“Lobos” e “Lobas” dos 7s 2024: fecho em alta em Hamburgo

Francisco IsaacJunho 30, 20244min0

“Lobos” e “Lobas” dos 7s 2024: fecho em alta em Hamburgo

Francisco IsaacJunho 30, 20244min0
Hamburgo significou um 3º e 9º lugar para Portugal, terminando da melhor forma a temporada de 7s para as cores nacionais

Portugal garantiu o 4º lugar no pódio masculino e apuramento para as Challenger Series 2025, enquanto no feminino a manutenção foi atingida com uma super campanha que viu as Lobas a conquistar o 9º lugar pela primeira vez na sua história. Mas há muito para analisar e rever neste artigo dedicado à temporada da Rugby Europe Championship 7s Series!

LOBOS: BRONZE, CHALLENGER SERIES E CRESCIMENTO AUSPICIOSO

Depois de um 5º lugar em Makarska, em que se registou uma vitória frente à França na fase-de-grupos, os Lobos foram até a Hamburgo não só realizar uma fase-de-grupos de enorme qualidade (duas vitórias em três jogos, 85 pontos marcados e 52 sofridos), como derrotaram a equipa da casa na luta pelo bronze, tendo ficado a escassos momentos de chegar à final da 2ª etapa do circuito de 7s da Rugby Europe. Entre a 1ª e a 2ª etapa Portugal pôde contar com a sua melhor equipa, o que ajudou a dar outro equilíbrio e estabilidade ao conjunto treinado por Frederico Sousa e Pedro Leal, especialmente no aspecto defensivo, um ponto que vale a pena perdermos algum tempo a analisar. No jogo frente à Irlanda e Alemanha, os Lobos aguentaram uma média de dois minutos a defender dentro dos 22 metros sem conceder qualquer ponto, fechando bem linhas e a forçar erros sucessivos no conjunto contrário, tanto através de placagens inteligentes ou uma luta agressiva no breakdown.

João Vaz Antunes foi ditando bem as “regras” do jogo, enquanto José Lima impôs toda uma experiência que deu outra força aos jogadores mais jovens de Portugal, com destaque especial para Vasco Leite, Vasco Durão e Manuel Fati. Apesar de não ter sido suficiente o bronze para fechar o circuito no 3º lugar, a selecção nacional masculina de 7s voltou a conquistar uma medalha algo que já escapava há alguns anos, e que dá uma confiança e motivação extra para o futuro. Faremos uma análise mais profunda e cuidada às duas etapas, mas é importante pedir que a Federação Portuguesa de Rugby invista recursos nos 7s, sobretudo pela qualidade dos novos protagonistas que despontam a cada ano que passa.

Em Hamburgo, Fábio Conceição voltou a realizar uma extraordinária etapa, terminando com 5 ensaios, seguido de João Rosa e João Vaz Antunes, ambos com dois. Manuel Vareiro converteu cerca de 28 pontos ao pé, algo que também esteve na base do sucesso nesta etapa na Alemanha.

LOBAS: MANUTENÇÃO CONQUISTADA EM GRANDE

Com uma pressão enorme nas costas, as Lobas foram até Hamburgo com uma única missão: garantir a permanência na divisão de elite dos 7s da Rugby Europe. E foi exactamente isso que conquistaram, isto e apesar de terem somando três derrotas na fase-de-grupos… contudo, será importante olhar para esses desaires, especialmente ante a Irlanda e França. Na 1ª parte de ambos jogos, a selecção nacional feminina impôs sérias dificuldades a duas das favoritas, adiando o resultado final frente à Irlanda até ao apito final. Já na disputa pelos últimos quatro lugares na classificação, as Lobas jogavam a permanência frente à Turquia, com uma derrota a representar o fim da campanha no Championship.

Felizmente para os adeptos portugueses, as comandadas de João Moura ofereceram uma prestação perfeita derrotando as turcas por 27-00 e a confirmarem a permanência, mesmo faltando um último jogo, este contra a Itália. Como aconteceu em Makarska, as Lobas foram mais fortes que a Squadra Azzurra e galvanizaram para uma exibição que terminou em 17-07 e a conquista de um 9º lugar numa etapa, algo que nunca tinha acontecido ao mais alto nível. No final das contas, 66 pontos marcados e 93 sofridos, uma clara melhoria comparado com 2023, e que analisaremos com mais atenção nas próximas semanas.

Em termos das prestações indivudais, destacar o regresso de Matilde Goes, com a atleta do SL Benfica a se apresentar com total vigor, impondo uma série de sprints e jogadas que deram outra cor ao ataque de Portugal. Mariana Santos foi uma ameaça em jogo aberto, com Inês Spínola a também mostrar que continua num momento de forma auspicioso. Destaque para a fisicalidade de Adelina Costa, Antónia Martins e Cátia Almeida, com estas três a desenharem algumas das melhores placagens nesta 2ª etapa.


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