André Dias Pereira, Author at Fair Play - Página 21 de 23

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André Dias PereiraAbril 7, 20183min0

Está decidido. Roger Federer vai falhar toda a temporada de terra batida, devendo regressar no torneio de Halle, na Alemanha. A confirmação foi feita pelo suíço após a derrota diante do australiano Thanasi Kokkinakis, no Masters 1000 de Miami. “Decidi não jogar em terra batida. Foi bom voltar a ser o número um em Roterdão, mas manter essa posição não é importante nesta altura”, esclareceu o helvético. Entre outros torneios, Federer falhará Roland Garros.

O multicampeão volta, assim, a repetir a estratégia de sucesso que o levou a fazer um bom segundo de semestre em 2017. Venceu Wimbledon e também em Halle, Shangai e Basileia.

A derrota perante Kokkinakis retirou-lhe a liderança mundial, mas conforme referiu, não é o mais importante neste momento. E, verdadeiramente, há boas chances de Federer recuperar essa condição mesmo sem jogar. Senão vejamos. Nadal defende 4.680 pontos nos próximos meses, apenas  mais100 que Federer.  Contudo, o helvético não terá nenhum desconto até a temporada de relva.

A temporada de terra batida, de resto, apresenta-se como uma incógnita quanto a favoritos. Tudo por conta das lesões. O último torneio de Nadal foi o Open de Austrália. Falhou, depois, Acapulco, Miami e Indian Wells. Apesar de dominante na terra batida há dúvidas sobre as condições em que defende o título de Roland Garros. Murray também só regressará na temporada de relva. Djokovic mostrou estar limitado em Miami e Indian Wells. Wawrinka também recupera de lesão ao joelho e não tem previsão de regresso. Dominic Thiem está inscrito em Monte Carlo mas recupera de lesão no tornozelo. Del Potro e Cilic, os melhores de 2018 a par de Federer, também não têm na terra batida o seu piso preferencial.

Um dos segredos da longevidade de Federer é a gestão do seu esforço. Por isso, a escolha de torneios é muito criteriosa. Até porque, aos 36 anos e com 20 Grand Slams, nada tem a provar, jogando para desfrutar do jogo. A terra batida, ocupa, de resto, um período grande do calendário, necessitando de recuperação e preparação. E é o próprio Federer quem o diz ao jornal francês Le Parisien. “Quem o joga vai precisar de desistir de outra coisa“. O título de Roland Garros em 2009, permite-lhe, igualmente, aceitar melhor esta decisão.

Oportunidade perdida?

Contudo, há quem não corrobore da mesma ideia. Ion Tiriac, director do Open de Madrid, considera que Federer não age de forma correta, comparando o tenista a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

Federer já o disse. Quer continuar a somar títulos e ser número 1. Com os rivais enfraquecidos por lesões, esta seria uma boa chance para tentar somar um segundo troféu de Roland Garros e em outros torneios. Em todo o caso, seria sempre um favorito. O que nos leva a outra pergunta. Será justo um número 2 do mundo falhar um torneio Grand Slam? E que impacto representa um nome como Federer falhar Roland Garros? O certo é que o mesmo já acoteceu em 2017. Certo é que este ano haverá aumento de premiação. Cada vencedor irá receber 2,2 milhões de euros, mais 100 ml euros do que na última edição. A prova joga-se em 27 de Maio e 10 de Junho.

Em todo o modo é mais uma oportunidade perdida para os fãs verem o suíço jogar. Mas um bom segundo semestre, com o US Open e Masters Final na calha, rapidamente faria esquecer Paris e ver a lenda crescer ainda mais.

André Dias PereiraAbril 4, 20183min0

Antiga número 5 do mundo está hoje fora do top-100. Eugenie Bouchard perdeu patrocinadores, motivação e vai dedicar-se a torneios ITF “para recuperar a sensação de ganhar”. Aos 24 anos ainda vai a tempo de voltar ao topo?

Em 2014 a canadiana Eugenie Bouchard chegava ao topo do mundo. Finalista do torneio de Wimbledon e garantia a entrada no top-10 mundial. Um registo surpreendente e meteórico se nos atentarmos à ideia que um ano antes ocupava o modesto 144º lugar do ranking WTA. Mais. Tratava-se do seu primeiro Grand Slam enquanto profissional. Alcançar a final nessa condição era um feito que não era repetido desde Arantxa Sanchez, em 1991.

