3 destaques dos Lusitanos na 2ª jornada da RE Super Cup 2024
Os Lusitanos concederam uma derrota por 14-38 na recepção à franquia georgiana dos Black Lion, num encontro em que podemos dividir em duas partes distintas.
MVP: JOSÉ PAIVA DOS SANTOS (PONTA)
Começamos a entrada com um “apesar”, pois apesar do ponta ter sido admoestado com um cartão amarelo na primeira-parte, foi de longe um dos jogadores mais lúcidos durante os 80 minutos com uma série de momentos de franca alta qualidade, apanhando a linha defensiva contrária desprevenida em diferentes momentos e isto sem falar da excelente perseguição ao pontapé curto de Domingos Cabral que acabou por resultar no primeiro ensaio da franquia portuguesa. Realizou mais de uma mão cheia de placagens, duas delas importantes para impedir ensaios da franquia visitante – acabaram por acontecer momentos depois – e foi seguro na maioria dos pontapés em que teve de interagir. Seria interessante no futuro tentar adaptar o ponta do Belenenses Rugby como centro, já que a agressividade que impõe na defesa e a velocidade no ataque, especialmente o arranque extremamente rápido, podem ser game-changers para os Lusitanos e Portugal no futuro. Destacar também a exibição de Domingos Cabral que tentou se libertar das amarras da 3ª linha adversária para produzir alguns momentos de excelência, assim como Hugo Aubry, que apesar de dois erros individuais na 1ª parte, acabou por ultrapassá-los e a subir o ritmo de jogo para os Lusitanos.
🇵🇹 Lusitanos scored their first try in this game thanks to José Paiva Dos Santos.
Watch the end of the game on https://t.co/rWLblDkwW1 pic.twitter.com/PmNyc7JAfT
— Super Cup (@RESuperCup) September 21, 2024
PONTO ALTO: BANCO DE SUPLENTES TROUXE “VIDA”
Com uma primeira parte complicada em que os Lusitanos concederam cerca de 33 pontos, a missão de quem vinha do banco de suplentes seria extremamente complicada, já que teriam de levantar a equipa de um momento cinzento e injectar algum optimismo, algo que acabou por acontecer com Duarte Cardoso, Vasco Baptista, Manuel Vareiro e Abel Cunha a conseguiram oferecer alegria à franquia portuguesa. Com Domingos Cabral e Hugo Aubry a levantarem a cabeça após aqueles primeiros 40 minutos, os Lusitanos acabaram por mostrar que podiam lutar contra a formação georgiana em certos capítulos, especialmente na variação rápida de jogo, na imprevisibilidade ou no tentar encontrar soluções no contacto.
Duarte Cardoso, apesar de não ter sido perfeito no retirar a oval do chão a partir do ruck, soltou a equipa e atribuiu outra velocidade às linhas de ataque, enquanto Manuel Vareiro impôs uma vestalidade ofensiva que encaixou na perfeição com Hugo Aubry, como visto no 2º ensaio, com Vasco Baptista a acabar o encontro com três placagens dominantes (e mais oito normais). Não foi o resultado pretendido, mas é importante aplaudir o esforço vindo dos jogadores que entraram na 2ª parte, mostrando serviço, positivismo e vontade de abanar com o jogo quando parecia estar a caminhar para um resultado extremamente negativo.
PONTO MENOS POSITIVO:
Era sabido que a franquia do Black Lion ia entrar com tudo e a querer ditar todo o jogo a partir das fases-estáticas o que iria forçar um enorme esforço dos Lusitanos para amparar os vários golpes a partir dessas plataformas de jogo, algo que acabou por não acontecer, em especial na primeira parte. Sucessivas penalidades na formação-ordenada, com a equipa portuguesa a não ter forma de contrariar a agressividade georgiana, abrindo caminho para uma derrocada total, com o maul dinâmico dos campeões em título a desmontar os Lusitanos e a feri-los constantemente.
O alinhamento tremeu em demasia, não pelos 2ªs linhas, mas pela sequência após conquista ou a própria introdução de bola, o que continuou a alimentar e a dar força ao conjunto visitante para controlarem por completo as incidências de jogo. Com um pack avançado sem capacidade para lutar nestes três aspectos, foi impossível para os Lusitanos terem qualquer chance de disputar o resultado, com a passividade excessiva a resultar num 00-33 ao intervalo, um dos piores resultados dos últimos anos. Felizmente na segunda metade do encontro a equipa conseguiu reproduzir uma resposta e marcou 14 pontos contra 5, mas com os erros da avançada ainda assim a surgirem em certos momentos. Importante melhorar para conseguir oferecer uma réplica mais promissora quando visitarem Tbilissi.