Arquivo de Fórmula 1 - Página 10 de 21 - Fair Play

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Luís PereiraMarço 28, 20224min0

Max Verstappen venceu um duelo frenético com Charles Leclerc para conseguir a primeira vitória do ano no GP da Arábia Saudita. As últimas voltas proporcionaram grande parte da ação, com muita tática e disputa pela última zona de DRS, com Leclerc a dar tudo para ficar com a liderança, mas no final foi o neerlandês que conseguiu chegar à vitória.

Os Red Bull pareciam ser os mais competitivos do fim de semana com Sérgio Perez a conseguir a sua primeira pole da carreira. Os Ferrari ainda largaram de segundo e terceiro, na frente de Verstappen, mas cedo o Campeão em título conseguiu chegar a lugares de pódio.

Perez dominou o início da corrida, mas foi o primeiro a parar para pneus frescos, numa paragem que não foi das mais rápidas e deixou o mexicano na quinta posição. Como um azar nunca vem só, quando Latifi bateu e fez surgir um safety car.

Isso permitiu a quem ainda não tinha parado de o fazer em condições mais favoráveis, deixando Leclerc na liderança, perseguido por Verstappen. Nestas condições, e usando uma estratégia diferente, também permitiram Lewis Hamilton, que partiu da 15ª posição, de subir ao sexto lugar, mas ainda com uma paragem por fazer.

A estratégia da Mercedes pedia a que voltasse a haver um safety car, que permitiria uma paragem com pouca perda de posição, e parecia que isso ia acontecer, quando o Alpine de Fernando Alonso, o Alfa Romeo de Bottas e o McLaren de Daniel Ricciardo tiveram problemas.

Foi uma enorme desilusão para os pilotos, que rodavam nos pontos, mas também para Hamilton, que pensava que seria o momento certo para trocar de pneus, mas a pit lane estava fechada, uma vez que o McLaren e o Alpine ficaram parados nessa zona.

Quando a corrida recomeçou, Hamilton parou para mudar de pneus, mas caiu muitas posições, com a 10ª posição a ser a final. Um arranque de época terrível para a Mercedes e com o piloto inglês a ver muito difícil, para já, a tentativa de recuperação do título mundial.

Tudo isto também permitiu uma reaproximação dos lugares cimeiros, com Verstappen a sentir que chegara o momento de lutar pela vitória. Tal como aconteceu no fim de semana anterior, Leclerc sabia que a melhor hipótese que tinha seria a de guardar-se para ficar em posição privilegiada na última zona de DRS.

Se a estratégia tinha resultado tão bem no Bahrein, aqui só resultou por um par de voltas, porque o piloto da Red Bull aprendeu e depois de duas tentativas, conseguiu deixar-se para a última zona de DRS ultrapassando o Ferrari na primeira curva.

Agora a posição invertia-se, mas Verstappen tinha andamento suficiente e venceu a corrida. Leclerc teve de se contentar com um bom segundo lugar, na frente do colega de equipa, Carlos Sainz em mais um duplo pódio para a Ferrari.

Perez acabou em quarto, na frente do Mercedes de Russell, que pouco conseguiu fazer. Ocon e Norris foram os Alpine e McLaren sobreviventes, com Norris a dar os primeiros pontos para a McLaren. Gasly, Magnussen e Hamilton fecharam o top 10.

Até agora parece que a luta vai ser entre a Ferrari e Red Bull, com o resto do pelotão muito longe do andamento destas duas equipas. Num ano em que se esperava ver mais do que uma luta a dois, está a valer pela disputa a dois jovens pilotos da Red Bull e Ferrari.

GRANDE PRÉMIO DA ARÁBIA SAUDITA

CAMPEONATO DO MUNDO DE PILOTOS

CAMPEONATO DO MUNDO DE CONSTRUTORES

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Luís PereiraMarço 22, 20223min0

Arranque de época de sonho para a Ferrari e Charles Leclerc, com uma dobradinha para a Scuderia. Já para a Red Bull, o arranque foi um pesadelo com problemas mecânicos a ditar o abandono de ambos os carros. Os testes prometiam, e desta vez não houve surpresas, com a Ferrari e a Red Bull a serem as equipas mais competitivas no Bahrein. Apesar da desconfiança que reinava no paddock, a Mercedes não estava competitiva, tal como tinham prometido Lewis Hamilton e Totto Wolf.

Apesar de as diferenças a nível de performance terem sido curtas, notou-se que os Ferrari estavam mais rápidos do que o Red Bull de Max Verstappen, que ainda conseguiu ficar no segundo lugar da grelha para a corrida. Só que no arranque Leclerc conseguiu tapar os caminhos para a primeira curva e foi o monegasco a liderar o neerlandês, naquilo que se esperava que viesse a ser uma grande disputa pela vitória.

Apenas quando surgiram as primeiras paragens se viu uma luta pela liderança da corrida, mas quando ela surgiu, trouxe exatamente aquilo que foi prometido quando foram apresentadas as regras para este ano: mais capacidade de luta. Lerclerc e Verstappen lutaram roda a roda, curva a curva pela liderança, sem haver preocupação com gestão de pneus ou perda de eficiência aerodinâmica ou dificuldades em seguir carros da frente.

Apesar de ter sido a primeira corrida apenas, já se pode prever que pelo menos este ano podermos ter mais animação em pista, com mais emoção para os fãs.

Algumas voltas depois, foi Leclerc que venceu o duelo, aguentando bem a pressão de Verstappen, mantendo a liderança. A partir daí, não mais Leclerc seria incomodado, conseguindo uma vitória segura e cimentada com a volta mais rápida.

A vitória não podia ser melhor, porque em segundo lugar ficou Carlos Sainz, que parecia destinado a um lugar no pódio, mas foi promovido a segundo depois do azar da Red Bull. Verstappen estava já resignado a ficar em segundo, mas a algumas voltas do fim, um problema mecânico tirou Verstappen da corrida.

Foi um desastre para a Red Bull, mas como um azar nunca vem só, não foi apenas o neerlandês a ficar sem pontuar, também Sérgio Perez teve o mesmo infortuno. Na última volta também um problema mecânico tirou ao mexicano a hipótese de pontuar e marcar presença no pódio.

Quem acabou por beneficiar disso foi Lewis Hamilton e a Mercedes. O piloto britânico nunca esteve perto dos lugares cimeiros, mas manteve-se sempre num ritmo sólido. Foi um prémio merecido, mesmo para George Russell, que acabou no quarto posto. A Mercedes não tem ainda capacidade para lutar por vitórias, uma vez que o problema de “porpoising”, onde o ar que passa por baixo do monolugar, continua a ser uma dor de cabeça. Apesar de o problema estar bem identificado, ainda pode levar algum tempo para a Mercedes conseguir resolver a questão.

Outros destaques da corrida foram a boa performance do Haas de Magnussen e o Alfa Romeo de Bottas. Parece que os carros com motores Ferrari estão fortes, mas há que dar mérito a estas equipas por terem apresentado uma boa prestação, principalmente quando comparado com equipas com orçamentos superiores, como a McLaren ou Aston Martin.

A primeira corrida já foi, mas numa época de F1 tudo pode acontecer, ainda para mais quando há tantas novidades como as que foram introduzidas esta época.

GRANDE PRÉMIO DO BAHREIN

CLASSIFICAÇÃO DE PILOTOS E CONSTRUTORES

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Luís PereiraFevereiro 27, 20222min0

A Fórmula 1 de 2022 já se começou a mostrar, numa época onde a expectativa é enorme. Com monolugares completamente diferentes, as equipas entraram nos primeiros testes com muitas incertezas e muitas coisas a preparar. Nos primeiros testes é sempre complicado de entender quem estará mais forte, mas dá sempre pare ter uma pequena ideia de quem poderá estar, para já, mais bem preparado.

Apesar de haver mudança, parece que não vamos ter caras diferentes na frente. Tanto a Red Bull como a Mercedes parecem bem competitivas. Apesar de nenhuma das equipas parecer ter dominado, os monolugares de ambas as equipas parecem que estão competitivos e, naturalmente, apresentaram os tempos mais rápidos destes testes.

Quem também parece bem competitivo é a Ferrari. A equipa de Maranello trouxe um carro com uma filosofia bem interessante, mas foi mesmo o equilíbrio que mostraram em pista que parece dar a indicação de que podemos ter a Ferrari bem perto ou a lutar pelos lugares da frente.

A Ferrari também foi a equipa que fez mais voltas durante este teste, conseguindo mostrar um elevado nível de fiabilidade logo ao início. Também parece que a Ferrari se adaptou bem à utilização da nova fórmula de combustíveis, havendo já rumores de que pode ser, para já, o motor mais potente do momento.

Também a McLaren mostrou um pouco daquilo que vale. Também esteve entre os tempos mais rápidos e pareceu estar a ter um teste onde tudo parecia correr bem, e o ambiente na equipa parecia ser bem positivo e confiante.

Um bom sinal que foi possível de verificar já nestes testes é que parece ser mais fácil de seguir os adversários da frente mais de perto. Foram vários os pilotos que tentaram seguir o carro da frente, para testar o novo conceito aerodinâmico, e o feedback foi positivo. Apesar disso, também houve quem tivesse reparado que o cone de ar criado pelo carro da frente é bem mais fraco, o que poderá ser um efeito negativo. Só mais tarde se conseguirá perceber se a mudança surtiu os resultados que se esperava.

A Fórmula 1 ainda vai ter mais um teste antes de começar oficialmente no Bahrein. Há muita expectativa para esta nova geração de carros e que tipo de entretenimento irão proporcionar.

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Luís PereiraJaneiro 25, 20224min0

A Honda vai sair, outra vez, da F1, e com a chave de ouro de ter ajudado Max Verstappen a atingir o título de Campeão do Mundo, o primeiro para os japoneses, desde 1991 com Ayrton Senna.

Com esta saída, dá para fazer uma retrospetiva a como correu a aventura híbrida dos nipónicos, ver o que correu mal e o que correu bem aos longos dos sete anos.

Quando foi anunciado que a McLaren iria se juntar à Honda em 2015, para o regresso de uma das parcerias mais bem-sucedidas da história da f1, toda a gente assumiu que a fórmula de sucesso poderia ser replicada. A última vez que tínhamos tido a McLaren-Honda a combinação de sucesso venceu 44 de 80 corridas entre 1988 e 1992, só não vencendo qualquer título no último ano.

Por isso em 2015 a expectativa era enorme. Durante o ano de 2014, antes da entrada já circulavam rumores de que a Honda teria um projeto ganhador, quando o então CEO, Ron Dennis disse que o motor nipónico era uma “joia”.

(foto: Os resultados não apareceram com a McLaren)

Só que o problema é que no meio disso tudo é que a Honda foi persuadida a entrar um ano mais cedo do que previsto. Isso para a McLaren implementar um conceito de tamanho “size zero”, pedindo para fazer uma unidade motriz o mais compacta possível.

Isso trouxe consequências para a fiabilidade e performance do motor. O motor elétrico não tinha suficiente para uma volta inteira e a fiabilidade de toda unidade deixava muito a desejar.

No ano seguinte, em 2016, as coisas pareciam ligeiramente melhores, mas ainda assim faltava potência, o que levou a Honda a pensar em alterar tudo para 2017, o que na altura trouxe resultados desastrosos para a equipa.

Os maus resultados levaram ao divórcio entre as marcas, depois de três anos frustrantes onde nem um único pódio foi alcançado. A McLaren decidiu apostar no motor da Renault, enquanto desejava voltar para a Mercedes.

Para não perder a Honda da F1 foi feito um acordo e a Honda aceitou ficar com a Toro Rosso, com Franz Tost a acreditar que eventualmente o motor japonês seria competitivo.

(foto: a liberdade com as equipas da Red Bull salvou a Honda)

Na Toro Rosso a abordagem da Honda seria muito diferente. Ao contrário do que aconteceu na McLaren, Tost não estabeleceu objetivos nem fez exigências, pedindo apenas para a Honda ser criativa.

Ao início a fiabilidade ainda não foi a melhor, mas os resultados foram bem promissores, ao ponto de se confirmar de que a “equipa mãe” também iria adotar os motores nipónicos.

A primeira vitória veio logo em 2019 com a Red Bull, na Austria, e até se tornou o primeiro motor da era híbrida a conseguir vencer com dias equipas diferentes, ao vencer em Monza com a agora AlphaTauri em Monza em 2020.

