O edição do Estoril Open que arranca este sábado será a última do calendário ATP. Casper Ruud tentará renovar o título, mas terá concorrência apertada, sobretudo de Hurkacz e Thiem.
O edição do Estoril Open que arranca este sábado será a última do calendário ATP. Casper Ruud tentará renovar o título, mas terá concorrência apertada, sobretudo de Hurkacz e Thiem.
Chegou a Portugal como primeiro cabeça de série, esteve às portas da liderança mundial, venceu 10 torneios ATP e em 2022 foi finalista vencido em Roland Garros, US Open e ATP Finals. Apesar de todo este currículo, a verdade é que Casper Ruud é ainda pouco reconhecido entre os maiores da atual geração.
Esta semana venceu o Estoril Open, o seu primeiro título de 2023, e até reconheceu que em Portugal se escreve pouco sobre si e que prefere dessa maneira.
De fato, Casper Ruud tornou-se o mais recente campeão do único torneio nível ATP que se joga em Portugal. Com um triunfo sobre o amigo Miomir Kecmanovic (6-2 e 7-6), o norueguês subiu um lugar no ranking ATP, sendo agora quarto da geral. Dos dez títulos conquistados por Ruud nove foram na terra batida. É o ponto mais forte do noruguês. “É uma ótima forma de começar a temporada de terra batida”, reconheceu Ruud, que admite voltar novamente no futuro.
Este foi também o seu segundo triunfo sobre o sérvio, em três jogos disputados. Kecmanovic buscava o seu segundo título ATP. O sérvio, 34 do ranking, venceu o seu único torneio em Kitzbuhel, em 2020.
A verdade é Ruud é neste momento um dos melhores do mundo. Com muito ou pouco ruído em seu torno. É verdade que ainda lhe falta um grande torneio mas aos 24 anos é um tenista consistente. E essa consistência está na base do triunfo em solo português. Para chegar à final, o norueguês levou a melhor sobre João Sousa, Sebastian Baez (campeão em 2022) e também Quentin Halys. Às vezes com alguns sobressaltos, sim, mas no geral foi melhor que os seus rivais.
A única vez que o agora número 4 do mundo esteve em desvantagem foi com João Sousa. A grande esperança portuguesa no torneio, vencedor em 2018. O tenista luso começou por vencer o primeiro set, 6-4, mas perdeu os seguintes por 6-2. Ainda assim, Sousa contou com uma vitória sobre Giulio Zeppieri (6-4, 1-6 e 6-3). O tenista português é hoje o 146 do mundo.
Outro nome importante no torneio foi o de Dominic Thiem. Hoje 106 do mundo, a sua classificação não reflete o seu talento. Aliás, o austríaco já foi top-5 do mundo mas tem sofrido com lesões. No Estoril caiu nos quartos de final perante Quentin Halys (6-1 e 6-4), uma das surpresas do torneio. O francês é 66 do mundo e nunca chegou em qualquer final. Ainda assim, o sol do Estoril foi uma boa monta para o seu talento que o levou até às meias-finais.
O contingente espanhol, sempre muito presente no torneio luso, também não foi feliz. Alejandro Fokina e Zapata Miralles foram os melhores, ao atingirem os quartos de final. Bautista Agut caiu no seu primeiro jogo, 16 avos de final, diante Quentin Halys (7-6, 7-5), e Ramos Viñolas (campeão em 2021) nos 32 avos de final, contra Jurij Rodionov (3-6, 6-1 e 6-4).
Com o tiunfo em Portugal, Casper Ruud encara com mais confiança a temporada de terra batida. Após ter chegado à final de Roland Garros o ano passado, o noruguês busca ainda o seu primeiro major. Ainda que não seja o grande favorito é certamente um nome a ter em conta em Paris.
O torneio marca ainda a despedida do árbitro Carlos Ramos. O juíz de cadeira foi o primeiro a completar o Carreer Grand Slam: arbitrou as finais dos quatro Majors masculinos e também a final dos Jogos Olímpicos.
Casper Ruud foi o primeiro noruguês a vencer o torneio que se realiza desde 1990. O primeiro campeão foi Emilio Sanchez. De resto, Espanha tem sido o país mais dominante no que diz respeito a campeões. São já 14 títulos. O torneio já teve vários campeões que são referências mundiais, como Federer, Djokovic, Wawrinka, Del Potro, Tsitsipas, Thomas Muster, Juan Carlos Ferrero, Carlos Costa, Carlos Moya, entre outros. Contudo, nunca ninguém venceu o Estoril Open por três ocasiões. Ainda assim, houve quem o vencesse por duas vezes, como Carlos Costa (1992 e 1994) e nos casos de Albert Montañes (2009-2010), Delo Potro (2011-2012) Carlos Moya (1999-2000) e Thomas Muster (1995-1996), de forma consecutiva.
2023 – Casper Ruud
2022 – Sebastian Baez
2021 – Albert Ramos Viñolas
2020 – Não se realizou por motivos de Covid-19
2019 – Stefanos Tsitsipas
2018 – João Sousa
2017 – Pablo Carreño Busta
2016 – Nicolas Almagro
2015 – Richard Gasquet
2014 – Carlos Berlocq
2013 – Stanislas Wawrinka
2011 – 2012 – Juan Martin Del Potro
2009 e 2010 – Albert Montañes
2008 – Roger Federer
2007 – Novak Djokovic
2006 – David Nalbandian
2005 – Gaston Gaudio
2004 – Juan Ignacio Chela
2003 – Nicolay Davidenko
2002 – David Nalbandian
2001 – Juan Carlos Ferrero
1999 e 2000 – Carlos Moya
1998 – Alberto Berasategui
1997 – Alex Corretja
1995 e 1996 – Thomas Muster
1994 – Carlos Costa
1993 – Andrei Medvedev
1992 – Carlos Costa
1991 – Sergui Bruguera
1990 – Emilio Sanchez
Em 2008, Stefanos Tsitsipas assistia à vitória de Roger Federer no Estoril. O menino, de então 9 anos de idade, sonhava poder ali estar. Este domingo, o sonho cumpriu-se.
Depois de ter sido eliminado na época passada para João Sousa, nas meias-finais, desta vez o grego confirmou o favoritismo que lhe era atribuído e sucede ao português como campeão do Estoril Open. Foi o seu terceiro título da carreira, o segundo este ano.
O número 10 do mundo venceu outro ídolo na final. Pablo Cuevas, por 6-3 e 7-6. Cuevas, diga-se, até nem era para chegado tão longe. O uruguaio foi afastado na última ronda de qualificação, beneficiando de desistências no quadro principal. Esta foi, de resto, a 10ª vez nos últimos 20 anos que um lucky looser chega a uma final de torneio ATP. “Foi uma semana especial. Não é todos os dias que se perde na qualificação e se atinge a final”, admitiu Cuevas, 33 anos.
Para atingir a final, Tsitsipas deixou para trás Guido Andreozzi, o português João Domingues e David Goffin. O belga, 23º do mundo, era outro candidato à vitória em Portugal. E deixou para trás nada menos que João Sousa, campeão em título. O vimarenense perdeu por 6-3 e 6-2. “Perder em casa é duro. O David mostrou porque já foi top-10”, declarou o tenista luso. De resto, no histórico entre os dois tenistas, Goffin já venceu Sousa por 5 vezes, enquanto o luso o conseguiu apenas uma vez.
Quem também desiludiu foi Gael Monfils e Frances Tiafoe. O norte americano, finalista vencido o ano passado, caiu perante Pablo Cuevas (6-2, 7-5), nos quartos de final. Já o francês, um dos primeiros nomes confirmados no torneio, perdeu para Alejandro Davidovich Fokina. O espanhol, 127 do mundo, foi a grande surpresa da edição deste ano do Estoril Open, que reuniu perto de 40 mil espectadores ao longo da semana. Mais 8 mil em relação ao ano passado.
Fokina foi avançando na prova até à surpreendente meia-final, onde perdeu para Cuevas (6-0, 6-7 e 7-2).
Tsitsipas, com o público a favor, acabou por ser um importante vencedor para o torneio. O facto de ter 20 anos acaba por simbolizar o que o Estoril Open pretende ser. Um torneio que apresente os valores emergentes do ténis. O grego é, contudo, já uma certeza. E também um dos mais acarinhados pelo público português, conforme se viu esta semana. De resto, o grego acabou por trocar algumas bolas na Boca do Inferno, em Cascais, e ainda deixou a sugestão no ar de comprar uma casa em Portugal. Um sinal de que poderá ter vontade regressar nas próximas edições? Os fãs agradecem.
Já não é um sonho. É realidade. João Sousa tornou-se este domingo o primeiro português a conquistar o Estoril Open. De joelhos, na terra batida do Estoril, as lágrimas não escondiam a emoção. À quarta tentativa o vimarenense consolidou a condição de melhor tenista português de sempre e garantiu um mais um lugar na história do ténis luso.
Frente ao norte-americano Frances Tiafou, o “Conquistador” esteve absolutamente imparável, vencendo por duplo 6-4. Sousa virou a página que faltava no ténis luso, depois de Frederico Gil ter atingido a final em 2010.
Embalado pelo público, Sousa foi-se superando a si e a cada adversário ao longo da semana. Primeiro, com Daniil Medvedev (7-6 e 7-5). O triunfo quebrou a maldição que assombrava o português, que pela primeira vez conseguiu chegar à segunda eliminatória. Aí encontrou o amigo Pedro Sousa, que na ronda anterior havia elimado Gilles Simon (6-3, 4-6 e 7-6). João Sousa, 29 anos, voltou a ser mais forte, num jogo bem equilibrado: 4-6, 7-6 e 7-5.
O clique, talvez, se tenha dado nos quartos-de-final com Kyle Edmund, que por estes dias é número 1 britânico. Semi-finalista do Australian Open e finalista vencido de Marraquexe, Edmund era terceiro cabeça de série. Mas, outra vez, Sousa foi melhor: 6-3, 2-6 e 7-6. Kyle Edmund acabaria por vencer o torneio na vertente de pares, juntamente com Cameron Norrie.
A partir daqui o céu pareceu o limite. Nas meias-finais, o luso encontrou pela frente “El Greco” Stefanos Tsitsipas. O grego, 19 anos de idade, é um dos mais proeminentes jogadores do circuito. Depois de ter peridido a final de Monte Carlo para Rafa Nadal, Tsitsipas mostrou grande força mental e física, deixando para trás o primeiro cabeça de série, Kevin Anderson: 6-7, 6-3 e 6-3. João Sousa fez valer a sua maior experiência e consistência para vencer por 6-4, 1-6 e 7-6. Na bancada, Marcelo Rebelo de Sousa aplaudia a campanha do vimarenense, acabando por ir ao balneário felicitá-lo já após a final.
Frances Tiafoe, vencedor de Delray Beach, começou por vencer o compatriota Tennys Sandgren (3-6, 7-6 e 7-6). Seguiram-se Gilles Muller (6-4 e 7-5) e Simone Bolelli (7-5 e 6-2). Nas meias-finais o norte-americano eliminou com relativa facilidade o campeão de 2017, Pablo Carreño Busta (6-2 e 6-3).
A superioridade de João Sousa na final foi testemunhada por mais de 3 mil espectadores que esgotaram o court do Estoril e entoraram o hino nacional.
Mais do que uma vitória portuguesa, foi a vitória de um símbolo do Estoril Open. Sousa é um dos rostos da prova e, como disse o director João Zilhão na antevisão do torneio, “ninguém mais do que ele a quer vencer”.
Vencer em casa teve, assim, mais encanto. Um encanto aplaudido de pé e com direito a lágriamas. Sousa soma agora três torneios ATP: Kuala Lumpur (2013), Valência (2015) e Estoril (2018).
A vitória inédita de João Sousa
Arranca este sábado, dia 28, mais uma edição do Estoril Open, onde o top-10 mundial, representado por Kevin Anderson, o melhor do ténis português, representado por João Sousa, entre outros, e a Next Gen, com Kyle Edmund à cabeça, tornam o ténis, em arte.
Já são conhecidos quase todos os nomes que vão compor o quadro do Estoril Open, que se joga entre 28 de Abril e 6 de Maio. João Sousa e Kyrgios são os cabeça de cartaz