Quem pode vir a ser o novo seleccionador nacional de Portugal? Será que Fernando Santos renovará o vínculo? Quatro propostas para o pós-Euro 2020
Quem pode vir a ser o novo seleccionador nacional de Portugal? Será que Fernando Santos renovará o vínculo? Quatro propostas para o pós-Euro 2020
Se no futebol a expressão “passar do 8 ou a 80” encaixa que nem uma luva, a análise a um treinador de futebol, aos olhos dos adeptos, pode facilmente ir do “-8 ao 800”. Muitas vezes no espaço de seis meses, 30 dias, ou mesmo um jogo. Qualquer treinador tem que ter essa noção, que o digam Bruno Lage, Fernando Santos e Sérgio Conceição, que constantemente passam de bestiais a bestas, e vice-versa.
Era uma vez um menino que sonhava ser jogador de futebol… Era uma vez um menino que sonhava… Era uma vez um que sonhava ser treinador de futebol.
O futebol sempre ocupou o imaginário de muito jovens, que se imaginam a jogar lado a lado, em pleno relvado, com os craques que os fazem vibrar. No entanto, esse paradigma, sofreu alterações, e ao longo das últimas duas décadas, esse sonho não se cinge apenas dentro das quatro linhas. Ao ‘sonho de menino’ de ser jogador profissional de futebol, juntou-se a aspiração de ser treinador. A isto muito se deve ao crescimento mediático e ao aumento da influência (e importância dada) ao treinador.
“Agora qualquer miúdo quer ser treinador de futebol. Qualquer ex-jogador de futebol quer ser treinador de futebol. Muitos estudantes de motricidade humana querem ser treinadores de futebol. É normal sonharem chegar ao topo, a concorrência é muita e subir a pulso na carreira é cada vez mais difícil.” (Vítor Oliveira)
Casos de sucesso como o de José Mourinho, ajudaram muito a que ser treinador se tornasse tão ‘sexy’ como ser jogador. Não é por acaso, que surgem cada vez mais jovens a apostar na carreira de treinadores ainda muito jovens, e direções dos clubes a dar oportunidades a estes. No entanto é um percurso bem difícil, principalmente nos primeiros anos, até se conseguir atingir estabilidade.
“É preciso ter alguém ao nosso lado que compreenda esse nosso sonho. Anos a investir numa carreira que pode nunca chegar a compensar.” – Paulo Fonseca
Para um treinador, os conhecimentos tácticos são a valência mais importante, mas que precisam de outras características tão transversais quanto fundamentais. Entre elas a capacidade de liderança:
“Eu peguei numa equipa que ganhou tudo. Nunca tinha treinado na primeira liga, e gerir aqueles jogadores que queriam sair e pensaram que isso não aconteceu por causa de ti, não é fácil. Com muitos foi ali bater quase de frente” – Vítor Pereira (quando assumiu o comando técnico do Porto)
No entanto essa capacidade de liderança tem que ser adaptada ao contexto da equipa que se vai treinar. Paulo Fonseca percebeu isso após chegar (talvez cedo demais) a uma equipa grande como o Porto. É importante que ao longo da carreira os erros definam uma aprendizagem, tornando o treinador mais capaz para se adaptar ao clube no qual se trabalha. Depois do Porto, Paulo Fonseca voltou ao Paços, e partir daí tem estado sempre em crescente: Braga, Shaktar e agora Roma.
“Eu acreditava numa liderança que podia resolver tudo de uma forma aberta, mas principalmente num grupo da dimensão do FC Porto, não tens que abrir discussão a nada. Tem de ficar bem explícito quem manda.”
Em equipas grandes o ganhar é o mínimo que os adeptos exigem. Se a pressão já é muita quando se ganha, quando se perde aumenta muito mais. Por isso é que muitas vezes quando se entra num espiral negativo de resultados é difícil inverter. Por isso, num equipa ganhadora, é importante evoluir e exigir quando se ganha para evitar potenciais relaxamentos.
