Arquivo de Stefanos Tsitsipas - Página 2 de 4 - Fair Play

djokovic.jpg
André Dias PereiraAgosto 30, 20213min0

A grande interrogação do US Open, que arrancou esta segunda-feira, dia 30, é saber quem pode travar Novak Djokovic. O número um mundial é o grande favorito à conquista do torneio nova-iorquino. E não é para menos. Sem Nadal, Thiem (lesionados) e Federer (sujeito a nova operação), o sérvio surge como o grande favorito.

Em caso de vitória, Djokovic consegue dois feitos importantes: tornar-se o primeiro jogador a ganhar 21 Majors e vencer os 4 Grand Slam no mesmo ano, algo que nenhum tenista conseguiu desde Rod Laver.

E há razões para acreditar que Nolan se apresentará ao mais alto nível. A principal das quais é a que, desde as olimpíadas, o sérvio abdicou dos torneios de Tóquio e Cincinatti para se preparar para o US Open. Isso quer dizer que Djokovic se deverá apresentar no seu auge físico, técnico e mental.

É verdade que o líder do ranking mundial saiu feio na fotografia dos jogos de Tóquio, mas a história do sérvio mostra-nos que é nestes momentos que ele se supera. É através dos pontos baixos que Djokovic responde com o seu melhor ténis. Um bom exemplo foi o Australian Open deste ano.

O contra poder do US Open

Mas sem Nadal, Federer e Thiem, quem pode travar o sérvio? Bem, a verdade é que as ausências de jogadores históricos tem feito emergir finalmente novos talentos. Sobretudo Zverev, Tsitsipas e Medvedev. Os três encontram-se, provavelmente, no seu auge de carreira. E a tendência é continuar a melhorar. O alemão, por exemplo, tem melhorado muito o seu saque. Não por acaso, eliminou Djokovic nas meias finais dos Jogos Olímpicos. Medvedev, número 2 do mundo, tem jogado o fino do ténis. Só este ano já ganhou em Marselha, Maiorca e o ATP 1000 do Canadá. É bem verdade que não tem um estilo elegante, mas é extremamente eficiente e tem uma ambição e força mental como poucos.

Tsitsipas também é uma boa aposta para alcançar, pelo menos, as quartos de final Em Roland Garros, por exemplo, empurrou Djokovic para um jogo de cinco sets. Será interessante acompanhar o primeiro jogo da ronda inaugural contra Andy Murray. Apesar do estatuto do britânico, o grego encontra-se hoje em outro patamar e é amplamente favorito. Caso avance, Tsitsipas poderá enfrentar Cameron Norris, Ugo Humbert ou Cristian Garin.

Há ainda Andrey Rublev. O número sete do mundo procura ainda ser consistente. Este ano ganhou o torneio de Roterdão mas mostrou ter condições para vencer qualquer um.

Entrada tranquila de Djokovic

Se olharmos para o ranking mundial, pela primeira vez desde 2005, apenas um jogador do Big-3, Djokovic, está no top 3. Isso diz-nos que, aos poucos, o ténis se vai renovando. Mesmo tendo em conta a longevidade de Federer, Nadal e Djokovic.

Se olharmos para a chave do torneio, percebemos que o sérvio não deverá ter problemas nos primeiros jogos. A começar com o dinamarquês Rune. Mais à frente poderá jogar com Nishikori. O japonês tem-se mostrado este ano bem regular e consistente mas longe dos melhores tempos. Caso dê a lógica, apenas nas meias finais o sérvio poderá defrontar Zverev. Caso o faça será a reedição das semi-finais de Tóquio. O ouro olímpico então conquistado pelo alemão mostra a boa fase em que se encontra. Aliás, este pode ser também o momento chave para o alemão conquistar o seu primeiro Major. Apontado como um dos mais promissores tenistas do circuito, a verdade é que o alemão tem falhado nos momentos chave. Veremos, pois, se os Jogos de Tóquio foram o virar de ficha ou uma exceção que confirma a regra. Certo é que olhando para o ténis de Zverev, o alemão está muito mais sólido e com um saque que já se tornou uma arma. Veremos se é o suficiente.

tsitsipas.jpg
André Dias PereiraMaio 25, 20211min0

Stefanos Tsitsipas conquistou em Lyon o seu sétimo título como profissional. E o segundo de 2021. O grego já tinha ganho em Monte Carlo e agora volta a vencer em França.

