3 destaques dos Lusitanos na 1ª jornada da RE Super Cup 2024

Francisco IsaacSetembro 7, 20244min0

3 destaques dos Lusitanos na 1ª jornada da RE Super Cup 2024

Francisco IsaacSetembro 7, 20244min0
Os Lusitanos entraram a ganhar na Super Cup 2024 com uma exibição de boa qualidade frente aos Iberians como analisa Francisco Isaac

Sem espinhas, é a melhor forma de começar este artigo de análise à prestação dos Lusitanos frente aos Castilla y Léon Iberians, com a franquia lusa a derrotar os seus congéneres espanhóis por 36-18 na abertura da Rugby Europe Super Cup 2024.

MVP: GABRIEL AVIRAGNET (CENTRO)

Na sua estreia pelos Lusitanos, cedido pelo Albi, o polivalente 3/4s luso-francês realizou uma prestação estável e muito competente como 2º centro, tecendo uma boa rede de passes e jogadas que foram musculando a equipa mesmo quando os Iberians colocaram maior pressão no aparelho ofensivo português, com o atleta de 21 anos a ter a inteligência suficiente para perceber onde e quando atacar. Duas assistências para ensaio, uma quebra-de-linha, sete defesas batidos, doze placagens efectivas (e duas extra falhadas) e duas captações aéreas foram o pecúlio estatístico do abertura convertido a centro. Isto foram boas notícias para Simon Mannix e João Mirra que depois de terem perdido Pedro Bettencourt precisam de novas soluções para o par de centros, e a dupla Domingos Cabral e Gabriel Aviragnet deram uma boa resposta ao staff da selecção nacional. Se tiverem tempo para rever o encontro, tentem seguir Aviragnet com atenção, especialmente no processo sem bola, e verão como o jovem 3/4s consegue estar presente na maioria parte das acções mesmo quando a bola não está em sua posse. Exibições de alto gabarito também para David Costa (grande estreia como capitão), Hugo Camacho (quando entrou no banco deu um mini-show que colocou o público no Jamor aos pulos) e Manuel Vareiro (uns pés de veludo de alta qualidade).

PONTO ALTO: LETALIDADE NO JOGO À MÃO

A imagem de marca da selecção nacional e do rugby português é cada vez mais o jogo à mão e o perfume intenso que os Lusitanos e Lobos conseguem colocar quando se sentem confortáveis, especialmente se a linha-de-vantagem for sucessivamente conquistada ou o par de criativos (no caso nacional 10, 13 e 15) consegue encontrar espaços e impor as suas ideias. Neste encontro frente aos Iberians, a equipa portuguesa foi extremamente lúcida nos momentos que importaram, atirando-se bem para o ataque para conseguir castigar e furar a defesa contrária em diversas oportunidades, com o combo Pedro Lucas e Manuel Vareiro a serem os primeiros a terem essa lucidez, seguindo-se Gabriel Aviragnet e Hugo Aubry. Depois, com José Paiva dos Santos em alta nas ponta – Fábio Conceição teve um jogo mais morno em comparação com os seus companheiros das linhas atrasadas -, a ser letal na maioria das vezes em que foi chamado a serviço, os Lusitanos foram construindo a sua plataforma de jogo e somaram os pontos necessários para aplicar uma margem confortável no marcador. Um ponto extra que vale a pena destacar foi a forma física com que a equipa brindou os seus adeptos, sentindo-se que a equipa está animicamente noutro patamar e capaz de criar problemas do 1º ao último minuto.

PONTO MENOS POSITIVO: FASES-ESTÁTICAS PRECISAM DE LUBRIFICANTE

Vários erros no alinhamento e alguns problemas na saída da formação-ordenada foram dois dos principais problemas dos Lusitanos, que depois na 2ª parte começaram a desvanecer assim que a equipa engrenou e começou a dominar por completo o ritmo de jogo. Porém, será importante ter este ponto afinado quando for altura de defrontar o Black Lion dentro de algumas semanas, assim como na visita a Espanha, já que estes erros podem não só abrir porta para consentir pontos, como podem limitar o acesso ao ataque e posse de bola De qualquer das formas, a primeira-linha encabeçada e liderada por David Costa ofereceu uma excelente resposta em situações críticas, com Frederico Couto a também a amparar uma mão-cheia de golpes da franquia espanhola, fechando espaços no alinhamento.


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