“Quando ganhas ficas menos atento ao processo. É nas vitórias que tens que aumentar exigir mais da equipa.” (Carlos Carvalhal)
Numa altura em que o acesso a informação é cada vez mais maior, pede-se também que o treinador seja cada vez mais pró-activo. Que seja um criador de novas soluções, e preparar a equipa para ultrapassar as adversidades em qualquer um dos momentos do jogo. Tentar replicar um trabalho de sucesso de um treinador num determinado clube está longe de ser meio caminho andando para o sucesso num outro clube.
“Se eu falar com um treinador jovem, ele vai-me ouvir e pensar nos pontos que lhe falei. Mas ele deve refletir e não copiar. Só faz sentido ele implementar as suas próprias ideias.” (Vítor Pereira)
Seja um treinador mais ou menos experiente, ex-jogador de valor ou mais desconhecido, mais duro ou mais ‘gentleman’, com um estilo de futebol mais rendilhado ou mais directo, todos são alvos da impaciência dos adeptos.
Sérgio Conceição, foi um jogador de nível internacional e conhecido por todos. Um extremo intenso, rápido e com uma raça inconfundível. Depois de uma carreira de treinador em crescendo, chegou ao seu clube do coração: o FC Porto. Numa altura em que o clube precisava de um novo rumo, intervencionado pela UEFA e a precisar de reaproveitar jogadores emprestados, a direção do Porto apostou no que denominam de “treinador à Porto”. Mesmo após uma primeira época de sucesso, não foi preciso muito para os adeptos começaram a criticar. Pedem mais qualidade de jogo, dizem que é um futebol demasiado directo, sempre à procura da profundidade e demasiado dependente das características físicas dos jogadores. Mas este estilo de jogo sempre a imagem das equipas de Sérgio Conceição, inclusive na época de estreia quando foi campeão e idolatrado pelos adeptos.
Muitas dessas críticas começaram a surgir, quando há um ano, o criticado Rui Vitória é despedido e surge Bruno Lage como timoneiro do Benfica. Um treinador com historial nas camadas jovens do Benfica e com experiência internacional como adjunto de Carlos Carvalhal. Entrou num contexto difícil, mas após a primeira vitória embalou no campeonato e até ao fim apenas perdeu 2 pontos, foi inclusive ganhar ao estádio do Dragão, e tornou-se campeão nacional. Com um futebol ofensivo, rendilhado e com muitos golos, Bruno Lage foi promovido a herói pelos adeptos do clube como se de um treinador imbatível se tratasse.
Ambos tiveram excelentes épocas de estreias, mas a memória dos adeptos é curta, e como em certo momento (em alturas diferentes), Sérgio Conceição e Bruno Lage pareceram quase imbatíveis, basta as equipas não estarem nesse máximo já visto, para serem criticadas… mesmo com “dragões” e “águias” a terem mais pontos que na época passada por esta altura (Porto +1, Benfica +7).
“Para muitos estamos acima das expectativas, para outros estamos abaixo, mas para estes estamos abaixo porque fomos nós que elevamos a bitola” – Miguel Valença, protagonista na reportagem original do Canal 11 “O Treinador”.
Com carreiras europeias abaixo das expectativas, no campeonato, Benfica e Porto estão nos lugares cimeiros. Bruno Lage apenas perdeu 3 pontos, numa derrota com Sérgio, que perdeu na jornada inagural com o Gil Vicente e empatou na deslocação ao terreno do Marítimo.
Só um dos dois poderá ser campeão, e o que não o for, os adeptos facilmente vão esquecer tudo o que de bom já fizeram. Nem um nem outro são tão bons como os adeptos por momentos acreditaram, mas são muito melhores do que aquilo que se vai ouvindo por aí.
“As pessoas não percebem que entre o ganhar e o perder está uma linha finíssima. Entre o sucesso e o insucesso essa linha também é muito fina e que vamos chegar ao final da época com uns a rir, outros a chorar, outros assim-assim. Mas passar de um mês começa um novo campeonato e os sonhos renascem. É esta a magia do futebol.” – Vitor Oliveira
Fernando Santos e a sua carreira na seleção foi um tema que já abordei no Fair Play – ler artigo aqui – devido às inúmeras críticas que vai recebendo por parte do adeptos. Alguns dirão… “Como é possível o único treinador que trouxe títulos para Portugal ser tão criticados?” Outros criticam… “Foi campeão europeu com sorte!” ou “Um campeão europeu tem de jogar muito mais”. Eu prefiro lembrar-me do que Fernando Santos disse no primeiro dia: “Com os jogadores que temos se formos mais pragmáticos ganharemos títulos importantes”. E não é que… Não será dos melhores estrategas entre os melhores treinadores, mas parece ser um excelente líder e condutor de homens (algo ainda mais fundamental numa seleção). Aliás, Ricardo Quaresma não tem dúvidas disso, como se pode ver no vídeo abaixo:
O futebol é uma daquelas coisas da vida que tem a capacidade de puxar o lado mais irracional das pessoas, seja para o bem, seja para o mal. Para concluir, deixo duas citações, a primeira (principalmente) para os treinadores, a segunda, para todos nós.
“Os que agora te insultam amanhã estão-te a aplaudir” (Paulo Fonseca)
“O futebol é a coisa mais importante, entre as coisas menos importante da vida.” (Vítor Oliveira)
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O título do artigo é nosso mas as palavras que deram origem ao mesmo são de Fernando Santos. Quando chegou à seleção em 2014, referiu que com o grande talento que Portugal tem aliado a um maior pragmatismo poderia ser o que faltava para trazer troféus
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“As finais não são para jogar, são para ganhar”, é uma daquelas frases chavão da linguagem futebolística. Premissa muitas vezes dita por inúmeras figuras de proa do futebol, como é o caso de José Mourinho e do vice-presidente da FPF, Humberto Coelho, que o fez na antevisão da final do europeu sub19, onde Portugal perdeu com a Espanha por 2-0. No entanto, pelos mais variados motivos, nem sempre é possível ganhar e, quando tal não acontece, há que ressalvar o que de bom e de menos bom aconteceu. Vamos centrar-nos nos 7 motivos para um vice campeão sorrir.
Ao longo de toda a qualificação e no europeu, a seleção de Portugal mostrou sempre uma enorme personalidade dentro de campo. Com uma forma muito própria de jogar, jogadores identificados uns com os outros e a saber o que fazer tanto com e sem bola. Uma equipa virada para o ataque, que nunca adormece sob a vantagem de um golo e que dificilmente se deixa abater em momentos em que fica por baixo no jogo.
Esta é uma geração recheadas de excelentes jogadores. Podemos percebê-lo pelo número de jogadores que não puderam estar na convocatória por estarem a fazer a pré-época com a equipa principal dos respectivos clubes. E se, aparentemente deixa a equipa menos forte, por outro lado abriu espaço a que outros talentos, por norma segundas opções, mostrassem o seu valor. Entre os não convocados esteve Pedro Neto, da Lázio, o grande destaque na qualificação para o europeu, e que em 2017 já se tinha estreado no futebol sénior (na altura no Sporting Braga), tendo inclusive marcado um golo. Este ano foi promovido aos sub20, onde integrou o lote de convocados do Mundial sub20. Pedro Álvaro, defesa-central Tiago Dantas (médio-ofensivo) e Nuno Tavares (defesa esquerdo) foram chamados para fazer a pré-época com o Benfica, sendo que este último tem sido dos jogadores mais utilizados por Bruno Lage. O extremo ex-Liverpool, Rafael Camacho é um das grandes esperanças do Sporting para o ataque desta época e capitão Romário Baró (médio-ofensivo) também estão a ganhar a ganhar espaço nas escolhas de Marcel Keizer e Sérgio Conceição, respectivamente. Umaro Embaló, extremo do Benfica, ficou ausente por lesão.
Nos cinco jogos disputados Portugal goleou ‘todos’ os adversários… com excepção da Espanha. Na estreia e logo diante da Itália, uma das quatro seleções favoritas à conquista do europeu, além de Espanha, França e Portugal. Os jovens lusos, não deram qualquer hipótese à “squadra azzurra”, e o resultado apenas foi surpreendente para quem não viu o jogo. A supremacia de Portugal foi tanta que um resultado bem mais volumoso (e histórico) não teria surpreendido. (ver artigo publicado no Fair Play a seguir ao jogo). A fechar o grupo e na meia final, a seleção aplicou chapa 4, à Arménia e à República da Irlanda, que na fase grupo apenas perdeu com a França com um golo perto do fim.
Nota: Nos jogos com a Espanha, o primeiro foi muito equilibrado, com um empate justo a um golo, sendo que na final os ‘nuestros hermanos’ se superiorizaram à qualidade lusa.
Ao jogador português sempre foi reconhecida qualidade, mas talvez nunca tenha surgido tanto talento geração após geração. Basta lembrar que além dos jogadores referidos no ponto 2, esta é a geração do prodígio João Félix que recentemente entrou no top 5 das transferências mais caras de sempre do futebol mundial. No entanto, Félix muito cedo saltou etapas, com apenas 2 jogos nos sub19 (2 jogos e 2 golos nos sub18), estreou-se aos 17 anos nos sub21, onde fez 4 golos nos 10 jogos realizados. Actualmente é já internacional A.
De recordar, que mesmo sem Félix, Portugal foi campeão europeu de sub17, e esteve muito perto de ser campeão europeu sub19 duas vezes consecutivas.
Neste lote de 21 jogadores, muitos deles já eram (quase) indiscutíveis no onze de Filipe Ramos, como são os casos de Celton Biai, Tomás Tavares, Gonçalo Loureiro, Diogo Capitão e Gonçalo Ramos.
Com Tomás Tavares a ser indiscutível à direita ou à esquerda, Tiago Lopes, no primeiro jogo, e Costinha, nos restantes, assumiram a titularidade. Ambos cumpriram bem, mas Costinha mostrou-se mais acutilante ofensivamente. Com Tomás Tavares, que joga sempre bem, fez a dupla laterais mais forte.
Com a ausência de Pedro Álvaro, Gonçalo Cardoso, assumiu-se com um pilar no eixo defensivo. O jogador deste grupo com mais jogos na primeira liga passou este teste com distinção. Personalidade forte, inteligente na antecipação e faz a diferença no jogo aéreo. Marcou no jogo de estreia do europeu.
Vítor Ferreira e Fábio Vieira, habituais suplentes, tinham a dificílima missão de substituir duas das maiores promessas do futebol nacional: Romário Baró e Tiago Dantas. No entanto, os dois jogadores que venceram este ano Youth League (liga dos campeões sub19) ao serviço do FC Porto, não acusaram a pressão e assumiram desde o primeiro minuto a responsabilidade. Vítor, um 8 completo, ao estilo de ‘João Moutinho’, fisicamente não é muito forte mas tem um rotatividade e uma inteligência fora do comum. A sua velocidade de execução e de raciocínio deste médio interior pedem auguram um futuro risonho, a curto ou médio prazo, assim que Sérgio Conceição o entenda. Ao seu lado, e com mais liberdade ofensiva, Fábio, um criativo com características de maestro, procura muitas vezes o último passe e sua capacidade de drible permite serpentear entre os adversários. A camisola 10 assenta-lhe bem.
Na frente, com as ausências de Pedro Neto, Rafael Camacho e Umaro Umbaló, abriram espaço para os extremos João Mário e Félix Correia. O primeiro um extremo rápido e objectivo, com boa capacidade de decisão, e já com 20 jogos (4 golos) na equipa B. No outro lado, o jogador formado no Sporting, comprovou o porquê de ter sido recentemente contratado pelo Manchester City. Extremo veloz e com grande capacidade de drible. O estilo ‘selvagem’ faz lembrar Bruma com a mesma idade. Foi o português em maior destaque na final com Espanha e marcou e assistiu no jogo de estreia. Destaque ainda para a ‘arma secreta’ Tiago Gouveia, um extremo rápido, com muita potência e com uma apetência para ‘inventar’ golos do nada. Destacou-se, na fase de grupos, diante da Espanha, com as suas transições rápidas, e contra Arménia, onde deixou a sua marca com dois golos.
Deste lote de jogadores que não eram normalmente titulares, quem mais impressionou foram Vítor Ferreira, Fábio Vieira e Félix Correia.
Entre convocados de Portugal, entre os que não foram por estarem a fazer pré-época com os clubes, e os que que foram aposta de primeira desde a qualificação, destacaram-se alguns nomes, que merecem ser individualizados.
Tomás Tavares. Chamar-lhe lateral parece pouco face à inteligência que demonstra e pela forma como ocupa tanto as duas laterais como posições mais centrais sempre que jogo assim o pede. Longe de ser o típico lateral de corredor, troca a velocidade e condição física, pela qualidade técnica e elegância de quem decide sempre bem e com critério. Quem ainda não o viu jogar, e quiser ter uma ideia, em termos de movimentações, pode ver algumas parecenças com os últimos laterais direitos alemães: Philipp Lahm, já retirado, e Joshua Kimmich, actual dono do lugar.
Na ausência de Pedro Álvaro, Gonçalo Loureiro assumiu-me como o patrão da defesa, sempre super-concentrado, agressivo e com um posicionamento que lhe permite controlar a profundidade. Pode e deve crescer no momento ofensivo, mas a forma como defende faz lembrar Rúben Dias.
Na baliza, Celton Biai destaca-se por ser um guarda-redes com características do que estamos habituados nos guarda portugueses. Muito forte no controlo da profundidade e a jogar com os pés, seja em passe curto ou longo. Um guarda-redes moderno que apresentou também bons reflexos e, continuar a crescer, pode chegar ao plantel principal do Benfica.
Na frente, Gonçalo Ramos, conquistou o título de melhor marcador do europeu, mesmo tendo realizado apenas três jogos – na fase de grupos não esteve no empate com a Espanha e na goleada à Arménia – marcou à Itália, na estreia, e fez um hattrick na meia final diante da República da Irlanda. Gonçalo tem sido uma feliz adaptação de um médio ofensivo a falso 9, que começou a apresentar resultados no clube. Vai demonstrando, cada vez mais, bons movimentos e pormenores de avançado, aparecendo muitas vezes no sítio certo. Com a escassez de avançados na formação, e continuando a evoluir, pode vir a tornar-se numa aposta a médio prazo no clube. Esta época deverá ter no Benfica B, onde já participou em 6 jogos, o espaço ideal para cimentar esse crescimento.
Melhor que formar bem é formar bem a ganhar. No entanto, ao nível da formação, apesar de importante, ganhar não deve ser a prioridade. Os jogadores, aqueles que demonstram ter o um talento especial, quando se destacam entre os da sua idade, devem ser expostos a novos estímulos sob o perigo de estagnarem. Por exemplo, não fazia sentido descer João Félix que aos 17 anos já jogava nos sub21 e aos 19 chegou à seleção A. Neste momento, sem desprimor para o marco que é ser campeão ou vice-campeão europeu, é mais importante fazerem a pré-época nos seus clubes, para desenvolver as suas qualidades com e diante de jogadores mais experientes. Romário Baró, Nuno Tavares e Rafael Camacho (entretanto lesionou-se), são três exemplos de jogadores que nesta fase de testes, já garantiram um lugar no plantel principal a tempo inteiro. Pedro Àlvaro e Tiago Dantas, irão começar repartir-se entre equipa A e, principalmente, equipa B.
Crédito da foto: Record
Pode conhecer as caras (e os sorrisos) dos convocados no vídeo do Canal 11 “Europeu sub-19: os eleitos de Filipe Ramos apresentam-se”.