Sem Alcaraz nem Rune, joga-se mais uma edição da Next Gen. Mas motivos de interesse não faltam em um torneio que está a consolidar-se.
Sem Alcaraz nem Rune, joga-se mais uma edição da Next Gen. Mas motivos de interesse não faltam em um torneio que está a consolidar-se.
A um mês do ATP Finals quatro vagas ainda estão em aberto. E candidatos não faltam.
Um mês após Carlos Alcaraz ter vencido Novak Djokovic, em Wimbledon, agora foi a vez de o sérvio ter levado a melhor sobre o espanhol em Cincinnati (5-7, 7-6 e 7-6).
Todos os adjetivos são poucos para qualificar a final entre os dois melhores tenistas da atualidade. É a terceira vez que os dois jogadores se enfrentam este ano. Roland Garros, primeiro, foi como que uma falsa partida para o espetáculo que ambos podem proporcionar. E isso se deveu a uma lesão que obrigou Alcaraz a jogar de forma condicionada. Sem surpresa, Nolan levou a melhor. Mas em Wimbledon foi a vez de o espanhol dominar em um dos grandes jogos do ano, que culminou com o primeiro título do espanhol no All England Club.
Em Cincinnati não foi diferente. Mais um grande jogo, que durou quase 4 horas (3h50). Debaixo de 33 graus, Djokovic esteve a perder por 7-5 e 4-2, mas soube levar o jogo para tie-break, onde conseguiu salvar um match point. No terceiro set, Alcaraz recupera de 3-5 para 6-5, salvou quatro match points, mas acabou por não levar a melhor sobre Djokovic.
São agora quatro títulos para Nolan em 2023 e um embalo importante para o US Open, onde volta a ser o grande favorito a par de Alcaraz. A vitória em Cincinnati foi a 39 do sérvio em Masters 1000 e 95 título ATP da carreira. Números impressionantes para aquele que é também o recordista de Grand Slams.
Se alguém duvidava do momento de Nolan, as interrogações terminaram com o seu percurso imaculado. E a verdade é que até à final, Djokovic não cedeu qualquer set. Para trás ficaram Alejandro Fokina (6-4, RET), Gael Monfils (6-3, 6-2), Taylor Fritz (6-4, 6-0) e Alexander Zverev (7-6, 7-5).
Mas nem só de Djokovic e Alcaraz viveu Cincinnati. Zverev e Hucrkacz estiverm à porta da final, mas cairam nas semin-finais. Para Zverev isso representaria um importante capital de confiança para o US Open. O alemão não está a ter seu melhor ano e busca ainda o seu prmeiro Major. Mas olhando para 2023, é pouco provável que aconteça em Nova Iorque.
Também Max Purcell fez uma caminhada diga de reconhecimento. O australiano, 47 do mundo, caiu os quartos de final, tendo deixado para trás, entre outros, Wawrinka e Casper Ruud.
Agora, segue-se o US Open, entre 28 de agosto e 10 de setembro.
Todos os Grand Slam são especiais. Mas o torneio de Wimbledon, até por ser o mais antigo, continua a ser a prova rainha do ténis. Aquele torneio que separa os meninos dos cavalheiros, como é habitualmente denominado. Já com Federer aposentado, a questão que se coloca é se algum tenista em atividade personifica tão bem a prova quanto o suíço o fazia.
Há Djokovic, claro, mas o sérvio é um todo o terreno, um mestre da eficácia, sem a elegância de movimentos que caracterizou Federer. E, talvez por isso, mesmo que Nolan se torne campeão e o maior vencedor do torneio com 8 troféus, porventura Federer continuará a ser a grande referência do All England Club.
Vencedor de Roland Garros e maior campeão de Majors, Djokovic é o grande favorito a vencer em Londres. Atravessa uma boa forma e já provou que nos momentos-chave não facilita.
Com Nadal afastado até final do ano, Carlos Alcaraz é, novamente, o principal rival do sérvio. Foi assim também em Roland Garros. Os dois encontram-se nas meias-finais mas o espanhol ressentiu-se de uma lesão e jogou muito condicionado. O jogo mais esperado do ano acabou por não se traduzir no que todos queriam. E sem Alcaraz, Nolan ficou com caminho aberto para novo título.
Os dois jogadores podem escrever um novo capítulo em Wimbledon. Mas poderá o menino de 20 anos tornar-se tão cedo um cavalheiro?
Essa não é um pergunta de resposta fácil. A relva não é de todo o piso mais favorável a Alcaraz. Até há pouco tempo o espanhol não tinha ganho sequer a ninguém do top-30 neste tipo de piso. Mas se há coisa que estamos a aprender com Alcaraz é a sua capacidade de evoluir. E a verdade é que chega a Wimbledon como número 1 o mundo após triunfo em Queens, uma antecâmara para o All England Club,
Em Queens, Carlitos deixou para trás adversários como Dimitrov, Korda e De Minaur. É, pelo menos um bom sinal. E também um sinal da sua facilidade de adaptação. Para termos um comparativo, em Madrid, torneio que Alcaraz também venceu, devolvia o primeiro serviço posicionado 4,8 metros atrás da linha de fundo. Mas em Queens, na relva, diminuiu essa distância em 1,4 metros.
Djokovic é o campeão em título e há 4 anos que tem sido sempre assim. Desta vez, talvez, o seu favoritismo seja ainda mais vincado. Mas não dá para descartar Alcaraz, nem Medvedev ou Sinner. O russo tem sido um dos jogadores mais consistentes da temporada, apesar de não ser tão dominante na relva. Já Jack Sinner tem sofrido com lesões o que o obrigou a desistir de Halle. Há ainda alguns ousiders como Kyrgios, Rublev, Tsitsipas ou Bublik mas tudo dependerá da forma como forem evoluindo.
O torneio prolonga-se e 3 e 16 de julho.
Pela primeira vez desde que é profissional, Rafael Nadal está fora de Roland Garros. O tenista espanhol tem vindo a recuperar de uma lesão abdominal, contraída na Austrália. Nas últimas semanas a dúvida sobre se o El Toro Miura ia jogar Paris pairava no circuito. Agora, Nadal confirmou as piores expectativas. “A lesão não evoluiu como queríamos. O mais importante, Roland Garros, é impossível”, disse, reforçando que “foi uma decisão do corpo”.
Dos 22 Grand Slam conquistados, 14 foram em Paris. É, com sobras, o maior campeão de sempre do torneio, ao ponto de já ter uma estátua junto ao recinto principal.
Nadal não joga desde o primeiro Major do ano e a data de retorno ainda é incerta. Por enquanto, vai cair para fora do top-100. Não que isso seja relevante para o maiorquino nesta fase da carreira, onde só quer jogar e ser competitivo. E, quem sabe, tentar competir com Djokovic no duelo particular do número de Grand Slams conquistados. Também por isso, esta é uma ausência que com certeza impacta Nadal.
Na mensagem que confirma a ausência de Roland Garros, Nadal admite pela primeira vez que poderá encerrar a carreira no próximo ano. Quer isso dizer que poderemos não ter mais Nadal a competir até final de carreira? Bom, por enquanto é precoce chegar a essa conclusão. Apesar de ser incerta a sua volta, o espanhol quererá, por certo, jogar ainda mais uma edição, talvez de despedida, de Roland Garros. A ideia, por enquanto, passa por voltar ao circuito no final deste ano.
A carreira de Nadal é marcada por muitos títulos. Mas também lesões. Ao longo dos últimos 19 anos somou pelo menos 14 lesões importantes, algo que pode estar relacionado a um estilo de jogo muito físico e intenso. Joelhos, pés, braços, tendões, pulsos, costas. São muitas as mazelas do espanhol, que nunca dá um desafio como perdido. Em 2022, recorde-se, um problema muscular forçou Nadal a falhar os torneios prévios de Wimbledon, e a desistir nas meias-finais do major britânico. Depois, voltou a ressentir-se no US Open. Já este ano, um problema abdominal condicionou a sua participação no Australian Open.
Mas se Nadal vai sentir falta de Roland Garros, o torneio francês também terá a sombra do espanhol. O torneio, que arrancou a 22 de maio, prolonga-se até 11 de junho. Djokovic e Alcaraz são os grandes favoritos, na ausência de Nadal. É até difícil dizer, neste momento, quem detém maior favoritismo. Certo é que o sérvio perdeu a liderança mundial para o espanhol e só a voltará a conquistar o topo da hierarquia se for finalista. E ainda assim tem que torcer contra as performas de Alcaraz e Medvedev, os dois primeiros do circuito.
Alcaraz está, de resto, em grande forma. Já venceu três títulos este ano, incluindo os Masters de Madrid e Indian Wells, e a terra batida é o seu título preferencial. O sucessor natural de Nadal, que completou recentemente 20 anos, é o maior fenómeno do ténis desde o Big-3. Depois de ganhar o US Open em 2022, vencer Roland Garros parece apenas uma questão de tempo. Mas Djokovic é Djokovic e nunca pode ser descartado, seja em que piso for. E há ainda Casper Ruud e Medvedev, ambos fortes na terra batida. O norueguês foi finalista vencido em 2022 e este ano já ganhou o Estoril Open. Já o russo atravessa um grande momento, ganhando em 2023 nada menos que cinco troféus, entre eles os Masters de Roma e Miami.
Será, pois, um torneio com vários pontos de interesse, mesmo considerando a ausência do ‘rei’ da terra batida.
Durante os últimos 15 anos, Rafael Nadal foi soberano em Espanha. O maiorquino tornou-se, e continua a ser, a maior referência do ténis espanhol, uma das escolas mais tradicionais do mundo. Entretanto, Carlos Alcaraz surgiu em cena, e tem dado sequência ao grande legado de Nadal. E com ele Espanha parece ter ganho um novo rei.
Aos 20 anos de idade, Carlos Alcaraz conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o Masters de Madrid. Este é já o seu quarto título em 2023 e o segundo em Espanha. Recentemente, acumulou o título de Barcelona aos de Indian Wells e Buenos Aires, tendo ainda sido finalista vencido no Rio Janeiro.
Alcaraz até esteve em dúvida para o torneio de Madrid, mas acabou por jogar e em grande estilo. Não que tenha sido fácil. Antes pelo contrário. Mas o triunfo de 6-4, 3-6 e 6-3 sobre Jan Lennard Struff mostrou a sua capacidade de ultrapassar adversidades. E o alemão, a grande sensação do torneio, colocou muitas ao espanhol. Como obrigar o espanhol a jogar muito no fundo do court. Struff mostrou-se letal no seu jogo de saque e a aproveitar os erros de Alcaraz, sobretudo nos segundo e terceiros sets. Mas nos momentos certos, o jogador da casa não cedeu e arrecadou mais um título.
Alcaraz venceu mas não deixou de passar por alguns sustos. Como no primeiro jogo, com Emiil Ruusuvuori em que precisou de virar o jogo (2-6, 6-4 e 6-2). Seguiram-se vitórias sobre Dimitrov (6-2 e 7-5) e Zverev (6-1 e 6-2), Khachanov (6-4 e 7-5) e Coric (6-4 e 6-3).
Número 2 do mundo, Alcaraz segue agora para o seu primeiro Master de Roma. Com Roland Garros no horizonte, o espanhol mira ainda o retorno à liderança mundial. Apenas 5 pontos distam os dois primeiros lugares de um ranking ainda liderado por Djokovic.
Sim, Alcaraz foi o grande nome do torneio. O jogador da casa renovou o título alcançado o ano passado, onde deixou para trás Djokovic e Nadal. Mas é importante reforçar o percurso do finalista vencido deste ano. Jen-Lennard Struff entrou na competição como lucky looser e pela primeira vez na história de um Masters um jogador nessa condição atingiu a final. O alemão perdeu para Alen Karatsvev, na fase de qualificação, acabou repescado e daí para a frente foi história.
Até à final, Struss deixou para trás Lorenzo Sonego (6-3, 6-1), Ben Shelton (4-6, 7-6 e 7-5), Dusan Lajovic (6-7, 6-3, 6-3), Pedro Cachin (7-6, 6-7 e 6-3), Stefanos Tsitsipas (7-6, 5-7 e 6-3) e Aslan Karatsev (4-6, 6-3 e 6-4). Com esta performance, o alemão deu um salto de 37 posições e é agor 28 do ranking mundial e líder do ranking alemão. No sentido inverso, Alexander Zverev, cai para fora do top-20, situação que não acontecia desde 2017.
A pergunta tem sido recorrente nos últimos anos mas agora começa a ganhar mais força. Até quando o corpo de Rafael Nadal vai ainda aguentar ao mais alto nível?
O tenista espanhol confirmou a desistência do Masters de Madrid, que arranca na terça-feira, 25 de abril. Este é mais um golpe duro para o maiorquino que recusa “desistir do corpo”. Desde o Australian Open, o agora 14 do mundo enfrenta uma lesão muscular de grau 2, no psoas ilíaco da perna esquerda. As lesões têm sido recorrentes ao longo da carreira e nos últimos anos têm-se intensificado, fruto de um estilo de jogo mais físico, por vezes além dos limites. E também por isso, Nadal tem selecionado cada vez mais criteriosamente os torneios em que participa, por forma a se resguardar.
O ano de 2022 foi muito bom para o espanhol. Conquistou quatro títulos, entre eles o Australian Open e Roland Garros. Mas também o ano passado enfrentou algumas lesões.
A ausência do torneio de Madrid faz soar os alarmes, ou pelo menos a dúvida, sobre se recuperará a tempo de Roland Garros, a 28 maio desde ano. Nesta fase da sua carreira, Nadal não joga mais por posições no ranking, mas Roland Garros é o seu Graal. Até porque é a melhor chance que tem de vencer mais um Grand Slam e se destacar como o maior vencedor. Atualmente, Novak Djokovic e Rafael Nadal somam 22 Majors. Federer, aposentado desde o ano passado, tem 20. O sérvio, até por ser mais novo, parece ter alguma vantagem nesta luta a dois.
Só que agora há um novo nome na parada. Carlos Alcaraz. Também ele espanhol, parece ser o herdeiro natural de Nadal. Pelo estilo de jogo e sobretudo pela mentalidade competitiva. O atual número 2 do mundo tem confirmado em 2023 todo o seu talento e o que de bom fez em 2022. Só este ano já ganhou os títulos de Indian Wells e Buenos Aires, e foi finalista vencido (por lesão) no Rio de Janeiro. Agora, e na altura em que este texto é escrito, está nos quartos de final do ATP Barcelona. E é o grande favorito também em todos os torneios de terra batida, incluindo Roland Garros.
É, pois, nesta conjuntura, que Nadal se encontra. E é por isso que esta temporada e o seu futuro são uma incógnita. Por enquanto, o maiorquino tenta recuperar-se a 100% para poder voltar. Mas sabemos que a sua condição física já não é, naturalmente, a de antes. É por isso importante entender as condições em que vai regressar e se ainda é suficientemente competitivo para lutar por títulos relevantes. E isto apesar do seu grande 2022. Até porque com o seu compatriota em ascensão, a tendência é vermos cada vez menos Nadal nas decisões. Roland Garros é, nesse sentido, um barómetro chave.
Apesar de Nadal dizer que se recusa a perder para o corpo da mesma forma que recusa a perder em court, a verdade também é que já disse que jogará enquanto se sentir competitivo. Foi isso que aconteceu com Federer. Ademais, a saída de cena do suíço também retirou uma parte do espanhol. Afinal, muito do que é se transformou Rafa se deve à rivalidade com Federer. O que agora já não acontece, mesmo com Djokovic, que também, diga-se, caminha para o final de carreira.
Até quando jogará Nadal? Essa é uma pergunta ainda sem resposta mas que o resto desta temporada ajudará certamente a definir.
Carlos Alcaraz está de volta ao topo do ténis mundial. E isso, apesar de se saber ser uma questão de tempo, é também algo que nos diz muito sobre o que está para vir.
O espanhol havia-se tornado, em 2022, o mais jovem número 1 mundial. Traído por uma lesão que o impossibilitou de jogar o Australian Open, Alcaraz viu Novak Djokovic recuperar a liderança do ATP. O talento e capacidade do espanhol nunca estiveram em causa mas o momento serviu para testar a sua maturidade e força mental. Recorde-se, a título de exemplo, que quando Medvedev chegou a número 1 do mundo passou por dificuldades para aguentar a pressão. E a verdade é que o seu ano de 2022 foi abaixo das expectativas.
Só que, tudo indica, Carlos Alcaraz passou o teste com distinção. Ao vencer Indian Wells – justamente sobre Daniil Medvedev, o espanhol tornou-se também o mais jovem de sempre a recuperar a liderança da hierarquia mundial. Mais um recorde de precocidade a somar a tantos outros ao longo da sua ainda curta carreira. O anterior recorde pertencia a Marat Safin, com 20 anos de idade.
Esta temporada, Alcaraz somas já os títulos de Buenos Aires e Indian Wells, tendo ainda chegado à final do Rio Open. Aliás, o espanhol e o russo são, provavelmente, os dois jogadores em melhor forma no circuito.
Foi por isso sem surpresa que se encontraram na final de Indian Wells. Alcaraz levou a melhor por 6-3 e 6-2, interrompendo a série de 19 vitórias consecutivas de Medvedev. Foram apenas 35 minutos de jogo. Este é já o terceiro Masters 1000 que o espanhol ganha. Os outros foram em Miami e Madrid. E o mais impressionante é que em todos eles não cedeu qualquer set.
Neste torneio, Alcaraz deixou para trás Thanasi Kokkinakis (6-3, 6-3), Tallon Griekpoor (7-6 e 6-3), Jack Draper (retirou-se do jogo), Felix Aliassime (6-4 e 6-4) e Jannik Sinner (7-6 e 6-3). Já Medvedev levou a melhor sobre Brandon Nakashima (6-4 e 6-3), Ilya Ivachka (6-2, 3-6, 6-1), Alexander Zverev (6-7, 7-6 e 7-5), Alejandro Fokina (6-3 e 7-5) e Frances Tiafoe (7-5 e 7-6).
Para além dos finalistas, destaque para as performances dos semi-finalistas Jack Sinner e Frances Tiafoe, a confirmarem o bom momento de carreira.
Vamos ver como os tenistas evoluem nos próximos meses. Por enquanto, um dos torneios que mais chama a atenção é o de Barcelona, que acontece em Abril. Quatro jogadores do top-5 já confirmaram presença: Alcaraz, Tsitsipas, Ruud e Medvedev. Quem também poderá jogar é Nada, mas o espanhol continua a recuperar de lesão e o seu regresso é uma incógnita.
Carlos Alcaraz foi o grande nome do circuito em 2022. Mas uma lesão que já vinha da temporada passada acabou por condicionar este inicio de época e a sua participação no Australian Open. Mas o espanhol está de volta ao circuito e já fez saber que o ano passado não foi um acaso. Por enquanto, participou em dois torneios, ambos na América o Sul. Venceu em Buenos Aires e foi finalista vencido no Rio de Janeiro. Curiosamente, o adversário foi o mesmo, o britânico Cameron Norrie.
Na Argentina, o número 2 o mundo acabou por levar a melhor por 6-3 e 7-5. Ao longo de todo o torneio, Alcaraz cedeu apenas um set. Aconteceu diante Laslo Djere, nos oitavos de final: 6-2, 4-6 e 6-2. No mais, o vice-líder mundial deixou para trás Dusan Lajovicb (6-4 e 6-2) e o compatriota Zapata Mirallas (6-2 e 6-2). O torneio contou ainda com nomes como Diego Schwartzman, Fabio Fognini e João Sousa. O português acabou por cair no seu primeiro jogo, diante Juan Carlos Varillas. O peruano, 77 do mundo, foi uma das sensações, chegando às semi-finais. Menos bem esteve iego Schwartzman. A jogar em casa acabou surpreendido por Zapata Miralles, outro semi-finalista e que viria também a alcançar essa condição no Brasil uma semana depois.
Embalado pelo triunfo na Argentina, Carlos Alcaraz seguiu para o Rio de Janeiro como cabeça de série, em busca o seu segundo título na prova. Mas desta vez foi Cameron Norrie quem levou a melhor, por 5-7, 6-4 e 7-5. Uma vitória de virada, revelando grande força mental por parte do britânico. Foi apenas o segundo triunfo de Norrie diante Alcaraz em seis jogos. Este foi o quinto título ATP do britânico na carreira e o primeiro de 2023. Uma vitória que lhe permitiu subir para o 12 lugar do ranking.
Mas embora a vitória do britânico tenha sido intensa, importa destacar também que Alcaraz sentiu dores durante toda a semana na coxa direita. E isso acabou por pesar também na final. Ainda assim, o número 2 do mundo optou por jogar não se retirar da decisão, conforme explicou depois o seu técnico. Para chegar à final, levou a melhor sobre Mateus Alves, Fabio Fogini e outra vez Dusan Lajovic. Por seu lado, Norrie eliminou Juan Cerundolo, Thiago Monteiro, Hugo Dellien e Zapata Miralles. No Brasil, Alcaraz teve ainda a chance de conhecer a favela da Rocinha.
O espanhol tenta recuperar a condição e número 1 mundial. E isso até pode acontecer em Acapulco. Contudo, as últimas notícias indicam que não deverá jogar o torneio ATP 500 do México. Justamente por motivo de queixas apresentadas no Rio de Janeiro.
Duzentos pontos separam Alcaraz de Djokovic. O sérvio, no mais, bateu o recorde de Roger Federer e tornou-se o jogador com mais semanas como número 1 do mundo. São agora 378 semanas a liderar o ranking.
Novak Djokovic está de volta ao topo do mundo. No regresso a Melbourne, após ter sido “cancelado” e deportado da Austrália, por não estar vacinado, o sérvio regressou agora em grande estilo. Nolan não apenas venceu o seu 10 título, reforçando a condição de maior campeão do torneio, como igualou Nadal com 22 Majors e regressou à liderança da hierarquia mundial.
Não por acaso, Djokovic considerou esta a sua vitória mais importante na Austrália. E não é para menos. O episódio da temporada passada acabou por condicionar toda a época. E se olharmos o 2022 de Nolan ela foi marcada por altos e baixos. É também por isso que era importante arrancar bem.
Este ano já sem Federer, o torneio australiano teve outra grande baixa. Carlos Alcaraz, número 1 mundial, não recuperou de uma lesão que vinha o ano passado e ficou também e fora. Quer isto dizer que para além da vitória no torneio, a liderança mundial deveria ter um novo dono.
E a verdade é que Djokovic mostrou desde cedo que queria muito ganhar. E quando assim é fica muito difícil para os outros. A final, aliás, acabou por ser muito mais tranquila do que o esperado. Djokovic precisou de pouco menos de 3 horas para levar de vencido Tsitsipas por 6-3, 7-6 e 7-6. Ainda não foi desta que o grego venceu um Major. Tsitsipas conta com 16 títulos na carreira, entre os quais o ATP Finals e dois Masters Monte Carlo, mas não consegue um Grand Slam. Esta foi a sua segunda derrota em finais, após Roland Garros em 2021.
Ao longo do torneio, Djokovic perdeu cedeu apenas um set. E isso diz bem da capacidade de Nolan, mesmo aos 35 anos. A pergunta que se repete é até quando o sérvio vai continuar a dominar.
A resposta não é simples, porque depende de vários fatores. Entre os quais a própria motivação de Nolan. Com esta vitória, Djokovic igualou o número de Grand Slams de Nadal (22). Mas a verdade é que o espanhol parece cada vez mais reduzido fisicamente. E um bom exemplo foi a sua eliminação na segunda ronda perante o norte-americano Mackenzie MacDonald. O espanhol foi traído por mais uma lesão e parece cada vez mais distante de poder disputar muitos torneios ao ano. Ainda assim, é expectável que jogue Roland Garros e se apresente como o grande favorito.
E do mesmo jeito que Nadal perdeu parte de si e da sua motivação com a saída de cena de Federer, o mesmo pode acontecer com Djokovic quando o espanhol também se aposentar. Por enquanto, nada aponta para o abrandamento do sérvio, que por certo quererá sair do ténis como o maior campeão da história. Mas por enquanto volta a subir ao trono da hierarquia mundial para estender a sua dominância.
Nesta equação também é preciso considerar a ascensão de Carlos Alcaraz. Como o o espanhol vai consolidar a sua evolução é a grande pergunta. O herdeiro natural de Nadal, tem tudo para lhe seguir as pisadas. Um jogo extremamente físico, tendo também já demonstrado forte capacidade mental. Alcaraz deverá dominar a cena mundial nos próximos anos, mas Djokovic por certo terá capacidade e foco para continuar relevante e disputar títulos. Se Nadal ainda terá essa capacidade fora de Paris é a grande questão para o ano 2023.