Mais do que o título, Tsitsipas dá um aviso que está em um grande momento de forma e que pode ser, sim, um forte candidato a Roland Garros, na próximas semana. Aos 22 anos, é um dos mais sólidos jogadores do circuito. Com finais e títulos relevantes, como o Masters Final em 2019.

Agora, em Lyon, voltou a dar uma demonstração de força; Contra Cameron Norrie, o grego venceu por duplo 6-3, somando mais 250 pontos, que consolida o seu quinto lugar na hierarquia. Para trás deixou adversários como Toomy Paul, Yhioshihito Nishioka e Lorenzo Mussetti. Mas o torneio contou com outros nomes de peso como Dominic Thiem, Gael Monfils ou Gasquet.

Apesar da derrota na final, Cameron Norrie tem razões para sair feliz de Lyon. O britânico jogou a sua terceira final, a segunda deste ano. Recorde-se que Norrie foi finalista vencido no Estoril, em Portugal. Os resultados mostram que está em uma boa fase, tendo derrotado o favorito Dominic Thiem em Lyon, por 6-3 e 6-2.

As baterias estão agora apontadas para Roland Garros

 

 

 

nadal.jpg
André Dias PereiraAbril 27, 20212min0

Na terra batida não tem para mais ninguém. Enquanto Nadal jogar, dificilmente poderá ser destronado nesse piso. Embora, reconheça-se, alguns tenistas, com Thiem à cabeça, possam ser altamente competitivos. Mas a verdade é que o espanhol não parece abranda. Mesmo aos 34 anos. Para se ter uma noção melhor, são já 61 troféus em 82 torneios. São ao todo 452 vitórias em jogos de terra batida.

No passado final de semana, nova vitória em Barcelona. Foi a 12 do maiorquino na Catalunha, reforçando o seu estatuto de maior campeão. Frente a Stefanos Tsitsipas, Nadal levou a melhor por 6-4, 6-7 e 7-5. Foi a sétima vitória do espanhol sobre o grego, em 9 confrontos. O número 6 mundial já venceu, este ano, o torneio de Monte Carlo. Em Barcelona, atingiu a nona final da sua carreira no circuito ATP. Para além de Barcelona, Tsitsipas foi também finalista vencido, este ano, em Acapulco, no México.

Na Catalunha, o grego mostrou-se em bom nível, deixando para trás Jaume Munar, Alex de Minaur, Felix Aliassime e Jannik Sinner. Depois de um 2020 irregular, Tsitsipas parece apostado em elevar o seu nível e colar-se entre o top-5 mundial. E por falar em bom nível, Jack Sinner voltou a mostrar que o futuro também pode passar por si. O italiano, 19 anos de idade, caiu para o grego nas meias-finais. Antes disso, eliminou Egor Gerasimov, para além dos favoritos Bautista Agut e Andrey Rublev.  Sinner conta já com dois títulos ATP, um em Sofia (2020) e outro em Melbourne (2021).

Outra vez número 2

Mas o grande nome de Barcelona foi outra vez Rafael Nadal. O espanhol encontrou, contudo, um caminho espinhoso até à final. Primeiro eliminou Ilya Ivashka. depois Kei Nishikori e Cameron Norrie, e finalmente Carreno-Busta. Com este resultado Nadal sobe ao segundo lugar do ranking ATP, liderado por Novak Djokovic.

O torneio de Barcelona é um dos principais do ATP 500. A sua origem remonta a 1953 e desde então só em 2020 não se disputou por conta do Covid-19. Por ali já passaram campeões como Bjorn Borg, Ivan Lendll, Matts Wilander, Emilio Sanchez, Carlos Moya, Thomas Muster, Kim Nishikori ou Dominic Thiem.

ALEXANDER_ZVEREV_ACAPULCO_2021-1280x673.jpg
André Dias PereiraMarço 23, 20212min0

Desde 2016 não há que Alexander Zverev não conquiste pelo menos um título. É certo que o alemão busca ainda o primeiro Major, mas a verdade é que já vai com 14 troféus. O mais recente foi conquistado este domingo, no México. Em Acapulco, Zverev levou a melhor diante Tsitsipas (6-4 e 7-6) e venceu o seu primeiro título de 2021.

Integrado como ATP 500 o torneio de Acapulco reuniu, para além dos finalistas, entre outros, Casper Rud, Grigor Dimitrov, Milos Raonic, John Isner ou Cameron Norrie.

As grandes sensações foram, contudo, Lorenzo Musetti e Dominik Koepfer, que atingiram as meias-finais. O italiano caiu para Tsitsipas (6-1 e 6-3). Aos 19 anos de idades, nunca chegou a qualquer final. No México deixou boas indicações para o futuro. Para trás deixou o português Frederico Silva (6-4. 6-2), mas também os favoritos Diego Schwartzman (6-3, 2-6 e 6-4), Frances Tiafou (2-6,6-3 e 7-6) e Grigor Dimitrov (6-4 e 7-6).

Por seu lado, Koepfer, eliminado por Zverev (6-4 e 7-6) também procura ainda o primeiro título ATP. Aqui, também deixou para trás alguns favoritos, entre eles Raonic e Norrie.

Apontado com um futuro número 1 mundial, Alexander Zverev tem-se revelado irregular. E, nos momentos chave dos principais torneios, sente dificuldade em dar o passo seguinte na carreira. Apesar dos 23 anos, há já algum tempo que se mantém ao mais alto nível. O triunfo no México mostra que o alemão está outra vez em boa forma e aponta a um título Major já em 2021. O ano passado andou perto de o conseguir, Nos EUA jogou pela primeira vez na sua carreira uma final de Major. Vencer um torneio dessa magnitude parece ser uma questão de tempo.

Alemão ultrapassa Federer

Por enquanto, disse, vencer no México era um objetivo devido à relação com o país. O alemão está em sétimo lugar no ranking ATP e prepara-se para ultrapassar Roger Federer. Zverev tem 6070 pontos e o suílo 6375. Só que Federer vai abdicar dos 500 pontos do título de ATP Miami, que se joga esta semana. Com isso poderá até ser ultrapassado por Andrey Rublev.

rublev-1280x853.jpeg
André Dias PereiraMarço 9, 20212min0

Andrey Rublev é, sem dúvida, um dos mais talentosos tenistas do circuito. Com apenas 23 anos soma 8 títulos ATP, tendo jogado o ATP Finals em 2020. Este domingo, o russo venceu em Roterdão, o seu quarto título ATP 500 consecutivo. A edição deste ano contava com nomes sonantes como Tsitsipas, Coric, Nishikori, Zverev, Medvedev, Chardy, Norrie ou Minaur.

Rublev acabou por levar a melhor diante um surpreendente Marton Fucsovics. O húngaro, 46 do ranking, tem como principal registo o título de Geneve, em 2018. Apesar de um jogo equilibrado, que o russo venceu por 7-6 e 6-4, passou a ideia de que Rublev teve sempre o controlo. Ao longo da semana, Rublev perdeu apenas um set. Aconteceu nos quartos de final contra Jeremy Chardy: 7-6, 6-7 e 6-4.

Rublev segue imparável com 20 vitórias consecutivas em torneios da categoria 500. Ao longo da semana, com maior ou menor dificuldade foi ultrapassando adversários valorosos. Entre eles, Andy Murrray (7-5 e 6-2) e Stefanos Tsitsipas (6-3 e 7-6), nas meias-finais.

Fucsovic, a sensação

Já Fucsovic escreveu um conto de fadas. Arrancou na primeira qualificação vencendo Artur Rinderknech (6-2 e 6-4), seguindo-se outro francês, Pierre Herbert (6-4 e 6-3), Reilly Opelka (7-6, 6-7 e 7-6). Eliminou ainda Alessandro Fokina (6-3 e 6-2), Tommy Paul (6-4 e 6-3) e Borna Coric (6-4 e 6-1).o

Esta foi, de resto, uma edição com algumas surpresas. Daniil Medvedev caiu ainda numa fase inicial contra o sérvio Dusan Lajovic (7-6 e 6-4). O russo é o número 2 do mundo e se tornou o primeiro não pertencente ao Big-4 (Federer, Nadal, Djokovic e Murray) a consegui-lo nos últimos 16 anos. Quem também caiu nos 32 avos de final foi Alexander Zverev. O alemão foi eliminado por Alexander Bublik. O cazaque, 44 do ranking, está a fazer uma boa temporada. Apesar de nunca ter vencido qualquer título, Bublik 23 anos, já atingiu este ano duas finais: Singapura e Antaliya.

Ainda longe do seu melhor tempo, Kei Nishikori foi afastado nos quartos de final por Borna Coric. O japonês, porém, disputou um bom jogo com Alex de Minaur (6-3, 2-6 e 7-5). Desde Brisbane, em 2019, que o nipónico não vence um torneio ATP.

djokovic_campeao_aus_open_2021-scaled-1280x853.jpeg
André Dias PereiraFevereiro 22, 20213min0

O sérvio voltou a fazê-lo. Nunca se deve duvidar de Novak Djokovic em Melbourne. Não por acaso é o recordista de títulos do Australian Open: são agora nove. Mesmo não estando na melhor forma será sempre um candidato ao título.

Nas últimas duas semanas o sérvio não foi dominador tão como habitualmente. Esteve quase afastado, mas chegando à final mostrou ao que veio. E nem a consistência de Daniil Medveded serviu ao russo. Em três sets Djokovic venceu por 7-5, 6-2 e 6-2.

Djokovic chegou a Melbourne com um ponto de interrogação. Depois dos altos e baixos do final de 2020, e dos problemas extra court, importava saber em que momento estava o sérvio. E a verdade é que o número um mundial fez uma prova em crescendo. Começou por vencer Jeremy Chardy (6-3, 6-2 e 6-1), mas depois sentiu dificuldades contra Taylor Fritz. Numa batalha de 5 sets, com Djoko a sentir dores. Perdeu vantagem no terceiro set, chegando mesmo a ter um pé fora da competição, mas venceu por 7-6, 6-4, 3-6, 4-6 e 6-2. Depois, contra Milos Raonic, mais sofrimento: 7-6, 6-4, 3-6, 4-6 e 6-2.

Aos trancos e barrancos mas foi avançando até estabilizar. Contra Alexander Zverev venceu por 6-4. 7-6 e 6-3. Ainda não foi desta que o alemão, 23 anos, venceu um Major. Um dos mais promissores jogadores do circuito, o número 7 mundial voltou a desperdiçar pontos importantes. E de nada valeu “ter encostado Djokovic às cordas”, como considerou o seu irmão, Mischa Zverev.

Nas meias finais, Djokovic venceu o outsider da competição. Aslan Karatsev viveu um conto de fadas em Melbourne. O russo, 27 anos, 42 do ranking ATP, atingiu as meias-finais de um Major pela primeira vez. Um grande registo para quem nunca chegou, sequer, a qualquer final de torneios ATP. Mas o sérvio não facilitou e ganhou por 6-3, 6-4 e 6-2.

Medvedev, ainda não foi desta

Se havia alguns pontos de interrogação no início sobre Djokovic, o mesmo não se pode dizer de Medvedev. O russo fez um grande 2020, vencendo o ATP Finals e chegando à final do US Open. Ao chegar a mais uma final, sobe agora à tereira posição do ranking. Aliás, há 20 jogos que Medvedev não perdia. Para trás, deixou adversários como Popisil, Roberto Baena, Filip Krajinovic, Mckenzie Macdonald, Rublev e Tsitsipas.

Ainda não foi, porém, desta que Medvedev conquistou um Major, mas parece uma questão de tempo até isso acontecer. O russo é hoje o valor mais fiável da nova geração e uma ameaça real ao domínio de Djokovic. Aliás, o Australian Open voltou a confirmar a qualidade de Rublev e de Tsitsipas. O grego, no mais, afastou Rafael Nadal, por 6-3, 6-4 e 6-2.

Com a queda de Nadal, a ATP confirmou que Djokovic vai chegar às 311 semanas como líder do ranking, superando as 310 de Roger Federer. Este foi, de resto, o Major número 18 do sérvio, que está apenas a dois dos recordes do suíço e de Nadal.

 

 

ao21.jpg
André Dias PereiraFevereiro 5, 20213min0

Um caso positivo de Covid-19 no hotel onde os tenistas estão instalados fez disparar os alarmes. Mais de 600 pessoas foram colocadas em quarentena. Especulou-se sobre a realização do primeiro Grand Slam do ano, mas o que é certo é que vai mesmo acontecer e arranca segunda-feira, dia 8. A menos que, até lá, aconteça algo que mude a situação drasticamente. Por enquanto, os jogadores estão em risco moderado.

Sob o signo do Covid, esta edição torna-se, por isso, mais imprevisível. Todos os olhares estarão centrados em Novak Djokovic. O sérvio é número 1 mundial e recordista de títulos em Melbourne. Campeão em 2020, o sérvio é, ainda, o maior favorito, mas não incontestado. Campeão em título, Djokovic tenta aumentar a sua lenda na Austrália e reduzir distâncias para os 20 Majors de Federer e Nadal.

O sérvio não terminou 2020 da melhor maneira e muito dependerá da forma como se encontra agora. Mas já deu para notar, no final de 2020, que outros nomes podem hoje encarar o sérvio e jogar para ganhar. O principal é ainda Rafael Nadal. O espanhol também procura se isolar como o maior campeão de majors, mas terá que melhorar o que fez na edição passada. Em 2020, o maiorquino caiu nos quartos de final perante Dominic Thiem. O austríaco é número 3 mundial e foi finalista vencido o ano passado, ganhando ainda o US Open. É por isso um dos favoritos a estrear-se a ganhar em Melbourne. O ano de 2020 foi, aliás, o melhor da carreira de Thiem. No final do ano foi também finalista vencido no Masters Final. A sua versatilidade em diferentes tipos de court, tornam-no muito difícil de bater, seja em que contexto for.

Os Outsiders

É preciso ter também em conta a armada russa. Daniil Medvedev e Andrey Rublev já mostraram ter capacidade para altos voos. Nos últimos dois anos Medveded ganhou nada menos que seis títulos, entre eles, em 2020, o Masters Final e o ATP Paris. A sua frieza, serviço forte e versatilidade tornam-no um candidato a chegar muito longe não apenas em Melbourne mas ao longo de todo 2021. Será, pois, interessante acompanhar a sua evolução após o brilhante 2020. Já Andrey Rublev tem vindo a evoluir muito. Não foi feliz no Masters Final mas 2020 conquistou 3 títulos ATP: Hamburgo, Viena e São Petersburgo. Rublev é top-10 e é o desafiante a outros nomes como Tsitsipas, Zverev ou Federer. O suíço, recorde-se, está fora do Australian Open, ainda a recuperar de 2 operações.

Um nome que também será interessante manter no radar é Jannik Sinner. Longe de estar entre os favoritos, o italiano, 19 anos, alcançou os quartos de final no último Roland Garros. Foi convidado por Nadal para treinar após o retorno do ténis na sequência da pandemia, e revela uma calma e maturidade muito acima da idade.

Independente de nomes, tudo pode acontecer, sobretudo em contexto de Covid. A qualidade do ténis, contudo, está assegurada.

nadal2-1280x863.jpg
André Dias PereiraOutubro 13, 20204min0

Um rei nunca perde a sua coroa, diz o ditado popular. Em vésperas da final de Roland Garros, Goran Ivanisevic disse que Nadal não teria chances contra o Novak Djokovic. O resultado não apenas desmentiu categoricamente o campeão Wimbledon de 2001, como mostrou que ninguém está perto de Nadal, quando se fala em terra batida.

