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André Dias PereiraDezembro 30, 20223min0

A temporada de tênis de 2023 arranca em Melbourne, na Austrália, e vai contar com a presença de Novak Djokovic. O sérvio está de volta à Oceania, após a ausência em 2022. Recorde-se que o atual número 5 do mundo foi deportado de Melbourne por não estar vacinado contra a Covid-19, uma exigência, aliás, do governo australiano para quem chegava e fora o país.

O episódio arrastou-se e tornou-se em uma novela que acabou por marcar negativamente a temporada de Djokovic. Mas esse é um episódio que parece ter ficado para trás. À chegada a Austrália, o sérvio assume que é algo que não quer voltar a viver.

Aos 35 anos Djokovic quer provar que ainda pode continuar a disputar a dominância do ténis mundial. Após um ano dominado por Nadal e Alcaraz – e em que Federer se aposentou – o ano e 2023 pode ser determinante para o futuro de Djokovic. Ou, pelo menos, do que podemos esperar dele até ao final da sua carreira.

E para isso nada melhor do que começar a temporada na Austrália. É justamente ali onde o sérvio é rei. Djokovic é o maior campeão a história do Australian Open, com 9 troféus. Um bom arranque pode ser o que o ex-número 1 do mundo precisa para alcançar a estabilidade mental e competitiva que faltou na época passada.

O Australian Open arranca a 16 de janeiro mas antes acontecem outros torneios preparatórios. A começar já com a United Cup, esta quarta-feira, dia 29. Trata-se de um torneio misto, de 18 equipas, imaginada como a Hopman Cup, e que acontece nas cidades e Sidney, Perth e Brisbane. Seguem-se os torneios de Adelaide e Auckland, a partir de 9 de janeiro.

Um novo ciclo para 2023

Federer, Nadal e Djokovic dominaram a cena mundial nas últimas duas décadas. Porém, nos últimos anos, a sucessão tem vindo a consolidar-se. Com a aposentadoria de Federer, e o avançar de idade de Nadal e Djovkovic, o ténis vai-se renovando naturalmente.

Isso não quer dizer, porém, que o espanhol e o sérvio não possam ser competitivos. Ainda em 2022 Nadal ganhou o Australian Open e Roland Garros, enquanto Nolan venceu Wimbledon. Conforme o maiorquino referiu recentemente, o seu objetivo neste momento não é ser número 1 mundial mas sim competitivo em todos os jogos e torneios. Aliás, nem Nadal e Djokovic nada têm a provar.

No sentido inverso, Carlos Alcaraz foi o grande nome de 2022. Aos 19 anos tornou-se o mais jovem número 1 do mundo. O título no US Open e os recordes de precocidade elevaram-no ao patamar de sucessor e herdeiro de Rafael Nadal. Será interessante agora acompanhar a sua evolução e como responde à exigência de ser líder mundial. Esse foi, de resto, um problema que Daniil Medvedev enfrentou quando atingiu o topo. O ano do russo não foi para esquecer, mas passou longe da expetativa em seu redor.

E há ainda Casper Ruud. O norueguês esteve perto de chegar a líder mundial e jogou finais importantes, como US Open, Roland Garros e ATP Finals. Talvez por isso, os títulos de Gstaad, Buenos Aires e Geneva tenham sabido a pouco. Atualmente número 3 do mundo, Ruud acredita que atingir a liderança mundial é uma questão de tempo. “A temporada passada mostrou que tenho potencial. Se continuar a trabalhar duro posso estar nessa posição”, reconhece.

No ténis tudo pode acontecer. E mudar rapidamente. A nova temporada está a começar e qualquer previsão pode mudar a cada semana, lesão ou título inesperado. As emoções estão de volta.

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André Dias PereiraDezembro 9, 20222min0

Kamil Majchrzak, 26 anos, é o mais recente tenista a cair nas malhas do doping. Foi o próprio tenista, 77 do ranking mundial, quem o anunciou através das redes sociais. Majchrzak testou duas vezes positivo, mas frisa que não tomou qualquer substância proibida. “É um grande choque, não tenho ideia de como isso aconteceu”, disse em comunicado, destacando ainda que vai “lutar pela sua inocência”.

Por enquanto, a Federação Internacional ainda não se pronunciou sobre o tema. Não são, por isso, ainda conhecidas as substâncias que estão na base da acusação.

O caso levanta uma velha polémica no ténis: a credibilidade dos testes. Nos bastidores sempre circulou a ideia de que o doping só chegava para os tenistas menos bem rankeados. No caso dos atletas de topo, historicamente, são poucas as suspeitas. Mas há algumas excepções.

No quaro feminino, Martina Hinguis foi identificada como tendo usado cocaína. A tenista suíço também alegou inocência e acabou por se retirar, voltando em 2013 para jogar duplas. André Agassi também também assumiu doping na sua biografia. Mas o último grande caso terá sido o de Maria Sharapova. A tenista russa, foi identificada com uma substância desconhecida no próprio dicionário de remédios: Moldónium. Sharapova reconheceu ter usado a substância mas desconhecia a sua proibição. Como pena foi suspensa por dois anos do circuito.

Outros casos

Em 1998 Petr Korda venceu o Australian Open. Mas as acusações de Doping perpetuaram-se no tempo. O ex-tenista testou positivo para esteroides, após um jogo diante Tim Henman, em Wimbledon. Foi suspenso por 12 meses e quando tentou regressar ao circuito não obteve sucesso.

Outro caso foi o de Guillermo Cañas. O argentino foi suspenso por dois anos, em maio de 2008, por consumo de Hidrocholorothiazide,

Também Marin Cilic esteve envolvido em situação de doping, em 2013. O croata foi acusado do uso de Niquetamida, durante o ATP Munique. Cilic argumentou, à época, que sua mãe comprou glicose errada.

Por enquanto é ainda cedo para entender o que pode acontecer com Kamil Majchrzak. O polaco tornou-se profissional em 2013 mas por enquanto ainda não venceu qualquer título ATP.


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