3 Destaques da Final do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacMarço 19, 20234min0

3 Destaques da Final do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacMarço 19, 20234min0
Portugal perdeu para o Rugby Europe Championship 2023 e deixou o título fugir para a Geórgia, com Francisco Isaac a explicar o que se passou

Não foi o resultado sonhado, mas Portugal realizou uma das melhores campanhas no Rugby Europe Championship dos últimos 30 anos, terminando em 2º lugar atrás da Geórgia, depois de perder em Badajoz por 38-11, num encontro agora analisado neste artigo.

O MVP: TOMÁS APPLETON

O capitão de Portugal realizou uma exibição de alta cilindrada, apesar de ter sido admoestado com um cartão amarelo na segunda-parte (por virtude de uma confusão com Vasil Lobzhanidze, que foi mais da responsabilidade da formação georgiano que do centro luso), tendo marcado o único ensaio dos “Lobos” nesta final do Rugby Europe Championship 2023. Com 8 placagens efectivas, um turnover, uma quebra-de-linha, com o seu papel a ter sido importante para manter Portugal dentro do jogo até aos últimos 15 minutos, altura em que se deu um desequilíbrio no resultado.

Num encontro em que os “Lobos” até estiveram por cima, em especial nos primeiros 40 minutos, as qualidades e desempenho individual de Tomás Appleton fez a diferença em todos os capítulos, e, mesmo que a conquista do Rugby Europe Championship tenha acabado por ficar pelo caminho, seria errado não destacar a prestação do centro português.

PONTO ALTO: DOMÍNIO NOS PRIMEIROS 40 MINUTOS

Portugal acabou por sair de Espanha com um resultado excessivamente pesado, que não se justifica, especialmente pela primeira-parte realizada, altura em que os “Lobos” chegaram a estar na frente do marcador, conseguindo enervar os “Lelos” durante largos minutos. Este domínio ou pressão total sobre a Geórgia não veio só sob a forma do jogo à mão e de jogar ao largo, mas também nos alinhamentos, com alguns mauls a empurrarem os campeões do Rugby Europe Championship 2023 para trás, uma imagem que não é normal de se ver.

Se a defesa não tivesse consentido tanto espaço à ponta, e permitido as quebras-de-linha constantes de Akaki Tabutsadze ou Davit Niniashvili, talvez o resultado teria sido outro no fim da primeira-parte, com leves erros a acabarem por ofertar a vantagem de 1 ponto quando o juiz-de-jogo apontou para o intervalo. A fisicalidade imposta nos rucks resultaram em turnovers para os “Lobos”, um aspecto em que também a selecção nacional esteve melhor do que o seu adversário, levando a chegar aos postes por duas ocasiões.

PONTO A MELHORAR: SEGUNDA-PARTE FOI FATAL

No título está segunda-parte, mas, para sermos honestos, a queda dos “Lobos” anímica só efectivamente entrou em acção a partir do minuto 63′, com a Geórgia a ganhar no confronto físico e na formação-ordenada, controlando igualmente bem o jogo ao pé dos comandados de Patrice Lagisquet. Os ensaios sofridos nos primeiros 40 minutos deveram-se quase exclusivamente a erros individuais, ofertando o espaço suficiente para que os atletas da Geórgia aproveitassem para acelerar e explorar até chegar à área de ensaio. A concentração na recta final desta final do Rugby Europe Championship 2023 foi também outro problema, e que já não era visto desde os Test Matches com a Itália e Argentina XV, com o conjunto português a consentir em demasia mentalmente o 4º ensaio dos “Lelos”, sendo quase o ponto final nas dúvidas em relação ao resultado. Não foi o fim de campanha pretendido, e seguramente haverão ajustes a fazer, mas seria desonesto não afirmar que Portugal evoluiu e apresentou-se como uma formação mais adulta, experiente e competente.

DADOS ESTATÍSTICOS

Melhor marcador de pontos: Simão Bento – 6 pontos;
Melhor marcador de ensaios: Tomás Appleton – 1;
Mais quebras-de-linha: Vários – 1;
Mais defesas batidos: Manuel Cardoso Pinto – 4;
Melhor placador: José Madeira com 13 (uma falhada);
Mais turnovers: Vários – 1;

Foto de Destaque Federação Portuguesa de Rugby


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS