Arquivo de Taylor Fritz - Fair Play

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André Dias PereiraNovembro 11, 20223min0

Arranca este domingo, dia 13, o ATP Finals. O último grande torneio da temporada reúnes os jogadores que mais se destacaram em 2022. Mas terá uma baixa importante. Carlos Alcaraz, número um do mundo e vencedor do US Open, lesionou-se e é uma baixa confirmada para o torneio. Aconteceu nos quartos de final do ATP Paris. Alcaraz deverpa parar seis semanas. O espanhol dominou a época, com maior número de vitórias, e uma ascensão incrível no ranking até chegar ao topo, aos 19 anos de idade.

Para o lugar de Alcaraz entrou Taylor Fritz. Esta é a primeira vez que o norte-americano jogará o torneio. Campeão de Indian Wells (1000), Tóquio (500) e Eastbourne, Fritz fez, provavelmente, o melhor ano da sua carreira.  Jogar o ATP finais acaba por ser um prémio justo independentemente do resultado final.

Sem Alcaraz, mas com Nadal e Djokovic, é dificíl apontar um favorito claro. O espanhol leva vantagem se olharmos aos títulos esta temporada, entre eles Australian Open e Roland Garros. Mas Djokovic tem uma motivação extra. Em caso de vitória igualará Roger Federer como maior campeão do torneio, com seis títulos. Nolan soma os mesmos cinco títulos que ivan Llendl e Pete Sampras. Este é, aliás, a 15 participação do sérvio no torneio.

E bem se pode dizer que Djokovic não terá tarefa fácil. No sorteio realizado em Turim, onde o torneio acontece, o sérvio calhou no grupo vermelho, que inclui também Medvedev e Tsitsipas, Rublev. Este é apontado como o grupo mais difícil.

A 17ª vez de Nadal

O agora número 8 do mundo foi um dos primeiros a chegar a Turim para treinar. Medvedev, campeão em 2000, teve um ano com mais baixos do que altos. Caiu para número 5 do mundo e venceu “apenas” torneios menores, como o de Áustria e o de Los Cabos.

O ano de 2022 foi mais um para consolidar Rublev. O russo ganhou nada menos do que 4 títulos, contudo, continua ainda à procura de um grande troféu. O ano passado foi finalista vencido em Cinicinnatti e Indian Wells. O atual número sete do mundo pode surpreender no torneio, mas terá pela frente também Tsitsipas. O grego venceu este ano os torneios de Monte Carlo e Maiorca. Apesar de não ter ganho títulos maiores, tem sido consistente e é número três mundial.

No grupo verde, Nadal enfrentará Taylor Fritz, Zverev, Casper Ruud e Felix Aliassime. Esta será a 17ª participação do espanhol no torneio, o único grande título que lhe falta conquistar. Neste grupo, o canadiano Felix Aliassime está em grande momento e pode surpreender. Os quatro torneios que já ganhou como profissional foram todos conquistados este ano: Roterdão, Florença, Antuérpia e Basileia. Já Zverev tem sido um tanto irregular mas é sempre um adversário que cresce no torneio.

Casper Ruud, que tem feito um ano em crescendo e caso apresente o nível do US Open, onde foi finalista vencido, pode causar estragos nos principais candidatos.

O ATP Finals joga-se entre os dias 13 e 20 de setembro.

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André Dias PereiraMarço 23, 20223min0

Poucos tenistas têm mais razões para sorrir do que Taylor Fritz. O norte americano conquistou o seu primeiro Masters 1000 e subiu ao top-10 da hierarquia mundial. Aconteceu em Indian Wells, no domingo. Fritz não era o favorito, mas a verdade é que conseguiu impor a primeira derrota do ano a Rafael Nadal (6-3 e 7-5). Foi um triunfo e tanto por vários motivos. Mas vamos por partes.

Este foi o primeiro grande título de um dos mais promissores tenistas norte americano dos últimos anos. Os EUA sempre foram, tradicionalmente, uma das grandes escolas do ténis mundial. Nos anos 90, com Pete Sampras, André Agassi e Michael Chang, lideraram a cena mundial. Mas desde Andy Roddick, o último tenista norte americano a ser número 1, que o país não tem um verdadeiro protagonista na modalidade. Aliás, o último tenista dos EUA a ganhar Indian Wells tinha sido André Agassi, em 2001. Para se ter uma ideia mais concreta, o torneio existe desde 1990 e até 2001 só por quatro vezes o título não ficou em casa. E é por isso que este feito tem um gosto especial para Taylor Fritz.

Há muito que os norte americanos clamam por um novo símbolo. E Fritz, 24 anos, é um dos mais promissores. Mas nenhum ícone sobrevive sem títulos. O seu primeiro troféu no circuito aconteceu no relvado de Eastbourne. Mas era pouco. Até que ponto o título de Indian Wells pode catapultar Fritz só o tempo o dirá. Para já está assegurada pela primeira vez a sua subida ao top-10 mundial.

A caminhada: da estreia em 2015 à vitória em 2022

É preciso recuar até 2015 para recordar a estreia de Taylor Fritz em Indian Wells. Dois anos depois, em 2017, venceu o primeiro jogador do top-10 mundial. Marin Cilic foi a vítima. Em 2018 alcançou pela primeira vez os 16 avos de final. E o ano passado, as meias-finais.

Este ano chegou à glória. Para isso, deixou para trás Kamil Majchzark (duplo 6-1), Jaume Munar (6-4, 2-6, 7-6), Alex de Minaur (3-6, 6-4, 7-6 ), Miomir Kecmanovic (7-6, 3-6, 6-1), Andrey Rublev (7-5 e 6-4) e, finalmente, Rafa Nadal (6-3 e 7-6).

Esta foi também a primeira derrota do ano para o campeão do Australian Open. Rafael Nadal, ainda assim, sobe ao terceiro lugar do ranking ATP, atrás do líder Djokovic e de Medvedev. Frente ao californiano, o espanhol sentiu problemas físicos, chegando a ser atendido várias vezes pela equipa médica. Recorde-se que Nadal teve uma longa paragem por lesão em 2021, regressando no seu melhor em Melbourne. “Dei o meu melhor nas últimas duas semanas, mas desta vez não foi possível vencer”, disse o maiorquino.

Mas Indian Wells fica também marcado por mais um grande torneio de Carlos Alcaraz. O jovem de 18 anos é apontado como o sucessor de Rafa Nadal. E a verdade e que os dois se defrontaram nas meias-finais, com o triunfo a sorrir para o multicampeão (6-4, 4-6, 6-3).

Quem também mostrou estar em um bom momento é Andrey Rublev. O número 7 mundial já ganhou dois torneios em 2022, em Dubai e Marselha, alcançando agora as meias-finais, onde perdeu para o campeão. Para trás, tinha deixado rivais como Dimitrov, Hurkacz e Tiafoe.

Indian Wells acaba por confirmar o bom momento de vários jogadores, mesmo que a glória final pertença apenas a Taylor Fritz. Mas a temporada é longa e muito há ainda por acontecer.

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André Dias PereiraMarço 9, 20202min0

Rafa Nadal conquistou, no México, o seu 85 titulo da carreira. Foi em Acapulco.  O espanhol precisou de pouco menos de 1h15 para levar de vencido o norte-americano Taylor Fritz, por 6-3 e 6-2.

O número 2 do mundo não diminui distância para o líder mundial, Novak Djokovic, que venceu também no Dubai. Esta foi, de resto, a terceira vez que Nadal venceu no México. A primeira vez aconteceu em 2005 e a segunda em 2013. O torneio de Acapulco tem sido, por assim dizer, dominado por espanhóis. Em 20 edições, onze foram ganhas por nuestros hermanos. David Ferrer (4), Nadal (3), Carlos Moya (2) e Nicolas Almagro (2).

Nadal esteve, este ano, absolutamente imparável, não perdendo qualquer set. Para trás ficaram Pablo Andujar (6-3, 6-2), Miomir Kecmanovic (6-2, 7-5), Soonwoo Kwon (7-6, 6-0), para além de Grigor Dimitrov (6-4, 6-4), nas meias-finais. O torneio contou também com as presenças de Stan Wawrinka e Kyle Edmund, eliminados nos quartos de final, por, respetivamente, Grigor Dimitrov e Taylor Fritz.A

Aos 33 anos, Nadal está agora a nove taças de Ivan Lendl, o terceiro colocado da lista de jogadores com mais títulos ATP. Jimmy Connors está no topo, com 109 conquistas, seguido por Roger Federer, que tem seis a menos. Se ultrapassar Ivan Lendl parece uma questão de tempo, Federer e Connors podem ser mais difíceis de atingir. Até porque o suíço ainda está em atividade. Mas não só. Mais que ter o maior número de títulos ATP, Nadal parece mais focado em chegar a número 1 mundial e ultrapassar Federer com 20 Grand Slams. Já para o helvético, 38 anos de idade, terminar a carreira com mais títulos ATP parece agora mais possível que o fazer em relação a Major. Até porque há ainda Djokovic, 32 anos.


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