Arquivo de ATP - Página 2 de 2 - Fair Play

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André Dias PereiraNovembro 15, 20212min0

Djokovic vai terminar 2021 como número um do mundo. Sem surpresa, aliás. A novidade aqui é que isso acontece pela sétima vez o que representa um novo recorde.  Mais um para o sérvio. Para isso, Nolan não apenas jogou o ATP Paris como conseguiu ganhar sobre Medvedev (4-6, 6-3 e 6-3).

O sérvio vingou, assim, a derrota para o russo na final do US Open. Djokovic seguirá como o líder mais velho a terminar o ano como número do mundo. Um feito que coroa um ano de ouro.

Na verdade, 2021 ficará na história do sérvio por vários motivos. Ganhou quase tudo o que havia para ganhar. Foram, para já, 5 títulos: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon, Belgrado e Paris. A estes ainda se pode juntar o ATP Finals, que se joga esta semana.

Mas nem tudo foram alegrias. A derrota na final do US Open será, por certo, um momento que marcará a vida desportiva de Djokovic. O sérvio, conhecido por ter uma forte força mental, sentiu o momento e acabou por perder para Medvedev. Em caso de vitória conseguiria o rally Grand Slam na mesma temporada, o que não acontece desde Rod Laver. Outra derrota importante foi nos Jogos Olímpicos. Djokovic caiu nas meias finais perante Zverev e nem a medalha de bronze conseguiu.

Olhando o ano o sérvio é ainda o maior protagonista do circuito. E, na comparação com Nadal e Federer, o que tem melhores condições para ser o primeiro jogador a alcançar 21 Majors, em Austrália, em 2022. Nadal vai voltar a jogar ainda este ano. Por um lado, isso deve-se à pressão de patrocinadores, mas também para olhar para o Australian Open. Federer também deverá voltar a jogar em Melbourne.

Medveded e a sucessão

Sim, Djokovic é ainda o principal jogador em atividade, mas Medeved é quem está mais perto para a sucessão. O campeão de US Open foi vice em Paris e tenta esta semana revalidar o título de 2020 no ATP Finals. Djokovic não tem dúvidas. Ele será o próximo número 1 do mundo. Mas por enquanto esse é um cenário que só poderá acontecer em 2022.

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André Dias PereiraJulho 26, 20214min0

A resposta à pergunta do título é controversa e divide opiniões no mundo do ténis. Sobretudo entre os fãs. E, por certo, a pergunta está na cabeça de Roger Federer. Prestes a completar 40 anos de idade, ainda faz sentido o multicampeão suíço jogar ao mais alto nível?

Há alguns anos que se vem questionando até quando Roger Federer vai continuar no circuito. O helvético sempre respondeu que quando a família pedir para sair ou não sentir que pode ser competitivo, sobretudo contra Nadal e Djokovic, sairá pela próprio pé.

Após ser igualado em número de Majors pelo espanhol e pelo sérvio (20), poucos apostam hoje que Federer possa ainda ganhar mais algum Grand Slam. Mas isso talvez nem seja o mais importante. Em Wimbledon caiu nos quartos de final. Pior do que a derrota, foi a forma como ela aconteceu. O desaire por 6-3, 7-6 e 6-0, para Hubert Hurzkacz, foi seu o pior resultado dos últimos 19 anos no All England Club. Para quem se habituou a ganhar e chegar a tantas finais, derrotas como esta pesam na imagem do tenista.

O seu último Grand Slam conquistado foi o Australian Open, em 2018. No ano seguinte foi finalista vencido em Wimbledon. Os quatro títulos conquistados em 2019 (Basileia, Halle, Miami e Dubai) foram, aliás, os seus últimos desde então. Recorde-se também que Federer esteve afastado um ano a recuperar de duas cirurgias ao joelho direito.

Talvez o suíço já não esteja no auge da sua capacidade para voltar a ser a máquina vencedora que habituou os fãs, mas é imprudente e injusto dizer que já não é competitivo. Antes pelo contrário. Não há memória de outro tenista na história que apresente a performance de Federer nesta idade.

US Open e o futuro de Federer

A verdade é que a poucos dias de fazer 40 anos (8 de agosto) Federer segue firme no top-10 mundial, como número 9. E chegar aos quartos de final de um Grand Slam continua a ser um registo muito bom para qualquer tenista. Conforme referido antes, talvez o seu passado vitorioso pese quando vimos Fed cair antes das fases decisivas. E aí entra outra pergunta: Qual vai ser a última imagem de Federer antes de se aposentar?

Por enquanto, o suíço deixa em aberto todas as possibilidades. Após perder em Wimbledon, reconheceu que “é momento de pensar”, não prometendo voltar ao All England Club, embora gostasse de o fazer.

Talvez o US Open possa ser chave para responder a isso. Caso o joelho de Federer responda bem, ele consiga ser competitivo, mesmo não chegando às meias-finais, pode acontecer que o suíço permaneça no circuito nos próximos anos. Caso haja uma nova derrota vexatória, como em Wimbledon, ou o joelho não esteja bem, é possível que estejamos a ver os últimos momentos do helvético nos courts. Ou, pelo menos, em Majors. Isto porque, até pela idade e menor vigor físico, jogar a 5 sets pode ser já demasiado exigente. Mas jogar Masters a três sets, em momentos estratégicos do ano pode configurar-se como alternativa.

Jimmy Connors ainda pode ser atingido

Provavelmente Federer terminará a carreira sem ser o jogador com mais Grand Slam. Contudo, está apenas a 7 títulos ATP de igualar Jimmy Connors como maior campeão do circuito da história. Talvez seja esse o mais acessível e derradeiro recorde que o multicampeão suíço pode ainda almejar.

Após uma temporada e meia marcada pela pandemia e algumas incertezas, os fãs pedem ainda que Fed faça uma última temporada completa de despedida. A grande quantidade de patrocínios associados ao suíço também tem dado força à sua continuidade, embora dinheiro não seja, há muito tempo, problema para ele.

Certo é que o dia da despedida dos courts estará cada vez mais próximo. E quando isso acontecer ficará um vazio para todos: fãs de ténis e desporto no geral, jogadores, treinadores e ATP. Enfim, será o fim de uma era para que outra nasça. E há tanto a acontecer no ténis…

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André Dias PereiraMaio 22, 20201min0

Apesar das incertezas que envolvem a temporada de ténis, Roberto Bautista Agut mantém o foco. O tenista espanhol, 31 anos, não perdeu as esperanças de se qualificar para o ATP Finals. A acontecer seria a primeira vez em sua carreira. Ao ATP Tour, Agut reconheceu que pretende jogar o torneio que reúne os 8 melhores do ano, antes do final da carreira. “Se for este ano, tanto melhor”, afirmou.

O tenista espanhol afirma também que esse objetivo não é uma obsessão. Nos últimos anos tem estado perto. Atualmente em 12 do ranking mundial, Agut diz que tem trabalhado em casa e “os possíveis para se manter a forma para o mais alto nível”.

O início do ano para o Roberto Bautista Agut foi promissor. Venceu 6 partidas individuais, por Espanha, na ATP Cup. Depois, seguiu-se o terceiro ronda no Australian Open, onde caiu perante Marin Cilic.

Ao todo, o espanhol soma 9 títulos, o último dos quais em 2019, em Doha. Recorde-se que em Novembro, Agut venceu 11 vitórias seguidas contra jogadores do top-10. Foi, aliás, em novembro que atingiu o nono lugar do ranking ATP, o seu melhor registo da carreira.

Por enquanto, a ATP espera que o circuito regresse em agosto. Apesar de Wimbledon estar cancelado,  US Open e Roland Garros ainda se mantêm agendados. O ATP Finals tem data marcada para o período entre 12 e 22 de novembro, em Londres. Tudo indica, porém, que deverá ser adiado.

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André Dias PereiraMaio 17, 20202min0

A suspensão do calendário de ténis foi prolongada até 31 de julho. Sem surpresa, aliás. A medida assumida pela ATP, WTA e ITF vinha ganhando força nas últimas semanas. Quer isto dizer que a paragem devido ao COVID-19 se prolonga mais 15 dias em relação à expetativa inicial.

Com isto, são afetados os torneios de Hamburgo (ATP 500) e os de Bastad (Suécia), Newport (EUA), Los Cabos (México), Gstaad (Suíça), Umag, Atlanta (EUA) e Kitzbuhel ([Austria), todos de categoria 250. No quadro feminino, as provas de Bastad, Lausanne (Suíça), Bucareste (Romênia) e Jurmala (Letónia), não vão acontecer, bem como os torneios da ITF.

Por enquanto, todos os torneios que acontecem a partir de 1 de agosto mantêm-se, entre eles o US Open. Certo é que em meados de Junho deve haver uma nova atualização. As entidades que regulam o ténis dizem que vão continuar a acompanhar de perto a situação.

Entretanto, recorde-se, os pontos e classificações dos torneios encontram-se congelados. Para já, a temporada de relva foi suspensa, com Wimbledon à cabeça. Uma decisão histórica que só encontra paralelo durante as guerras mundiais. No resto, Roland Garros deverá acontecer após o US Open.

Tal como nos outros desportos e sectores de atividade, este é um desafio à solidez do negócio em redor do ténis. A ATP tem procurado tranquilizar toda a gente, referido que o sistema é sólido e capaz de estar um ano parado. Mas não muito mais. Certo é que só após o regresso do ténis se poderá ter uma ideia mais exata. Até porque é necessário entender como o mundo vai funcionar após pandemia. Muito provavelmente haverá novas regras para assistir e jogar, como já acontece no futebol.

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André Dias PereiraAbril 28, 20202min0

A ideia foi proposta por Roger Federer. ¨Eu sou o único pensando que agora é o momento para que o tênis masculino e feminino se torne um só?¨ A questão feita via Twitter causou impacto. O que está em causa não é criar torneios mistos mas sim fundir as Associações. Ou seja, transformar a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e a Associação de Tênis Feminina (WTA) em apenas uma entidade administrativa.

Federer não está sozinho. Billie Jean King, ex-tenista, afirmou que sempre sonhou a união do circuito. Aliás, esse era o plano principal antes de criar a associação. A ideia do suíço não surgiu de um dia para o outro. De acordo com Stan Wawrinka e Vasek Popisil o cenário é discutido desde, pelo menos, desde o início do ano. Nick Kyrgios, mostra-se receptivo, embora considere importante que seja debatido pela maioria.

Mas o que poderia impedir esta fusão? Acima de tudo, patrocínios e premiações. Não é de hoje que se discute a equiparação de premiações entre os quadros masculino e feminino. Apesar de desde 2007 os valores nos Grand Slam estarem equivalentes, nos torneios menores não é bem assim. Os homens faturam muito mais que as mulheres.

Outra diferença está no número de sets jogados. No quadro masculino pode jogar-se até à melhor de cinco. No quadro feminino joga-se à melhor de três. E aí pode entrar o mercado televisivo. Há quem sugira que a tendência é jogar-se à melhor de três, mas torneios clássicos, como Wimbledon, são resistentes a mudanças desse tipo.

A unificação das associações representaria unificar, pelo menos, alguns torneios. E isso, por certo, daria mais visibilidade à competição feminina. A barreira, nesse caso, é os torneios terem estrutura para receber tantos atletas. Por outro lado, isso condicionaria a expansão da competição no mundo.

É preciso também pensar em competições de seleções, como a ATP Cup. À semelhança do que acontece na Hopman Cup, os países teriam mais oportunidades de desenvolver equipas femininas.

De uma forma ou de outra, o debate está em aberto. Em tempo de Covid-19 todos os cenários estão em aberto. Quem sabe, pode até antecipar decisões.

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André Dias PereiraDezembro 3, 20182min0

Marco Cecchinato, diz o próprio, sempre quis ser famoso. E há um ano o seu nome era pouco mais que desconhecido no circuito mundial. O ano de 2018 tornou-o em uma das principais surpresas e reconhecido em quase todo o lado. Aos 26 anos, o italiano conseguiu galgar mais de 40 posições no ranking e fecha a temporada como 20 mundial. “Fora do court mudou muita coisa. Agora as pessoas reconhecem-me no aeroporto, em bares ou restaurantes”, disse o italiano.

O seu sucesso assentou em dois títulos, os primeiros na carreira, mas não só. Ao afastar Novak Djokovic em Roland Garros, Cecchinato atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Ali acabaria por perder para Dominic Thiem. Apesar disso, terminaria o torneio francês como 27º mundial. Um registo impressionante se considerarmos que começou a prova como 72º da hierarquia mundial.

Nascido em Palermo, Cecchinato tornou-se profissional em 2010. E só em 2015, no US Open, fez a sua estreia em Grand Slam. No ano seguinte experimentou a sua maior adversidade. Foi suspenso 18 meses pela Federação Italiana de Ténis e obrigado a pagar uma multa de 40 mil euros por apostas e resultados combinados. Cecchinato recorreu da decisão e acabou por lhe ser dada razão.

Já este ano, em Budapeste, conquistou o seu primeiro título. O italiano levou a melhor sobre John Millman por 7-5 e 6-4. Diga-se, contudo, que Cecchinato havia integrou o quadro principal após repescagem. Com isso, tornou-se o nono jogador a conquistar o título nessa condição. “Perdi no domingo, mas consegui conquistar o título. Tavez seja um sonho”, disse na altura.

Mais tarde, Cecchinato voltaria a conquistar um segundo troféu. Em Umag. O italiano apresentou-se como terceiro cabeça de série. Em 1h32 conseguiu levar a melhor sobre Guido Pella: 6-2 e 7-6.

Mais do que um tenista de terra batida

Aos 26 anos o italiano encontra-se na melhor fase da carreira. Para manter, ou até mesmo subir o seu nível, serão necessários mais jogos com adversários top-20 e top-10. Contra Thiem, em Roland Garros, mostrou bons argumentos, jogando de igual para igual em muitos momentos do jogo. Apesar de ter sido a grande sensação em Roland Garros deste ano, Cecchinato garante que pode jogar bem em todas as superfícies. As meias-finais em Eastbourne ou a terceira ronda em Shangai mostram que não se trata apenas de um jogador de terra batida.

De resto, Cecchinato estava entre os nomeados para o prémio de jogador que mais melhorou em 2018. O prémio acabaria por ir para o grego Stefanos Tsitsipas.

O italiano vai agora preparar a nova época em Alicante, Espanha. Será, pois, um nome a acompanhar no início de 2019.

Marco Cecchinato venceu em Bucareste o seu primeiro título ATP


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