Mas o melhor estava guardado para o fim. Apesar de já saberem que 2021 seria a última época na F1, a Honda decidiu arriscar e fazer uma aposta forte no desenvolvimento dos motores, algo que só tinham internamente planeado para 2022.

Na verdade, a Honda conseguiu implementar, finalmente, a versão que tinha originalmente para a McLaren em 2015, um motor pequeno e compacto. Além disso também introduziram aquilo que se acredita como sendo o motor elétrico mais eficiente no paddock.

No final lá veio a recompensa tão desejada, fiabilidade, melhor ainda que a Mercedes, e muita, muita potência. O motor Honda foi uma das peças chaves para Verstappen chegar ao título de Campeão do Mundo. E muito se deve à fantástica relação de trabalho que os japoneses desenvolveram com ambas as equipas da Red Bull.

É pena a Honda partir oficialmente da F1, mas desta vez sai por cima, com um título no bolso e sabendo que cumpriram umas das missões mais difíceis da F1.

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Luís PereiraDezembro 13, 20214min0

Max Verstappen tornou-se no Campeão do Mundo de Fórmula 1 depois de ultrapassar Lewis Hamilton na última volta, numa corrida que, como não podia deixar de ser, teve muita polémica.

O Grande Prémio de Abu Dhabi começou a ter emoção logo ao início com o arranque de Hamilton a ser melhor do que o homem na pole, Verstappen. Isto dava mais emoção a um eletrizante final de temporada, já que os pilotos tinham pneus diferentes e estratégias diferentes para a corrida.

Ainda na primeira curva, Verstappen tentou ultrapassar Hamilton na curva 7, numa manobra no limite, que não fosse Hamilton evitar o contacto certamente teria havido choque entre os pilotos. Para evitar esse contacto Hamilton teve de sair de pista, mas isso fez com que o britânico saísse na frente. A Red Bull protestou que o piloto da Mercedes deveria devolver o lugar a Verstappen, mas a direção de corrida não concordou.

A partir daí Hamilton começou a ganhar vantagem ao rival para o título, chegando a ter mais de 4 segundos de vantagem. Uma vez que Verstappen tinha os pneus mais macios foi o primeiro da frente a parar. Apesar de ter pneus ainda com algum andamento, a Mercedes decidiu parar também, para cobrir o neerlandês.

Só que ao parar Hamilton surgiu atrás de Sérgio Perez, que deu uma aula de como bem defender e de trabalho de equipa, atrasando Hamilton, permitindo o colega de equipa reduzir uma desvantagem de 8.5 segundos para apenas 1.
Só que depois de ultrapassado Perez, Hamilton voltou a ganhar tempo e espaço livre a Verstappen. Hamilton e o Mercedes simplesmente estavam mais rápidos.

Enquanto isso, a última corrida da carreira de Kimi Raikkonen na F1 terminava, com o seu Alfa Romeo a ter problemas de travões. Numa corrida de azares para a Alfa Romeo, a seguir foi a vez de Antonio Giovinazzi ter problemas e teve de parar na pista. Isso deu origem a um Virtual Safety car.

Com o VSC em vigor a Red Bull decidiu parar ambos os carros para pneus frescos, já a Mercedes não quis perder a posição em pista, arriscando.

Apesar de pneus bem mais frescos, Verstappen não conseguia queimar distancia suficiente para Hamilton, a estar a 10 voltas do fim a menos de 11 segundos. A não ser que os pneus de Hamilton dessem a melhor de si (algo que já se viu inúmeras vezes), parecia que a corrida ia mesmo cair para o britânico.

Só que apenas a seis voltas do fim Nicholas Latifi bateu e o Safety car teve de entrar em pista. A Mercedes, sem margem, manteve Hamilton em pista, enquanto a Red Bull manda parar novamente Verstappen.

Enquanto a pista era limpa começava a ficar a dúvida de se a corrida iria retomar ou se iria mesmo acabar em período de safety car. A direção de corrida queria acabar em situação de bandeira verde então não permitiu que os carros retardatários pudessem ultrapassar o SC. A Red Bull protestou e pressionou para isso não acontecer e então a direção de corrida tomou a decisão muito controversa de permitir que apenas os carros entre Hamilton e Verstappen se desdobrassem.

(foto: formula1.com)

Essa decisão deixou a Mercedes em fúria porque basicamente entregava a chave de ouro, e o título, a Verstappen. No recomeço, e com apenas uma volta por disputar, Verstappen facilmente ultrapassou Hamilton e acabou a corrida em primeiro, tornando-se assim Campeão do Mundo de Fórmula 1.

Um final muito polémico, como não podia deixar de ser, que levou a Mercedes a protestar o resultado final, protesto esse que não foi aceite pelos comissários. A Mercedes ainda assim deixou o aviso que vai recorrer da decisão.

Um final de temporada que tinha tudo, mas que acaba em muita polémica, que tal como aconteceu durante o ano, com decisões no mínimo, questionáveis por parte da direção de corrida. Haveria outra forma de gerir o final da corrida, sem polémica, sem influência direta no resultado final do campeonato.

Max Verstappen é um merecido campeão, tal como seria Lewis Hamilton, mas nenhum merecia que acontecesse o que aconteceu nas últimas voltas da corrida. Um desporto deve ser regulado para ser justo, para ser desporto, e não para ter volta final “emocionante”, ou para dar que falar na próxima temporada da série da Netflix.

GRANDE PRÉMIO DE ADU DHABI

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE FÓRMULA 1

 

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Luís PereiraDezembro 6, 20215min0

Lewis Hamilton venceu o inaugural GP da Arábia Saudita e vai para a última corrida da temporada em igualdade pontual com Max Verstappen. Se a época de 2021 estava a ter muitas polémicas e corridas a fazer correr muita tinta, então o GP da Arábia Saudita é a cereja no top do bolo. A corrida foi caótica, com drama, bandeiras vermelhas, toques entre os candidatos ao título e muita falta de maturidade.
Depois de uma qualificação marcada pelo erro na última curva de Max Verstappen, foi Lewis Hamilton que arrancou da pole, num arranque limpo sem qualquer incidente de registar.

Na frente ia a dupla da Mercedes, seguidos pelo Red Bull de Verstappen, com o Ferrari de Leclerc a ser perseguido pelo outro Red Bull. Tudo estava relativamente sossegado, com pouca ação, até que na volta dez Mick Schumacher bateu forte, o que motivou a entrada do Safety Car.

Isso levou alguns pilotos a aproveitar e parar para fazer a troca de pneus, como a dupla da Mercedes e Lando Norris. Verstappen achou que tinha sido muito atrasado por Bottas, então decidiu ficar em pista, assumindo a liderança.

Só que os danos na barreira eram demasiados e levou a uma bandeira vermelha. A vantagem estava agora do lado do neerlandês. O recomeço foi caótico. Hamilton arrancou melhor, mas Verstappen, para não ceder a posição, cortou a curva, o que levou o britânico a ações evasivas, o que o faria perder uma posição para Ocon. Atrás, um ligeiro toque de Leclerc em Perez levou o Red Bull às barreiras e Mazepin foi contra a traseira de Russell. Mais uma bandeira vermelha.

Max estava na frente, mas uma vez que tinha cortado a curva, teria de ceder posição. Então a direção de corrida sugeriu que o neerlandês arrancasse atrás de Hamilton. No terceiro arranque da noite o ainda campeão do Mundo arrancou bem, tentou segurar a posição a Ocon, mas deixou-se passar por Verstappen. Hamilton caiu para trás de Ocon, mas passou-o na volta seguinte.

Agora era luta em pista pelos pretendentes ao título. Era também uma luta de estratégias, com o Red Bull a ter pneus médios, enquanto o Mercedes tinha os duros. Enquanto isso muitos destroços na pista iam fazendo surgir alguns Virtual Safety Car, o que poderia ajudar os pneus menos duradouros montados no Red Bull. Mas quando a corrida recomeçou o Mercedes parecia mais eficaz.

Foi então o momento que Hamilton aproveitou para tentar ultrapassar Verstappen, com o neerlandês a defender-se de uma forma muito agressiva, cortando, outra vez, a curva, obrigando os dois a sair de pista.

A equipa deu ordem a Verstappen para deixar passar Hamilton, mas para fazer isso sem perder o britânico de pista, decidiu fazê-lo na reta, numa manobra duvidosa. Hamilton, que não sabia o que se estava a passar, e não queria ir para aquela fase da pista e dar DRS ao rival, também travou. Com esta confusão Hamilton bateu na traseira do Red Bull, mas felizmente sem males maiores para nenhum dos dois.

A confusão estava instalada e uma vez que não houve devolução da posição, Max foi penalizado em cinco segundos por ter cortado a curva.

Foi aí que o piloto da Red Bull tentou novamente ceder a posição, num bom local, porque voltou a passar o adversário quase imediatamente, mas isso já não faria ele perder a penalização. A luta em pista continuava, mas o andamento do Red Bull ia perdendo eficácia, e na volta 44, o britânico da Mercedes fez uma ultrapassagem musculada, para apimentar ainda mais o clima.

A partir daí não houve mais incidentes, com Hamilton a ir, sem problemas, rumo à sua 103ª vitória na F1. Verstappen ficou em segundo, e levou mais 10 segundos de penalização pelo incidente onde travou para ceder o lugar a Hamilton.

A manobra foi considerada perigosa pelos comissários e apesar de tudo o piloto da Red Bull devia sentir-se felizardo por ter escapado apenas com essa penalização. Com isto vamos ter a última corrida do ano a ser disputada com igualdade pontual no topo da classificação, algo que não acontecia desde 1974, quando Emerson Fittipaldi venceu o título de Campeão para a McLaren.

Espera-se um final de temporada com bastante emoção, mas que tenha pouca polémica e que seja uma luta justa e limpa em pista pelo campeão do Mundo de F1 de 2021.

GRANDE PRÉMIO DA ARÁBIA SAUDITA

CAMPEONATO DO MUNDO DE PILOTOS

CAMPEONATO DO MUNDO DE CONSTRUTORES

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Luís PereiraNovembro 22, 20213min0

Lewis Hamilton dominou o GP do Qatar e conseguiu aproximar-se de Max Verstappen na luta pelo título, naquela que foi a penúltima corrida desta temporada formidável de Fórmula 1. O piloto britânico continuou a demonstrar o fabuloso andamento que já tinha apresentado no Brasil, e dominou a corrida de forma clara, que começou a mostrar o seu domínio logo no início, arrancando da pole sem oposição, realizando uma soberba qualificação em que deixou todos os seus adversários a cair por terrra. Gasly e Alonso arrancaram atrás de Hamilton, mas cedo se viram a ter de lutar para defender as posições de Verstappen.

O piloto holandês ainda esperava conseguir mais do que um lugar no pódio, mas o andamento de Hamilton estava a ser simplesmente demasiado alto e nada que o piloto da Red Bull tentasse era suficiente para ameaçar o piloto britânico, tendo até estado longe do 1º lugar em termos de tempos.  Apesar de não se ter conseguido aproximar-se de Hamilton, Verstappen conseguiu minimizar estragos, não só por ficar em segundo lugar, mas também por ainda ter conseguido fazer a volta mais rápida, ganhando um ponto extra.

Em terceiro lugar ficou Fernando Alonso. O espanhol está de volta aos pódios na F1, coisa que não acontecia desde 2014, na altura ainda piloto da Ferrari, realizando no Qatar uma grande corrida, gerindo de forma fantástica o ritmo e os pneus, parando apenas uma vez, com toda aquela atitude normal e própria de um dos campeões do Mundo ainda em pista na F1.

Para ficar no pódio o espanhol ainda aguentou um ataque de Sérgio Pérez, sem que o mexicano tivesse tido hipótese de lutar pelo 3º lugar, já porque no final houve algum drama, motivado por falhas nos pneus de alguns pilotos, o que provocou um Virtual Safety Car no final da corrida. Lembrar ainda que Valteri Bottas seguiu em 3º lugar até à 33ª volta, altura em que o seu pneu esquerdo da frente arrebentou, forçando-o a perder vários lugares e a energia necessária para continuar a lutar por um lugar mais alto na classificação.

Em relação aos top-5, Ocon ficou em quinto lugar, a completar aquilo que foi um ótimo resultado para a Alpine.

Lewis Hamilton é que ficou contente por ter conseguido não só a vitória, mas também pela nova competitividade da Mercedes, que parece ser o carro mais rápido atualmente. Com este resultado a luta pelo título deve ir mesmo até à última corrida, esperando-se agora uma resposta da Red Bull nas duas corridas que restam.

GRANDE PRÉMIO DO QATAR

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