[Lendas do Ténis] Roy Emerson, o maior entre os amadores
Injustiçado. Subvalorizado. Muitos são os adjetivos que ajudam a descrever a carreira Roy Emerson. Mas dizer que o tenista australiano esteve sempre à frente do seu tempo seja mais justo. E essa condição tornou-o intemporal.
Esta é a história do tenista que, até hoje, conquistou maior número de Grand Slam. Vinte e oito no total. Doze em singulares e dezasseis em pares. Roy Emerson é, ainda hoje, o único tenista a fazer o carreer Grand Slam em singulares e pares. E é a par de Novak Djokovic e Roger Federer, o único a ter seis Australian Open.
Com uma carreira que decorreu entre 1953 e 1983, Roy Emerson conquistou todos os seus maiores feitos na Era amadora do ténis. Dominou o circuito sobretudo na década de 60, altura em que conquistou 27 dos seus 28 Grand Slam. Foi também o primeiro a conquistar, pelo menos, duas vezes cada Major na carreira.
Apesar dos números impressionantes, a sua carreira sempre foi relativizada pelo facto de os torneios Grand Slam serem abertos apenas a jogadores amadores, sendo o nível técnico maior nos torneios profissionais.
Nascido em Blackbutt, Queensland, em 1936, Roy Emerson começou a sua ligação ao ténis em Brisbane, quando a sua família se mudou. O seu primeiro título teve lugar em Wimbledon, em 1959, a par de Neale Fraser. O primeiro título de singulares teve lugar dois anos depois, na sua Austrália natal, diante Rod Laver. Os dois australianos voltariam a defrontar-se no mesmo ano, na final do US Open. Outra vez, a vitória foi para Roy Emerson.
Roy Emerson era, sobretudo, conhecido pela sua capacidade de treino e forma física, bem como um estilo de jogo adaptável a todos os tipos de piso. Entre 1963 e 1967 foi, talvez, o seu auge. Conquistou nada menos que cinco títulos consecutivos do Australian Open. Em 1963, diante Pierre Darmont, venceu Roland Garros, repetindo o feito em 1967. O primeiro título em singulares, em Wimbledon, ocorreu em 1964. Fred Stolle foi o oponente. Nesse ano, Roy Emerson venceu 55 jogos consecutivamente e ganhou 109 de 115 jogos realizados. Números que lhe permitiram vencer o Australian Open, Wimbledon e US Open. Sem surpresa, tornou-se número 1 em 1964 e 1965. O seu último título em singulares foi, precisamente, em 1967, em Roland Garros. Um ano antes do arranque da Era profissional.
Recordista intemporal
Emerson sempre quis manter-se como amador. Recebeu várias propostas para se tornar profissional, inclusivamente avultados valores em dinheiro.
O seu recorde de 12 Grand Slam mantive-se intacto até ser ultrapassado por Pete Sampras, em 2000. Contudo, o seu recorde de dez vitórias consecutivas em finais de Grand Slam mantém-se em activo. Diga-se também que Emerson conquistou oito Taças Davis, entre 1959 e 1967, um recorde. Ao lado de Rod Laver conquistou, em 1971, o seu último Grand Slam. Foi no torneio de pares de Wimbledon. Ao todo conquistou 28 Grand Slam (entre as singulares e pares) e 110 títulos.
É por isso um nome grande na história do ténis, tendo-se retirado em 1983. Actualmente com 83 anos de idade tem coleccionado várias menções honrosas. Está desde 1982 no Hall of Fame. Em 2000 foi agraciado com a medalhe de desporto australiana. Roy Emerson dá ainda nome ao troféu do prestigiado troféu de Brisbane, onde tem ainda courts com o seu nome. Na sua cidade natal tem ainda um museu sobre si e uma estátua.
Títulos em Singulares
Australian Open: 1961, 1963, 1964, 1965, 1966 e 1967)
Wimbledon: 1964 e 1965
Roland Garros: 1963 e 1967
US Open: 1961 e 1964
Títulos em Pares
Australian Open: 1962,1966 e 1969)
Wimbledon: 1959, 1961 e 1971
Roland Garros: 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965
US Open: 1959 e 1960, 1965 e 1966
Taça Davis: 1959, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966 e 1967
Roy Emerson e as finais de Wimbledon, em 1965