O “Breakdown” do CN1: e o Top-4 já está escolhido!

Francisco IsaacFevereiro 6, 20199min0

O “Breakdown” do CN1: e o Top-4 já está escolhido!

Francisco IsaacFevereiro 6, 20199min0
A vitória categórica do SL Benfica no campo do São Miguel "fechou" com o top-4 do CN1. Montemor, Évora, Lousã são os outros três mas quem vai ficar em 1º?

O Fair Play fará um acompanhamento semanal ao Campeonato Nacional 1, divisão onde habitam CRAV, Guimarães RUFC, RC Santarém, Caldas RC, RC Lousã, CR São Miguel, SL Benfica Rugby, Rugby Vila da Moita, RC Montemor e CR Évora. A liga já está em funcionamento mas só agora é que conseguimos fazer um acompanhamento sustentado ao CN1.

Os melhores momentos, ensaios, equipas e factos desta divisão!

Foto de Destaque de Pedro Pinheiro Fotografia

“ÁGUIAS” DE GALA PÕEM FIM AO SONHO MIGUELISTA

Um resultado daqueles à antiga, com o Sport Lisboa e Benfica a fazer uma exibição genial a atacar, supra-eficiente a defender e com uma postura séria e compacta. Matt Ritani fez um jogo estupendo, mostrando-se como um dos melhores estrangeiros a jogar em Portugal (contando com as três divisões), afirmando o seu poderio à saída da formação-ordenada, ou na execução de bolas rápidas após o alinhamento.

A avançada encarnada foi letal e “agressiva” no contacto físico e, que também graças a apatia geral do adversário, carregou com firmeza no ataque ou na reacção ao breakdown, tendo realizado 6 turnovers durante todo o encontro. Frederico Melim (que se transferiu em Dezembro do RV Moita para o SL Benfica, clube pelo qual ganhou o CN 1ª Divisão em 2016/2017), Diogo Ramos e Felipe Rosa (o canarinho continua também a ser um dos melhores 2ªs linhas do campeonato) foram outros nomes que encheram o campo a favor dos visitantes.

Outro destaque vai para Tiago Fernandes, o defesa de 18 anos que em 10 pontapés acertou 9, alguns de uma distância complicada. O defesa apresentou-se bem nas bolas altas conferindo como uma excelente “arma” de ataque no início das movimentações ofensivas dos “encarnados” que só em três ocasiões tiveram de batalhar com intensidade para chegar aos ensaios.

O São Miguel realizou uma das piores exibições da época, com constantes erros na abordagem defensiva que foram sendo bem aproveitadas pelo adversário… as reacções esporádicas nunca foram o forte suficiente para estancar o resultado ou proporcionar os “bulldogs” para outro nível durante os 80 minutos.

De qualquer forma, as melhores soluções vieram do banco de suplentes com boas entradas de Miguel Máximo, Afonso Direito, Leandro Nunes e Tomás Cardoso, que garantiram outra atitude a uma equipa que aos 20 minutos de jogo já perdia por mais de vinte pontos.

O Sport Lisboa e Benfica mostrou-se irascível no contacto, conseguindo várias quebras-de-linha durante todo o encontro, sempre na tónica de Matt Ritani, o nº8 que continua a fazer mossa no CN1 como já anteriormente tínhamos feito referência.

Esta vitória fecha a disputa pelo quatro primeiros lugares, entregues ao RC Lousã, RC Montemor, CR Évora e SL Benfica, curiosamente os emblemas que em 2018 desceram de divisão.

O reforço de Inverno dos encarnados, Frederico Melim prestou algumas declarações no final do encontro,

Frederico resultado expressivo e justo para a equipa mais compacta e eficiente. Este é o Benfica que vamos ver até ao final da temporada?

Foi um jogo que de facto nos correu bastante bem apesar de ainda termos falhado bastantes oportunidades clamorosas de ensaio e em que o São Miguel apesar de ter jogado bastante bem apareceu algo desinspirado defensivamente. É o fruto do trabalho de vários meses pós Natal que finalmente apareceu e pretendemos continuar e melhorar as exibições até à Final.

O que ainda podem afinar ? E o 2º ugar está na vossa cabeça?
A busca pela melhoria tem de ser uma constante em qualquer equipa de rugby ambiciosa e não somos excepção sendo que aliamos o facto de sermos extremamente jovens. Podemos afinar sempre a eficácia atacante e posse de bola assim como o sistema defensivo mais objetivamente. Na nossa cabeça está sempre o próximo jogo que tratamos sempre como uma final, e se assim for olhamos sempre para o 1o lugar (topo) e no fim faremos as contas para ver o que atingimos.

MONTEMOR NÃO TIRA O PÉ DO ACELERADOR TAKE 3 2019

Foi como uma exibição demolidora em todos os parâmetros que o Montemor de João Baptista derrotou o Guimarães RUFC, num dos encontros mais desnivelados no CN1. Vimaranenses que até tinham conquistado a sua primeira vitória na semana anterior, regressaram às exibições pouco compactas e muito se deve à atitude com que se apresentaram no Alentejo.

Verdade que este Montemor é uma das (senão a) melhores equipas do Campeonato, mostrando-se imperial no trabalho de avançados, em especial nas movimentações onde existe uma grande consonância de processos e de uma intensidade de jogo sempre acima do adversário, com destaque para Manuel Nunes, José Luís Castro, Luan Almeida, entre outros.

Contudo, o facilitismo como que foram presenteados na linha de defesa tornou toda a missão de conquistar o ponto de bónus mais “fácil”, algo que não se esperava de uma equipa tão valorosa como é o Guimarães RUFC.

Os 64 pontos finais não foi um resultado exagerado, mas sim “normal” perante a apatia do lado vimaranense e da maior qualidade física e técnica (o Montemor fez 5 ensaios de 1ª fase, ou seja, recepção de bola e em um passe dá-se logo o ensaio).

Curiosamente, 57 pontos foram feitos nos primeiros 40 minutos, revelando que na segunda-parte existiu um maior equilíbrio com a ligeira queda física do Montemor (que já não precisava de se entregar ao jogo da mesma forma) e a subida do Guimarães em termos de seriedade na defesa e na gestão de bola.

ÉVORA COM MAIS 5 PONTOS AO RITMO DE COUTO&CABRAL

De um lado o CR Évora que terminaria o jogo com uma vitória incontestável por 36 pontos a 15, graças a mais uma exibição colectiva de qualidade, e do outro o Caldas RC que até iniciou o encontro a ganhar com aquele estilo caprichoso e de contra-ataque inteligente, naquele que parecia ser um jogo sem muita história para se contar, mas acabou por se revelar bastante intenso.

“Pelicanos” têm o objectivo de acabar em 5º lugar neste CN1 e com esse foco na cabeça forçaram erros de ataque aos eborenses, que se sentiram inicialmente beliscados pela ousadia técnica da equipa do Oeste. A formação treinada por Patricio Lamboglia foi inteligente na forma como defendeu, assumindo um ataque não ao primeiro receptor da oval mas nas opções que o Évora tinha disponíveis nas linhas atrasadas, “amordaçando” no começo José Luís Cabral e Duarte Leal da Costa.

A pressão colocada ao pontapé (vento a favor do Caldas na primeira parte) ia forçando alguns erros iniciais do Évora, que acabou por consentir um ensaio de Diogo Vasconcelos, após uma constante e rápida troca de bola entre unidades de 3/4’s da formação visitante. Ensaio ao bom estilo dos “pelicanos” recheado de pormenores rápidos e geniais que tiravam espaço de manobra à defesa contrária.

Porém, e a jogar frente a um CR Évora extremamente motivado pelos resultados que tem vindo a somar desde a derrota com o SL Benfica em Dezembro, o Caldas não aguentou com a maior volatilidade e fisicalidade eborense que foi atrás do prejuízo, apostando em mexer as suas linhas atrasadas com bons apoios da 3ª linha (ou seja, o normal) com destaque para António Fonseca (um ensaio de contra-ataque), António Benjamim (dois turnovers entre outros pormenores de qualidade na defesa) e o inevitável Frederico Couto.

O nº8 voltou a fazer dois ensaios, um deles sem grande dificuldade através de maul dinâmico, e o 1º foi igual ao marcado contra o São Miguel… unidade junto ao ruck, aceleração no contacto e boa postura na entrada no espaço. Foram mais dois do nº8 que já vai com 17 ensaios em 13 jornadas, um número bem interessante para um dos melhores avançados do CN1.

O Caldas acusou o desgaste na 2ª parte e a falta de opções do banco acabou por condenar a uma derrota que não foi ampliada por alguns erros de ataque do Évora na transmissão de bola.

LOUSÃ SOBREVIVE ESCALABITANOS COM RAÇA E CRAV SOMA MAIS 5 PONTOS

A Lousã visitou o campo do RC Santarém, tendo saído da Escola Prática de Cavalaria com o ponto de bónus ofensivo, num jogo em que a formação local respondeu como pôde e em que teve alguns momentos de domínio territorial. Faltou mais acerto e concentração ao Santarém na hora de executar a estratégia de jogo, mas o 17-39 acabou por assentar bem a formação lousanense.

A equipa de Arcos de Valdevez voltou a somar pontos e aproxima-se cada vez mais do 5º lugar depois de vergar o Rugby Vila da Moita por 67-17. A equipa da casa não pôde contar com o mau tempo que por vezes ajuda a disfarçar alguns problemas a nível de qualidade de jogo e os arcuenses liderados pelo panzer Viriato Teixeira saíram do sul com nova vitória antes da recepção ao CR Évora… conseguiram fazer o improvável?

CLASSIFICAÇÃO

Foto: FPR

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