Rugby Europe Trophy 22/23: Portugal em busca do sonho da subida

Francisco IsaacOutubro 20, 20225min0

Rugby Europe Trophy 22/23: Portugal em busca do sonho da subida

Francisco IsaacOutubro 20, 20225min0
A selecção feminina sénior de XV vai lutar pela subida no RE Trophy 2022/2023 e o Fair Play faz a antevisão neste artigo de Francisco Isaac

Portugal vai entrar em campo no Sábado (11h30, hora portuguesa em directo na Rugby Europe) para iniciar a campanha no Rugby Europe Trophy 2022/2023, com os olhos postos em realizar bons resultados e, porque não, conquistar o direito de subir à divisão cimeira, onde estão Espanha, Países Baixos e Suécia – a Rússia fazia parte destas “Tri-Nations” da Rugby Europe, mas foi expulsa no decorrer da invasão e guerra. Para tal, a equipa comandada por João Moura terá de enfrentar, e ganhar, frente à Bélgica, Finlândia, Alemanha e Chéquia, esperando-se uma corrida intensa, animada e com boas possibilidade para terminar em festa para as “Lobas”!

Em 2021/2022, Portugal voltou a entrar em campo como selecção de XV nas competições oficiais femininas da Rugby Europe, pondo fim a mais de 20 anos de ausência neste escalão, reiniciando um processo que poderá ser fundamental para o crescimento da modalidade em território nacional, ainda por mais quando o rugby feminino começa a ganhar uma notoriedade enorme a todos os níveis. Depois de anos de grande luta e insistência, as mulheres e raparigas que nunca desistiram de ser uma parte activa do rugby nacional tiveram assim a sua grande oportunidade para brilhar a um patamar superior, e, como esperado, conquistaram duas grandes vitórias no decorrer da temporada internacional anterior, o que já é um dado altamente significativo para o presente e futuro.

CALENDÁRIO E ADVERSÁRIOS

Posto isto, como funcionará o Rugby Europe Trophy 2022/2023? Quatro jogos, a um campeonato só de uma volta – formato exactamente igual às competições masculinas -, com Portugal a ter a seguinte grelha de jogos:

– Bélgica (fora) no dia 22 de Outubro pelas 11h30
– Finlândia (casa) no dia 4 de Fevereiro às 14h00
– Chéquia (casa) no dia 4 de Março ainda sem hora marcada
– Alemanha (fora) em data a anunciar

Um calendário estranho, já que entre o 1º e 2º jogo teremos uma pausa internacional de quase quatro meses, obrigando aos campeonatos nacionais e academia nacional a manter a sua actividade durante uma temporada inteira no que concerne ao XV (fugir para os 7’s não é o objectivo neste momento, após anos de aposta constante nesta variante), o que deveria por si só funcionar como estímulo para investir por parte das diversas instituições competentes, até porque estas atletas, assim como todas as outras que ficarão de fora nas convocatórias, irão se predispor a 100% por esta causa.

E quem serão os adversários mais complicados de ultrapassar? Bélgica e Chéquia, com as primeiras a deterem uma avançada agressiva e “dura”, que gosta de se impor nos mauls dinâmicos e nos piques curtos, defendendo também bem ao largo, enquanto a selecção do leste europeu tem uma certo gosto por complicar nas formações-ordenadas e apostar no jogo ao pé. Alemanha e Finlândia estão num momento de reestruturação do seu rugby feminino, podendo surpreender caso encontrem a coerência necessária para tal.

TRÊS DESTAQUES DE PORTUGAL

Em relação à selecção portuguesa, quem são os principais destaques do conjunto treinado por João Moura? Escolhemos três, apesar de ser um conjunto carregado de qualidade que merece uma atenção cuidada e mais próxima.

MARIANA MARQUES (CENTRO)

Dotada naquilo que chegamos de handling, rápida a tomar decisões e atacar a linha-de-vantagem, denotando aí aquela agressividade e factor X importante para fazer a diferença, Mariana Marques é o tipo de unidade fulcral para destoar o nó no jogo mais expandido, abrindo caminho para o três-de-trás nacional se evidenciar com mais facilidade. Placadora resiliente que nunca desiste, a camisola nº13 para o jogo com a Bélgica, é sem dúvida alguma uma das chaves deste elenco;

SARA MOREIRA (Nº8)

Ágil na saída da formação-ordenada, inteligente em como fazer a diferença no jogo mais “pesado” e capacitada de uma versatilidade técnica que pode causar problemas defensivos à formação contrária, sem esquecer aquela insistência mordaz de uma 3ª linha, Sara Moreira é uma excelente nº8 que na época 2021/2022 já deu provas da sua dimensão e importância na selecção nacional.

MARIANA SANTOS (PONTA)

Velocidade é com Mariana Santos, e também destreza, agilidade e aquela manha especial que só está ao alcance daqueles pontas predestinados para fazerem a diferença na sua posição. A velocista portuguesa é um dos principais perigos para o bloco opositor, uma vez que mal tenha uns centímetros de espaço, foge sem que nenhum adversário consiga a ir buscar ou parar no seu caminho triunfal para o ensaio.

Portugal inicia assim a sua campanha na competição, e o Fair Play fará o acompanhamento jogo-a-jogo, dando o palco merecido às nossas atletas portuguesas que estão a representar as Quinas ao mais alto nível.


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