André Dias Pereira, Author at Fair Play - Página 19 de 23

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André Dias PereiraJulho 9, 20183min0

Terminou na segunda ronda a participação Wawrinka em Wimbledon. Este é, aliás, o único torneio em falta para o suíço completar o carreer Grand Slam. Contudo, o helvético estava longe de representar um favorito à vitória final. Depois de recuperar de uma lesão no joelho que obrigou a uma longa paragem, Stan regressou à competição em Roma, perdendo da ronda inaugural para Steve Johnson.

Wawrinka entrou em Wimbledon ainda à procura da melhor forma física e longe do seu melhor ténis. Outrora top-3 mundial, o suíço é hoje 224 do ranking ATP. Havia, portanto, uma expectativa q.b. sobre o que poderia o helvético fazer na prova. E logo na ronda inaugural, o adversário era nada menos que Grigor Dimitrov, número 6 mundial.

Em bom rigor, o búlgaro também não atravessa a melhor fase da carreira. Depois de um 2017 com quatro títulos, entre os quais o ATP Finals, em 2018 ainda não logrou qualquer troféu. O encontro com Wawrinka era, pela história e estatuto dos dois, o jogo mais aguardado para ronda inaugural do Torneio dos Cavalheiros. A vitória acabou por sorrir, de virada, para o suíço: 1-6, 7-6 (7-3), 7-6 (7-5) e 6-4.

O triunfo do helvético representou uma dose importante de confiança. Contudo, não foi suficiente para ultrapassar, na ronda seguinte, o italiano Thomas Fabbiano, 133 do mundo: 7-6 (9-7), 6-3 e 7-6 (6-4). Esta foi, também, a primeira vez que o italiano venceu um set em Major esta temporada. A derrota de Wawrinka acabou por representar uma desilusão depois do feito perante o búlgaro. “Estou muito desiludido por perder um encontro como o de ontem e de hoje. Acho que ontem estava a jogar muito bem”, disse. O helvético acredita também irá regressar à melhor forma. “Aceito sempre que quando estás fora por algum tempo pode demorar algum tempo até voltar ao bom nível e resultados. Não espero que os resultados apareçam de um dia para o outro, depois de uma boa semana de treinos. Sei o quão duro é o ténis, toda a minha carreira tem sido assim.”

Quem também partilha da mesma ideia é Gael Monfils. “Não tenho dúvidas de que vai ficar bem e vai voltar a ficar tão forte como antigamente. Ele trabalha muito e é super apaixonado pela modalidade. Ele é um campeão. Acredito que seja apenas uma questão de tempo.

Marin Cilic, outro favorito, também está fora de Wimbledon. Terceiro cabeça de série e finalista vencido em 2017, o croata foi afastado pelo argentino Guido Pella na segunda ronda.

Quem pode roubar a cena a Federer?

Wimbledon segue agora para os quartos de final. Roger Federer é o grande favorito. O suíço já deixou para trás Dusan Lajovic, Lukas Lacko e Adrian Mannarino não tendo perdido qualquer set. Federer busca o nono título em Wimbledon e o 21º Grand Slam da carreira. Só que Rafa Nadal, Novak Djokovic e Juan Martin Del Potro também ainda estão em cena. Destaque também para Kei Nishikori que, aos poucos, vai regressando à melhor forma. Tal como Wawrinka, Murray (que desistiu de Wimbledon) e Djokovic atravessou o deserto das lesões e busca a melhor forma. Só que, tal como Djokovic, e ao contrário de Wawrinka, o nipónico já tem mais jogos nas pernas desde que regressou da lesão. Neste seu percurso eliminou de Nick Kyrgios (6-1, 7-6 e 6-4).

Existe, também, a possibilidade de Djokovic e Nadal se enfrentarem nas meias-finais. Tudo está, portanto, ainda em aberto. Esta segunda-feira marcou o arranque da semana decisiva de Wimbledon. Alguém pode roubar a cena Federer? Domingo, tudo vai ser decidido.

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André Dias PereiraJulho 2, 20183min0

Arranca esta segunda-feira mais um torneio de Wimbledon. É preciso recuar até ao ao ano de 1877 para lembrar a primeira edição, então vencida por Spencer Gore. Mas de então para cá ninguém foi mais bem sucedido do que Roger Federer. Foram oito vitórias, a última das quais o ano passado.

A questão levantada é se aos 36 anos o tenista suíço vai ampliar a sua lenda no All England Club. Federer parte como favorito, mas a sua condição de número 2 mundial obriga-o a um percurso mais espinhoso para atingir a final. A estreia será feita diante Dusan Lajovic (57º). Mas poderá encontrar Borna Coric – com quem perdeu a final de Halle – ou Marin Cilic, a partir dos quartos-de-final.

Roger Federer repete a fórmula de sucesso de 2017. Este ano falhou novamente toda a temporada de terra batida, regressando em Estugarda. O helvético venceu o torneio germânico e perdeu, depois, a final de Halle. Ganhar Wimbledon é o grande objetivo de Federer para 2018. Foi o próprio quem o disse, explicando que para isso “é importante estar mentalmente forte e em boas condições físicas”.

Como grande rival o suíço terá, como sempre, Rafael Nadal. O espanhol decepcionou nas últimas edições mas, este ano, chega com outra pujança. E com confiança reforçada. Nadal, recorde-se venceu há um mês Roland Garros. O maiorquino arranca no torneio britânico diante o israelita Dudi Cela. Ser número 1 do mundo garante-lhe também um percurso melhor para atingir uma eventual  final. Ainda assim, Del Potro, Denis Shapovalov e David Goffin são alguns possíveis rivais.

Murray ausente, Edmund é a esperança da casa

Quem está fora de Wimbledon é Andy Murray. O britânico desistiu de disputar o torneio britânico na véspera do seu início. A recuperar de uma lesão no quadro, Murray diz não estar em condições de jogar. Aos 31 anos, o bicampeão de Wimbledon atingiu os quartos de final o ano passado. Parado há onze meses por lesão e com uma cirurgia em Janeiro, o seu regresso estava apontado para Wimbledon.

Quem também corre por fora é Novak Djokovic. Com uma temporada irregular o sérvio pode jogar com Nadal nas meias-finais. O início será, contudo, diante Tennys Sandgren. Mais difícil poderá ser Kyle Edmund (18º), que, desde a ausência de Murray se tornou a grande esperança britânica. No Australian Open foi semi-finalista. Em Marraquexe, foi finalista vencido. Agora, a jogar em casa, será interessante acompanhar o seu percurso. Djokovic e Edmund porderão medir forças na terceira ronda.

Jogadores como Alexander Zverev, Nick Kyrgios e Denis Shapovalov são outros jogadores da nova geração que correm por fora. Tal como o já citado Borna Coric, que, na relva, tem evoluído a um nível capaz de conquistar Halle sobre Federer.

Contudo, o jogo mais atraente da ronda inaugural coloca frente a frente Stanislas Wawrinka e Grigor Dimitrov. O suíço está a ter um ano de pesadelo, longe da sua melhor forma e fora do top-200. O búlgaro, número seis mundial, ainda não conquistou qualquer troféu este ano.

Mais do que um torneio, Wimbledon é o mais importante evento de ténis do ano. Tradição, glamour e prestígio aliados a ténis de alto calibre. O torneio dos cavalheiros vai começar.

 

Wimbledon, 2018. O trailer

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André Dias PereiraJunho 28, 20183min0

Muito antes Andy Murray havia… Fred Perry. Antigo número um mundial, vencedor de 10 Grand Slam, Perry foi ainda o tenista a conquistar o primeiro carreer Grand Slam e é o único britânico, ainda hoje, a atingir esse feito. Entre 1934 e 1936 venceu três vezes consecutivas Wimbledon. Foram precisos, depois, 77 anos para outro britânico, Andy Murray, voltar a erguer Wimbledon.

Natural de Stockport Fred Perry (1909-1995) parece ter nascido com habilidade natural para o ténis. Os seus reflexos e visão de jogo notabilizaram-no também no ténis de mesa. Nessa modalidade venceu o Campeonato do Mundo, em Budaspeste, em 1929, e a medalha de bronze em duplas e também por equipas. No ano anterior, em Estocolmo, ganhou medalha de prata por duplas e bronze por equipas e pares mistos.

Conquistado o sucesso na mesa, Perry focou-se nos courts. O britânico acreditou que poderia utilizar as suas habilidades também no ténis. Com força acima da média e uma direita impressionante, em 1929 começou o seu percurso como amador. E logo nesse ano jogou Wimbledon. O primeiro título chegou no US Open, em 1933. A partir de então, Fred Perry marcou uma era. Em 1934 conquistou três Grand Slam: Australian Open, Wimbldon e US Open. No ano seguinte, completou o carreer ao ganhar Roland Garros. Foi o primeiro tenista da história a fazê-lo e até hoje o único britânico. No seu último ano de amador, ganhou também Wimbledon e US Open, totalizando oito Grand Slam em quatro anos. Em Wimbledon, precisou apenas de 45 minutos para vencer p alemão Baron Gottfried, em uma das mais rápidas finais da história (6-1, 6-1 e 6-0).

Estrela dentro e fora do court

Fred Perry tem uma estátua erguida em Wimbledon. Foto: Getty Images

O profissionalismo chegou em 1936, depois de ter sido número um amador por três anos. Esse foi, aliás, o ano em que o britânico conquistou o tricampeonato em Wimbledon e uma vitória no US Open. Um período, de resto, envolto em polémica. Naquela altura, apenas eram reconhecidos títulos de jogadores amadores. Foram precisos muitos anos para que essas conquistas fossem consideradas válidos. Como profissional, Perry venceu também o US Pro (1938 e 1941).

Com um grande espírito competitivo era também uma estrela mediática. Com frases marcantes como: “Não aspirava a ser bom no desporto. Ser campeão já seria o bastante para mim”.

Na sua vida pessoal, foram conhecidas a sua relação com Marlene Dietrich, ou as amizades com Charlie Chaplie e Betty Davis. Foi casado três vezes, a última das quais com Barbara Riese, por 40 anos. Depois de se aposentar, Fred Perry trabalhou como treinador e desenvolveu marca de roupa com o seu nome. Morreu, aos 85 anos, em 1995, em Melbourne, Austrália.

Fred Perry é considerado um dos grandes jogadores da história do ténis e está, desde 1975, no International Tennis Hall of Fame. Tem, inclusivamente, uma estátua erguida em Wimbledon comemorativa dos 50 anos daquele torneio. Em Stockport, na sua terra natal, tem inúmeros memoriais e uma estrada com o seu nome.

 

Setenta e sete anos separam as vitórias de Fred Perry e Andy Murray em Wimbledon

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André Dias PereiraJunho 25, 20182min0

Borna Coric conquistou, este domingo, o torneio de Halle. O triunfo do croata colocou um ponto final na sequência de vinte vitórias consecutivas de Roger Federer. O suíço cede, a partir desta segunda-feira, a liderança mundial para Rafa Nadal.

Aos 21 anos de idade, o croata conquista o seu segundo torneio ATP. O outro foi em 2017, em Marraquexe. Foram precisas mais de duas horas de jogo para Coric, 21º do ranking, vencer pelos parciais de 7-6 (8-6), 3-6 e 6-2.

Federer procurava a 99ª vitória em torneios na sua carreira, continua em busca do recorde de Jimmy Connors (109). Mas mais do que isso, só a vitória de Federer lhe interessava para manter a liderança mundial. O helvético vai chegar a Wimbledon como número 2 do mundo.

Coric, é, também, um dos mais proeminentes jogadores do circuito mundial. Em Portugal, foi dado a conhecer no Estoril Open. Esta foi, contudo, a sua primeira vitória sobre Federer. Antes, tinha ganho a Rafael Nadal e Andy Murray,

Para chegar à final, Coric deixou para trás jogadores como Alexanrer Zverev, Nikolov Basilashvili, Andrea Seppi e Roberto Bautista Agut.

Coric, campeão juvenil em 2013

Coric chegou ao profissionalismo em 2014, depois de ter vencido o US Open, como juvenil, em 2013. O adversário foi Thanasi Kokkinakis. O ano de 2018 está a ser, para já, o melhor da sua carreira. Para além do título de Halle, foi pela primeira vez semi-finalista num torneio ATP 1000. Foi em Indian Wells, sendo eliminado precisamente por Federer. Também ajudou a Croácia avançar na Davis Cup, derrotando Vasek Popisil e Denis Shapovalov.

O seu estilo de jogo defensivo, na linha ou junto da rede, bem como a forma como se move em campo, aliado a um jogo de serviço consistente, tornam-no em um jogador interessante de acompanhar. Um nome a reter em Wimbledon, que arranca a 2 de Julho.

 

Foi assim que Borna Coric venceu Roger Federer

André Dias PereiraJunho 22, 20184min0

Depois de Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus, Sinisa Mihajlovic. O sérvio é o novo treinador do Sporting e a aposta de Bruno de Carvalho para liderar o clube a um novo ciclo. Confirmadas as saídas de jogadores nucleares, como Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins ou Bruno Fernandes, e também de Jorge Jesus, o líder dos leões voltou a apostar num perfil de treinador carismático para comandar os destinos do Sporting.

Mihajlovic vai experimentar, pela primeira vez, uma liga diferente da italiana e tentar relançar uma carreira ainda sem um auge. É, por isso, uma aposta de risco de Bruno de Carvalho numa altura sensível da vida do clube. Por outro lado, é também uma oportunidade. Aos 49 anos, Mihajlovic vai liderar um novo começo no leão. Com novas ideias, jogadores e conceitos que poderá explorar ao longo dos três anos de contrato. Isto porque a debandada verificada em Alvalade inviabiliza uma herança de modelo de jogo de Jorge Jesus.

Conhecido como jogador pelo potente pé esquerdo e livres directos, Mihajlovic fez o seu percurso de treinador em Itália e na selecção sérvia. Os primeiros passos como técnico foram no Inter de Milão – onde também se notabilizou como jogador – enquanto adjunto de Roberto Mancini. Tornou-se, depois, treinador principal do Bolonha, em 2008/09. Passou por Catania e Fiorentina antes de tomar conta da selecção da Sérvia. Na equipa viola esteve duas temporadas. Na primeira a Fiorentina terminou em nono (12 vitórias, 11 derrotas e 15 empates), a doze pontos da Europa. Na seguinte, Mihajlovic não resistiu aos maus resultados e pressão dos adeptos. Deixou a Fiorentina em 13º, com doze pontos em dez jogos. Na Sérvia, terminou em terceiro na fase de qualificação para o Mundial 2014.

Em 2013, assumiu o comando da Sampdoria e em 2015 foi para o AC Milan, onde ficou apenas uma época. Em Genova, o sérvio conseguiu não apenas evitar a despromoção como levou ao desenvolvimento da equipa. Em Milão esteve dez meses, substituindo Pippo Inzaghi, tendo dado oportunidades a Gianluigi Donnarumma, então com 16 anos. Deixou o Milan em sexto, bem longe (27 pontos) do líder. A última experiência do sérvio antes de Alvalade foi no Torino, onde permaneceu por menos de oito meses.

Carismático e polémico

Conhecido pelo seu carisma e por uma liderança forte, é possível que essas características tenham sido tidas em conta no momento da escolha do presidente do Sporting. Este é, aliás, o primeiro treinador estrangeiro da era Bruno de Carvalho. Por outro lado, Mihajlovic tem acumulado algumas polémicas dentro e fora do futebol. No Catania, por exemplo, houve rumores de divergências entre jogadores e treinador. Também as suas convicções políticas e sociais lhe têm valido fama de machista, racista e fascista.

A falta de conhecimento do futebol português é um ponto negativo, contudo, o estilo disciplinador e a incrementação de um estilo italiano e rigor defensivos podem acrescentar algo novo a este Sporting. Mas não se pense que com Mihajlovic o Sporting se vai italianizar. Adepto do 4x3x3, Mihajlovic pode recuperar a velha escola de extremos dos leões. No Milan também experimentou em alguns momentos o 4x3x1x2 e o 4x4x2, com pressão alta e intensa. Por vezes com sucesso, outras nem tanto, como a derrota com o Napoli por 4-0.

É preciso, contudo, saber com que jogadores o sérvio poderá contar e que capacidade terá para desenvolver atletas como Matheus Pereira, Francisco Geraldes ou até o brasileiro Wendel. Além disso, é também fundamental perceber o resultado da Assembleia Geral de Sócios, este sábado, dia 23, e o futuro da actual direcção. Poderá uma direcção diferente condicionar a manutenção de Sinisa Mihajlovic?

De qualquer forma já começaram a ser feitos os primeiros testes médicos no Sporting de pré-temporada. Uma pré-época que promete ser longa e quente.

Mihajlovic treinou a Sérvia, mas falhou o acesso ao Mundial 2014. Foto: Eurosport
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André Dias PereiraJunho 18, 20182min0

No regresso ao courts e à liderança mundial, Roger Federer conquistou o ATP Estugarda, este domingo. Frente ao canadiano Milos Raonic (6-4 e 7-6), o suíço conquistou o 98º título da carreira.

Um dia depois de voltar ao topo da hierarquia Federer conquistou o terceiro título de 2018. Os outros foram o Australian Open e o ATP Roterdão. Aos 36 anos de idade, Federer reforça a condição de jogador mais velho a ser número 1 mundial. Antes dele, André Agassi era o recordista, sendo líder com 33 anos.

Federer e Nadal têm alternado a liderança mundial em 2018. O suíço caiu para número 2 após uma estreia decepcionante em Miami, mas recuperou em Maio com a eliminação de Nadal nos quartos de final do ATP Madrid.

O helvético precisou apenas de 1h20 para levar de vencido Milos Raonic e o ATP Estugarda. O suíço admitiu que terminou o torneio jogando o seu melhor ténis. O que não deixa de ser surpreendente. Recorde-se que Federer vem de uma paragem de mais de três meses por opção de não jogar a temporada de terra batida. A decisão vem na sequência de uma estratégia de sucesso em 2017 e que o levou a realizar um segundo semestre ao mais alto nível.

Federer espreita 100º título em Wimbledon

Apesar da derrota, Milos Raonic convenceu na relva. Para chegar à final, levou de vencido Mirza Basic, Marton Fucsovic e Lucas Pouille. Já Federer, isento da ronda inaugural, venceu depois Mischa Zverev, Guido Pella e Nick Kyrgios.

A vitória sobre Kyrgios terá sido uma das mais difíceis do helvético no torneio. Precisou, inclusivamente, de virar o resultado: 6-7, 6-2 e 7-6.

Com Wimbledon no horizonte, Federer poderá chegar no Reino Unido ao 100º troféu da carreira. Depois de ultrapassar, em 2017, Ivan Lendl com 94 títulos, o suíço tornou-se o segundo jogador com mais troféus na história. Apenas é superado por Jimmy Connors, com 109. Agora com 98 títulos, o helvético irá participar também no torneio de Halle. Mas quem dúvida de Federer?

 

Federer conquistou assim o seu 98º título na carreira

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André Dias PereiraJunho 11, 20183min0

Sem surpresa. Rafael Nadal confirmou o favoritismo que lhe era atribuído e venceu pela 11ª vez Roland Garros. O espanhol não deu hipóteses a Dominic Thiem, que jogou pela primeira vez uma final de Grand Slam: 6-4, 6-3 e 6-2.

O legado do espanhol na terra batida caminha para números estratosféricos, mesmo para as próximas gerações. Em treze participações, Nadal tem apenas duas derrotas e ambas se explicam por lesão. A primeira, em 2009, diante Robin Sodering e a outra, em 2015, frente a Novak Djokovic. A percentagem de vitórias é de impressionantes 98%. São 86 triunfos em 88 jogos. E por falar em números, Rafa venceu 256 de 281 sets (91%). Agora com onze títulos, Nadal deixa ainda mais para trás Bjorn Borg, antigo recordista, com seis troféus.

A edição de 2018 foi mais um passeio do espanhol, que só perdeu um set em todo o torneio. Foi contra Diego Schwartzman, nos quartos de final. O número dois argentino perdeu por  4-6, 6-3, 6-2 e 6-2, num jogo que acabou interrompido pela chuva.

E nem Dominic Thiem conseguiu contrariar a força do número um mundial. O austríaco foi responsável, aliás, por uma das últimas derrotas do maiorquino na terra batida. Aconteceu o ano passado em Roma. Só que desta vez o melhor que conseguiu foi quebrar o jogo de serviço do espanhol no terceiro jogo. O problema é que foi acumulando erros que, contra Nadal, são fatais.

A sensação Marco Cecchinato

É preciso, contudo, realçar o percurso de Thiem. O austriaco atingiu a sua primeira final, depois de três meias-finais. Frente a Marco Cecchinato, Thiem confirmou o seu favoritismo: 7-5, 7-6 e 6-1. O italiano foi, de resto, a grande sensação do torneio. Número 72 do mundo, atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Para trás deixou Novak Djokovic, David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Pior estiveram Kei Nishikori, eliminado nos quartos de final, e, sobretudo, Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural.

Juan Martins Del Potro, um dos melhores do ano, não tem na terra batida o seu piso proferencial. Ainda assim, o campeão de Indian Wells, chegou às meias-finais, onde foi eliminado por Nadal: 6-4, 6-1 e 6-2.

Com Roland Garros, termina a temporada de terra batida. Como esperado, Nadal sai com a liderança mundial reforçada. Contudo, na relva, poderá voltar a ter em Roger Federer a maior ameaça. O suíço falhou toda a temporada da terra batida, repetindo a fórmula de sucesso do ano passado. Quem chegará em melhores condições a Wimbledon? Federer, deverá regressar em Halle.

Nadal conquistou assim o seu 11º Roland Garros

 

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André Dias PereiraJunho 6, 20184min0

Roland Garros está a chegar às meias-finais e a pergunta mantém-se. Quem pode travar Rafa Nadal de vencer pela 11ª vez Roland Garros? Se o espanhol já era o grande favorito à vitória, à medida que o torneio se encaminha para o final, poucos apostam contra o maiorquino.

Nadal jogará o acesso às meias-finais contra David Schwartzman. O argentino, vencedor do Rio Open, é 11º mundial e atravessa um bom momento. A vitória contra Borna Coric (7-5, 6-3 e 6-3) e Kevin Anderson (1-6, 2-6, 7-5, 7-6 e 6-2) são exemplos disso. Contudo, a história diz que Nadal venceu os dez encontros com o argentino. O último dos quais no Masters 1000 de Madrid (6-3 e 6-4).

Nadal vem de uma vitória sobre Maximilian Martener (6-3, 6-2 e 7-6), uma das sensações do torneio. O alemão, 22 anos, vive na sombra de Alexander Zverev. Número 70 mundial chegou aos oitavos de final com pouco alarido. Para trás deixou Jurgen Zopp, Denis Shapovalov e Ryan Harrison. Esta foi a terceira vez que jogou no quadro principal de um Grand Slam. As outras foram no US Open 2017 e Australian Open, no início deste ano.

Se confirmar o favoritismo contra Schwartzman, Nadal jogará com o vencedor do jogo entre Marin Cilic e Del Potro. Uma partida sem favoritos entre os números três e cinco mundiais. O argentino, contudo, lidera por 10-2 no confronto directo. De resto, é preciso recuar até 2005 para encontrar dois argentinos nos quartos de final do Major de Paris: Guillermo Cañas e Mariano Puerta.

Thiem na terceira meia-final

Thiem joga pela terceira vez as meias-finais de um Grand Slam. Foto: AFP PHOTO /Christophe Simon

Quem já está nas meias-finais é Dominic Thiem e Marco Cecchinato. O austríaco alcançou a terceira meia-final consecutiva em Paris depois de vencer Alexander Zverev (6-4, 6-2 e 6-2). O alemão, número três mundial, conseguiu pela primeira vez chegar aos oitavos de final de um Grand Slam. Contudo, esperava-se um pouco mais do finalista vencido do ATP Roma. Zverev tem na terra batida um dos seus pontos mais fortes, mas vem sofrendo um desgaste físico que claramente o condicionou na partida com o austríaco. No segundo set precisou de enfaixar a perna esquerda, depois de pedir atendimento médico.

Thiem torna-se, assim, o austríaco que mais vezes chega a esta fase da competição, ultrapassando Thomas Muster, campeão em 1995. E o austríaco tem uma oportunidade de ouro de jogar a sua primeira final de Grand Slam Pela frente terá Marco Cecchinato. O italiano, 72 mundial, é a maior surpresa da prova. Para trás, Cecchinato deixou nada menos que Novak Djokovic (6-3, 7-6, 1-6 e 7-6). O sérvio tem vindo a crescer no circuito mas está longe da sua melhor forma. O mais baixo jogador (1,85 metros) do torneio desde Medvedev, em 1999, esteve suspenso por 18 meses por manipulação de resultados. Agora, obtém para já o melhor registo da sua história. O italiano afastou ainda David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

As desilusões de Roland Garros

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Ainda assim, vai obtendo resultados em crescendo face ao registado no início deste ano. Talvez a grande desilusão, para já, seja mesmo Alexader Zverev. Apesar dos inéditos oitavos de final, a verdade é que se esperava mais do número 3 mundial, vencedor do Masters de Madrid, e que chegou a Paris confiante e como o grande adversário para Rafa Nadal.

Já o japonês Kei Nishikori mostrou ainda não ter argumentos para ultrapassar os quartos de final. Ainda assim é possível que em Wimbledon ou US Open tenhamos o nipónico ao nível que nos habituou. Pior estiveram Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural. O calvário de Wawrinka parece não ter fim. Apesar de irmos a meio da época, ela parece já perdida.

Marin Cilic e Del Potro parecem ser os maiores entraves ao título mais que provável de Nadal. Thiem também pode ser um adversário duro, mas o espanhol continua sem perder qualquer set no torneio. A pergunta mantém-se. Quem poderá destronar o rei da terra batida?

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André Dias PereiraJunho 3, 20183min0

Alto e magro, primeiro foram os seus cabelos ruivos a chamar a atenção. Até John Donald Budge começar a jogar. Depois, foram os seus feitos a torná-lo mundialmente famoso. O ténis eterniza-o simplesmente como John Budge.

Número um mundial, por cinco anos, como amador e profissional, Budge tornou-se no primeiro tenista a cumprir o Rally Grand Slam em um ano desportivo. Em 1938, o norte-americano gravou o seu nome na história vencendo o Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open.

Nascido em Oackland, Califórnia, é ainda hoje o único tenista norte-americano a ter conseguido esse feito. Antes dele só Fred Perry consuira vencer os quatro Grand Slam, contudo, Budge é o mais novo a atingi-lo (23 anos).

Vencedor de seis Grand Slam, Don Budge venceu ainda mais três em duplas (Wimbledon, Australian Open e US Open) e outros dois em pares mistos (Wimbledon e US Open).

Filho de emigrantes escoceses, cedo tomou contato com o desporto. Afinal, o seu pai, “Jack” Budge, foi ex-jogador do Rangers. Porém, John, experimentou vários desportos até se fixar no ténis.

A sua estatura, alto e magro, ajudou-o a dominar o circuito com um dos mais poderosos serviços da história. Budge era também conhecido pelo seu backhand, sendo um dos pioneiros nesse estilo de jogo.

Bugde e a hegemonia de 1938

Don Budge foi o primeiro a completar o Carreer Grand Slam em um ano. Foto: puntodebreak

Apesar de ter vencido em todos os pisos, Don começou por sentir mais dificuldades na relva. Contudo, com trabalho de treinador e esforço em 1937 e 1938 venceu em Wimbledon em singulares, pares e pares mistos. Budge tornou-se no primeiro tenista a vencer a triplice coroa em Grand Slam.

Ainda no seu período de amadorismo, um jogo para a Taça Davis, contra o alemão Gottfried von Cramm tornou-se lendário. Budge recuperou no set final de 1-4 para 8-6 embalando os EUA para uma vitória que fugia há 12 anos. O feito levou-o a ganhar vários prémios nos EUA, entre eles da Associação de Imprensa para atleta do ano.

Se em 1937 venceu Wimbledon e o US Open, o ano seguinte foi o mais dominador. Fez o rally Grand Slam em singulares, vencendo ainda o Australian Open, Wimbledon e US Open (pares) e Wimbledon e US Open (pares mistos). Em pares mistos, bem como no torneio de Wimbledon de pares, fez a dobradinha (1937 e 1938).

Budge tornou-se profissional em 1939 e começou a quebrar a hegemonia de Wllsworth Vines e Fred Parry. A sua estreia no profissionalismo foi, aliás, contra Vines no Madison Square Garden. Enquanto profissional venceu o US Pro (1940 e 1942), Wimbledon Pro (1939) e French Pro (1939).

No livro, “Wimbledon, a final que nunca aconteceu”, de Sidney Wood, Don Budge é citado como o maior de todos os tempos. Aos olhos de hoje parece uma afirmação ousada, contudo, é indiscutível que o norte-americano está entre os maiores do seu tempo e dos que mais influenciou o ténis.

A morte aos 84 anos

Em 1942 Bugde foi representar os EUA na segunda Guerra Mundial. No ano seguinte teve uma lesão no ombro que condicionou a sua carreira até final. Contudo, para além de sua habilidade dentro do court foi ainda conhecido pelo carisma, popularidade e inteligência.

Já depois de se retirar Budge conduziu treinamento para crianças e em 1964 entrou para o quadro do International Hall of Fame. Em 1999 sofreu um acidente do qual nunca recuperou, morrendo em 2000. Tinha 84 anos.

 

Don Budge vs Aka Riggs (1942)

André Dias PereiraMaio 28, 20182min0

É preciso recuar até 1982 para encontrar o último vencedor húngaro de um torneio ATP. Balasz Taroczy, ex-top 12, foi o autor da proeza em Hilservum (Holanda). Ali conquistou a última de suas 13 conquistas. De então para cá instalou-se uma espécie de maldição, aliada a gerações menos frutíferas. Attila Balázs é exemplo disso mesmo. Aos 29 anos de idade e 188 do ranking, vive o melhor momento de sua carreira. Nunca venceu qualquer título.

É por isso que a vitória Marton Fucsovics, este sábado, no ATP Genebra se tornou histórica. O húngaro, 26 anos de idade, quebrou a maldição de ausência de títulos no circuito para a Húngria que perdurava há 36 anos.

O húngaro precisou apenas de 1h07 para levar de vencido o alemão Peter Gojowczyk por duplo 6-2. Fucsovics converteu seis ases. Já Gojowczyk, que procurava o seu segundo título na carreira, venceu 52% dos pontos jogados com seu primeiro serviço contra 91% de aproveitamento do húngaro.

Fucsovics começou a jogar ténis aos 5 anos de idade e cedo começou a se destacar. Venceu, em 2003, o campeonato nacional, na sua faixa etária, e o Nike Junior Tour. O seu primeiro grande sucesso ocorreu em 2009, ao vencer, em duplas, o US Open Boys. Já como senior, venceu, em 2013, dois Challanger. Em 2016 alcançou o seu primeiro Major. Foi no US Open, perdendo na primeira ronda para Nicolas Almagro. O ano passado venceu mais dois Challanger e foi figura de proa da Húngria, na Taça Davis, ao apurar o seu país para o Grupo Mundial. Já este ano ganhou o seu primeiro jogo em Major. Foi contra Radu Albot, no Australian Open.

Wawrinka pode ficar fora do top-100

Em Genebra Fucsovics eliminou Albert Ramos Viñolas, Frances Tiafoe, Stan Wawrinka e Steve Johnson, antes da final. A atravessar uma das fases mais difíceis da carreira, Wawrinka, ex-top 3, ocupa actualmente a 25ª posição do ranking. Caso não alcance, pelo menos, as meias finais de Roland Garros, poderá ficar fora do…top-100. Depois de um longo período de ausência, por lesão, e uma recuperação difícil, é pouco crível que o suíço possa sequer de se aproximar do feito de 2015, quando venceu em Paris. Já Marton Fucsovics com o triunfo de Genebra ascence ao 45º lugar do ranking ATP, a sua melhor classificação de sempre.

 

Martin Fucsovic faz história em Genebra

 


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