Laver Cup: Europa acentua domínio no ténis
Não é surpresa para ninguém que a Europa tem vindo a dominar o ténis nos últimos 20 anos. Basta olhar para o top-10 para percebermos que nenhum tenista fora do Velho Continente integra a lista. Não é um fenómeno novo e talvez por isso nas três primeiras edições a Laver Cup foi ganha pela equipa Europa. Desta vez, contudo, havia uma diferença. Pela primeira vez, os europeus não poderiam contar com o Federer, Nadal e Djokovic. Acreditou-se, por isso, que a equipa Mundo pudesse equilibrar ou até mesmo ganhar o título continental. Nada mais errado. Os Europeus emplacaram o resultado mais esdruxulo de todas as edições: 14-1.
Uma das explicações para isso é o alto nível de competitividade apresentado pela Europa. Constituído por Medvedev, Zverev, Tsitsipas, Rublev, Berretini e Ruud, os europeus não olharam a prova como um certame exibicional. Do lado Mundo, o jogo também foi levado a sério. Contudo, Opelka, Schwartzman, Shapovalov, Aliassime, Isner e Kyrgios continuam sem conseguir contrariar o favoritismo europeu.
Logo no primeiro dia, a Europa ganhou os três dos quartro jogos realizados. Casper Ruud começou por ganhar a Opelka (6-3 e 7-6). Seguiu-se a vitória de Berretini sobre Aliassime (6-7, 7-5 e 10-8). E, por fim, Rublev venceu Schwartzman (4-6, 6-3, 11-9).
Kyrgios voltou a ser Kyrgios
A única vitória da equipa Mundo aconteceu no jogo de duplas. Isner e Shapovalov levaram a melhor sobre Zverev e Berretini (6-4, 7-6 e 10-1). O segundo dia de torneio acentuou ainda mais o domínio europeu.
Tsitsipas começou por vencer Nick Kyrgios, por 6-3 e 6-4. Foi o regresso do australiano que era tido como o joker da equipa Mundo. A sua convocatória por parte de McEnroe gerou polémica. Mas se há jogador que pode fazer a diferença em alto nível é o australiano. O próprio Tsitsipas lembrou que mesmo sem treinar Kyrgios faz coisas incríveis. O baixo ritmo do australiano condicionou o seu jogo.
Seguiram-se depois os triunfos de Zverev sobre Isner (7-6, 6,-7 e 10-5) e de Medvedev sobre Shapovalov (6-4 e 6-0). Um triunfo que mostra o altíssimo nível em que o russo se encontra.
No segundo jogo de duplas, Rublev e Tsitsipas fizeram uma parceria que surpreendeu pela positiva. Os dois jogadores complementaram-se em quadra e parecia até que jogam há muito tempo juntos. Ganharam de virada a Isner e Kyrgios (6-7, 6-3 e 10-4).
O domínio europeu foi tão grande que no terceiro dia só houve um jogo. O triunfo da dupla Rublev e Zverev sobre Opelka e Shapovalov: 6-2, 6-7 e 10-3.
Que futuro para Laver Cup?
A Laver Cup tem sido um fórmula de sucesso desportivo e também enquanto organização. De acordo com as últimas notícias, Federer e Nadal parecem estar a combinar presença na edição de 2021. O que, a acontecer, confirma que o suíço vai mesmo voltar ao circuito após paragens devido a cirurgias.
Contudo, a pergunta que fica é se o atual formato Europa vs Mundo ainda tem sentido face à hegemonia europeia. Um domínio que não é exclusivo da Laver Cup, mas do circuito em si mesmo. Uma das alternativas poderia ser uma seleção feita alternadamente pelos capitães de equipa de jogadores independentemente da sua nacionalidade.
Mas, ainda assim, a avaliar pelas celebrações dos europeus, sucesso televisivo e engajamento dos fãs, parece difícil vislumbrar uma mudança de formato. De todo o modo, é a chance de ver os melhores jogarem lado a lado e entre si.