Arquivo de ATP - Página 2 de 2 - Fair Play

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André Dias PereiraAbril 28, 20202min0

A ideia foi proposta por Roger Federer. ¨Eu sou o único pensando que agora é o momento para que o tênis masculino e feminino se torne um só?¨ A questão feita via Twitter causou impacto. O que está em causa não é criar torneios mistos mas sim fundir as Associações. Ou seja, transformar a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e a Associação de Tênis Feminina (WTA) em apenas uma entidade administrativa.

Federer não está sozinho. Billie Jean King, ex-tenista, afirmou que sempre sonhou a união do circuito. Aliás, esse era o plano principal antes de criar a associação. A ideia do suíço não surgiu de um dia para o outro. De acordo com Stan Wawrinka e Vasek Popisil o cenário é discutido desde, pelo menos, desde o início do ano. Nick Kyrgios, mostra-se receptivo, embora considere importante que seja debatido pela maioria.

Mas o que poderia impedir esta fusão? Acima de tudo, patrocínios e premiações. Não é de hoje que se discute a equiparação de premiações entre os quadros masculino e feminino. Apesar de desde 2007 os valores nos Grand Slam estarem equivalentes, nos torneios menores não é bem assim. Os homens faturam muito mais que as mulheres.

Outra diferença está no número de sets jogados. No quadro masculino pode jogar-se até à melhor de cinco. No quadro feminino joga-se à melhor de três. E aí pode entrar o mercado televisivo. Há quem sugira que a tendência é jogar-se à melhor de três, mas torneios clássicos, como Wimbledon, são resistentes a mudanças desse tipo.

A unificação das associações representaria unificar, pelo menos, alguns torneios. E isso, por certo, daria mais visibilidade à competição feminina. A barreira, nesse caso, é os torneios terem estrutura para receber tantos atletas. Por outro lado, isso condicionaria a expansão da competição no mundo.

É preciso também pensar em competições de seleções, como a ATP Cup. À semelhança do que acontece na Hopman Cup, os países teriam mais oportunidades de desenvolver equipas femininas.

De uma forma ou de outra, o debate está em aberto. Em tempo de Covid-19 todos os cenários estão em aberto. Quem sabe, pode até antecipar decisões.

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André Dias PereiraDezembro 3, 20182min0

Marco Cecchinato, diz o próprio, sempre quis ser famoso. E há um ano o seu nome era pouco mais que desconhecido no circuito mundial. O ano de 2018 tornou-o em uma das principais surpresas e reconhecido em quase todo o lado. Aos 26 anos, o italiano conseguiu galgar mais de 40 posições no ranking e fecha a temporada como 20 mundial. “Fora do court mudou muita coisa. Agora as pessoas reconhecem-me no aeroporto, em bares ou restaurantes”, disse o italiano.

O seu sucesso assentou em dois títulos, os primeiros na carreira, mas não só. Ao afastar Novak Djokovic em Roland Garros, Cecchinato atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Ali acabaria por perder para Dominic Thiem. Apesar disso, terminaria o torneio francês como 27º mundial. Um registo impressionante se considerarmos que começou a prova como 72º da hierarquia mundial.

Nascido em Palermo, Cecchinato tornou-se profissional em 2010. E só em 2015, no US Open, fez a sua estreia em Grand Slam. No ano seguinte experimentou a sua maior adversidade. Foi suspenso 18 meses pela Federação Italiana de Ténis e obrigado a pagar uma multa de 40 mil euros por apostas e resultados combinados. Cecchinato recorreu da decisão e acabou por lhe ser dada razão.

Já este ano, em Budapeste, conquistou o seu primeiro título. O italiano levou a melhor sobre John Millman por 7-5 e 6-4. Diga-se, contudo, que Cecchinato havia integrou o quadro principal após repescagem. Com isso, tornou-se o nono jogador a conquistar o título nessa condição. “Perdi no domingo, mas consegui conquistar o título. Tavez seja um sonho”, disse na altura.

Mais tarde, Cecchinato voltaria a conquistar um segundo troféu. Em Umag. O italiano apresentou-se como terceiro cabeça de série. Em 1h32 conseguiu levar a melhor sobre Guido Pella: 6-2 e 7-6.

Mais do que um tenista de terra batida

Aos 26 anos o italiano encontra-se na melhor fase da carreira. Para manter, ou até mesmo subir o seu nível, serão necessários mais jogos com adversários top-20 e top-10. Contra Thiem, em Roland Garros, mostrou bons argumentos, jogando de igual para igual em muitos momentos do jogo. Apesar de ter sido a grande sensação em Roland Garros deste ano, Cecchinato garante que pode jogar bem em todas as superfícies. As meias-finais em Eastbourne ou a terceira ronda em Shangai mostram que não se trata apenas de um jogador de terra batida.

De resto, Cecchinato estava entre os nomeados para o prémio de jogador que mais melhorou em 2018. O prémio acabaria por ir para o grego Stefanos Tsitsipas.

O italiano vai agora preparar a nova época em Alicante, Espanha. Será, pois, um nome a acompanhar no início de 2019.

Marco Cecchinato venceu em Bucareste o seu primeiro título ATP


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