O arranque de ouro de Medvedev

André Dias PereiraMarço 9, 20233min0

O arranque de ouro de Medvedev

André Dias PereiraMarço 9, 20233min0

O ano de 2022 não foi exatamente o melhor para Daniil Medvedev. Ainda assim, o russo emplacou dois títulos nos torneios de Los Cabos e Viena. É verdade que chegou a outras três finais, mas para quem já foi número 1 os seus registos estiveram longe de entusiasmar.

Talvez por isso, Medvedev entrou a todo o vapor em 2023. Para já, em três meses de competição, conquistou mais troféus que em toda a temporada passada. Aconteceu em Roterdão, Doha e Dubai.

Ainda é cedo para tirarmos conclusões sobre até onde pode chegar este ano o atual número 6 do mundo. Apesar de ser conhecido pela sua frieza e eficiência, o russo sentiu demasiadamente a pressão de ser líder do ranking. E agora há também Alcaraz para desafiar a liderança de Novak Djokovic.

Em Roterdão, na Holanda, o russo voltou ao top-10 mundial após vencer Jack Sinner na final, por 5-7, 6-2 e 6-2. Uma vitória de virada, que obrigou Medvedev a jogar de forma mais agressiva que o habitual. Mas não se pense que foi uma caminhada fácil em termos de rivais. Para trás ficaram adversários como Van de Zandschulp, De Minaur, Dimitrov ou Aliassime. E a verdade é que apesar dos oponentes, o russo só cedeu um set em todo o torneio.

Num torneio que contou com as presenças dos veteranos Wawrinka e Gasquet, mas também de Rublev e Zverev, a grande sensação foi Tallon Grikpoor. O holandês chegou às meias-finais deixando para trás nomes como Mikael Ymer, Alexander Zverev e Gijs Brower.

Medvedev domina Médio Oriente

Se Medvedev dominou na Holanda, no Médio Oriente arrasou. Dois torneios, duas vitórias. Primeiro em Doha. O russo levou a melhor sobre Andy Murray na final por duplo 6-4. O britânico, antigo número 1 mundial, é atualmente o 55 do mundo e já não ganha um torneio desde 2019. Em Doha voltou a jogar finais, tendo deixado pelo caminho Aledander Zverev, nos quartos de final.

O russo não deu hipóteses, como nas meias finais também não deu a Felix Aliassime: 6-4 e 7-6. As suas outras vitórias no torneio foram com Christopher O’Connel e Liam Broady.

A terceira e última vitória do russo aconteceu no Dubai. Contra o compatriota e amigo Andrey Rublev, Medvedev ganhou por duplo 6-2. Neste torneio o russo tornou-se também o primeiro jogado do ano a vencer o líder Nova Djokovic. Aconteceu nas meias-finais, por duplo 6-4. O torneio tinha, aliás, um quadro com vários outros nomes relevantes como Zverev, Hurckacz, Coric, Aliassime ou Zandschulp.

Ao todo são já 14 vitórias consecutivas para Medvedev, que vai ascendendo novamente no ranking. Agora segue-se Indian Wells onde volta a ser um novamente sonante para conquistar o título. A grande pergunta é se o russo pode voltar, a curto prazo, intrometer-se na luta pela liderança mundial e ganhar Majors. Por enquanto ainda parece cedo para responder, mas o talento e o momento de forma do jogador fazem parecer que sim. É certo que as coisas no ténis mudam muito rapidamente, mas Medvedev é seguramente um nome a acompanhar com atenção em 2023.


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