Arquivo de Carlos Alcaraz - Fair Play

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André Dias PereiraMaio 24, 20233min0

Pela primeira vez desde que é profissional, Rafael Nadal está fora de Roland Garros. O tenista espanhol tem vindo a recuperar de uma lesão abdominal, contraída na Austrália. Nas últimas semanas a dúvida sobre se o El Toro Miura ia jogar Paris pairava no circuito. Agora, Nadal confirmou as piores expectativas. “A lesão não evoluiu como queríamos. O mais importante, Roland Garros, é impossível”, disse, reforçando que “foi uma decisão do corpo”.

Dos 22 Grand Slam conquistados, 14 foram em Paris. É, com sobras, o maior campeão de sempre do torneio, ao ponto de já ter uma estátua junto ao recinto principal.

Nadal não joga desde o primeiro Major do ano e a data de retorno ainda é incerta. Por enquanto, vai cair para fora do top-100. Não que isso seja relevante para o maiorquino nesta fase da carreira, onde só quer jogar e ser competitivo. E, quem sabe, tentar competir com Djokovic no duelo particular do número de Grand Slams conquistados. Também por isso, esta é uma ausência que com certeza impacta Nadal.

Na mensagem que confirma a ausência de Roland Garros, Nadal admite pela primeira vez que poderá encerrar a carreira no próximo ano. Quer isso dizer que poderemos não ter mais Nadal a competir até final de carreira? Bom, por enquanto é precoce chegar a essa conclusão. Apesar de ser incerta a sua volta, o espanhol quererá, por certo, jogar ainda mais uma edição, talvez de despedida, de Roland Garros. A ideia, por enquanto, passa por voltar ao circuito no final deste ano.

Uma carreira de títulos e lesões

A carreira de Nadal é marcada por muitos títulos. Mas também lesões. Ao longo dos últimos 19 anos somou pelo menos 14 lesões importantes, algo que pode estar relacionado a um estilo de jogo muito físico e intenso. Joelhos, pés, braços, tendões, pulsos, costas. São muitas as mazelas do espanhol, que nunca dá um desafio como perdido. Em 2022, recorde-se, um problema muscular forçou Nadal a falhar os torneios prévios de Wimbledon, e a desistir nas meias-finais do major britânico. Depois, voltou a ressentir-se no US Open. Já este ano, um problema abdominal condicionou a sua participação no Australian Open.

Mas se Nadal vai sentir falta de Roland Garros, o torneio francês também terá a sombra do espanhol. O torneio, que arrancou a 22 de maio, prolonga-se até 11 de junho. Djokovic e Alcaraz são os grandes favoritos, na ausência de Nadal. É até difícil dizer, neste momento, quem detém maior favoritismo. Certo é que o sérvio perdeu a liderança mundial para o espanhol e só a voltará a conquistar o topo da hierarquia se for finalista. E ainda assim tem que torcer contra as performas de Alcaraz e Medvedev, os dois primeiros do circuito.

Alcaraz e Djokovic, Medvedev e Ruud

Alcaraz está, de resto, em grande forma. Já venceu três títulos este ano, incluindo os Masters de Madrid e Indian Wells, e a terra batida é o seu título preferencial. O sucessor natural de Nadal, que completou recentemente 20 anos, é o maior fenómeno do ténis desde o Big-3. Depois de ganhar o US Open em 2022, vencer Roland Garros parece apenas uma questão de tempo. Mas Djokovic é Djokovic e nunca pode ser descartado, seja em que piso for. E há ainda Casper Ruud e Medvedev, ambos fortes na terra batida. O norueguês foi finalista vencido em 2022 e este ano já ganhou o Estoril Open. Já o russo atravessa um grande momento, ganhando em 2023 nada menos que cinco troféus, entre eles os Masters de Roma e Miami.

Será, pois, um torneio com vários pontos de interesse, mesmo considerando a ausência do ‘rei’ da terra batida.

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André Dias PereiraMaio 12, 20232min0

Durante os últimos 15 anos, Rafael Nadal foi soberano em Espanha. O maiorquino tornou-se, e continua a ser, a maior referência do ténis espanhol, uma das escolas mais tradicionais do mundo. Entretanto, Carlos Alcaraz surgiu em cena, e tem dado sequência ao grande legado de Nadal. E com ele Espanha parece ter ganho um novo rei.

Aos 20 anos de idade, Carlos Alcaraz conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o Masters de Madrid. Este é já o seu quarto título em 2023 e o segundo em Espanha. Recentemente, acumulou o título de Barcelona aos de Indian Wells e Buenos Aires, tendo ainda sido finalista vencido no Rio Janeiro.

Alcaraz até esteve em dúvida para o torneio de Madrid, mas acabou por jogar e em grande estilo. Não que tenha sido fácil. Antes pelo contrário. Mas o triunfo de 6-4, 3-6 e 6-3 sobre Jan Lennard Struff mostrou a sua capacidade de ultrapassar adversidades. E o alemão, a grande sensação do torneio, colocou muitas ao espanhol. Como obrigar o espanhol a jogar muito no fundo do court. Struff mostrou-se letal no seu jogo de saque e a aproveitar os erros de Alcaraz, sobretudo nos segundo e terceiros sets. Mas nos momentos certos, o jogador da casa não cedeu e arrecadou mais um título.

Alcaraz venceu mas não deixou de passar por alguns sustos. Como no primeiro jogo, com Emiil Ruusuvuori em que precisou de virar o jogo (2-6, 6-4 e 6-2). Seguiram-se vitórias sobre Dimitrov (6-2 e 7-5) e Zverev (6-1 e 6-2), Khachanov (6-4 e 7-5) e Coric (6-4 e 6-3).

Struff para a história

Número 2 do mundo, Alcaraz segue agora para o seu primeiro Master de Roma. Com Roland Garros no horizonte, o espanhol mira ainda o retorno à liderança mundial. Apenas 5 pontos distam os dois primeiros lugares de um ranking ainda liderado por Djokovic.

Sim, Alcaraz foi o grande nome do torneio. O jogador da casa renovou o título alcançado o ano passado, onde deixou para trás Djokovic e Nadal. Mas é importante reforçar o percurso do finalista vencido deste ano. Jen-Lennard Struff entrou na competição como lucky looser e pela primeira vez na história de um Masters um jogador nessa condição atingiu a final. O alemão perdeu para Alen Karatsvev, na fase de qualificação, acabou repescado e daí para a frente foi história.

Até à final, Struss deixou para trás Lorenzo Sonego (6-3, 6-1), Ben Shelton (4-6, 7-6 e 7-5), Dusan Lajovic (6-7, 6-3, 6-3), Pedro Cachin (7-6, 6-7 e 6-3), Stefanos Tsitsipas (7-6, 5-7 e 6-3) e Aslan Karatsev (4-6, 6-3 e 6-4). Com esta performance, o alemão deu um salto de 37 posições e é agor 28 do ranking mundial e líder do ranking alemão. No sentido inverso, Alexander Zverev, cai para fora do top-20, situação que não acontecia desde 2017.

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André Dias PereiraAbril 21, 20233min0

A pergunta tem sido recorrente nos últimos anos mas agora começa a ganhar mais força. Até quando o corpo de Rafael Nadal vai ainda aguentar ao mais alto nível?

O tenista espanhol confirmou a desistência do Masters de Madrid, que arranca na terça-feira, 25 de abril. Este é mais um golpe duro para o maiorquino que recusa “desistir do corpo”. Desde o Australian Open, o agora 14 do mundo enfrenta uma lesão muscular de grau 2, no psoas ilíaco da perna esquerda. As lesões têm sido recorrentes ao longo da carreira e nos últimos anos têm-se intensificado, fruto de um estilo de jogo mais físico, por vezes além dos limites. E também por isso, Nadal tem selecionado cada vez mais criteriosamente os torneios em que participa, por forma a se resguardar.

O ano de 2022 foi muito bom para o espanhol. Conquistou quatro títulos, entre eles o Australian Open e Roland Garros. Mas também o ano passado enfrentou algumas lesões.

A ausência do torneio de Madrid faz soar os alarmes, ou pelo menos a dúvida, sobre se recuperará a tempo de Roland Garros, a 28 maio desde ano. Nesta fase da sua carreira, Nadal não joga mais por posições no ranking, mas Roland Garros é o seu Graal. Até porque é a melhor chance que tem de vencer mais um Grand Slam e se destacar como o maior vencedor. Atualmente, Novak Djokovic e Rafael Nadal somam 22 Majors. Federer, aposentado desde o ano passado, tem 20. O sérvio, até por ser mais novo, parece ter alguma vantagem nesta luta a dois.

O que esperar este ano de Nadal

Só que agora há um novo nome na parada. Carlos Alcaraz. Também ele espanhol, parece ser o herdeiro natural de Nadal. Pelo estilo de jogo e sobretudo pela mentalidade competitiva. O atual número 2 do mundo tem confirmado em 2023 todo o seu talento e o que de bom fez em 2022. Só este ano já ganhou os títulos de Indian Wells e Buenos Aires, e foi finalista vencido (por lesão) no Rio de Janeiro. Agora, e na altura em que este texto é escrito, está nos quartos de final do ATP Barcelona. E é o grande favorito também em todos os torneios de terra batida, incluindo Roland Garros.

É, pois, nesta conjuntura, que Nadal se encontra. E é por isso que esta temporada e o seu futuro são uma incógnita. Por enquanto, o maiorquino tenta recuperar-se a 100% para poder voltar. Mas sabemos que a sua condição física já não é, naturalmente, a de antes. É por isso importante entender as condições em que vai regressar e se ainda é suficientemente competitivo para lutar por títulos relevantes. E isto apesar do seu grande 2022. Até porque com o seu compatriota em ascensão, a tendência é vermos cada vez menos Nadal nas decisões. Roland Garros é, nesse sentido, um barómetro chave.

Apesar de Nadal dizer que se recusa a perder para o corpo da mesma forma que recusa a perder em court, a verdade também é que já disse que jogará enquanto se sentir competitivo. Foi isso que aconteceu com Federer. Ademais, a saída de cena do suíço também retirou uma parte do espanhol. Afinal, muito do que é se transformou Rafa se deve à rivalidade com Federer. O que agora já não acontece, mesmo com Djokovic, que também, diga-se, caminha para o final de carreira.

Até quando jogará Nadal? Essa é uma pergunta ainda sem resposta mas que o resto desta temporada ajudará certamente a definir.

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André Dias PereiraMarço 22, 20232min0

Carlos Alcaraz está de volta ao topo do ténis mundial. E isso, apesar de se saber ser uma questão de tempo, é também algo que nos diz muito sobre o que está para vir.

O espanhol havia-se tornado, em 2022, o mais jovem número 1 mundial. Traído por uma lesão que o impossibilitou de jogar o Australian Open, Alcaraz viu Novak Djokovic recuperar a liderança do ATP. O talento e capacidade do espanhol nunca estiveram em causa mas o momento serviu para testar a sua maturidade e força mental. Recorde-se, a título de exemplo, que quando Medvedev chegou a número 1 do mundo passou por dificuldades para aguentar a pressão. E a verdade é que o seu ano de 2022 foi abaixo das expectativas.

Só que, tudo indica, Carlos Alcaraz passou o teste com distinção. Ao vencer Indian Wells – justamente sobre Daniil Medvedev, o espanhol tornou-se também o mais jovem de sempre a recuperar a liderança da hierarquia mundial. Mais um recorde de precocidade a somar a tantos outros ao longo da sua ainda curta carreira. O anterior recorde pertencia a Marat Safin, com 20 anos de idade.

Esta temporada, Alcaraz somas já os títulos de Buenos Aires e Indian Wells, tendo ainda chegado à final do Rio Open. Aliás, o espanhol e o russo são, provavelmente, os dois jogadores em melhor forma no circuito.

Foi por isso sem surpresa que se encontraram na final de Indian Wells. Alcaraz levou a melhor por 6-3 e 6-2, interrompendo a série de 19 vitórias consecutivas de Medvedev. Foram apenas 35 minutos de jogo. Este é já o terceiro Masters 1000 que o espanhol ganha. Os outros foram em Miami e Madrid. E o mais impressionante é que em todos eles não cedeu qualquer set.

Campanha imaculada

Neste torneio, Alcaraz deixou para trás Thanasi Kokkinakis (6-3, 6-3), Tallon Griekpoor (7-6 e 6-3), Jack Draper (retirou-se do jogo), Felix Aliassime (6-4 e 6-4) e Jannik Sinner (7-6 e 6-3). Já Medvedev levou a melhor sobre Brandon Nakashima (6-4 e 6-3), Ilya Ivachka (6-2, 3-6, 6-1), Alexander Zverev (6-7, 7-6 e 7-5), Alejandro Fokina (6-3 e 7-5) e Frances Tiafoe (7-5 e 7-6).

Para além dos finalistas, destaque para as performances dos semi-finalistas Jack Sinner e Frances Tiafoe, a confirmarem o bom momento de carreira.

Vamos ver como os tenistas evoluem nos próximos meses. Por enquanto, um dos torneios que mais chama a atenção é o de Barcelona, que acontece em Abril. Quatro jogadores do top-5 já confirmaram presença: Alcaraz, Tsitsipas, Ruud e Medvedev. Quem também poderá jogar é Nada, mas o espanhol continua a recuperar de lesão e o seu regresso é uma incógnita.

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André Dias PereiraFevereiro 28, 20233min0

Carlos Alcaraz foi o grande nome do circuito em 2022. Mas uma lesão que já vinha da temporada passada acabou por condicionar este inicio de época e a sua participação no Australian Open. Mas o espanhol está de volta ao circuito e já fez saber que o ano passado não foi um acaso. Por enquanto, participou em dois torneios, ambos na América o Sul. Venceu em Buenos Aires e foi finalista vencido no Rio de Janeiro. Curiosamente, o adversário foi o mesmo, o britânico Cameron Norrie.

Na Argentina, o número 2 o mundo acabou por levar a melhor por 6-3 e 7-5. Ao longo de todo o torneio, Alcaraz cedeu apenas um set. Aconteceu diante Laslo Djere, nos oitavos de final: 6-2, 4-6 e 6-2. No mais, o vice-líder mundial deixou para trás Dusan Lajovicb (6-4 e 6-2) e o compatriota Zapata Mirallas (6-2 e 6-2). O torneio contou ainda com nomes como Diego Schwartzman, Fabio Fognini e João Sousa. O português acabou por cair no seu primeiro jogo, diante Juan Carlos Varillas. O peruano, 77 do mundo, foi uma das sensações, chegando às semi-finais. Menos bem esteve iego Schwartzman. A jogar em casa acabou surpreendido por Zapata Miralles, outro semi-finalista e que viria também a alcançar essa condição no Brasil uma semana depois.

Embalado pelo triunfo na Argentina, Carlos Alcaraz seguiu para o Rio de Janeiro como cabeça de série, em busca o seu segundo título na prova. Mas desta vez foi Cameron Norrie quem levou a melhor, por 5-7, 6-4 e 7-5. Uma vitória de virada, revelando grande força mental por parte do britânico. Foi apenas o segundo triunfo de Norrie diante Alcaraz em seis jogos. Este foi o quinto título ATP do britânico na carreira e o primeiro de 2023. Uma vitória que lhe permitiu subir para o 12 lugar do ranking.

Alcaraz em dúvida para Acapulco

Mas embora a vitória do britânico tenha sido intensa, importa destacar também que Alcaraz sentiu dores durante toda a semana na coxa direita. E isso acabou por pesar também na final. Ainda assim, o número 2 do mundo optou por jogar não se retirar da decisão, conforme explicou depois o seu técnico. Para chegar à final, levou a melhor sobre Mateus Alves, Fabio Fogini e outra vez Dusan Lajovic. Por seu lado, Norrie eliminou Juan Cerundolo, Thiago Monteiro, Hugo Dellien e Zapata Miralles. No Brasil, Alcaraz teve ainda a chance de conhecer a favela da Rocinha.

O espanhol tenta recuperar a condição e número 1 mundial. E isso até pode acontecer em Acapulco. Contudo, as últimas notícias indicam que não deverá jogar o torneio ATP 500 do México. Justamente por motivo de queixas apresentadas no Rio de Janeiro.

Duzentos pontos separam Alcaraz de Djokovic. O sérvio, no mais, bateu o recorde de Roger Federer e tornou-se o jogador com mais semanas como número 1 do mundo. São agora 378 semanas a liderar o ranking.

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André Dias PereiraJaneiro 30, 20233min0

Novak Djokovic está de volta ao topo do mundo. No regresso a Melbourne, após ter sido “cancelado” e deportado da Austrália, por não estar vacinado, o sérvio regressou agora em grande estilo. Nolan não apenas venceu o seu 10 título, reforçando a condição de maior campeão do torneio, como igualou Nadal com 22 Majors e regressou à liderança da hierarquia mundial.

Não por acaso, Djokovic considerou esta a sua vitória mais importante na Austrália. E não é para menos. O episódio da temporada passada acabou por condicionar toda a época. E se olharmos o 2022 de Nolan ela foi marcada por altos e baixos. É também por isso que era importante arrancar bem.

Este ano já sem Federer, o torneio australiano teve outra grande baixa. Carlos Alcaraz, número 1 mundial, não recuperou de uma lesão que vinha o ano passado e ficou também e fora. Quer isto dizer que para além da vitória no torneio, a liderança mundial deveria ter um novo dono.

E a verdade é que Djokovic mostrou desde cedo que queria muito ganhar. E quando assim é fica muito difícil para os outros. A final, aliás, acabou por ser muito mais tranquila do que o esperado. Djokovic precisou de pouco menos de 3 horas para levar de vencido Tsitsipas por 6-3, 7-6 e 7-6. Ainda não foi desta que o grego venceu um Major. Tsitsipas conta com 16 títulos na carreira, entre os quais o ATP Finals e dois Masters Monte Carlo, mas não consegue um Grand Slam. Esta foi a sua segunda derrota em finais, após Roland Garros em 2021.

Ao longo do torneio, Djokovic perdeu cedeu apenas um set. E isso diz bem da capacidade de Nolan, mesmo aos 35 anos. A pergunta que se repete é até quando o sérvio vai continuar a dominar.

Djokovic voltou para ficar

A resposta não é simples, porque depende de vários fatores. Entre os quais a própria motivação de Nolan. Com esta vitória, Djokovic igualou o número de Grand Slams de Nadal (22). Mas a verdade é que o espanhol parece cada vez mais reduzido fisicamente. E um bom exemplo foi a sua eliminação na segunda ronda perante o norte-americano Mackenzie MacDonald. O espanhol foi traído por mais uma lesão e parece cada vez mais distante de poder disputar muitos torneios ao ano. Ainda assim, é expectável que jogue Roland Garros e se apresente como o grande favorito.

E do mesmo jeito que Nadal perdeu parte de si e da sua motivação com a saída de cena de Federer, o mesmo pode acontecer com Djokovic quando o espanhol também se aposentar. Por enquanto, nada aponta para o abrandamento do sérvio, que por certo quererá sair do ténis como o maior campeão da história. Mas por enquanto volta a subir ao trono da hierarquia mundial para estender a sua dominância.

Nesta equação também é preciso considerar a ascensão de Carlos Alcaraz. Como o o espanhol vai consolidar a sua evolução é a grande pergunta. O herdeiro natural de Nadal, tem tudo para lhe seguir as pisadas. Um jogo extremamente físico, tendo também já demonstrado forte capacidade mental. Alcaraz deverá dominar a cena mundial nos próximos anos, mas Djokovic por certo terá capacidade e foco para continuar relevante e disputar títulos. Se Nadal ainda terá essa capacidade fora de Paris é a grande questão para o ano 2023.

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André Dias PereiraJaneiro 14, 20233min0

Arranca esta segunda-feira, dia 16, o primeiro Major do ano. A época já começou, é verdade, mas é em Melbourne que se mede o barómetro do que 2023 nos pode trazer.

O primeiro torneio do ano não vai contar, porém, com o número 1 do mundo. Carlos Alcaraz, sensação espanhola que explodiu o ano passado, não recuperou de uma lesão no joelho e está fora do Australian Open. É a segunda vez que o torneio não poderá contar o líder do ranking. Recorde-se que o ano passado, Djokovic não jogou por conta de problemas relacionados à não vacinação contra o Covid-19.

Também por isso, o sérvio deverá estar ultra motivado para alcançar o seu décimo título na Austrália. E Nolan já mostrou ao que veio em 2023. Venceu o primeiro ATP 250 do ano, em Adelaide. A vitória na final contra o norte-americano Sebastian Korda por 6-7, 7-6 e 6-4, correspondeu ao 92 título ATP, o quarto maior registo na Era Open.

Depois disso, Djokovic jogou ainda uma partida de exibição contra Nick Kyrgios, onde reencontrou o público de Melbourne. Aliás, será interessante acompanhar o australiano no torneio. Depois do ótimo 2022, o certame será uma boa oportunidade para entender se o enfant terrible do ténis vai manter o nível alto. Polémico, Kyrgios assumiu inclusivamente que se ganhasse poderia aposentar-se.

Nadal aposenta-se em 2023?

Alcaraz não vai marcar presença, mas outro espanhol deverá estar no lote dos favoritos. Nadal, claro. O maiorquino é o campeão em título e apesar de não ser o maior favorito, ninguém dúvida que possa repetir o feito do ano passado. Uma coisa é certa. Apesar dos 36 anos, continua no topo. É o maior campeão de Grand Slam, com 22 troféus, e um nome a ter sempre em conta. O ano de 2023 deverá manter a toada de equilíbrio dos últimos anos mas de acordo com Zverev, Rafa poderá aposentar-se após Roland Garros.

Por enquanto trata-se apenas de um rumor, mas uma coisa é certa. Com a aposentadoria de Federer, em 2022, uma parte do espanhol ficou para trás. Foi o próprio quem o admitiu. Uma saída no seu torneio de eleição seria como que apoteótico.

Mas nem só dos históricos vive este Australian Open. Casper Ruud e Medvedev são nomes importantes a acompanhar. Ruud teve um ano recheado de finais e vitórias importantes o ano passado. Chegar a número 1 do mundo é o seu grande objetivo, mas fazê-lo com um triunfo em Melbourne daria uma consistência maior a esse feito.

Já Medvedev, com um 2022 de altos e baixos, quer começar bem a temporada para ganhar um embalo importante. Em Adelaide, caiu nas meias-finais contra Djokovic. Na chave do Australian Open, poderá jogar com Nadal nos quartos de final.

Há ainda Aliassime, Tsitsipas e Rublev. O russo vai enfrentar Dominic Thiem logo na ronda inaugura, em um dos jogos de maior cartaz da ronda inagural. O grande ano de 2022 de Aliassime também suscita interesse para saber se terá sequência em 2023. O canadiano teria um caminho espinhoso para chegar à final com potenciais adversários como Pospisil, Wawrinka, Cameron Norrie, Tsitsipas, Nadal ou Casper Ruud.

Mas, por enquanto, tudo fica no campo da especulação. O espetáculo vai começar.

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André Dias PereiraDezembro 30, 20223min0

A temporada de tênis de 2023 arranca em Melbourne, na Austrália, e vai contar com a presença de Novak Djokovic. O sérvio está de volta à Oceania, após a ausência em 2022. Recorde-se que o atual número 5 do mundo foi deportado de Melbourne por não estar vacinado contra a Covid-19, uma exigência, aliás, do governo australiano para quem chegava e fora o país.

O episódio arrastou-se e tornou-se em uma novela que acabou por marcar negativamente a temporada de Djokovic. Mas esse é um episódio que parece ter ficado para trás. À chegada a Austrália, o sérvio assume que é algo que não quer voltar a viver.

Aos 35 anos Djokovic quer provar que ainda pode continuar a disputar a dominância do ténis mundial. Após um ano dominado por Nadal e Alcaraz – e em que Federer se aposentou – o ano e 2023 pode ser determinante para o futuro de Djokovic. Ou, pelo menos, do que podemos esperar dele até ao final da sua carreira.

E para isso nada melhor do que começar a temporada na Austrália. É justamente ali onde o sérvio é rei. Djokovic é o maior campeão a história do Australian Open, com 9 troféus. Um bom arranque pode ser o que o ex-número 1 do mundo precisa para alcançar a estabilidade mental e competitiva que faltou na época passada.

O Australian Open arranca a 16 de janeiro mas antes acontecem outros torneios preparatórios. A começar já com a United Cup, esta quarta-feira, dia 29. Trata-se de um torneio misto, de 18 equipas, imaginada como a Hopman Cup, e que acontece nas cidades e Sidney, Perth e Brisbane. Seguem-se os torneios de Adelaide e Auckland, a partir de 9 de janeiro.

Um novo ciclo para 2023

Federer, Nadal e Djokovic dominaram a cena mundial nas últimas duas décadas. Porém, nos últimos anos, a sucessão tem vindo a consolidar-se. Com a aposentadoria de Federer, e o avançar de idade de Nadal e Djovkovic, o ténis vai-se renovando naturalmente.

Isso não quer dizer, porém, que o espanhol e o sérvio não possam ser competitivos. Ainda em 2022 Nadal ganhou o Australian Open e Roland Garros, enquanto Nolan venceu Wimbledon. Conforme o maiorquino referiu recentemente, o seu objetivo neste momento não é ser número 1 mundial mas sim competitivo em todos os jogos e torneios. Aliás, nem Nadal e Djokovic nada têm a provar.

No sentido inverso, Carlos Alcaraz foi o grande nome de 2022. Aos 19 anos tornou-se o mais jovem número 1 do mundo. O título no US Open e os recordes de precocidade elevaram-no ao patamar de sucessor e herdeiro de Rafael Nadal. Será interessante agora acompanhar a sua evolução e como responde à exigência de ser líder mundial. Esse foi, de resto, um problema que Daniil Medvedev enfrentou quando atingiu o topo. O ano do russo não foi para esquecer, mas passou longe da expetativa em seu redor.

E há ainda Casper Ruud. O norueguês esteve perto de chegar a líder mundial e jogou finais importantes, como US Open, Roland Garros e ATP Finals. Talvez por isso, os títulos de Gstaad, Buenos Aires e Geneva tenham sabido a pouco. Atualmente número 3 do mundo, Ruud acredita que atingir a liderança mundial é uma questão de tempo. “A temporada passada mostrou que tenho potencial. Se continuar a trabalhar duro posso estar nessa posição”, reconhece.

No ténis tudo pode acontecer. E mudar rapidamente. A nova temporada está a começar e qualquer previsão pode mudar a cada semana, lesão ou título inesperado. As emoções estão de volta.

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André Dias PereiraOutubro 30, 20223min0

A partir de 13 de novembro e até 20 de novembro, joga-se o último grande torneio do ano. O ATP Finals vai reunir, em Turim, Itália, os maiores jogadores do ano. Daniil Medvedev, campeão em 2020, já garantiu a sua presença após vencer este sábado, dia 29, Grigor Dimitrov e avançar para a fnal do ATP 500 de Viena. É a quarta vez que o russo joga esta competição.

O antigo número 1 mundial teve um ano discreto. Em 2022 conquistou, para já, apenas o título em Los Cabos, no México, e três vice-campeonatos, incluindo o Australian Open. É verdade que pode ainda ganhar o torneio de Viena, onde defrontará Shapovalov. E há ainda o ATP Paris. Mas não é menos verdade que desde 2018 Medvedev nunca ganhou menos que dois torneios.

Para além do russo, estão também garantidos no ATP Finals, Carlos Alcaraz, Rafael Nadal, Casper Ruud, Novak Djokovic e Stefano Tsitsipas.

Djokovic soma cinco títulos, ao lado das lendas Ivan Lendl e Pete Sampras. O recordista é o agora aposentado Roger Federer. Isso quer dizer que o sérvio pode-se tornar o maior campeão do torneio ao lado do suíço, caso vença este ano. Djokovic é também o único a ganhar a prova quatro anos consecutivos (2012-15). Mas, claro, é sempre preciso considerar Rafael Nadal. O espanhol continua em altíssimo nível mesmo aos 36 anos. Este ano já ganhou o Australian Open, Roland Garros e os torneios de Melbourne e Acapulco. Curiosamente, Nadal nunca venceu o ATP Finals. Foi finalista vencido em 2013 e 2010. Este é, aliás, o único grande título que lhe falta na carreira.

ATP Paris será determinante

Apenas dois tenistas espanhóis venceram o ATP Finals. O primeiro foi Manuel Orantes, em 1976, e o último foi Alex Corretja, em 1998. Desta vez, há boas razões para acreditar num sucesso espanhol. É que para além do número dois mundial, Nadal, há ainda a sensação Carlos Alcaraz, o líder do ranking.

Alcaraz será um estreante na prova, é certo, mas essa condição nunca foi problema para se colocar entre os favoritos. Este ano tornou-se o mais jovem número 1 da história e também a vencer o US Open. De resto, o espanhol tem alcançado todos os recordes de precocidade e é o atleta que mais ganhou em 2022. Para além do sucesso em Nova Iorque, ganhou outros quatro títulos: Masters de Madrid e de Miami e os torneios de Rio Janeiro e Barcelona.

Casper Ruud é outro jogador em ótima forma. Já venceu este ano três torneios (Gstaad, Buenos Aires e Genebra) e foi finalista vencido no US Open. Ele repete a experiência do ano passado e será um nome a ter em conta.

Ao todo estão seis tenistas já classificados. Isso quer dizer que há duas vagas em aberto. Por enquanto, Felix Aliassime e Andrey Rublev são os mais bem posicionados. Mas o ATP Paris será determinante. Uma coisa é certa, este ano o torneio de Turim não terá representantes italianos. O triunfo de Aliassime em Basileia retirou matematicamente as chances a Jannik Sinner e Matteo Berrettini de lutarem pelas vagas. Pablo Carreño Busta (2415 pontos) e Cameron Norrie (2410) também estão longe de o conseguirem. Por outro lado, o norte americano Taylor Fritz e o húgaro Hubert Huckacz podem intrometer-se entre Aliassime e Rublev.

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André Dias PereiraSetembro 15, 20222min0

Era uma questão de tempo. Mas talvez poucos esperassem que fosse tão pouco tempo. Carlos Alcaraz tornou-se aos 19 anos o mais jovem número 1 mundial. O feito deu-se, este domingo, após conquistar o seu primeiro Grand Slam: o US Open. O espanhol confirma toda a expectativa que sobre ele recai nos últimos anos. Aliás,o triunfo por 6-2, 2-6, 7-6 sobre Casper Ruud, consolidou não apenas um grande torneio, mas também um grande ano.

Só em 2022, Alcaraz alcançou vários recordes. Entre outros, é o mais jovem campeão líder do ranking, o mais jovem campeão de um ATP 500, o mais jovem campeão de Major desde 2005, o segundo campeão mais jovem do US Open e o jogador com mais tempo de court registado em um Grand Slam.

Mas vamos por partes. O US open de 2022não contou com a presença de Novak Djokovic. O sérvio foi impedido de entrar nos EUA por não estar vacinado contra a Covid. Neste contexto, Rafa Nadal era tido como o grande favorito. O espanhol, recorde-se, venceu os dois primeiros Majors do ano, em Melbourne e em Paris. O maiorquino, porém, caiu perante Frances Tiafoe nos 16 avos de final. Nadal ressentiu-se das dores que sentiu em jogos anteriores e deixou o caminho aberto para um campeão diferente do habitual.

Casper Ruud, finalista, era uma dessas possibilidades. O norueguês poderia mesmo ter chegado a número 1 mundial mesmo sem ganhar. Bastava que Alcaraz não se apurasse para a final.É importante salientar que Ruud tem feito também um grande 2022. Em 2022 j ganhou 3 torneios (Gstaad, Geneva e Buenos Aires) e foi finalista vencido em Roland Garros e Miami. O norueguês é 2 do mundo.

O mundo nas mãos de Alcaraz

Mas o que este título pode representar? Bom, ainda é cedo para dizer. Mas tudo leva a crer que Alcaraz deverá manter-se entre a elite nos próximos anos. Em Nova Iorque deixou para trás Sebastian Baez, Federico Coria, Jenson Brooksby, Marin Cilic, Jannik Sinner, e Frances Tiafoe, para além de Casper Ruud.

O seu técnico, Juan Carlos Ferrero, acredita que o compatriota em tem muito que evoluir. De acordo com o ex-número 1 mundial, Alcaraz está ainda a 60% do seu potencial. E todo o seu sucesso se reflecte também em dinheiro. Com a vitória nos EUA, Alcaraz embolsa 2,6 milhões de dólares, tornando-se o tenista que mais arrecadou em 2022.Entre todas as premiações, acumulou 7,36 mihlões de dólares.

No mais, Alcaraz é ainda o jogador mais venceu em 2022: 51 de um total de 60 ogos.

 


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