Montevideo Challenger Series: Portugal perde o comboio das World Series

Francisco IsaacMarço 10, 20244min0

Montevideo Challenger Series: Portugal perde o comboio das World Series

Francisco IsaacMarço 10, 20244min0
8º lugar no Montevideo Challenger Series, que mostrou bons momentos apesar de terem ficado arredados da luta por Madrid

Praticamente o mesmo resultado que no Dubai, Portugal saiu da segunda etapa Challenger Series com um 8º lugar, estando 90% arredado de conseguir chegar à luta pelos lugares que vão discutir a subida às World Series, sendo uma campanha desapontante, mas que teve alguns momentos positivos. A análise ao que se passou no Montevideo Challenger Series 2024.

SABOR AMARGO PERANTE O QUE PROMETIA SER POSITIVO

Os Lobos dos 7s começaram a campanha com uma derrota frente ao Quénia, depois de ter saído para o intervalo a ganhar. Num jogo fisicamente duro e em que a experiência maior dos quenianos fez a diferença, Portugal deixou alguns pormenores positivos que acabaram por se transmutar em vitórias nos jogos seguintes. Primeiro frente ao Tonga, com a equipa de Frederico Sousa a empurrar o jogo para Golden Score, decidido por um excelente ensaio do estreante Sebastião Stilwell. Com estes pontos no bolso, Portugal chegou ao 2º dia com possibilidade de terminar no topo do grupo, facto consumado quando passou por cima da Geórgia com uma vitória por números avassaladores (38-14), sendo de longe o melhor resultado dos Lobos dos 7s em competições internacionais desde a saída das World Series.

Porém, a festa terminou rapidamente quando nos quartas-de-final surgiu uma derrota ante a seleçcão da casa, com o Uruguai a mostrar mais eficácia no controlo de bola e no aproveitamento das oportunidades, impondo um domínio físico que acabou por quebrar com a equipa portuguesa. De fora das meias-finais, Portugal foi atirado pela luta do 7º/8º lugar, registando novo desaire por 28-14 frente ao Tonga, sendo o ponto final na campanha no Montevideo Challenger Series.

No todo, Portugal teve uma prestação deficitária e em que os resultados foram extremamente parcos, apesar de boas exibições em determinados períodos de tempo, onde as fases de ataque fizeram sentido e se sentiu uma equipa mais coesa, equilibrada e competente na retenção da oval. O problema esteve tanto no conseguir lidar com a gestão do tempo de jogo, acabando pela inexperiência e falta de frescura física a trair os Lobos dos 7s, que tiveram sérios problemas para mostrar o seu melhor após a vitória frente à Geórgia. Efectivamente ficou demonstrado que existe um potencial interessante e de boa escala, mas as condições, investimento e a profundidade de plantel não são as ideias para chegar às finais da Challenger Series, quanto mais lutar pelas World Series.

DESTAQUES INDIVIDUAIS

Alguns jogadores se destacaram claramente pela positiva, e vale a pena os elevar.

Guilherme Vasconcelos – três ensaios marcados, uma dose alta de vários momentos técnicos de excelência nesta etapa das Challenger Series. Não fossem aqueles dois amarelos, teria sido o melhor de Portugal nesta viagem a Montevideo.

Duarte Moreira – a idade pode pesar levemente, mas a experiência que traz para dentro do campo, conjugado com a genialidade técnica e raça na defesa foram importantes para dar o mote aos mais jovens.

João Vaz Antunes – continua a ser o principal maestro da selecção nacional, pautando um jogo inteligente, dotado e assertivo, conseguindo construir boas fases de ataque. Salvou dois ensaios a Portugal, um ponto sempre importante e que raramente é valorizado nos 7s.

Manuel Fati – jogou pouco mas o pouco que jogou foi demonstrativo do que pode fazer. Fisicalidade alta e um “motor” que raramente para, estando sempre disponível para ajudar os seus colegas de equipa.

Sebastião Stilwell – genial na sua estreia nos 7s, com uma dança de pés que deixou por terra vários potenciais placadores, demonstrando um virtuosismo delicioso e que é demonstrativo do potencial enorme que este internacional sub-18 possui.

Em relação aos marcadores de pontos, fica a seguinte tabela para futura consulta:

João Vaz Antunes – 24 pontos (dois ensaios e seis conversões)
Guilherme Vasconcelos – 17 pontos (três ensaios e uma conversão)
Diogo Rodrigues – 15 pontos (três ensaios)
Sebastião Stilwell e Duarte Moreira – 10 pontos (dois ensaios)
Fábio Conceição, Manuel Fati, Frederico Couto e João Rosa – 5 pontos (1 ensaio)

Segue-se agora etapa em Munique nos dias 18 e 19 de Maio, fechando assim as Challenger Series 2024.


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