Felipe Drugovich faz o hino brasileiro tocar na Fórmula 2

Rafael RibeiroMarço 27, 20225min0

Felipe Drugovich faz o hino brasileiro tocar na Fórmula 2

Rafael RibeiroMarço 27, 20225min0
No terceiro ano na Fórmula 2, Felipe Drugovich tem conquistado vitórias que o consolidam na categoria. Suficiente para a Fórmula 1?

Um fim de semana de muito êxito para Felipe Drugovich na principal categoria de acesso à Fórmula 1. O brasileiro vem, nos últimos tempos, sendo o responsável pelo hino brasileiro tocar no automobilismo monoposto em direção à uma difícil vaga na categoria de cima. A última vez, porém, foi no longínquo ano de 2020, em Novembro, pela própria MT Motorsport. Drugo passou em 2021 pela UNI Virtuosi, mas não foi bem sucedido, mesmo que estivesse em uma equipa de maior porte e com um carro relativamente mais potente. Agora, volta para a MP em 2022 e tentar novamente trilhar um caminho consistente para levar o campeonato. Até agora, é o líder com 45 pontos.

Confira mais destaques da Fórmula 2 no site oficial da FIA para a categoria, clicando aqui!

Sprint e Feature Race

Felipe conquistou na sexta-feira (25/03) a pole position para a Feature Race (corrida principal), o que o credenciou a batalhar pelo menos por um lugar no pódio, com os principais candidatos ao título também na briga, Liam Lawson (Carlin), Juri Vips (Hitech) e Theo Pourchaire (ART Grand Prix). Mas antes disso, na chamada Sprint Race (corrida mais rápida, que garante menos pontos), o grid se inverte nos dez primeiros, e Drugo largou em décimo. Lawson de fato venceu a Sprint, seguido de Vips e Jake Hughes, da novata Van Amersfoort Racing. Felipe Drugovich foi o quarto, garantindo 5 pontos nessa primeira corrida.

Mas na corrida principal é que Drugo demonstrou domínio de seu bólido e também da pista. O tipo de piloto que, ao encaixar as configurações do carro para obter o máximo de desempenho em determinada pista, consegue correr com certa tranquilidade. Na largada, como ele mesmo disse em entrevista pós corrida, fechou a porta do segundo colocado, Verschoor (Trident) e administrou sua vantagem até a parada nos boxes. Parou uma volta antes do concorrente, que ao ter ficado na pista por mais uma volta, não conseguiu aplicar o “undercut” para voltar a frente de Drugo. O brasileiro então escalou o pelotão que ainda não tinha parado, e na dança dos pits, aqueles que ainda estavam a frente pararam e o brasileiro voltou a liderar para receber a bandeira quadriculada na volta 27. Verschoor e Jehan Daruvala completaram o pódio.

Drugovich venceu a Feature Race e assumiu a liderança da Fórmula 2 (Foto: Divulgação/MP Motorsport)

Campeonato e futuro

Drugo agora assume a liderança do campeonato, com 45 pontos, seguido de Liam Lawson com 34 e Richard Verschoor com 32. Juri Vips e Jehan Daruvala completam o top 5 com 28 e 25 pontos, respectivamente. A MP Motorsport, equipa de Felipe Drugovich, não tem o histórico de ser um dos times de ponta, mas vê em Drugo a chance de figurar mais alto. Foi assim em 2020, quando o hoje piloto de F1 da Haas, Mick Schumacher, foi campeão pela Prema Racing, Yuki Tsunoda, hoje na Alpha Tauri, foi terceiro no campeonato, e que Drugo foi o nono colocado, tendo conquistado três vitórias (Áustria, Barcelona e Bahrein), colocando a MP Motorsport na sexta colocação no Campeonato de Construtores.

A escalada para a Fórmula 1 não será fácil. Para ter alguma chance em um futuro próximo, o primeiro passo sem dúvidas é conquistar o campeonato de Fórmula 2. Mesmo chegando entre os três primeiros, uma tarefa nada fácil pela equipe em que está e pelos adversários em equipes maiores (como Lawson e Juri Vips), ainda faltará aquilo que hoje em dia no automobilismo é essencial: aporte financeiro. Chamar a atenção de investidores para que o patrocinem nessa escalada é o ponto mais difícil. Quem sabe as performances dentro da pista façam uma parte do trabalho.

Felipe Drugovich é uma das apostas brasileiras para os próximos anos (Foto: Sebastiaan Rozendaal/Dutch Photo Agency)

O Brasil na Fórmula 1

Drugovich é uma das principais apostas no momento para que o Brasil volte a figurar no grid da Fórmula 1, o que não acontece desde que Felipe Massa se aposentou em 2017 (ainda que Pietro Fittipaldi tenha corrido em substituição a Grosjean na Haas após seu terrível acidente, em 2020). Recentemente, com a polêmica envolvendo o próprio time da Haas e seu principal patrocinador (a empresa russa Uralkali, responsável por colocar Nikita Mazepin como piloto ao lado de Schumacher), os brasileiros sonharam com uma possível efetivação de Pietro Fittipaldi como piloto principal.

Mas, novamente, o dinheiro falou mais alto, e a falta de um patrocínio maior para o brasileiro, junto com a candidatura de diversos outros nomes (como o interminável Nico Hulkenberg, Antonio Giovinazzi, piloto Ferrari e atualmente na Fórmula E, e aquele que ficou com a vaga, Kevin Magnussen) determinou que Pietro Fittipaldi continuasse apenas como piloto de testes na Haas. Portanto, Drugovich pode sofrer do mesmo problema que Pietro, mas com boas atuações, crescerá a possibilidade de Drugovich ser notado por equipas maiores, equipas de Fórmula 1 com espaço para pilotos de testes, e quem sabe nessa situação Drugo não possa se destacar.

 


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS