RWC19: quem foi o melhor placador e defesa?

Francisco IsaacNovembro 27, 20194min0
Quem foi o rei da placagem neste Mundial de Rugby? Não, para espanto de todos não foi Pieter-Steph du Toit! Falamos de 6 jogadores que merecem o destaque pela arte em parar o adversário!

Quem foi o melhor placador deste Campeonato do Mundo? Uma nota inicial importante a reter… existe uma diferença entre um placador de qualidade e um defesa completo, já que uma concerne um jogador que aplica bem a técnica de encaixar o ombro (entre outros pormenores técnicos) e coloca o adversário no chão e a outra é um atleta que não só placa bem como cobre a linha defensiva com qualidade fechando oportunidades de ataque do adversário, caindo bem no breakdown e demonstrando uma atitude defensiva decisiva.

Se jogadores como Peceli Yato são extraordinários na placagem, já atletas como Tom Curry ou Sam Cane são defesas de um calibre único e essencial para as suas equipas. Neste Mundial de Rugby 2019 tivemos a dose de placadores e defesas de alto calibre, mas vamos procurar a nata da nata, ou seja, quem tem mais placagens e melhor percentagem de sucesso, quem recuperou mais bolas no contacto ou breakdown e, para tirar as dúvidas, quem prestou melhor assistência defensiva.

Fica ao critério do leitor escolher o seu favorito de uma lista de oito, mas fizemos questão de analisar três nomes!

ALUN WYN JONES (PAÍS DE GALES)

92%… o veterano segunda-linha só garantiu 79 placagens neste Mundial de Rugby, sendo a par de Justin Tipuric o atleta mais dotado neste parâmetro. A somar a este ponto já por si decisivo, o capitão galês efectuou 6 turnovers e foi uma constante dor de cabeça para as defesas contrárias, ficando na memória a exibição gloriosa que rubricou contra os Springboks nas meias-finais. Não foi espectacular em termos ofensivos, mas a capacidade física em conferir uma dimensão defensiva de ponta ao País de Gales foi essencial para um bom campeonato do Mundo dos galeses comandados por Warren Gatland.

A atitude defensiva, a experiência na comunicação, o poder de parar o adversário e destreza contínua física foram atributos marcantes de um jogador que vai aparecer no Hall of Fame do Planeta da Oval dentro de pouco tempo.

SAM CANE (NOVA ZELÂNDIA)

Dados comparativos entre Sam Cane e o novo Melhor Jogador do Mundo, Pieter-Steph du Toit, neste RWC 2019: 60 placagens para 61, 95% de sucesso para 85%, 3 turnovers para 2. Estes são os dados relativos à defesa directa e são no mínimo esclarecedores do impacto de cada um destes jogadores em termos defensivos. Du Toit foi maciço na luta no maul dinâmico, imperando com qualidade a par de Eben Etzebeth ou Lood de Jager neste aspecto, somando ainda o trabalho na formação-ordenada.

Neste aspecto foi sensacional na saída da FO, conseguindo silenciar consecutivamente as acções ofensivas das equipas adversárias a partir desta plataforma, impondo uma intensidade e impacto físicodominador. Contudo, Sam Cane fez notar a sua ausência no jogo com a Inglaterra…. talvez se tivesse jogado deste o primeiro minuto, teria pendido a balança para o lado neozelandês.

O asa All Black foi uma das chaves-mestras na vitória contra os Springboks no primeiro jogo da fase-de-grupos, foi um autêntico problema para Conor Murray ou Jonathan Sexton durante os quartos-de-final (nem o formação ou abertura estavam fisicamente bem) e a primeira-parte contra o País de Gales foi soberba, não falando do impacto que teve quando entrou frente à Inglaterra (11 placagens e 1 penalidade conquistada.

PIETER LABUSCHAGNE (JAPÃO)

O asa e um dos capitães do Japão foi verdadeiramente um rochedo durante a competição, com exibições extraordinárias tanto contra a Escócia e Irlanda, assumindo um papel preponderante essencialmente como um defesa altamente móvel, fadado para realizar consecutivas placagens e onde o tempo de reacção a sair do chão para se apresentar novamente na linha de defesa é bem acima da média.

Labuschagne participou em 5 jogos (80 minutos em cada) neste RWC 2019 e foi autor dos seguintes impressionantes números: 68 placagens com uma marca de 94% eficácia, 4 turnovers, só duas penalidades por jogo ilegal no chão e 5 penalidades conquistadas (inesquecível a que arrancou frente à Irlanda à passagem do minuto 73). Foi dos jogadores totalistas neste Mundial, não saindo em qualquer encontro, demonstrando que aguentava uma e outra vez o impacto físico e a carga pesada de jogar contra selecções de outro patamar.



Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS