Arquivo de Alexander Zverev - Página 3 de 4 - Fair Play

André Dias PereiraOutubro 14, 20191min0

É, de longe, o grande nome da nova geração russa. Sim, há outros importantes no circuito ATP, como Andrey Rublev e Karen Khachanov. Mas Medvedvev parece talhado para os maiores feitos. Ou pelo menos, para os títulos. Como este final de semana.

O russo conquistou o torneio de Xangai naquela que foi a sua sexta final seguida. Depois de ganhar Cincinatti e S.Peterburgos, e ser finalista vencido no US Open, Montreal e Washington, Medvedev voltou a fazê-lo.

O número quatro do mundo é, porventura, o tenista em melhor forma no circuito. Precisou de pouco mais de 1 hora (1h13) para vencer Alexander Zverev por 6-4 e 6-1. Esta foi, aliás, a primeira vitória do russo contra o alemão em cinco encontros.

No momento da vitória, Medvedev lembrou que nos últimos 10 anos “só três jogadores venceram” em Xangai e que também por isso “é uma vitória especial”.

Para atingir a final, Medvedev deixou para trás Cameron Norrie (6-3, 6-1), Vasek Popisil (7-6, 7-5), Fabio Fognini 6-3, 7-6) e Stefanos Tsitsipas (7-6, 7-5).

Este foi, de resto, o sexto título do russo na carreira. Todos conquistados nos últimos dois anos. Zverev, finalista vencido na China, não tem dúvidas: “Ele é o melhor jogador do circuito da atualidade”.

Mas se há algo para o que Medvedev tem chamado a atenção é para a sua frieza no court. E também no momento de vitória. “Ganho e não festejo. Sei que as pessoas gostariam que eu demonstrasse mais as minhas emoções”, mas este é o meu estilo.

André Dias PereiraJulho 29, 20191min0

Nikoloz Basilashvili renovou, este domingo, o título de Hamburgo. O georgiano levou a melhor sobre Andrey Rublev por 7-5, 4-6 e 6-3. Foi o terceiro título de sua carreira. Para além das duas vitórias na Alemanha, venceu em 2018 o ATP Pequim.

O 16º melhor jogador do circuito conquista, assim, um importante registo. Antes dele, apenas Eddie Dibbs (1973 e 1974) e Roger Federer (2004 e 2005) ganharam o torneio dois anos consecutivos.

Esta foi, de resto, uma boa semana para o georgiano. Começou por vencer Hugo Dellien (6-4 e 6-3), seguindo-se vitórias sobre Juan Ignacio Londero (6-4, 3-6 e 6-3) e Jeremy Chardy (6-2 e 6-3). Nas meias-finais conseguiu uma vitória importante sobre Alexander Zverev (6-4, 4-6 e 7-6), salvando dois match points. O alemão continua à procura da sua melhor forma. Em 2019 venceu apenas o torneio de Geneva.

Apesar da derrota na final, Rublev também se apresentou a bom nível. Para chegar à final eliminou, entre outros, o favorito Dominic Thiem, nos quartos de final (duplo 7-6), e Carreño Busta, nas meias finais (4-6, 7-5 e 6-1). Com isso, o russo vai regista, esta segunda-feira, uma das maiores subidas no ranking. De 78º do mundo passa para 49º do ranking ATP. Já Basilashvili mantém o 16º lugar.

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André Dias PereiraJunho 24, 20192min0

Roger Federer conquistou, em Halle, este domingo, o 102º título da sua carreira. O suíço não deu chances a David Goffin. Com os parciais de 7-6 e 6-1 o helvético ganhou o torneio alemão pela 10ª vez (2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2013, 2014, 2015, 2017 e 2019). Este foi também o terceiro título de Federer em 2019. Recorde-se que Roger venceu também os torneios de Dubai e Miami.

Ainda no arranque da temporada de relva, Federer entrou da melhor maneira, mostrando o porquê de, mesmo aos 37 anos, ser o grande favorito neste piso. O primeiro set da final foi muito equilibrado, com o suíço a definir tudo no tie-break: 7-2. O segundo set já começou com uma quebra de serviço por parte de Federer. A partir daí Goffin não mais se encontrou e o suíço venceu por 6-1.

Ao longo do seu percurso esta semana Federer perdeu apenas dois set. Um contra Tsonga e outro diante Bautista Agut. O primeiro a cair foi o australiano John Millman (7-6, 6-3). Seguiu-se Tsonga (7-6, 4-6, 7-5) e Bautista Agut (6-3, 4-6, 6-5). Nas meias-finais levou a melhor sobre a sensação Pierre-Hugues Herbert (6-3, 6-3).

O francês, 38º do mundo e 28 anos de idade, ainda não venceu qualquer torneio ATP. Contudo, já chegou a três finais, uma delas este ano, em Montpellier. Em Halle deixou para trás jogadores como Borna Coric, Sergiy Stakhovsky ou Gael Monfils. Acabou por cair nas meias-finais.

Connors à vista

Já David Goffin, 23 do mundo, continua o seu jejum de títulos desde 2017. O belga não atingia uma final desde 2017. Outrora um dos mais promissores tenistas do mundo, aos 28 anos de idade não atravessa a melhor fase da carreira. Ainda assim, pode ser um adversário duro para qualquer um. Para trás deixou Matteo Berretini nas meias-finais. O italiano atravessa um ótimo momento. Recorde-se que chega a Halle depois de vencer em Estugarda. Também Alexander Zverev caiu aos pés de Goffin, nos quartos de final.

Com este título, Federer soma agora 19 na relva, um record. E por falar em record, faltam “apenas” sete títulos para que o suíço iguale Jimmy Connors como maior campeão de sempre do circuito ATP. A questão não é saber se Federer conseguirá, mas sim quando o vai conseguir.

André Dias PereiraMaio 27, 20193min0

Arrancou este domingo Roland Garros, o Grand Slam da terra batida. Todos anos, desde que Nadal é profissional, a grande pergunta é se existe alguém que possa travar o espanhol. E não é por menos. Desde 2005 só por três ocasiões o maiorquino não ganhou o torneio dos mosqueteiros. Em 2009, ganhou Federer, em 2015, Wawrinka e 2016, Novak Djokovic.

Para se ter ideia do peso que torneio tem na carreira de Nadal, dos 17 Grand Slam conquistados – apenas superados pelos 20 de Roger Federer – 11 foram em Paris. Só que agora, com 32 anos, e muitas lesões em cima, será menos favorito?

Nem tanto. A bolsa de apostas continua a acredita que Nadal é o principal candidato à vitória, seguido de Djokovic e Thiem.

O certo, contudo, é que os resultados de Rafa este ano estão longe do que outrora foram. Pela primeira vez na sua carreira, chegou ao mês de Maio sem títulos. O seu domínio em Monte Carlo e Madrid foi quebrado precisamente por Dominic Thiem e Novak Djokovic. Só que em Roma, Nadal surgiu de forma imperial. Com direito a ‘pneu’ na final sobre Djokovic. Aliás, em quatro dos cinco jogos disputados, aplicou ‘pneu’ aos adeversários.

Novak Djokovic, Dominic Thiem, Alexander Zverev e Roger Federer são os desafiantes ao trono do rei Nadal. O número um do mundo, vencedor em 2016, surge em Paris com o título de Madrid no bolso e pretende conquistar o quarto Major consecutivo, fazendo o seu segundo carrear Grand Slam.

Dominic Thiem é também visto como um rival à altura do espanhol. A terra batida é o seu piso preferencial e na temporada passada jogou uma partida épica com Nadal nos quartos de final, onde acabou batido. Já este ano, em Monte Carlo, o austríaco levou a melhor sobre o espanhol nas meias finais. E, conforme disse o próprio Nadal, “Thiem é favorito ao título em qualquer torneio de terra batida”.

O regresso de Federer

Mais improvável é a vitória de Alexader Zverev. O alemão costuma falhar nos grandes torneios, embora a terra batida seja o seu piso mais forte. O ano passado atingiu os quartos de final, o seu melhor registo em Major. Só que este ano, Zverev, que venceu o torneio de Genebra, parece numa crise de resultados. Em Roma foi afastado por Matteo Berrettini na segunda ronda.

Três anos e 11 meses depois, Roger Federer regressa a Roland Garros. Recode-se que o torneio francês foi o primeiro Major que o suíço jogou há já 20 anos. Há 10 venceu o seu único torneio de Roland Garros. Mas não se pense que o suíço é mais limitado na terra batida, apesar de ter essa fama. Ao longo da carreira conquistou nada menos do 20 troféus neste tipo de piso. Neste regresso, contudo, parece correr por fora no que diz respeito a favoritismo. Porque, de facto, há jogadores mais fortes que ele na terra batida e porque, aos 37 anos, parece já ter dificuldades em levar a melhor sobre os seus maiores rivais.

Ao longo dos anos, Federer acumulou cinco derrotas para Rafael Nadal, além de eliminações para Alex Corretja, Hicham Arazi, Luis Horna, Gustavo Kuerten, Novak Djokovic, Jo-Wilfried Tsonga e Ernests Gulbis.

Contudo, há um factor novo. Desta vez a ausência de expectativas e de pontos a defender, deixam Federer sem pressão para o torneio. E isso pode pesar a seu favor. Poderá surpreender?

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André Dias PereiraAbril 15, 20191min0

Benoit Paire conquistou, este domingo, o segundo título na sua carreira. Aconteceu em Marraquexe. Contra Pablo Andujar, campeão em título, o francês ganhou por 6-2 e 6-3. Esta foi a sexta decisão de Paire na carreira. Contudo, foi apenas o seu segundo título. O primeiro aconteceu em 2015, em Bastad.

O francês não era favorito à partida, mas foi elevando o seu nível ao longo da semana. Nas meias-finais derrotou o compatriota Jo-Wilfred Tsonga (2-6, 6-4 e 6-3) e contra Andujar aumentou ainda mais o seu nível, dominando de princípio a fim. Diga-se, de resto, que as meias-finais tiveram três jogadores gauleses. Para além de Paire e Tsonga, também Gilles Simons atingiu as semi-finais, mas caiu perante Andujar (duplo 6-1).

Diga-se também que se esperava mais do espanhol na final. Durante a semana, deixou para trás jogadores como Jiri Vesely ou Phillip Kohlschreiber. Outros favoritos, como Kyle Edmund e Alexander Zverev também cairam nos quartos de final.

Com a vitória em Marraquexe, Benoit Paire volta a entrar no top-50. A partir desta segunda-feira é 43 mundial.

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André Dias PereiraAbril 8, 20193min0

Está à porta mais uma temporada de terra batida. E a pergunta que se impõe, outra vez, é se alguém pode superar Rafael Nadal neste piso. Desde que se tornou profissional o espanhol tem detido a hegemonia nesta fase da temporada. E não é à toa que é apelidado de rei da terra batida. Dos seus 17 Major, 11 foram conquistados em Paris. Nunca, antes dele, um jogador havia vencido 11 torneios de terra batida. Na temporada passada o maiorquino conquistou esse número em três provas: Monte Carlo, Barcelona e Roland Garros.

Para se perceber melhor a importância que a temporada de terra batida tem para Nadal, na época passada 63% dos seus pontos foram conquistadas neste piso. O espanhol terá de gerir 4680 pontos alcançados em 2018. É, por isso, visto como o grande favorito para vencer todos os torneios em que participa. Apesar de as lesões condicionarem o seu jogo El Toro Miura prepara as suas temporadas precisamente para atingir o pico de forma nesta fase da temporada. É também a oportunidade para alcançar o 18º Grand Slam e encurtar distâncias para Federer (20) nesse capítulo.

Mas não se pense que será um passeio. Até porque Novak Djokovic é o atual líder mundial e o sérvio mantém constância exibicional independentemente do tipo de piso. No confronto direto, a vantagem pertence a Djokovic (27-25) mas nas duas vezes que ambos se encontraram na final de Roland Garros, a vitória foi para o espanhol. O único triunfo de Djokovic em Paris s aconteceu em 2016 contra Andy Murray. Diga-se, também, que se o sérvio ganhar completará pela segunda vez o carreer Grand Slam de forma consecutiva.

A temporada de terra batida de 2018 foi para Djokovic esquecer. O sérvio encontrava-se a recuperar forma após longa paragem por lesão e foi afastado nas meias-finais de Roma e quartos de final de Roland Garros. Depois disso, emplacou Major atrás de Major, regressando à condição de número 1 mundial. Este ano tem tudo para ser diferente e tudo indica que a diferença para Nadal na terra batida está mais curta.

Zverev e Thiem à espreita

Se Nadal e Djokovic são os grandes favoritos a ganhar os principais torneios, Alexander Zverev e Dominic Thiem são, porventura, dois dos mais proeminentes jogadores neste piso. O alemão é aquele jogador de quem sempre se espera muito mas que nem sempre corresponde à expectativa. A idade joga a seu favor. Para o bem e para o mal. Aos 21 anos é número 3 mundial, já conquistou nada menos que 10 títulos ATP, entre eles três Master 1000. O piso de terra batida é o seu preferencial e, não por acaso, teve a sua melhor prestação de Major, em Roland Garros. O alemão vai jogar o torneio de Marraquexe como cabeça de série e direito a Wild Card. Na primeira ronda jogará com o uzbeque Denis Istomin.

Quem também pode surpreender é Dominic Thiem. O austríaco já venceu oito títulos em terra batida e, na temporada passada, jogou um autêntico clássico com Nadal em Roland Garros. De resto, Thiem é o único jogador, nos últimos dois anos, a vencer o espanhol na terra batida. Aconteceu em Roma (2017) e Madrid (2018). Será que não há duas sem três?

Entretanto, há ainda Roger Federer. Depois de um interregno estratégico de dois anos, o suíço volta a jogar a temporada de terra batida. Dificilmente veremos o helvético a jogar pelo título de Paris, contudo, Federer quer aproveitar cada torneio para se tornar o maior campeão de sempre de torneios ATP. Jimmy Connors é maior campeão, com 109 títulos e Federer tem 101. Conseguirá reduzir essa distância na terra batida?

André Dias PereiraMarço 12, 20192min0

Ainda não foi desta. Alexander Zverev voltou a desiludir e caiu na estreia de Indian Wells. É certo que o alemão tem toda uma carreira pela frente, mas a sua condição de número 3 mundial gera sempre expetativa em seu redor. Até porque nos últimos três anos colecionou nada menos do que 10 títulos.

Zverev parece, contudo, talhado para falhar nos grandes momentos. Tem sido assim em Grand Slam e também em Indian Wells. Desta vez foi superado por Jean-Lennard Struff. O número 55 do mundo venceu por 6-3 e 6-1. O alemão mostrou estar fora de forma, sobretudo no primeiro set. Permitiu que Struff quebrasse o seu serviço e chegasse ao 4-2. No segundo set foi ainda mais desastroso. Struff começou logo por quebrar o serviço e fechou o jogo em 6-1.

Para Struff este é um momento importante. É a primeira vez que o alemão vence três jogos seguidos em um Masters 1000. Até aqui tinha o registo de uma vitória e três derrotas. Para além de Zverev, em 2016 Struff eliminou Stan Wawrinka, então no top-10.

O alemão vai agora defrontar o canadiano Milos Raonic nos quartos de final.

Karlovic, o eterno

Também apurado para os quartos de final está Gael Monfils. O francês, que eliminou Albert Ramos Vinolas (6-0. 6-3), deverá jogar com Novak Djokovic. O sérvio é o grande favorito a repetir as vitórias de 2008, 2011, 2014, 2015 e 2016. Para atingir os quartos de final terá que vencer Philip Kohlschreiber. Interessante será também acompanhar o duelo entre Roger Federer e Stan Wawrinka. Federer está no mesmo lado da chave de Nadal e, se chegarem lá, poderão defrontar-se nas meias-finais. Para isso o espanhol terá de levar de vencido o argentino Diego Schwartzman.

Nota de destaque também para Ivo Karlovic. Perto de completar 40 anos continua em alto nível.  Já eliminou Mathew Ebden, Borna Coric e Prajnesh Gunneswaren. Agora, prepara-se para jogar com o favorito Dominic Thiem.

Já de fora da competição está Stefanos Tsitsipas. O grego caiu na ronda inaugural perante Felix Auger Aliassime. O vice-campeão do Rio Open ganhou por 6-4 e 6-2. Tsitsipas acabou por acusar o desgaste físico, apontando o dedo à quantidade de jogos realizados esta temporada.

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André Dias PereiraJaneiro 28, 20194min0

Novak Djokovic tornou-se, este domingo, o maior campeão da história do Autralian Open. Ao vencer pela sétima vez em Melbourne, o sérvio destacnou-se de Roger Federer e Roy Emerson, ambos com seis conquistas.

Nolan  não fez por menos. Diante Rafa Nadal o sérvio conquistou uma das mais consistentes vitórias da sua carreira. Com os parciais de 6-3, 6-2 e 6-4, Djokovic mostrou o porquê de ser o grande favorito e que está vários passos à frente da concorrência. Mesmo que essa concorrência seja Nadal ou Federer. Ao contrário do que aconteceu na final entre os dois em 2012, que durou quase seis horas, desta vez Djokovic precisou apenas de duas horas e quatro minutos.

Djokovic foi superior em quase todos os capítulos. Mais ases, maior percentagem de colocação de primeiro serviço ou maior percentagem de vitórias no primeiro e segundo serviços. Mas, acima de tudo, impressiona a supremacia de jogo na rede. Djokovic conquistou 89% dos pontos contra 50% de Nadal. Também em erros não forçados, o espanhol cometeu 28, contra 9 do sérvio. É certo que o maiorquino estaria reduzido físicamente, mas reconheça-se que Djokovic esteve a um nível raramente visto na história do ténis e que deixa uma pergunta no ar. Pode o sérvio tornar-se o maior de sempre?

Aos 31 anos, Djokovic soma agora 15 Grand Slam, contra 17 de Nadal e 19 de Federer. O número um mundial parece, todavia, bem à frente dos rivais, físicamente e mentalmente. Sendo mais novo dos três, é de acreditar que, talvez ainda esta temporada, se possa aproximar ainda mais do espanhol. Nadal é, contudo, o grande favorito para Roland Garros. Mas Djokovic pode também ter uma palavra a dizer. Além disso, há ainda Dominic Thiem e Alexander Zverev, cuja a terra batida, é o seu piso preferencial.

E agora, 2019?

Mas se há lição que Melbourne nos trouxe é que apesar do crescimento da NextGen, a velha escola ainda dita regras. É preciso recuar até 2005 para encontrar uma final que não inclua Federer, Nadal ou Djokovic.

Quem parece mais distante dos grandes títulos é Federer. O suíço, vencedor das últimas duas edições, caiu aos pés de Tsitsipas, na quarta ronda: 6-7, 7-6, 7-5 e 7-6. Não que o suíço tenha feito uma má partida, mas o grego mostrou ter outro andamento, sobretudo em jogos de cinco sets. Veremos o que o helvético poderá fazer, sobretudo em Wimbledon. Vencer o 20º Major parece mais improvável do que ultrapassar Jimmy Connors como o maior campeão de títulos ATP.

Da nova geração, Stefanos Tsitispas e Lucas Pouille foram os melhores, ao atingirem as meias finais. O grego parece confirmar o grande 2018, não se amedrontando com nenhum adversário. Também Frances Tiafoe atingiu pela primeira vez os quartos de final. Outros nomes, como Zverev ou Borna Coric cairam precocemente nos quartos de final. De todos, o alemão representou a maior desilusão. Porque é número 4 do mundo, mas sobretudo porque tem sentido dificuldades em progredir em Grand Slams. Os quartos de final de Roland Garros, em 2018, continua a ser o seu melhor registo.

É certo que o ano acabou de começar. Tudo está, por isso, em aberto. E há vários factores que podem influenciar como o ano vai progredir. Há um ano, por exemplo, Federer dominava o circuito e Djokovic colocava em causa a sua continuidade na competição. E, claro, há sempre o factor de lesões. Mas, em condições normais, Djokovic terá neste momento como motivação aproximar-se de Connors, Lendl, Sampras e Federer com maior número de semanas como número 1 mundial. Mas, acima de tudo, ambiciona ultrapassar Nadal e Federer como maior campeão de Grand Slams. Para já, é o tenistas que mais vezes vencer torneios Masters 1000. E, olhando o momento que atravessa, tudo dependerá das lesões e gestão que fizer de seus torneios. Aos 31 anos, Djokovic assume que esse objetivo “é muito difícil, mas não impossível”.

Veremos o que a temporada nos reserva.

André Dias PereiraJaneiro 22, 20193min0

O Australian Open, que arrancou no dia 13, avança já para os quartos de final. E do que se viu na primeira semana, surge a pergunta. Após 15 anos de hegemonia, terá finalmente chegado a oportunidade da nova geração tomar conta dos courts mundiais?

Ainda é muito cedo para tirar conclusões. É certo que Djokovic continua a ser o grande favorito para vencer Melbourne e se tornar o maior campeão do torneio. Também é certo que falta uma e decisiva semana para o fim do torneio. E há ainda uma temporada inteira pela frente.

Mas os indicadores estão aí. Stefanos Tsitsipas, 20 anos de idade, já afastou Roger Federer de Melbourne, e vai agora defrontar Baustista Agut. O grego mostra que a temporada passada não foi obra do acaso. Um dos segredos é a sua confiança. Jogou olhos nos olhos com o campeão em título, serviu com mestria e salvou os 12 break points que teve de enfrentar. Apesar da idade, parece ser um veterano em court. E isso valeu-lhe uma vitória por 6-7, 7-6, 7-5 e 7-6. Diga-se também que Tsitsipas conquistou, este ano, as primeira vitórias no Australian Open. A primeira foi com Nikolz Basilashvili: 6-3, 3-6, 7-6 e 6-4.

Para Federer, a derrota diante o grego foi um golpe duro. O ano 2019 terminou de forma inconsistente, depois de um bom arranque com a vitória no Autralian Open. O suíço espreita Wimbledon, mas, antes disso, deverá voltar a jogar a temporada de terra batida após dois anos de interregno.

Também Francis Tiafoe, 21 anos, surge nos quartos contra Rafa Nadal. Tiafoe será, porventura, a maior promessa e esperança norte americana para voltar ao topo do ténis mundial. Os quartos de final são, para já, o seu melhor resultado em Major. Para trás deixou Andrea Seppi (6-7, 6-3, 4-6, 6-4 e 6-3) e Grigor Dimitrov (7-5, 7-6, 6-7 e 7-5).

Zverev volta a desiludir

Zverev volta a desiludir em Melbourne. Foto: Fox Sports

Mas nem tudo foram rosas para a nova geração. Os oitavos de final contaram com Deniil Medvedev, Alexander Zverev e Borna Coric, mas nenhum conseguiu passar para a fase seguinte. A maior desilusão terá sido mesmo o alemão. Outra vez, o número quatro mundial volta a cair precocemente em um Major, desta vez perante Milos Raonic: 6-1, 6-1 e 7-2. Apesar do estatuto de número 4 mundial e ser apontado como o futuro líder da hierarquia, a verdade dos Grand Slam é outra. A sua melhor prestação continua a ser os quartos de final de Roland Garros. Pouco para quem já conquistou 10 títulos ATP, entre eles um Masters Final.

Se Medvedev não era favorito diante Djokovic (4-6, 7-6, 2-6, 3-6), Borna Coric tinha boas chances diante Lucas Pouille (7-6, 6-4, 5-7, 6-7). O francês igualou o seu melhor registo em um Major, como acontecera em Wimbledon e US Open, em 2016.

Djokovic continua a ser o grande favorito para se tornar o maior campeão da história de Melbourne. Mas para isso, terá que ultrapassar Nishikori. O japonês, que eliminou João Sousa na ronda inagural (7-6, 6-1, 6-2) vem de uma autêntica maratona com Carreño Busta (6-7, 4-6, 7-6, 6-4 e 7-6). Por outro lado, Nishikori atravessa um bom momento, com a vitória em Brisbane.

Nadal, de regresso à competição desde o US Open, também é sempre um nome a ter em conta, mas o seu sucesso dependerá da sua condição física.

Até domingo tudo está em aberto. E apesar da ‘velha guarda’ ser favorita, parece cada vez maior o equilíbrio de forças da nova geração. Veremos como evolui o ano, ainda que, por agora, pareça difícil que um novo rosto vença o primeiro Major do ano.

André Dias PereiraJaneiro 14, 20194min0

Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray. O chamado Big Four do ténis mundial está outra vez reunido em um Grand Slam. O Australian Open arrancou este domingo e o quarteto que tem dominado o ténis nos últimos 14 anos, poderá estar junto pela última vez. É que Andy Murray anunciou que este poderá ser o seu último torneio. As lesões que o têm atrapalhado no último ano e meio continuam a fazer-se sentir. De acordo com o britânico ainda é possível jogar, mas não ao nível que quer. E em função das dores que sentir poderá já nem disputar Wimbledon.

A estreia do britânico será contra Bautista Agut. O espanhol é um adversário duro que se encontra em bom momento de forma. Prova disso foi a recente vitória no Qatar. Longe da melhor forma, ainda com dores, e após longa paragem, terá Murray capacidade para progredir em Melbourne?

De qualquer forma, o torneio australiano é o primeiro grande momento do calendário do ténis em 2019. Outra vez, Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal partem como os principais favoritos. O sérvio e o suíço têm um estímulo extra. Os dois brigam pela oportunidade de se destacar como o maior campeão do torneio, com sete títulos. Federer, recorde-se, venceu as últimas duas edições, mas Djokovic é número 1 mundial e está numa fase mais favorável da carreira, conforme mostram os últimos confrontos entre ambos.

Tudo está, contudo, em aberto. Depois dos quatro títulos em 2018, o sérvio não está ainda no pico de forma. Nem seria o desejável nesta fase. Em Doha o sérvio foi eliminado surpreendentemente nas meias-finais mas é, porventura, o grande favorito para Melbourne. Nolan arranca diante o norte-americano Mitchell Kruger, podendo jogar depois com Tsonga ou Klizan. Os talentosos Shapovalov, Goffin ou Medvedev poderão ser outros adversários incómodos a defrontar.

Já Roger Federer terá na sua chave o arqui-rival Rafa Nadal. Os dois poderão se encontrar nas meias-finais se lá chegarem. O espanhol acaba por correr por fora no favoritismo ao título. A recuperar de uma lesão, o maiorquino não joga uma partida oficial desde que foi afastado por lesão no último US Open. Nadal é, aliás, o único tenista capaz de roubar a liderança mundial a Djokovic em Melbourne. Mas isso parece bem improvável. Nadal terá que tirar uma diferença de 1.655 pontos para poder reassumir o topo da tabela, já que ele possui 7.480 pontos, e Djokovic tem 9.135. Para que tal aconteça o Toro Miura terá que vencer o torneio e esperar que o sérvio caia antes dos oitavos de final.

Quem pode surpreender?

Nadal arranca o seu percurso com o australiano James Duckworth. A jogar em casa este será um momento simbólico para Duckworth. Nos últimos seis meses foi operado cinco vezes tendo caído para fora do top-1000. Agora, em 237º, o australiano conseguiu um Wild Card para participar pela sétima vez em Melbourne.

Entretanto, Roger Federer jogará com Denis Istomin. O suíço defende os últimos dois títulos e poderá ter de jogar, para além de Nadal, com nomes como Marin Cilic ou Stefanos Tsitsipas. O percurso até à final é espinhoso, mas Federer, mesmo aos 37 anos, já mostrou que pode voltar a fazê-lo. O ano, aliás, começou com a vitória na Hopman Cup, ao lado de Belinda Bencic.

Há, contudo, outros nomes que também devem ser acompanhados com atenção. O principal, Alexander Zverev. O alemão, que perdeu recentemente a final da Hopman Cup, coleciona resultados importantes, mas sempre parece falhar nos Grand Slam. A sua melhor prestação foi os quartos de final, em Roland Garros. O ano passado não passou da terceira ronda no Australian Open. Aos 21 anos de idade é número 4 do mundo e tem aqui mais uma oportunidade para tentar chegar, pelo menos, às meias-finais.

Também Kei Nishikori é um nome que não pode ser negligenciado. Com a recente vitória em Brisbane, o japonês mostrou que está outra vez no seu melhor. Foi a sua primeira vitória de um torneio nos últimos três anos. De qualquer forma, no final de 2018 já mostrara sinais de que o seu melhor ténis estava de regresso, após longa paragem por lesão e alguns resultados menos conseguidos. De resto, Medvedev, Rublev, De Minaur e Tsitsipas são nomes que ganharam grande consistência em 2018 e que poderão surpreender em Melbourne. Shapovalov e Kyrgios também não podem ser ignorados. O australiano, de resto, jogará com Milos Raonic na ronda inaugural, que representa um dos principais jogos do primeiro dia. Diga-se também que De Minaur jogará com o português Pedro Sousa. Já João Sousa defrontará o argentino Guido Pella.


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