Nadal alcançou este domingo uma das suas maiores vitórias na carreira. No conteúdo e na forma. Pela maneira como foi conseguida e por tudo o que representou. O resultado de 6-0, 6-2 e 7-5 só foi possível devido a uma exibição de excelência do maiorquino. Porventura, uma das melhores de sua carreira, ao ponto de, perto do final do segundo set, ter apenas 1 erro não forçado.

O espanhol era, de resto, o grande favorito a vencer o torneio dos mosqueteiros. Ainda assim, tinha desafios acrescidos. Depois de seis meses parado, o espanhol chegou a França com apenas 3 jogos realizados no período pós pandemia. Para trás ficou também a eliminação por Diego Schwartzman no torneio de Roma. No mais, Nadal reajustou as contas com o argentino nas meias-finais de Roland Garros: 6-3. 6-3 e 7-6. Diga-se, contudo, que Schwartzman fez um grande torneio, atingindo pela primeira vez esta fase de um Grand Slam. Para trás, tinha deixado outro favorito: Dominic Thiem: 7-6 (7-1), 5-7, 6-7 (6-8), 7-6 (7-5) e 6-2. Com isso, o argentino está agora em oitavo lugar no ranking ATP.

Até então o caminho de Nadal tinha sido tranquilo, com vitórias sobre Egor Garasimov, Mckenzie McDonald, Stefano Travaglia, Sebastian Korda e Jannic Sinner. Ao longo do torneio, Nadal não perdeu qualquer set.

Quando se fala em terra batida ninguém na história é maior que Rafa Nadal. O triunfo sobre Djokovic foi o 100 na carreira do maiorquino, em Paris. Ele é, inegavelmente, o maior nome da competição. Com este título são já 13 em Roland Garros. Para se ter noção da diferença do espanhol para os outros, Bjorn Borg, com seis vitórias, é o segundo maior vencedor.

Nadal iguala Federer

O triunfo deste domingo coloca Rafa Nadal lado a lado com Roger Federer com 20 Grand Slam. O suíço não perdeu tempo em parabenizar o espanhol, o seu grande rival, lembrando que foi precisamente essa rivalidade que puxou pelos dois e também pelos outros adversários. Agora, os dois compartilham o recorde de Majors. A pergunta que se coloca é quem terminará a carreira com mais triunfos. O favorito é Nadal, porque é mais novo e porque não é expectável que alguém o possa vencer, em condições normais, em Roland Garros. A recuperar de uma lesão, Federer não jogará mais até final da temporada. Aos 39 anos, é difícil acreditar que possa vencer muito mais Majors, embora o suíço sempre pareça surpreender e chegar a decisões. E depois há ainda Djokovic. Aos 33 anos, tem tudo para continuar a emplacar Majors na relva e piso rápido.

Muito dependerá, claro, de como se organizará o ténis pós-pandemia. Em Paris, o sérvio foi competente, apesar de alguns sobressaltos com Tsitsipas, nas meias-finais (6-3, 6-2. 5-7, 4-6 e 6-1) e Carreño Busta, nos quartos de final: 4-6 6-2 6-3 6-4.

Iga Swiatek, o meteoro polaco

Se entre os homens, Nadal continua a fazer história, entre as mulheres há um novo nome na parada. Iga Swiatek tornou-se a primeira polaca a vencer um Major. Aos 19 anos de idade, surgiu em Roland Garros longe dos holofotes, fora do top-50. A verdade, porém, que o seu percurso foi um verdadeiro conto de fadas. Foi eliminando favorita atrás de favorita, incluindo Simona Halep, sem perder qualquer set.

Em 2018, a polaca tinha se sagrado campeã de Roland Garros em juniores. Longe de imaginar que sê-lo-ia nos seniores tão pouco tempo depois. E a verdade é que precisou pouco mais de 1h20 para vencer na final Sofia Kenin, vencedora do Australian Open, por 6-4 e 6-1.