Aos 20 anos era a “next big thing” do ténis mundial e os patrocínios começaram a chover. Nike, Colgate, entre outros, tornaram-na em uma das mais bem pagas tenistas do mundo. Foi capa da Sports Illustrated.

Dentro do court, Bouchard foi ainda semi-finalista em Roland Garros e Australian Open. No US Open chegou aos quartos de final. Tudo em 2014. O céu parecia ser o limite.

Certo é que a canadiana nunca conseguiu dar sequência a esse arranque de carreira. Nunca voltou a estar perto, sequer, de conquistar um Grand Slam. Agora, fora do top-100 deverá prosseguir carreira nos torneios ITF. “Aqueles que ninguém vê”, explica Bouchard que procura “voltar a sentir a sensação de ganhar”.

Depois de um ano cheio, em 2014, o seguinte foi o início da sua queda. Eliminada nas primeiras rondas de torneios como a Family Circle Cup, Madrid Open ou Rogers Cup. A confiança começava a desaparecer. Ana Ivanovic, na altura, disse que Bouchard precisava de “voltar à sua essência, trabalhar duro, perceber o que resulta e não resulta, escutar-se a si mesma e não ser influênciada por outras pessoas”. E as coisas pareciam retomar o seu caminho no US Open. A canadiana venceu Alison Riske, Polona Hercog e Dominica Cibulkova. Na quarta ronda jogaria com Roberta Vinci, mas uma contusão afastou-a do torneio que já era visto como o seu regresso ao alto nível.

A lesão obrigou-a a afastar-se de torneios seguintes e ficou fora por mais de três meses. Já em 2016 e pela primeira vez desde 2013, não foi cabeça de série no Australian Open. Seria eliminada na segunda ronda por Agnieszka Radwańska. O calvário repetiu-se no Catar, na Malásia e Indian Wells. O seu melhor registo foi a terceira ronda.

Perda de patrocínios

A luta pela sua melhor forma continuou em 2017. Outra vez sem sucesso. Em Brisbane e Sidney foi afastada na ronda inaugural. No Australian Open foi eliminada na terceira ronda por Coco Vandeweghe. Bouchard optou, então, por voltar a jogar no circuito ITF, pela primeira vez em quatro anos. Depois jogou em Istambul, mas foi Madrid, frente a Angelique Kerber, que venceria o primeiro jogo no circuito profissional em meses.

Já em 2018, a canadiana saiu, enfim, do top-100 mundial e prepara-se para voltar a jogar torneios ITF. “Está na hora de baixar a categoria de torneios e jogar encontros de importância menor. Aqueles que ninguém vê e ninguém quer saber. Preciso de recuperar aquela sensação de ganhar”, disse após ser afastada, na semana passada, no torneio de Charleston.

Entretanto, e de acordo com o jornal AS, a canadiana tem cada vez menos patrocinadores. A Nike já não desenha para ela e marcas como Colgate, Aviva e Usana já rescindiram os contratos.

Aos 24 anos, Eugenie Bouchard tem ainda um futuro pela sua frente. Mas haverá tempo para a bonança após a tempestade?

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André Dias PereiraAbril 2, 20183min0

Ao longo da sua carreira o norte americano John Isner convive com a referência à sua altura. 2,08 metros. Este domingo, e aos 32 anos, foi o dia em que Isner foi gigante também no ténis. Natural de Greensboro, Carolina do Norte, foi em Miami que o norte-americano conquistou o mais relevante troféu da sua carreira.

E que semana foi esta para John Isner. O ponto alto foi este domingo com uma vitória na final diante o alemão Alexander Zverev: 6-7(4), 6-4 e 6-4. E Isner até perdeu o set inicial, mas recuperou nas duas partidas seguintes, terminando com nada menos que 18 ases. De resto, permitiu apenas três pontos de break a Zverev.

A caminhada para a vitória começou com Jiri Vasely (7-6, 1-6 e 6-3) e prosseguiu com Marin Cilic (7-5 e 7-6). Depois, venceu Hyeon Chung, carrasco de João Sousa, por 6-1 e 6-4, e Del Potro (6-1 e 7-6)

Já Zverev deixou eliminou Dimitri Medveded (6-4, 1-6 e 7-6), David Ferrer (duplo 6-2), Nick Kyrgios (duplo 6-3), Borna Coric (7-6, 4-6 e 6-4) e Pablo Carreño Busta (6-4, 5-7 e 7-6).

O norte americano aumentou para treze os títulos conquistados no circuito ATP. Contudo, este foi o primeiro da categoria Masters 1000, tendo sido finalista vencido em outros três anteriormente. Desde Andy Roddick, em 2010, que nenhum tenista norte-americano conseguia vencer o Masters de Miami. E com a vitória de Sloane Stephans no quadro feminino, foi quebrado o jejum da ‘dobradinha’ que perdurava desde 2004, ano em que Roddick e Serena Williams venceram em ambos os quadros.

Já para Zverev perdeu a chance de vencer o seu terceiro Masters 1000, depois das conquistas no Canadá e em Roma, em 2017.

Federer e Djokovic desiludem

Apontado como um dos principais favoritos, Roger Federer foi a grande desilusão do torneio. O suíço caiu logo na primeira ronda para Thanasi Kokkinakis (3-6, 6-3 e 7-6). Foi a segunda derrota da temporada de Federer, que o atira para fora da liderança mundial, a partir desta segunda-feira. Rafael Nadal é outra vez número um do mundo. Quem também desiludiu foi Novak Djokovic. O sérvio perdeu logo na ronda inaugural para o compatriota Filip Krajinovic (6-3 e 6-2). Entretanto, o ex-número um mundial já confirmou o final de sua parceria com André Agassi, seu treinador desde Maio de 2017. Eliminado nos oitavos-de-final do Australian Open, e nas rondas inaugurais de Indian Wells e agora Miami, o sérvio é 12º do ranking.

Com o afastamento de Federer e Djokovic, o caminho parecia aberto para Del Potro. Contudo, o vencedor de Indian Wells, acabaria afastado por Isner, que colocou um ponto final na invencibilidade do argentino. Foram 15 vitórias consecutivas naquele que foi o seu melhor arranque de temporada desde que é profissional.

Surpreendente foi o percurso do português João Sousa. O vimarense tornou-se o primeiro português a atingir os oitavos de final de um Masters 1000. Caiu de cabeça erguida perante o favoritismo de Hyeon Chung (6-4 e 6-3).

Sousa será uma das principais atracções do Estoril Open, que poderá também contar, quem sabe, com Novak Djokovic. Mas, para já, no sol de Miami quem mais brilhou foi o norte-americano John Isner, que se torna, esta segunda-feira, número 9 do mundo.

A vitória de Isner diante Zverev

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André Dias PereiraMarço 26, 20182min0

João Sousa, o conquistador. Não por ter nascido em Guimarães. Não apenas por ser o melhor tenista português de sempre. Sousa conseguiu, este domingo, a proeza de atingir os oitavos de final do Masters de Miami. Pela primeira vez um tenista luso atinge essa meta num Masters 1000.

Longe do 28º lugar que já ocupou no ranking, Sousa é hoje o 80º do mundo. Isso, contudo, não o impede de somar vitórias importantes, como a que teve diante o Jared Donaldson , número 49 mundial. A vitória pelos parciais de 1-6, 6-3 e 6-4 demorou 1h53. O português pareceu apático no primeiro jogo, mas depois voltou a mostrar grande força mental e venceu 10 dos 14 jogos realizados.

O triunfo vem dar mais força à prestação do tenista luso que, na ronda anterior, eliminou nada menos que David Goffin, número nove mundial. Sousa não deu hipósteses, ganhando pelos parciais de 6-0 e 6-1. Goffin encontrava-se sem competir desde que foi afastado nas meias-finais do torneio de Roterdão, por Grigor Dimitrov. Depois de eliminar Alexander Zverev em Indian Wells, pelo segundo torneio consecutivo o vimarenense afastrou um tenista do top-10 mundial.

Na próxima ronda, que se joga esta terça-feira, dia 27, João Sousa terá pela frente uma das sensações do circuito em 2018. O coreano Hyeon Chung, semi-finalista do Australian Open, deixou para trás o norte-americano Michael Mmoh, por duplo 6-1. Antes, a vítima foi o australiano Matthew Ebden (6-3 e 7-5).

Federer perde liderança para Nadal

Para já, estão garantidos nos oitavos de final: João Sousa, Hyeon Chung, Marin Cilic, Jeremy Chardy, Juan Martin Del Potro, John Isner e Filip Krajinovic.

Eliminados estão, para ja, Roger Federer e Novak Djokovic. O sérvio voltou a desiludir ao ser afastado na primeira ronda por Benoit Paire (6-3 e 6-4). Já o suíço sofreu a segunda derrota da temporada, depois de ter perdido a final de Indian Wells para Del Potro. O algoz, agora, foi Thanasi Kokkinakis: 3-6, 6-3 e 7-6 (4), naquele que foi o primeiro encontro entre ambos no circuito ATP. Mais do que perder na estreia, Federer perde a liderança mundial para Rafael Nadal a partir desta segunda-feira. O suíço, agora, só deverá regressar em Junho, no torneio de Halle.

André Dias PereiraMarço 19, 20183min0

Juan Martin Del Potro. Outra vez ele. A segunda vez em três semanas. O argentino está imparável e Indian Wells dançou ao ritmo de Del Potro. Tal como em Acapulco, no México.

Ao vencer na Califórina, Juan Martin Del Potro conquistou o seu primeiro Masters 1000 da carreira. E também o seu 22º torneio ATP. O argentino quebrou ainda a sequência de 17 vitórias consecutivas de Roger Federer e a partir desta segunda-feira, dia 20, sobe ao sexto lugar do ranking ATP.

Esta final, de resto, colocou frente a frente os dois jogadores que mais pontos somaram em 2018. Foram mais de 2h30 de batalha para chegar ao registo de 6-4, 6-7 (8-10) e 7-6 (7-2). Del Potro ainda chegou a ter um match point desperdiçado, no segundo set, e foi também obrigado a salvar outros dois, no terceiro. O triunfo chegou ao fim de 2H41 de um jogo muito equilibrado.

Esta foi, igualmente, a sexta vitória do argentino diante o suíço, que soma 18 triunfos neste confronto directo. O mais especial continua a ser a vitória em 2009 na final do US Open, até agora a maior conquista da Torre de Tandil.

Mas esta vitória em Indian Wells terá sempre um sabor especial. Conforme salientou Del Potro, houve momentos, entre 2010 e 2015, quando atravessou um calvário de lesões, em que pensou que não voltaria a segurar numa raquete ao mais alto nível. Mas 2018 está a provar o contrário. Para já, sobe mais dois lugares no ranking ATP.

Para atingir a final, deixou para trás adversários como o proeminente Alex De Minaur (6-2 e 6-1), o espanhol David Ferrer (6-4 e 7-3), o compatriota Leonard Mayer (3-7, 7-6 e 6-3), o alemão Philipp Kohlschreiber (3-6, 6-3 e 6-4) e o canadiano Milos Raonic (6-2 e 6-3).

Coric, a surpresa e Djokovic, a desilusão

O croata Borna Coric, um habitué do Estoril Open, foi uma das sensações da competição. Aos 21 anos atingiu as meias-finais de Indian Wells, caindo para Roger Federer (7-5, 4-6 e 4-6). Outra boa prestação foi a do coreano Hyeon Chung. E tal como no Autralian Open foi afastado pelo suíço nos quartos de final.

No sentido oposto, Novak Djokovic desiludiu, caindo na ronda inaugural perante Taro Daniel, 109º mundial. O calvário do sérvio parece continuar e não se vislumbra o regresso ao seu melhor nível. Nolan já alterou a sua equipa técnica, alterou rotinas, mas só o tempo dirá o que será o futuro do ex-número 1 mundial no circuito.

Com o trunfo de Del Potro, Djokovic continua a ser o maior vencedor de Indian Wells, a par de Federer, com cinco conquistas.

 

André Dias PereiraMarço 12, 20182min0

Denis Shapovalov saiu de cena de Indian Wells, que se joga até ao próximo domingo, na segunda ronda. O canadiano é contudo um meteoro no circuito ATP. E é o próprio que lembra que há um ano jogava Challangers e estava fora do top-200. Hoje é o 44 do mundo, com capacidade de surpreender qualquer um. Que o diga, por exemplo, Rafael Nadal.

Aos 18 anos de idade, o canadiano jogou um torneio Masters 1000, acabando eliminado por Pablo Cueva (7-6 e 6-4). A irregularidade e os erros em alturas decisivas foram determinantes. Na ronda inaugural vencera Ricardas Berankis.

“As coisas estão a sair-me muito bem nos últimos meses. Não me vejo favorito em nenhum jogo. No entanto, sou jovem em torneios deste tipo e há muitos jogadores experientes. Vou para os encontros com muita confiança e acreditar que posso vencer qualquer um”, disse o Shapovalov.

De facto, o canadiano atravessa um bom momento de forma. Este ano já atingiu as meias-finais do torneio norte-americano de Delray Beach. Em Acapulco derrotou, também, Kei Nishikori. O impacto de Shapovalov começou quando, o ano passado, derrubou Rafael Nadal nos quartos de final do torneio de Montreal.

Shapovalov lidera Canadá à primeira Taça Davis juvenil

Nascido em Israel, mas filho de pais russos, Denis Shapovalov começou a jogar ténis com apenas 5 anos de idade. O apoio familiar foi tal, que a sua mãe abriu um clube de ténis para o ajudar nos treinos. E foi já em Outubro de 2013 que o canadiano venceu o seu primeiro título júnior. Aconteceu em Burlington, nos EUA, feito que repetiria no ano seguinte.

O ano de 2015 foi o mais impactante do seu percurso juvenil. Alcançou a segunda ronda no Australian Open, e a terceira em Wimbledon e US Open. Em duplas conquistou, juntamente com o compatriota a Félix Auger-Aliassime, o título do US Open. Os dois tenistas e Benjamin Sigouin venceram também, nesse ano, a primeira Taça Davis juvenil da história do país. Por fim, em 2016,  Shapovalov foi campeão do torneio Future de Weston, nos EUA.

Agora, entre graúdos, o canadiano está a começar a construir a sua história. Jogo a jogo, competição a competição. Actualmente é 44 do mundo, mas o mais provável é continuar a galgar posições no ranking. Até onde vai este meteoro é a questão.

 

Os melhores pontos de Denis Shapovalov em 2017

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André Dias PereiraMarço 5, 20182min0

Cinto anos, uma lesão grave e algumas tentativas depois, Juan Martin del Potro voltou a conquistar um título ATP. Foi na madrugada de domingo, em Acapulco, México. A Torre Tandil levou a melhor sobre Kevin Anderson, por duplo 6-4, arrecadando o seu 21º troféu ATP 500.

Mais do que a vitória final, Del Potro mostrou-se no México a um nível altíssimo. Em toda a campanha só cedeu um set, contra David Ferrer. Os seus golpes de direita, os slices, enfim, todo o encanto que o tornaram em um dos mais populares tenistas do circuito, estiveram ali. Aos 29 anos, Del Potro está novamente no auge, apontando baterias para repetir o feito de 2009, quando venceu o US Open.

A edição deste ano do torneio de Acapulco contava com nada menos que cinco tenistas do top-10 mundial. E del Potro eliminou três consecutivamente. O percurso do argentino começou com Mischa Zverev (6-1 e 6-2), seguindo-se David Ferrer (6-4, 4-6 e 6-3). Nos quartos de final, del Potro afastou Dominic Thiem (6-2 e 7-6) e nas meias-finais Alexandr Zverev (6-4 e 6-1).

“Ganhar um título tão importante nestes momentos significa imenso para mim e para a minha equipa, pelo que estamos bastante felizes”, disse del Potro após a vitória. E não é para menos. Apesar dos títulos de Estocolmo (2016 e 2017) e Sidney (2014), desde Basileia (2013) que Del Potro não conquistava um troféu ATP 500.

O torneio contou também com a presença de Hyeon Chung, semi-finalista no Australian Open. O coreano seria eliminado por Kevin Anderson (6-3 e 6-1) nos quartos de final.

Com esta vitória, Juan Martin Del Potro regressa, esta segunda-feira ao top-8 mundial e segue para Indian Wells.

 

 

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André Dias PereiraFevereiro 26, 20182min0

Diego Schwartzman conquistou este domingo, no Rio de Janeiro, o seu primeiro troféu ATP 500 e o segundo da carreira. Mais importante, o título catapultou-o para o 18º lugar do ranking a partir desta segunda-feira.

Com uma sólida exibição frente Fernando Verdasco (6-2 e 6-3) Diego Schwartzman consolidou uma semana de sonho no Rio de Janeiro. O espanhol tentava conquistar o seu primeiro título de singulares desde Bucareste, em 2016. Os dois finalistas eram improváveis candidatos à vitória final no início da prova. Com nomes como Dominic Thiem, Marin Cilic ou Pablo Cerraño Busta, parecia díficil que Schwartzman alcançasse a tão desejada glória.

Cilic foi o primeiro a cair, nos oitavos-de-final para Gael Monfils (6-3 e 7-6). O francês cairia na ronda seguinte perante Diego Schwartzman (6-3 e 6-4) enquanto Thiem foi derrotado, também nos quartos de final, perante Fernando Verdasco (6-4 e 6-0). Nas meias-finais, o espanhol levou a melhor sobre Fabio Fognini (6-1 e 7-5) e Schwartzman diante o surpreendente Nicolas Jarry (7-5 e 6-2). O chileno, que era 94º do mundo, vai dar um salto para a 73ª posição. Jarry deixou para trás favoritos como Pablo Cuevas ou Alber Ramos Viñolas.

“Eu senti-me muito cómodo a semana toda. Consegui aproveitar os momentos em que os adversários não jogaram tão bem. Quero desfrutar do meu primeiro ATP 500”, disse o argentino, que atravessa um bom momento. Na semana passada foi semi-finalista em Buenos Aires.

De Istambul ao Rio de Janeiro

O primeiro título de Diego Schwartzman aconteceu em 2016, em Istambul (ATP 250), frente a Grigor Dimitrov. No Rio de Janeiro tinha sido eliminado anteriormente por Dominic Thiem, duas vezes, e Federico Delbonis. Agora, chegou a glória. No seu pensamento está, por certo, quando há 12 anos a sua família vendia pulseiras para patrocinar as suas viagens como juvenil. O brasileiro Gustavo Kuerten, do qual recebeu o troféu, era então uma referência. “Foi incrível, nunca imaginei receber um troféu do Guga no Rio, é a realização de um sonho. Ele tem sempre esse sorriso tão grande, que é típico do Brasil”, disse.

A carreira de Schwartzman tem vindo a crescer. Entre Istambul, em 2016, e Rio de Janeiro, em 2018, chegou aos quartos de final do US Open em 2017. Agora segue-se Acapulco onde começará a jogar com…Fernando Verdasco. O espanhol, de resto, não saiu do Brasil de mãos a abanar. Venceu o torneio de pares com David Marrero e vai subir 13 posições (27º) no ranking ATP, esta segunda-feira.

André Dias PereiraFevereiro 19, 20182min0

Roger Federer está de volta à liderança do ranking mundial. O suíço conquistou, este domingo, pela terceira vez o torneio de Roterdão consagrando-se como o mais velho número 1 da história. Quando o helvético anunciou que ia participar no torneio holandês o mundo agitou-se. Federer tinha a chance real voltar ao lugar que, até há pouco, julgava já não ser possível. Talvez por isso tenha dito que voltou a sentir o mesmo quando, em 2004, o conquistou pela primeira vez.

O triunfo sobre Grigor Dimitrov na final de Roterdão (6-2 e 6-2) correspondeu ao 97º troféu na carreira. Em Grand Slam é recordista com 20 títulos, tendo chegado a 30 finais. É também o jogador com mais semanas no topo, 303, das quais 237 foram consecutivas. O intervalo entre a primeira vez que chegou a número 1, Fevereiro de 2004, e que regresso ao topo, Fevereiro de 2018, é também o maior da história.

Os números impressionam, mas mais incrível ainda é perceber que aos 36 anos Federer se mantém no topo. John McEnroe, ex-número 1 mundial, afirma não entender como Federer joga a este nível nesta idade. E não é para menos. O suíço tem o mérito de atravessar três gerações – de Pete Sampras a Grigor Dimitrov – mantendo-se sempre entre os favoritos.

O suíço está numa fase em que quer sobretudo desfrutar do ténis. E, por assim dizer, reinventou-se numa altura em que se falava na aposentadoria. Desde o arranque de 2017 conquistou dois Australian Open e Wimbledon.

Federer é 1º e Kevin Anderson sobe ao nono lugar

Federer continua a desafiar a idade e os conceitos de ténis a alto nível. Mas vai lembrando que só é possível porque a sua mulher lhe permite ter essa vida. Os dois próximos Grand Slam, Roland Garros e Wimbledon, vão esgrimir a liderança mundial. Nadal, o rival que Federer voltou a derrotar, é o grande favorito para Paris. Mas Federer é o detentor do torneio britânico.

Na revisão de ranking esta segunda-feira, registo para o segundo lugar de Rafael Nadal. O croata Marin Cilic é terceiro. A grande novidade no top-10 é o sul-africano Kevin Anderson, vencedor do torneio de Nova Iorque, este domingo. Pela primeira vez está no nono lugar. Já Dominic Thiem, vencedor do torneio de Buenos Aires, mantém a sexta posição.


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