Super Rugby Pacific 2022: o início de uma nova era

Francisco IsaacFevereiro 17, 20226min0

Super Rugby Pacific 2022: o início de uma nova era

Francisco IsaacFevereiro 17, 20226min0
Começa já amanhã o Super Rugby Pacific 2022 e explicamos como podes ver, os jogadores a seguir e muito mais neste artigo

Do Super Rugby Aotearoa e AU para o Super Rugby Trans Tasman, e desse combo evoluiu para o Super Rugby Pacific, regressando ao “passado” mas agora sem as franquias da África do Sul, Argentina e Japão, contando com a inclusão dos Moana Pasifika (base na Nova Zelândia com o objectivo de formar atletas para as selecções da Samoa e Tonga, e não só) e Fijian Drua, sendo uma espécie de Super 12. Ou seja, o início desta nova era é baseado em moldes do passado, com a vantagem das 12 equipas estarem dentro dos mesmos fusos-horários – existe uma diferença entre algumas zonas da Austrália e Nova Zelândia -, permitindo assim ter sempre público no estádio ou em casa a seguir os encontros com a atenção, oferecendo uma competição mais “robusta” e interessante para o espectador. Mas o que há mais para saber deste back to the past do Super Rugby?

RONDAS, MODELO E CALENDÁRIO

15 rondas espaçadas entre Fevereiro, Março, Abril e Maio, oferecendo 90 jogos do melhor rugby que há na Oceânia, começando já amanhã dia 18 de Fevereiro com o encontro de estreia a ser entre NSW Waratahs e Fijian Drua. Ao fim de 15 jornadas teremos ainda um playoff que classificará quatro equipas para as meias-finais, isto é, sendo uma discussão entre o 1º e o 8º da fase regular, transitando daqui depois quatro formações que vão lutar pelo apuramento para a final desta primeira edição do Super Rugby Pacific. Isto significa que o 8º classificado ainda pode ter uma remota esperança de escrever uma história especial e improvável de derrotar a melhor equipa da fase regular, e apurar-se para as meias-finais, o que promete colocar algum tremor em todos os candidatos até ao último momento.

Deixando cair os sistemas regionais, este novo modelo do Super Rugby alberga as 12 equipas dentro da mesma classificação, impondo um retorno a outros tempos e que prometem fazer jus ao nome desta competição, existindo só um ligeiro senão neste primeiro momento: não haverá cruzamento entre as franquias neozelandesas e Moana Pasifika com as suas congéneres australianas e Fijian Drua, devendo-se esta situação à “bolha” sanitária imposta pela Nova Zelândia, que se verificará até fins de Março, altura em que já teremos os duelos entre os dois “grupos”.

Ao contrário de anos anteriores, o Super Rugby não terá pausa em 2022, com a competição a se desenrolar até 18 de Junho, dia da final da competição, forçando às equipas aguentar uma longa e dura temporada, fazendo uso dos seus elencos até ao último dos jogadores disponíveis. Cinco meses, 90 jogos, centenas de horas de excelente e bom rugby!

ALGUNS NOMES A SEGUIR

De uma leva só apresentamos estes nomes e já vamos falar individualmente de alguns deles: Lincoln McClutchie (Moana Pasifika), Mesu Dolokoto (Fijian Drua), Izack Rodda (Western Force), Andrew Kellaway (Rebels), Harry Wilson (Reds), Cadeyrn Neville (Brumbies), Jamie Roberts (Waratahs), Roger Tuivasa-Sheck (Blues), Josh Ioane (Chiefs), Tamaiti Williams (Crusaders), Fetuli Paea (Highlanders) e Ruben Love (Hurricanes). Claro que podíamos ter aqui inserido as super-estrelas da competição, como Richie Mo’unga, Beauden Barrett, Ardie Savea, TJ Perenara, James O’Connor, Michael Hooper (regressou a casa depois de um ano no Japão), Christian Lealiifano, Taniela Tupou, Broadie Retallick, Aaron Smith, entre outros tantos, mas vamos olhar com atenção para aquela primeira lista de doze nomes dados.

Lincoln McClutchie, médio-de-abertura dos Moana Pasifika (vai lutar pelo lugar com o lendário Christian Lealiifano) vem vindo a ser um dos melhores jogadores a actuar na NPC, campeonato de províncias neozelandês, sendo um principais pontuadores aos postes do Hawke’s Bay possuindo um conhecimento táctico do jogo de bom nível e que necessita deste empurrão para realmente atingir o patamar que merece. Na mesma situação está Mesu Dolokoto, um talonador de excelentes medidas dos Fijian Drua e que tem tudo para ser um excelente activo nas fases-estáticas da franquia fijiana, e não só, já que a sua velocidade e destreza vão capturar a atenção dos espectadores.

Jamie Roberts, uma das lendas vivas do rugby galês, faz a sua primeira saída para fora do continente europeu, e vai dar outra segurança aos centros dos Waratahs que procuram se reafirmar dentro do rugby da Oceânia, depois de três épocas devastadoras a todos os níveis. E por falar em “lendas”, Roger Tuisava-Scheck, um nome enorme do Rugby League, decidiu dar o salto dessa variante da bola oval para o rugby de XV, conseguindo os Blues assinar com o agora possível ponta que procura impressionar tudo e todos na esperança de conquistar um lugar no Super Rugby Pacific e, porque não, conseguir ser chamado para os All Blacks num futuro (próximo ou longínquo). Mas, ultrapassando estas mudanças de “códigos”, importa perceber se jogadores como Josh Ioane, Izack Rodda ou Harry Wilson conseguem ir a tempo de recuperar o seu lugar nas suas selecções, com especial enfoque para o agora abertura dos Chiefs (saiu dos Highlanders depois de alguns problemas extra-desportivos) ou o nº8 dos Reds, que ficou de fora da Tour de Outono e de grande parte do Rugby Europe Championship de modo a que pudesse recuperar confiança e força.

Cadeyrn Neville, Tamaiti Williams, Ruben Love e Fetuli Paea podem ser todos activos que têm a capacidade para se tornarem cabeças-de-cartaz de cada uma das suas franquias, isto depois de uma (ou duas) época(s) de estreia no Super Rugby, com nota de alto interessa imposta em Williams, pilar dos Crusaders, e Paea, centro dos Highlanders.

COMO ACOMPANHAR?

A Sporttv não transmitará, para já, o Super Rugby Pacific devido a direitos de transmissão, mas, e caso tenham um interesse profundo em acompanhar o torneio, então têm a SANZAAR Rugby TV, que tem um custo de 52€ por todo o pacote dos 90 jogos. Caso não queiram gastar dinheiro, poderão tentar via Stan Sports, existindo só a questão da localização geográfica.

Nota final: as regras do Super Rugby Trans-Tasman mantêm-se nesta temporada, o que significa, que equipas podem voltar a ter 15 jogadores após 20 minutos caso um dos seus jogadores seja admoestado com cartão vermelho, para além de termos tentativa de desempate caso se verifique uma igualdade ao fim dos 80 minutos regulamentares (as duas equipas têm 10 minutos para desatar o “nó”, caso não consigam registam o empate na mesma) e menos tempo perdido em alguns pormenores.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS