O “Breakdown” do CN1: SL Benfica sustém mouflons e afirma candidatura
O Fair Play fará um acompanhamento semanal ao Campeonato Nacional 1, divisão onde habitam CRAV, Guimarães RUFC, RC Santarém, Caldas RC, RC Lousã, CR São Miguel, SL Benfica Rugby, Rugby Vila da Moita, RC Montemor e CR Évora.
Os melhores momentos, ensaios, equipas e factos desta divisão!
SURPRESA EM TONS ENCARNADOS COM OLHOS PARA O 3º LUGAR (PARA JÁ)
Confirmou-se no campo do RC Montemor o que se esperava: um jogo bem dividido entre a equipa da casa e o SL Benfica, com as “águias” de Francisco Aguiar e Carlos Castro a saírem por cima no final dos 80 minutos, obtendo 4 pontos resultado do 20-17. Os visitantes foram mais “despertos” na hora de esticar e acelerar o jogo, algo que potenciou as suas hipóteses de saírem com uma vitória saborosa e que lhes permite dar um passo importante na conquista do 3º lugar no CN1.
O RC Montemor contou com a maioria dos seus melhores jogadores, excepto com o poderoso centro Thankgod Okafor (de fora por lesão) e os irmãos Gouveia, não conseguiu dominar no bloco avançado, expondo algumas fragilidades perante a defesa mais irrequieta adversária, perdendo a posse de bola em algumas ocasiões flagrantes que poderiam ter dado ensaio. Por outro lado, a apatia mouflon acabou por regressar ao fim de várias jornadas e esse factor foi determinante para uma exibição menos positiva dos alentejanos.
Como referimos no parágrafo inicial, o SL Benfica montou uma estratégia baseada numa defesa de rápida reacção que forçou continuamente erros de quem estava do outro lado, para depois montar sequências “pesadas” de fases de ataque, de modo a conferir espaço a Francisco Bessa ou Urryel Torres de saírem a jogar no centro do terreno.
A mobilidade foi fulcral e com Tiago Fernandes sempre a aplicar uma passada eléctrica, os encarnados acabaram por conquistar várias quebras-de-linha, algo que o Montemor teve alguma dificuldade em tapar.
O equilíbrio territorial foi uma constante, mas o melhor aproveitamento de oportunidades flagrantes acabou por pender para o lado do SL Benfica, merecendo no final uma vitória por 20-17. Ao Montemor faltou mais estabilidade e intensidade no contacto, para permitir a João Vacas de Carvalho ter outra panóplia de opções de ataque mais viáveis e sobretudo mais perfurantes do que teve.
Os mouflons continuam a poucos pontos do RC Lousã e o jogo final da fase regular pode ser decisivo para saber quem sai por cima antes das meias-finais do campeonato. Já depois do apito final, Francisco Bessa, centro do SL Benfica, explicou a vitória das “águias”,
Uma grande vitória que só demonstra que este Benfica está fadado para fazer algo fantástico. Concordas? Como se sentiram dentro de campo?
Está vitoria e este bom momento de forma da nossa equipa vem revelar o bom trabalho que tem sido realizado nos treinos. A equipa está motivada e focada nos objectivos! Sentimos-nos bem no geral, a máquina está mais afinada e continuamos bem fisicamente.
A nível defensivo estão compactos e conseguem dosear bem o ataque adversário… Como se explica isto?
Muito trabalho de casa, muito treino de defesa e acima de tudo, treino do pormenor! Estamos num claro momento positivo no que toca a defesa, mas ainda há que trabalhar para melhorar. Para além disso conseguimos recuperar a maioria dos lesionados, o que faz com que tenhamos muito mais opções de qualidade e da mais conforto aos treinadores e equipa saber que as opções do banco vão trazer qualidade ao jogo.
Uma última nota para a despedida dos relvados de Jorge Bento, que aos 46 anos pendurou as botas depois de anos de serviço às “águias”!
VIMARANENSES CONFIRMAM A MANUTENÇÃO COM BRINDE BULLDOG
“Balde de água fria” para Rui Carvoeira e Nuno Damasceno que não esperavam por uma derrota frente Guimarães RUFC, o penúltimo classificado do CN1, num encontro em que ambas as defesas facilitaram algo a vida no jogo corrido.
Os “bulldogs” estiveram na frente do resultado até aos 80 minutos, altura em que a equipa da casa (emprestada, uma vez que o campo normal dos vimaranenses estava ocupado pela formação “B” do Vitória SC futebol) conquistou uma penalidade que Bruno da Silva converteu para garantir a manutenção no CN1 com duas jornadas por se jogarem, fechando o jogo em 32-31!
Os miguelistas tiveram duas ocasiões soberanas para garantir a vitória quando estavam a ganhar por 7 pontos de vantagem, mas a falta de lucidez e capacidade de handling acabou por ser fatal tanto para marcarem esses pontos essenciais.
Foi um jogo esquizofrénico do São Miguel que tanto conseguiu produzir boas acções no ataque, assistindo-se uma movimentação interessante entre linhas atrasadas, para depois perder o foco na defesa, oferecendo excessivo espaço no jogo aberto a Samuel Lemos e Manuel Machado, para ambos explorarem com exactidão e velocidade.
O Guimarães RUFC foi mais caótico na forma de jogar, mas num “caos” organizado que beneficia as suas melhores unidades, ficando bem patenteada uma “fome” em procurar castigar os adversários através de inversões inesperadas ou de uma pressão defensiva “armadilhada” no breakdown. Mais uma vez destaque para o formação Bruno da Silva, sempre inteligente nos comandos enviados à linha defensiva ou na liderança na hora de tomar e executar decisões, dando outra dimensão a este Guimarães que conquistou a permanência de uma forma justa.
Para os bulldogs, a 2ª volta mais “fraca” pode acabar por oferecer o 5º lugar tanto ao Caldas RC como ao CRAV estando dependentes das últimas duas jornadas, sendo que só dependem de si mesmos para atingirem esse objectivo nesta temporada. Conseguirão voltar ao seu melhor em vésperas de um dos encontros mais aguardados da época?
“ENSAIADA” EBORENSE EM PREPARAÇÃO PARA A LUTA PELO 3º
Jogo sem grande história, uma vez que o CR Évora cumpriu o objectivo de conquistar o ponto de bónus em casa do último classificado do CN1, com Frederico Couto a aproximar-se cada vez mais dos 100 pontos somados numa só temporada (neste momento com 18 ensaios), para além de Miguel Avó estar a procurar o melhor setup antes do início da fase final da época.
Foi novamente pelo bloco avançado que os eborenses começaram a criar uma desorganização excessiva ao seu adversário, invocando uma boa “agressividade” no contacto que precipitou erros atrás de erros a uns conformados moitenses. José Leal da Costa, António Fonseca e Frederico Couto foram operando bem nas fases estáticas de modo a fornecer constantes saídas para o ataque, com Duarte Leal da Costa e Miguel Valente a conseguirem boas fugas aos defesas, montando uma insistência ofensiva difícil de parar durante quase todo o encontro.
Mais céleres na hora de atacar a bola no chão e ainda mais no contra-ataque foi natural a vaga de ensaios, que podia ter sido ainda mais pesada não fossem algumas precipitações em certos momentos do jogo, algo natural num encontro desta dimensão.
O RV Moita foi sempre um adversário expectante, pouco animado em querer criar dificuldades ao Évora, ficando completamente encostados aos seus 22 metros durante bons períodos de tempo, sentindo o peso da descida de divisão cada vez mais.
A definição do 3º lugar vai ficar adiada para a última jornada, altura em que Évora e Benfica encontram-se no Alentejo para definir uma posição importante antes de se jogarem as meias-finais do CN1.
CALDAS A 3 PONTOS DA SUPER SURPRESA E CRAV TOTALITÁRIO
Por dois pontos o Caldas não conseguiu o empate em casa frente ao RC Lousã e por três não saía com uma vitória saborosa e totalmente inesperada. Os lousanenses que aproveitaram para fazer descansar algumas (mas não muitas) das suas principais unidades foram surpreendidos pela boa estrutura defensiva apresentada pelos pelicanos que conseguiram originar várias boas situações de contra-ataque, bem aproveitadas pelas linhas atrasadas da equipa da casa.
No final dos 80 minutos, a formação da Lousã garantiu uma vitória que os deixa a 5 pontos do RC Montemor, mas que em nada garante o 1º lugar uma vez que ainda estão duas jornadas por decorrer.
Já o CRAV virou um resultado desfavorável de 18-20 para um 48-28, num jogo que teve dois momentos e vários protagonistas… nos primeiros 40 minutos os cavaleiros demonstraram toda a sua raça e inteligência, com Rafael Morales a colocar pontos ao pé que iam enervando quem estava do outro lado.
Já na segunda parte o bloco de avançados arcuense teve alguma primazia e domínio de jogo, com boas saídas (por vezes geniais) de Luís Salvado à mão que desbloquearam o resultado, apesar de se terem registado alguns problemas a meio da segunda metade do encontro. No final, a equipa da casa registou nova vitória com ponto de bónus!