, Felix Auger-Aliassime afastou os favoritos Fábio Fognini (6-2 e 6-3) e Pablo Cuevas (6-3, 3-6, 6-3).

O Rio Open teve as suas primeiras edições em 1989 e 1990, ambas vencidas pelo brasileiro Luiz Mattar. Depois teve um interregno até 2014. E desde então nunca um campeão se repetiu. Diego Schwartzman e Dominic Thiem, respetivamente, vencedores das últimas duas edições, caíram logo na ronda inaugural. Já Cuevas foi afastado nas meias-finais.

O futuro passa por Djere e Aliassime.

Laslo Djere cumpre a sua terceira temporada como profissional. E, gradualmente, tem vindo a progredir no circuito. Esta vitória no Rio de Janeiro é o seu melhor registo, que lhe vale uma grande subida no ranking. À entrada para a prova era 90º mundial e a partir desta segunda-feira é 37º.

No seu percurso destaque para os quartos de final em Umag, em 2018, e as meias-finais em Budapeste, em 2017. Ainda o ano passado conquistou, no US Open, a primeira vitória em um Grand Slam. A vítima foi o argentino Leonard Mayer.

Felix Auger-Aliassime, 18 anos de idade, mostrou no Brasil que também pode ser levado em conta no futuro. O canadiano viveu uma semana de sonho. Chegar a uma final de um torneio ATP no segundo ano de profissional não é para todos. Mas para os mais atentos Aliassime não é um nome totalmente desconhecido. O ano passado tornou-se o primeiro tenista nascido em 2000 a vencer um jogo em Indian Wells. Em Chengdu também atingiu os quartos de final.

É provável que, no futuro, ainda vamos ouvir falar muitos nestes dois jogadores. De uma forma ou de outra, só o facto de terem atingido a final do Rio Open já é motivo para festejar e ser optimista para o que aí vem.

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André Dias PereiraFevereiro 18, 20192min0

O francês Gael Monfils conquistou o seu oitavo título no circuito ATP, em Roterdão. Diante Wawrinka, o gaulês impôs-se ao suíço por 6-3, 1-6 e 6-2, em uma hora e 44 minutos.

Monfils conquistou, desta forma, o seu segundo ATP 500. O primeiro foi em Washington, em 2016. Desde que venceu o seu primeiro título, em 2005 (Sopot), o francês nunca conseguiu vencer mais dois torneios na mesma temporada. Conhecido pelo espírito de ‘entertainer’, Monfils impos-se numa prova que contou também com Kei Nishikori e Daniil Medvedev. Ambos foram eliminados nas meias-finais. Pior estiveram Tomas Berdych e Milos Raonic, que cairam nos oitavos de final. Também Tsitsipas, Gofin, Chardy e Chung não foram além da primeira ronda.

O ano de 2019 está a começar bem para o Monfils. Mesmo tendo sido afastado na segunda ronda do Australian Open, alcançou, recentemente, as meias-finais em Sofia, Bulgária. As suas prestações valem-lhe uma subida de 10 posições no ranking, a sua melhor classificação desde Agosto de 2017.

Já Wawrinka, mesmo não vencendo, sobe para o 41º lugar do ranking. Um ano e meio depois, o suíço volta a jogar uma final. Ele que já esteve no top-5 mundial, vencendo 3 Major.

Monfils no Estoril Open

Entretanto, Gael Monfils já assegurou a sua presença no Estoril Open. Foi o quinto nome confirmado. Kevin Anderson, Stefanos Tsitsipas, João Sousa e Alex de Minaur são os outros nomes garantidos.

Carismático e com ténis acrobático, Monfils jogará pela primeira vez o torneio luso. “Mal posso esperar por jogar, pela primeira vez, o novo torneio no Estoril. Vários colegas deram-me as melhores referências. Espero que os meus fãs portugueses e a comunidade francesa radicada em Portugal possam vir ver-me jogar”, disse Monfils.

O seu estilo será, por certo, um espectáculo dentro de outro espectáculo. O Estoril Open joga-se entre 27 Abril e 5 Maio.

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André Dias PereiraFevereiro 11, 20191min0

Jo-Wilfred Tsonga voltou aos títulos, um ano e meio após o último. E logo em casa. Em Montpellier, Tsonga alcançou o 17º troféu da sua carreira. Aos 33 anos de idade, venceu o compatriota Pierre Hugues Herbert pelos parciais de 6-4 e 6-2.

Foi uma final totalmente francesa, num torneio que contou com nomes como Jeremy Chardy, Denis Shapovalov, Thomas Berdych ou Benoit Paire.

Até chegar à final, Tsonga deixou para trás Gille Simon (3-6, 7-6, 6-4) e Jeremy Chardy  (6-1, 6-1). Esta foi a primeira vez que Tsonga conquistou o torneio. A prova, diga-se, tem sido dominada grandemente por tenistas franceses desde 2010, o ano da primeira edição. Richard Gasquet, com três títulos, é o seu maior campeão. E apenas por duas vezes o vencedor não foi francês. Aconteceu em 2012, com Tomas Berdych, e em 2017, com Alexander Zverev.

Esta foi, de resto, uma importante conquista para Jo-Wilfred Tsonga. Depois de em 2017 ter vencido quatro torneios (Roterdão, Marselha Lyon e Antuérpia), o francês teve um 2018 difícil. Uma lesão e uma paragem de oito meses condicionaram a sua evolução. Em Janeiro, no Australian Open, o francês ficou-se pela segunda ronda. Depois de eliminar Martin Klizan, foi afastado pelo campeão Novak Djokovic.

Independentemente de tudo, o ano de 2019 está ainda a começar. Veremos como pode Tsonga evoluir aos 33 anos. Para já conta com um título e é provável que o vejamos a disputar a vitória em outros torneios. Mais improvável é chegar a fases mais avançadas de Grand Slam. Mas tudo está em aberto.

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André Dias PereiraJaneiro 29, 20191min0

É preciso recuar até 1905 para encontrar os primórdios do Australian Open. A competição que, por assim dizer, marca o arranque do calendário do ténis, começou por ser Australasian Championships e, em 1927, Australian Championships. Só desde 1969 se passou a designar Australian Open.

Mas vamos por partes. Inicialmente o torneio não era designado Slam. Em 1924 o comité da prova mudou a estrutura do torneio, passando a incluir cabeças de série. O torneio já passou por cinco cidades australianas e duas neozelandesas.

A localização da Austrália levou muitos tenistas estrangeiros a desistiem da prova até meados do século XX.  Uma viagem de barco para a Austrália da Europa demorava 45 dias. Os primeiros estrangeiros foram norte-americanos por conta da Taça Davis.

Se o torneio, inicialmente, era jogado em várias cidades – Melbourne, Brisbane, Peth, Sidney – a prova fixou-se definitivamente em Melbourne, em 1969, no início da era Open. Pela acessibilidade e pela capacidade do estádio. Em 1972 o torneio foi assistido por mais de 140 mil espectadores. Em 1988 ganhou o estatuto de Grand Slam.

A prova começou por ser jogada em Dezembro e mais tarde passou para Janeiro. Em 1977, contudo, foi jogada duas vezes. Uma no início do ano e outra no final.

A primeira edição, em 1905, foi vencida por Rodney Heath. O australiano derrotou o compatriota Albert Curtis por 4-6, 6-3, 6-4 e 6-4. Em pares, a dupla Randolph Lycett e Tom Tachell, venceu E.T. Bernard e Basil Spence por 11-9, 8-6, 1-6, 4-6 e 6-1. Cinco anos depois, Rodney Heath voltaria a vencer a prova.

Desde domingo, Novak Djokovic, com sete títulos, tornou-se, o maior campeão do Australian Open.


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