Já falta pouco para o início da Super Cup, a tal nova competição da Rugby Europe que será disputada por 8 clubes/franquias durante esta época de 2021/2022 (início em Setembro de 2021 e a final agendada para Maio do próximo ano) e Portugal, com os Lusitanos XV, entra com esperanças de almejar um bom resultado e, acima de tudo, continuar a construir um grupo profundo de opções para os Lobos. Neste artigo olhamos para os nomes convocados por Patrice Lagisquet, o seleccionador nacional que assumirá, também, as funções de comandante da franquia portuguesa, para perceber quais são as novidades e objectivos aparentes do emblema português.
A LISTA DOS 51
Portugal já tem os seus 51 convocados para o @RESuperCup 21/22 com surpresas, novidades e certezas à mistura
Esta é a lista oficial divulgada pela Federação Portuguesa de Rugby com nota para a inclusão de 35 internacionais portugueses ??
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— Fair Play (@FairPlaypt) August 12, 2021
Vasta e longa lista de convocados para os treinos de preparação dos Lusitanos XV, com 34 dos 51 a já terem jogado pela selecção principal pelo menos por uma ocasião, abrindo espaço para 17 estreias absolutas que dão uma ideia do plano da equipa técnica dos Lobos em caso de lesões na selecção principal das Quinas. Entre as estreias para os treinos encontramos internacionais sub-20 como António Prim, Duarte Conde, Rodrigo Bento, Manuel Pinto (um dos melhores jacklers da sua geração, com uma arte muito própria na hora de resgatar a oval no breakdown), Vasco Durão, entre outros, para além das chamadas de dois atletas profissionais a actuar em Portugal como Sabata Mokhachane (sul-africano de nascimento que poderá obter a naturalização portuguesa nos próximos tempos) ou Sebastian Ferreira (o internacional alemão é um acrescento interessante, mas fica a dúvida do porquê de não terem sido incluídos nomes como José Rodrigues, Jonathan Kawau, Kane Hancy ou Hayden Hann do Técnico Rugby, que poderiam ser unidades bem interessantes de se aplicar nesta Super Cup), sendo estas as notas principais em termos de novidades.
Por outro lado, a equipa principal andará à volta dos atletas que têm representado Portugal nos últimos três/quatro anos, como Nuno Sousa Guedes, David Wallis, Manuel Picão, Bruno Rocha, Duarte Torgal, Francisco Sousa, Duarte Azevedo (um retorno aguardado para um dos formações mais completos das últimas gerações lusas), João Belo, Raffaele Storti, Rodrigo e Manuel Marta ou Vasco Ribeiro, podendo alguns destes resgatar uma posição de importância ou, pelo menos, ganhar argumentos para contestar um lugar entre os convocados dos Lobos de Lagisquet para a janela de amigáveis em Novembro.
NOVIDADES QUE SÃO NOVIDADES
Em termos das novidades/”estreias” (efectivamente só será assim quando entrarem em campo pelos Lusitanos XV) já mencionámos alguns nomes, mas olhemos com maior pormenor para não só uma parte dos nomes como também para a qualidade que oferecem, principalmente, nos 3/4’s que terá um impulso estratosférico com a inclusão de: Manuel e Rodrigo Marta, Rodrigo e João Freudenthal, Raffaele Stortti, Nuno Sousa Guedes, Jerónimo Portela, Vasco Ribeiro, Jorge Abecassis, João Belo e Francisco Salgado.
Este luxo de opções irá conferir um nível atacante a Portugal de alta envergadura, de suavidade nos processos, de sucesso em fazer a diferença nos duelos directos ou em situações de igualdade ou vantagem numérica, garantindo uma série de soluções que em embates mais físicos podem mudar totalmente o rumo dos acontecimentos, com a harmonia destes jogadores a poder encontrar/forçar espaços no bloco defensivo contrário. As escolas Belenenses, Técnico, CDUL e CDUP nas linhas atrasadas pode ser uma dos principais pontos que os Lusitanos XV podem e devem explorar, sabendo que Patrice Lagisquet tem vindo a estimular essa predisposição técnica portuguesa de assumir o risco, partir para cima da defesa e de construir organização através de um suposto “caos” ofensivo.
Olhando para a “casa das máquinas”, o seleccionador dos Lusitanos XV acompanhado dos treinadores, Luís Pissarra e João Mirra, avança para o desafio de estimular novos protagonistas a quererem dominar o pack e não só se sacrificar, como procurar em querer ter o domínio nas fases-estáticas, algo que aconteceu em determinados encontros do Rugby Europe Championship em 2021. Se David Wallis, Manuel Picão, Duarte Diniz, Rafael Simões (um dos melhores internacionais por Portugal em 2021) e Bruno Rocha já são nomes credenciados dentro do panorama internacional, será fulcral que António Prim, Nuno Peixoto, Boaventura Almeida, Duarte Conde, Manuel Pinto ou Rodrigo Bento consigam também encontrar um caminho de crescimento neste novo patamar, que lhes permita evoluir e, deste modo, lutarem por um lugar nos Lobos. Nesta Super Cup, os avançados vão, como sempre, definir o rumo dos acontecimentos, dependendo desta confluência de novidades o futuro da campanha que esta franquia da Federação Portuguesa de Rugby, pondo fim às dúvidas se existe capacidade para aguentar o embalo e maior peso dos seus homólogos da Geórgia ou Rússia.
Quem jogou mais ocasiões como titular? Quem foram os marcadores de ensaios? E assistências?
2º dado relativo à participação de Portugal no @rugby_europe Championship 2021 #REC2021 pic.twitter.com/y9kPDU1TYH
— Fair Play (@FairPlaypt) July 19, 2021
SELECÇÃO COMO OBJECTIVO OU MIRAGEM?
O objectivo principal destes Lusitanos XV passará por três pontos: crescimento do grupo de trabalho de Patrice Lagisquet, agora com minutos nas pernas em jogos contra franquias dos adversários do Rugby Europe Championship; beneficiar os atletas que não só têm o talento como o espírito de trabalho, e que têm se destacado no rugby português nas últimas temporadas; lutar pela posição mais alta possível, de modo a enriquecer o grupo com um objectivo, de enorme dificuldade de atingir, no horizonte.
Faz sentido que o seleccionador dos Lobos e, agora, “comandante” desta franquia portuguesa da Super Cup, procure ir alimentando a listagem de potenciais convocados para a selecção nacional, utilizando esta presença nesta nova competição da Rugby Europe como o melhor local para lançar jogadores, efectuar testes e perceber os potenciais ajustes a realizar na estratégia, já que a Geórgia, Rússia e Espanha (franquia é presidida pelo VRAC e Silverstorm) apresentarão 23 convocados que estarão, na sua maioria, envolvidos nas suas selecções, ofertando uma margem de conhecimento de qualidade e que em certos momentos críticos pode fazer a diferença entre a vitória ou derrota, em ficar em 2º ou 3º na classificação do Rugby Europe Championship.
Mantém-se a dúvida se atletas profissionais a jogar em Portugal poderão ser incluídos, a exemplo do que se passou com Sabata Mokhachane e Sebastian Ferreira (dois jogadores de qualidade, lembrando que existem outros do mesmo ou melhor calibre que mereciam também a chamada), e também entender se os jogadores que fiquem na lista final de convocados terão oportunidade de atingir o semiprofissionalismo ou não (ao que tudo indica serão pagos pelo tempo passado nos treinos, jogos, viagens e afins). Para já temos os convocados com o início da competição marcado para o dia 18 de Setembro às 16h00, começando nessa data o início oficial da Super Cup e o renascimento dos Lusitanos XV.
A new competition is here! ?
You can find the official account @RESuperCup
What is the Super Cup? ⤵️ pic.twitter.com/BcsnWifbCi
— Rugby Europe (@rugby_europe) July 7, 2021