“Lobos” e “Lobas” dos 7s 2024: início morno… final positivo

Francisco IsaacJunho 10, 20245min0

“Lobos” e “Lobas” dos 7s 2024: início morno… final positivo

Francisco IsaacJunho 10, 20245min0
Lobas com um 11º lugar, Lobos com um 5º e uma primeira ronda do 7s Championship positiva e em linha com os objectivos traçados

Está cumprida a primeira etapa do Circuito de 7s da Rugby Europe, com Portugal a ter terminado no 5º lugar na divisão masculina, enquanto as femininas fecharam na 11ª posição, uma situação menos boa e que poderá ser problemática caso em Hamburgo registem o mesmo resultado. Mas vamos por partes e perceber o que se passou.

LOBOS: VAREIRO COM CONDÃO MÁGICO

Portugal sabia que para chegar novamente às World Rugby Challenger Series, necessitaria de garantir um de três lugares, lembrando que Espanha, Reino Unido, Irlanda e França estão fora dessas contas por serem formações já residentes nas World Series. Porém, e apesar de terem se apresentado na Croácia com uma boa equipa, Portugal entrou com o pé esquerdo e somou uma derrota por 05-17 frente à Itália, muito fruto de ter permitido aos italianos dominarem no jogo no chão, com estes a capitalizarem bem numa mão-cheia de contra-ataques. Somariam uma vitória expressiva frente à Ucrânia, causando uma surpresa frente à França (formação que iria terminar em 1º lugar no final desta etapa), derrotando os gauleses por 19-14. Infelizmente, a boa posição conquistada nos grupos de pouco valeu, já que os Lobos dos 7s voltaram a apanhar a França, caindo com estrondo por 40-12, num jogo pouco positivo e carente de energia por parte do bloco nacional. No Domingo, tudo acabou por correr da melhor forma, com duas super conquista ante a uma Bélgica apetrechada por jogadores da selecção de XV e um 45-07 frente à Itália, encerrando em 5º e só atrás da Geórgia no que toca às formações a tentar chegar às Challenger Series.

Posto isto… quem surpreendeu? Quem foram os melhores? Manuel Vareiro terminou a etapa com 55 pontos, conseguidos não só devido aos 5 ensaios apontados, mas aos 30 pontos desenhados ao pé, uma qualidade que pode ser fulcral em certos jogos, como aconteceu frente à França e Bélgica durante esta primeira etapa. O 3/4’s do GD Direito é um visionário e alguém que consegue ver o jogo um segundo à frente, puxando os cordelinhos da equipa com sabedoria e possuindo um poder de acompanhamento de jogadas como poucos. De seguida, Guilherme Vasconcelos e Fábio Conceição, ambos do CDUL, mostraram o seu melhor em momentos capitais dos encontros, em especial o segundo, que impôs uma fisicalidade esmagadora e que criou sucessivas mossas no conjunto adversário. Vasco Leite também teve apontamentos muito positivos. Por fim, palavra novamente para Duarte Moreira, que voltou a ser importante no dar o exemplo e liderar a equipa, sendo um elemento mais importante do que se pensa.

Portugal está assim bem lançado nos masculinos, bastando obter o mesmo resultado na próxima etapa a 28/30 de Junho para voltar a se apurar para as Challenger Series.

LOBAS: RIBEIRO DE BOA NOTA E SANTOS A CARBURAR

Uma pequena distração acabou por “condenar” a equipa de João Moura a fechar em 11º lugar, já que depois de uma fase-de-grupos altamente positiva, em que chegaram a criar sérias dificuldades à Polónia e Reino Unido, somando uma vitória ante a Itália no último encontro frente à Itália. Uma equipa que realizou sempre uma primeira parte de alto nível, denotando-se intensidade, agilidade e frescura de ideias, muito cravada pela genialidade de Mariana Santos, a assertividade de Beatriz Oliveira e a fisicalidade de Catarina Ribeiro e Maria J. Costa. Quando se esperava nova conquista ante a Turquia e uma luta pelo 9º/10º lugar, acabou por se suceder a surpresa negativa: derrota ante a Turquia. Depois de terem conseguido dar a volta e ter estado na frente por 19-12, as Lobas permitiram que a Turquia igualasse e ganhasse o jogo na última jogada, muito fruto da impaciência e desperdício do conjunto nacional. Lambidas as ferias, as Lobas acabaram por fechar a prova com uma contundente vitória por 38-00 ante a Ucrânia e, deste modo, continua viva na luta pela permanência.

No que toca a destaques individuais, Mariana Santos e Catarina Ribeiro somaram cinco ensaios, com a atleta do Sport a ter sido uma “gigante” no contacto, lutando e arremessando para trás os seus adversários mais directos, dando algum fôlego físico a Portugal. Maria João Costa, como é do seu apanágio, foi outra que meteu o ombro ao serviço das Quinas e aplicou algumas das melhores placagens do fim-de-semana, limitando o raio de acção da Polónia. Por fim, Inês Spínola foi o relógio-suíço do costume, garantindo boas linhas, uma defesa astuta e uma capacidade intelectual para perceber como estancar certos problemas que o conjunto português foi realizando no decurso da competição.

As Lobas estão obrigadas a terminar em 9º lugar, para garantir a promoção automática, desde que a Turquia não acabe à sua frente, ou tentar empurrar as adversárias turcas para o 12º lugar, o que bastaria para empatar as contas no final.


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