Swiatek ascende agora ao 17 lugar do ranking WTA. Este foi o seu primeiro grande título, apesar de ter vencido outros sete torneios ITF. Antes dela, apenas os duplistas  Wojciech Fibak  (Austrália,1978) e Łukasz Kubot (Austrália, 2014 e Wimbledon, 2017) eram os jogadores polacos com títulos nos quatro principais torneios do mundo.

A jovem polaca também se tornou apenas a ´sétima tenista a ganhar sem ceder qualquer set. Em sete partidas ela cedeu apenas 28 jogos às adversárias, entre elas Markéta Vondroušová (vice-campeã em 2019), a canadiana Eugenie Bouchard (semifinalista em 2014) e a cabeça de série, Simona Halep (campeã em 2018).

ao.jpg
André Dias PereiraJaneiro 20, 20203min0

Arrancou este domingo, dia 19, mais uma edição do Australian Open. O primeiro Grand Slam do ano é também a primeira grande oportunidade de 2020 de vermos em court os maiores tenistas do mundo.  E são vários os cenários e recordes que podem ser quebrados.

Ano após ano, a principal pergunta por esta altura persiste. Até quando o Big-3 do circuito continuará a dominar os Major. Outra vez, Nadal, Djokovic e Federer são os grandes favoritos, mas é possível acreditar que outros nomes possam surgir. Medvedev, Thiem ou Tsitsipas são bons exemplos disso.

Desde 2011 todos os vencedores de Grand Slam têm hoje mais de 30 anos e apenas 6 dos 36 torneios disputados não foram ganhos pelo Big-3.

De uma forma ou de outra, algo de especial vai acontecer. Senão vejamos. Rafael Nadal entra em court não apenas para defender a sua condição de líder da hierarquia, mas também para igualar Roger Federer. Caso vença o Australian Open, o espanhol alcança os mesmos 20 Grand Slam que o helvético. Finalista vencido em 2019, Nadal conquistou Roland Garros e US Open mostrando que ainda o pode fazer. Cinco anos mais novo que Federer é muito provável que o maiorquino se torne o maior campeão de Grand Slam. Até porque Federer parece uns furos abaixo dos seus rivais – em 2019 não venceu qualquer Major, sendo finalista de Wimbledon – e também porque Nadal continua a ser o grande favorito em Roland Garros, onde venceu 12 das últimas 15 edições.

Por seu lado, Novak Djokovic tenta recuperar o estatuto de número 1 mundial. Campeão em título do Australian Open, o sérvio é como que um anti-herói junto do público. Ainda assim, Nolan é o maior campeão em Melbourne, com sete títulos. A seu favor, tem ainda a recente vitória na ATP sobre Espanha de Rafael Nadal. Os dois são os grandes favoritos à conquista do primeiro Major do ano.

Mas é preciso não ignorar Federer. Mesmo aos 38 anos o suíço transporta uma aura de campeão que pesa nos grandes momentos. É certo que em 2019 não venceu nenhum Slam, mas foi finalista no All England Club e ganhou em Melbourne em 2017 e 2018. O suíço reconhece que não é o principal favorito, mas ninguém subvaloriza as suas possibilidades. Recorde-se que o helvético continua a perseguir o recorde de 109 títulos de Jimmy Connors. Atualmente conta com 102 e de acreditar que possa ganhar mais alguns em 2020. Vencer um Major seria a cereja no topo do bolo.

A nova geração

Um dos grandes desafios para Federer é segurar o terceiro posto mundial. O russo Danill Medvedev (4º), o austríaco Dominic Thiem (5º), o grego Stefanos Tsitsipas (6º) e o alemão Alexander Zverev (7º)  espreitam o top 3 e não seria nenhuma surpresa caso vencessem o Australian Open. O ano de 2019 confirmou isso mesmo.

Tsitsipas é, aliás, o campeão em título do Masters Final, que resultou de um ano fulgurante. O russo, por seu lado, chegou, em 2019, a nada menos que 5 finais ATP tendo ganho 4 delas. Ambos já mostraram capacidade para vencer qualquer adversário e têm mentalidade vencedora. Vencer um Major parece, pois, uma questão de tempo.

