Um tutorial de como destruir e mandar um franchise abaixo pt.1

João FerreiraSetembro 13, 20223min0

Um tutorial de como destruir e mandar um franchise abaixo pt.1

João FerreiraSetembro 13, 20223min0
João Ferreira fala de como algumas administrações das franquias da NBA conseguem proceder a um processo de autodestruição, como o caso dos Utah Jazz

Parece inacreditável como é que ano após ano assistimos a franchises a pressionarem o botão vermelho nos seus headquarters e a autodestruírem-se. Todas as pré-épocas são marcadas por polémicas trocas na NBA que fazem com que os adeptos fiquem com os nervos em alta, olhando para a sua equipa a cometer um suicídio desportivo, trocando os melhores jogadores e ativando o modo rebuild, situação que nunca é desejada por nenhum fã.

Ora bem, como não poderia deixar de ser, equipas da NBA que haviam vindo a construir uma base muito sustentada de jogadores de qualidade, conseguiram desvirtuar por completo o basquetebol que irá ser praticado durante esta época logo à partida e conseguiram destruir todas as esperanças de uma época bem-sucedida.

Senão vejamos. Uma equipa que se destrói, oferecendo os seus melhores jogadores terá várias dificuldades, entre as quais a necessidade de criar um novo entrosamento entre os novos jogadores, a criação de uma nova base de apoio por parte dos adeptos, que na sua maioria e normalmente, que ficam magoados/irritados com mudanças tão profundas e uma necessidade por parte do treinador de compreender como é que colocará estes novos jogadores a conquistarem o seu lugar no roster.

Este ano, basta olhar para duas equipas da Conferência Oeste da NBA que deram verdadeiros tiros nos pés no que diz respeito à gestão realizada: Utah Jazz e Houston Rockets.

Comecemos pelos Houston Rockets, essa equipa que já teve tanto e agora tem tão, mas tão pouco. Este ano começava apenas com uma certeza: Christian Wood tinha de fazer parte do roster. Pois bem, dito e feito, os Houston Rockets conseguiram despachar o Wood para os Mavericks, que ainda ganharam mais poder de fogo, juntando Doncic, Dinwiddie, Tim Hardway Jr e Wood, num conjunto de jogadores apetecível para finalmente conseguirem atingir alguma coisa que não uns meros playoffs.

Já os Houston Rockets conseguiram mutilar-se mais uma vez: já tiveram James Harden, Wall, Westbrook, Capela, entre muitos outros. Já conseguiram chegar às finais de conferência nos últimos anos, mas não consegues compreender que é essencial que o roster se mantenha o mais estável possível. E isso é tudo o que os Rockets não têm tido. Apesar de tudo, recebem nas suas hostes jogadores como Sterling Brown, Marquese Chriss e Boban, o que pode dar profundidade à equipa, mas a qualidade geral da equipa está muito enfraquecida.

Por outro lado, é novo ver os Utah Jazz nesta situação caótica em que se colocaram. Uma roster que demorou tanto a construir e a sedimentar. Uma equipa que ficou várias vezes em primeiro na Conferência Oeste foi-se dar ao luxo de catapultar os seus melhores jogadores (Rudy Gobert e Donovan Mitchel) para outros conjuntos, não recebendo jogadores com a qualidade suficiente para encarnar aqueles que saíram. A verdade é que receberam jogadores que ou são para despachar ou não vêm acrescentar muito.

À exceção Collin Sexton e Malik Beasley, os Jazz ficaram muito pobres na forma como vão montar a sua equipa inicial. Mais um problema para Quinn Snyder Resolver.


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