E há ainda Dominic Thiem. O austríaco foi finalista do Australian Open e há algum tempo que ronda um grande título. Em 2019, ganhou 5 torneios ATP e foi ainda finalista do Masters Final. A terra batida é o seu ponto forte mas o austríaco já mostrou capacidade também em outros pisos.

O espetáculo vai começar.

 

tsitsipas.jpg
André Dias PereiraDezembro 13, 20193min0

O ano de 2019 trouxe algumas confirmações e também algumas novidades para circuito. Atualmente, no top-10, 4 jogadores têm menos de 25 anos e Dominic Thiem tem 26. Isto indica, pelo menos, que as novas gerações estão, aos poucos, a consolidar-se entre a elite.

Stefanos Tsitsipas é um nome incortornável. Aos 21 anos é já um nome sólido e uma referência no circuito. O título no Masters Final é. para já, o mais relevante. E, mesmo o grego não sendo um dos favoritos à partida – afina, era a sua primeira participação – não foi de todo surpreendente. Em 2018, El Greco já havia ganho o seu primeiro torneio, em Estocolmo, tendo sido finalista vencido em Barcelona. Os bons resultados levaram-no a terminar o ano em 15º do ranking ATP. E bem se pode dizer que 2019 foi a todo o vapor. Tsitsipas venceu nada menos que 3 torneios. Marselha, Estoril e ATP Finals. Apesar de alguma oscilação exibicional ao longo do ano – explicada com o desgaste físico e participação em muitos torneios – o grego subiu 9 posições e acaba 2019 em 6º lugar. Tsitsipas tem, aliás. a possibilidade de se tornar o segundo jogador, depois de Djokovic, a ganhar o prémio de tenista que mais evoluiu ao longo do ano.

Daniil Medvedev é outro nome que cresceu este ano, confirmando a tendência de 2018. Nesse ano, o russo ganhou os seus primeiros 3 torneios (Sidnei, Tóquio e Winston-Salem) e alcançou o 16º lugar. Na temporada passada, somou mais 4 torneios, entre os quais 2 Masters 1000: Shangai, São Petersburgo, Cincinnati e Sofia. Foi finalista em outros 5 torneios e jogou pela primeira vez o Masters Final. De resto, entre Julho e Outubro, Medvedev somou um recorde de 23 vitórias e 6 finais consecutivas. Subiu, com isso, 11 posições e acaba 2019 como quinto da hierarquia mundial.

A ascensão meteórica de Berrettini e Aliassime

Para Matteo Berrettini o ano de 2019 ficará, por certo, gravado para a eternidade. Aos 23 anos subiu nada menos do que 46 posições, terminando o ano em 8º lugar. O italiano, que em 2018 ganhou Gstaad, este ano somou os títulos de Budapeste e Estugarda, jogando ainda a final de Munique. O ponto mais alto foi, todavia, no US Open onde chegou às meias-finais. Também em Shangai, atingiu as semi-finais de um Master 1000 pela primeira vez. Veremos o que reserva 2020 e se o italiano vai dar consistência ao nível em que se encontra.

Se Berrettini subiu 46 posições, Felix Auguer-Aliassime ascendeu…88 posições. Apesar de apenas 21 anos, o canadiano é quase um veterano. Isto porque está no ranking ATP desde os 14 anos, tendo aos 17 sido o mais jovem a chegar ao top-200. Só que foi em 2019 que passou a ter, ainda mais, os holofotes em cima de si. Para isso muito contribiu, não apenas o seu estilo de jogo, mas a final do Rio Open, que lhe garantiu uma subida de 40 posições. Depois, foi semi-finalista em Miami, e subiu ao top-40. As finais de Lyon e Estugarda foram a cereja em cima de um bolo que celebra o ano de 2019. Por enquanto, faltam os títulos, mas ninguém dúvida que 2020 possa ser o ano certo para chegarem.


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS